Mostrando postagens com marcador Rodrigo Coelho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rodrigo Coelho. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Deputados Candidatos





POR JORDI CASTAN


A campanha começou mais cedo para os deputados estaduais e federais que são pré-candidatos a prefeitura de Joinville. Não perdem a oportunidade, para utilizando suas assessorias, informar de novos recursos para a saude, para o turismo, para a segurança...

Acordaram de repente e se lançaram ao galope em busca de votos, antes do apito de largada.

É bom para Joinville perder um deputado estadual, e que seu lugar seja ocupado por uma deputada da Grande Florianopolis, por exemplo ? O que Joinville perca um deputado federal proximo ao presidente e com isso menos recursos possam vir para Joinville?

O que seria melhor?

Voce votaria num candidato que não conclui seus mandatos?

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Udo Dohler está a ficar sozinho


POR JORDI CASTAN

À medida em que se aproxima a data das convenções, os partidos começam a definir melhor as composições e as alianças. O quadro fica menos nebuloso, mas ainda está conturbado e imprevisível. Não é surpresa para ninguém que o quesito articulação política não é o ponto forte do atual prefeito. E poderá custar muito caro esta falta de intimidade com o tema. Sem poder contar com a experiência e habilidade do senador Luiz Henrique, há poucas alternativas. E deixar a articulação política nas mãos não do atual prefeito parece a melhor delas.

A experiência acumulada nas eleições da ACIJ ou do Sindicato da Indústria Têxtil não servem como referência. Entre as velhas raposas da política o prefeito segue sendo visto como um aprendiz de feiticeiro. Não tem a habilidade, o conhecimento e obviamente carece da capacidade para a tarefa. Não bastasse isso, a sua gestão tem pouco ou quase nada para mostrar. Os aliados de ontem tentam não ver os seus nomes e suas imagens vinculados ao projeto da sua reeleição.

O cenário ficou definitivamente bem mais complexo. Primeiro pelo número de candidatos - caso se confirmem os nomes de todos os pré-candidatos - é praticamente impossível que a eleição possa se definir no primeiro turno. É uma eleição completamente imprevisível. Não há um claro favoritismo do atual prefeito e ter a maquina pública nas mãos não parece tão significativo como já foi no passado. O apoio inquestionável da imprensa local não está conseguindo impedir a influência das redes sociais.

O eleitor tem hoje mais acesso a outras fontes de informação e,  sem esquecer o enorme poder do jornal impresso, da rádio e da televisão, não há como ignorar o desgaste que o prefeito e sua gestão vêm sofrendo pela inoperância do seu governo, pelos problemas não resolvidos e pelas expectativas levantadas durante a campanha. Tudo junto é uma bomba prestes a explodir.

O prefeito tem conseguido convencer o PROS e o PC do B para incorporar-se ao seu projeto eleitoral. Não faltam cargos e secretarias para oferecer em troca deste apoio. Mas não parecem ser suficientemente atrativos para convencer outros partidos. No mais puro estilo toma-lá-da-cá, o prefeito e o seu partido seguem à risca as lições aprendidas na velha política. Repito, velha. Não deixa de ser surpreendente ver o PC do B aliado de Udo Dohler, mas na política brasileira tudo é possível e nada deve surpreender.

Confesso que o dia que ache o primeiro cartaz de campanha em que a foice e o martelo apareçam junto a imagem do prefeito vou fotografar e arquivar para incluir numa futura seção do Chuva Ácida de “acredite se quiser”. Minha imaginação não chega ao ponto de poder antecipar os comentários dos seus pares na ACIJ. Há opiniões desencontradas sobre o peso e os votos que os dois partidos acrescentam a sua candidatura.

A primeira surpresa, ou nem tanto, foi a aliança anunciada entre o PSB de Patricio Destro e o PSD de Darci de Matos. Sem dúvida, um duro golpe para o prefeito que contava com o apoio do seu vice. Muitos eleitores estranharão que o vice-prefeito tenha optado apoiar outro candidato e não acompanhar o projeto de Udo Dohler. Há varias leituras e nenhuma boa para o prefeito e seu projeto. As alternativas vão se reduzindo e construir alianças requer habilidades que não todos tem.


Em breve próximos capítulos desta emocionante história. 



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Até quando cabeças vão rolar por falta de prioridade para cultura, educação e lazer?














POR SALVADOR NETO


J
oinville ficou horrorizada esta semana com a decapitação de um jovem de 16 anos no bairro Jardim Paraíso, comunidade já estigmatizada como lugar de alta violência e tráfico de drogas. Afinal, a polícia ainda não sabe quem cometeu a barbárie, não sabe onde está o corpo, e tampouco se o jovem foi realmente assassinado no bairro. E mais: em que pese o comando do governo Colombo trocar comandantes da polícia civil ou militar, o que não muda é a essência, ou seja, a falta de efetividade na investigação. Se a polícia sabe de gangues, etc, porque não coíbe e prende? Mistérios para um Sherlock Holmes provinciano desvendar!

Mas, para além da alta criminalidade que não vem de hoje na maior cidade catarinense, há aspectos que a elite empresarial, social e política joinvilense não gosta de tocar. Nossa juventude está à mercê dos chefes do crime por pura falta de oportunidades culturais, de lazer, de esportes, de inclusão no mercado de trabalho que lhes garantam uma vida digna, saudável e longe do mundo das drogas, do tráfico, das ruas que engolem esses adolescentes para o dinheiro fácil. A Prefeitura de Joinville – governo Udo Döhler do PMDB cortou recursos para a única festa popular, o carnaval. Preferiu gastar na festa alemã Bierfest, que não deu em nada.

Enquanto a cultura, a educação integral, o lazer e os esportes não forem prioridades para os governantes, a grana gasta em segurança com câmeras, mais soldados, viaturas – e é sempre bom lembrar que é o nosso dinheiro suado que paga tudo – servirão apenas para agradar a elite assustada que mora em áreas centrais, longe da periferia que assiste essas barbáries em frente às suas casas, causar “sensação” de segurança e fonte para imagens para lindos vídeos de propaganda dos “governos” atuantes que temos (??). 

Em mais um lance que exemplifica o que digo, que mais lazer, cultura, educação não são prioridades, o governo Udo Döhler desistiu da construção de um Ponto de Cultura com recursos já garantidos pelo Governo Federal da ordem de R$ 1,2 milhão, que seria construído no bairro Vila Nova, zona oeste da cidade. Irônico é que no mesmo ano de 2015 o vice de Udo, o advogado Rodrigo Coelho que também preside a Fundação Cultural de Joinville, anunciou que a obra era uma “prioridade” do governo do PMDB. Nota-se. E a população também nota. Afinal, prioridade é palavra forte, bonita, mas só da boca para fora.

É lastimável que as lideranças políticas que se sucedem no comanda da cidade continuem a usar as mesmas práticas retóricas, discursos bonitos, e práticas iguais a seus antecessores. Este governo atual se consagra no quesito abandono da cidade, pois carros, ônibus e bicicletas afundam nos buracos das ruas; as praças e parques que ainda existiam razoavelmente cuidados, hoje estão largados ao relento e esquecimento; mobilidade urbana é miragem e outra peça de ficção na propaganda oficial, e paro por aqui, pois faltaria espaço para elencar o atraso em que nos encontramos.

Por tudo isso é que, contrariando os puxa-sacos oficiais e os mal informados, continuo a denunciar – e isso vale não só para Joinville – que ou a sociedade definitivamente muda seu modo de agir na fiscalização, acompanhamento e cobranças de suas lideranças políticas e empresariais (sim, está na hora de deixarem os pobres subirem os degraus na escala social, pagando melhores salários e distribuindo lucros), exigindo investimentos em cultura, esporte e lazer de fato, ou continuaremos a ver cabeças rolando em sacolas, corpos em malas jogados em rios, mortos perfurados com dezenas de tiros em frente às casas.

A violência se combate com educação, cultura e lazer. Sem isso, a barbárie chegará também nas casas da elite, e aí pode ser tarde demais para quem se horroriza pela tv, jornais e rádios. Nossa juventude está literalmente perdendo a cabeça no crime, como vemos em grandes centros, e nós estamos passivos observando o que virá adiante. Que rolem cabeças no poder político via uso do voto popular e participação efetiva do povo na fiscalização, não mais nas ruas da cidade que elegemos para morar, viver e criar filhos e netos.


É assim nas teias do poder...

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A cadeira giratória: prefeito por 48 horas

POR JORDI CASTAN


Joinville teve 3 prefeitos em uma semana.

O vereador Rodrigo Fachini (PMDB) poderá incluir no seu currículo que foi prefeito de Joinville por dois dias ou por algumas horas. Sentou na cadeira do prefeito e ocupou o gabinete, quando poderia ter despachado perfeitamente desde o seu próprio gabinete na Câmara de Vereadores. Poderá ainda acrescentar que assinou o Adimplir 2  e o teatro poderá descer o telão. A peça terá terminado e a claque de sempre aplaudirá em pé e pedirá bis. Todo um espetáculo republicano.

É evidente que a peça foi cuidadosamente ensaiada. Tudo foi planejado para afagar o presidente do Legislativo e manter assim uma relação tão estreita com o Executivo que poderia ser classificada de promiscua. Com certeza o vice-prefeito Rodrigo Coelho não poderia entrar em férias num momento mais oportuno. É também evidente que a capacidade de fiscalizar o Executivo, que a Câmara tem como função, fica comprometida.

Esses agrados e gentilezas têm um peso significativo no teatro em que tem se convertido a política. E que, no âmbito local, acaba parecendo mais uma comédia de segunda categoria que uma peça de teatro. É por estas e outras que Joinville não consegue superar o seu complexo de vila de interior.

Estabelece-se uma dívida de gratidão entre o prefeito, o vice-prefeito e o presidente do legislativo. E essas dividas, além de criarem vínculos fortes, devem ser pagas. Se todos estes agrados não fossem suficientes, o prefeito em exercício indicara ainda o subprefeito da região sul. A dança das cadeiras permitirá ainda que o vereador Lioilson Corrêa (PT) assuma, também por 48 horas, a presidência da Câmara de Vereadores.

Joinville só repete o que também acontece no âmbito estadual e federal. Presidentes da República em exercício por poucos dias têm sido motivo de episódios que causam vergonha alheia. Viagens oficiais com avião presidencial ao Estado de origem. Ou atos oficiais absolutamente desimportantes. Até porque nem o prefeito, nem o governador, nem o presidente deixam “tinta na caneta”. Assim, a interinidade se converte numa ridícula pantomima com direito a discursos, intensa agenda de trabalho e justas e merecidas homenagens.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nos fios da teia #2



POR SALVADOR NETO

Nos Fios da Teia agradou aos leitores do Chuva Ácida, como esperado. E aqui vamos nós a mais alguns fios que tecem parte do mundo em que vivemos. Vamos em frente?
Cunha, sigilo e grana – O quase ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi com tanta sede ao pote que se afogou no próprio oceano da sua hipocrisia. Com dois inquéritos abertos contra ele no STF, contas na Suíça em seu nome e da família com apenas (?) 9 milhões de reais, agora sequestrados a pedido do ministro Teori Zavascki, seu fim se aproxima. E a turma do impítim (leia-se PSDB, DEM, PPS) se afoga junto.

CPMF vem aí – O imposto, ou contribuição como queiram, que mais assusta os ricos e afortunados, grandes empresas e multinacionais, além de bancos e financeiras, vai valer em breve. O governo Dilma costura os apoios, já tem governadores e até prefeitos ao seu lado. Com essas canetas não há deputado que deixe de aprovar. Afinal, se suas cidades quebrarem, e assim seus estados, para que serviriam deputados e senadores? E cá prá nós, quem pagará a CPMF é quem nunca paga nada, os mais ricos. Que venha, e logo.

Congretrevas – Essa legislatura eleita pelo povo brasileiro tem feito uma força danada para arrastar o Brasil às trevas da Idade Média. A proposta do Estatuto da Família negando a realidade, a derrubada da criminalização da homofobia e, pasmem a tentativa ridícula de criminalizar atos contra heterossexuais (kkk), para ficar somente nisso, nos colocam no século X. E você aí em casa, vai ficar só olhando?

Mídia Caolha – Na província de Joinville, nossa Sucupira, nossa velha e carcomida mídia local/regional enxerga festival de cucas, distribui afagos ao fascista Bolsonaro, negando ao seu público conhecer o outro lado da moeda, ou das notícias. Em meio às enchentes desta quinta-feira (22) os joinvilense descobriram que não há radio jornalismo para prestar serviço em meio às águas e caos instalado. Fujam para os meios digitais alternativos gente!

Mídia Caolha 2 – Você já deve ter ouvido falar de Dalmo Dallari não? Grande jurista brasileiro, professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com grandes obras publicadas, teve participação importantíssima na Constituinte. Esta personalidade esteve na província de Joinville esta semana em evento sobre direitos humanos. Você soube? Não, claro que não. A mídia local/regional usou o tapa-olho. Não viu, não quis ver, não publicou. Não interessa aos donos do poder. Aguardem a vinda do Bolsonaro. Ganhará capa e espaços de entrevista generosos.

Enchente – Algo que não é novidade desde que os imigrantes afundaram os pés no mangue das terras de Dona Francisca, as enchentes por toda a cidade tornaram a vida dos joinvilenses um inferno nesta quinta-feira (22). Caiu muita água entre a madrugada e o meio da tarde, e os prejuízos como sempre, serão altos. No mandato anterior, de Carlito Merss, a limpeza permanente dos rios, bocas de lobo, riachos, causou grande redução das cheias. Hoje, esse processo cessou. Resultados aparecem dentro das casas e comércios.

Troca-Troca – Enquanto a chuva encharcou a paciência dos joinvilenses, um troca-troca chamou a atenção: Udo, que deixou um Rodrigo, que deixou para outro Rodrigo. O primeiro foi passear em outro continente, e deu um agrado ao seu vice, de quem na verdade quer distancia. Este ficou um pouquinho, e passou a bola para o outro Rodrigo, o Fachini. Este, por sua vez, destacou em cerimonia familiar o “desafio”, a “missão” que teria por... 48 horas. Ele só não contava com as chuvas. É, essa Joinville faz coisas...
E a prevenção?  – Santa Catarina sofre com cheias há décadas. É um convívio diário e permanente com as águas dos rios, somadas ao grande fluxo de chuvas que já sabemos até em quais meses acontecem. A pergunta que nunca tem resposta é: porque os governos e suas estruturas não colocam em ação um plano de prevenção, já que tem informações antecipadas das intempéries? Porque não soam avisos à população tão sofrida, com antecedência? Porque não colocam planos de contingenciamento das águas, deslocamento das pessoas, proteção aos seus patrimônios? É uma falta de vontade política e de governo que beira a um ato criminoso contra as comunidades.
É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A mágica da multiplicação de vagas em CEIs



POR SALVADOR NETO

Joinville é a cidade onde se fazem milagres, até na educação infantil. De uma só canetada 600 vagas apareceram do dia para a noite na rede pública municipal. A receita? Acabar com o turno integral para 600 crianças, aproximadamente. Neste quadro de circo eles cortam para aumentar. Só esqueceram das crianças, seus pais e suas mães. 


Os autores da mágica são o prefeito Udo Döhler, o secretário da Educação, Roque Mattei, e claro, a bancada governista formada por quase todos os 19 vereadores. Esta semana inclusive o líder do governo no legislativo, vereador Claudio Aragão (PMDB), encerrou reunião da Comissão de Educação – que preside – diante dos protestos de dezenas de pais e mães que não sabem o que fazer diante dessa “mágica”. Democrático o vereador governista não acham?
 
Os fakes governistas, os bajuladores aninhados em cargos do governo, ou mesmo fora dele em empregos terceirizados, podem me chamar de chato. Para este jornalista isso é um elogio. Sou obrigado a retomar o lema que marcou a eleição de Udo em 2012: não falta dinheiro, falta é gestão. Tal frase, que levou milhares a votar no empresário peemedebista, hoje soa como palavrão para a rapaziada do outro lado do rio Cachoeira.

Entendo, é difícil explicar o inexplicável hoje após quase quatro anos de governo que não disse a que veio. Após os fiascos na saúde – o alcaide se diz conhecedor há 40 anos, portanto presume-se que conhece do riscado -, na infraestrutura, mobilidade urbana, embelezamento e manutenção da cidade, suas praças, ruas (buracos brigam entre si nas vias centrais, e muito mais nos bairros), agora eles brindam os pais e mães joinvilenses com um presentão em outubro, mês das crianças e dos professores: tirar direitos para fazer nascer vagas para mais crianças.

Segundo a Prefeitura, e seus planejadores, o município prevê mais quatro mil matrículas na faixa de idade entre 4 e 5 anos. E que o atendimento na educação infantil vai aumentar de oito mil para 12 mil crianças nesta faixa de idade em 2016, quando as matrículas a partir dos quatro anos já serão obrigatórias por lei. Ao eliminar o turno integral para aquela faixa etária, aponta o secretário Roque Mattei, a rede ganhou novas vagas em número proporcional às matriculas desativadas.

Ora amigos e amigas, pais e mães que foram surpreendidos a menos de três meses do final do ano com este anuncio, onde anda a tal gestão profissional? Após três anos, com dados disponíveis ano a ano, não sabiam que a demanda aumentaria? Que investimentos na educação são permanentemente necessários?

Vamos buscar compreender então a gestão Udo, lenta como as tartarugas gigantes de Galápagos: é difícil criar tantas vagas, faltam verbas, etc, etc, etc. Mas o governador Colombo do PSD, é aliado e vive aqui assinando convênios. A presidenta Dilma também, pelo menos é o que diz o Prefeito. A verdade é que além da gestão, falta também criatividade, agilidade, vontade política.

Aliás, se há vontade política no sentido de fortalecer a iniciativa privada que possui escolas de nível como a UNISOCIESC, de onde o secretário Roque é oriundo, Elias Moreira, Bom Jesus, Santos Anjos, e tantas outras, e tantos outros centros de educação infantil por toda a cidade, porque não compram essas vagas e resolvam o problema?

Porque não utilizam estruturas do Estado que estão a cair por falta de alunos durante o dia, noite, e também por não ter manutenção, ocupando esses lugares ociosos para colocar nossas crianças e evitar o desespero de pais e mães? Ou o Prefeito, Secretário e Vereadores governistas do PMDB, PSDB, PSC, PDT, e outros menos votados creem que é fácil fazer a mágica com o bolso dos outros?

Enquanto os pais são desrespeitados, vendo seu direito retirado, o Prefeito viaja ao exterior e organiza uma espécie de festa das cadeiras com o vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) e o presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Fachini (PMDB): eu viajo, vocês assumem um bocadinho cada um, sem brigar. Eles brincam de governar, e o povo chora em meio à falta de saúde, vagas na educação, buracos nas ruas, matos em praças, bairros abandonados ainda esperando os 300 km de asfalto.

No governo Udo agora falta tudo. Dinheiro, gestão, e vergonha. Dizem por lá também que não tem segredo, tem trabalho. Os cidadãos já viram que na verdade tem é muito segredo, e pouco trabalho. Joinville virou Sucupira. Resolvam o problema das vagas sem o sofrimento de pais e mães. É o mínimo que um gestor público deve fazer.


É assim, nas teias do poder... 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nos fios da teia #1


POR SALVADOR NETO

Inovar sempre é bom. Com Nos Fios da Teia, notas curtas sobre temas variados, da província, do planalto, de além mar, tecerei comentários e informarei os assíduos e permanentes leitores do Chuva Ácida. Vamos lá?

Caso Lia Abreu – O texto da semana passada sobre a perseguição política à fiscal sanitarista (clique aqui) chegou a mais de 5 mil visualizações únicas, mais de 300 compartilhamentos, superando mil leituras únicas somente no site, uma audiência que assusta a turma do outro lado do rio. Quem não deve, não deveria temer. Final do caso está próximo. E vai sobrar para muita gente, do maior ao menor...

Fakes – Chega até a refinada redação que há gente fiscalizando de perto alguns perfis “fakes” que andam rondando, ofendendo e intimidando quem critica o governo da “Villa”. Os dados de IPs, nomes e outras cositas más podem chegar em setor que ainda trabalha no governo Udo. Esperemos.

Colombo x PMDB – O governador que mais anuncia obras na mesma proporção que não as inicia, nem finaliza, está mais uma vez colocando o PMDB do finado LHS no bolso. Na base dos convênios, enreda (ou seria enteia) o prefeito Udo, que espera a grana, a obra, e nada. Enquanto isso, Darci de Matos articula.

Darci de Matos – Meio como quem não quer nada, nos escaninhos do poder, o deputado estadual do PSD vai tecendo sua campanha à Prefeitura. Motiva outros candidatos a se lançarem, acena a lideranças comunitárias com possíveis espaços a partir de 2017 na Prefeitura, e não briga com ninguém. Resta saber se aguentará a pressão na hora do pau comer na campanha.

Mariani Governador? – Após longos anos brigando nas internas do PMDB, o deputado federal parece que finalmente conseguiu quebrar a pedra que o impedia de seguir em frente na sua obstinada vontade de ser governador. Só que falta combinar mais coisas com Eduardo Moreira, Dário Berger, Paulo Afonso e outros. Muita água passará por baixo das pontes da Ilha. Inclusive uma água do oeste chamada Merísio.

Amin de novo? – O ex-governador, deputado federal pelo famoso PP, estourou as urnas em 2014 e volta com força total rumo ao governo de SC. Articula candidaturas por todo o estado, inclusive em Joinville que agora não tem mais a força de LHS, e terá apoio velado, ou aberto, tanto de PSD, PSDB e outros que cansaram de arrumar a casa para outros morarem. Ano que vem vai mostrar se o carecone vem prá valer. Virá.

PMDB tucanou – Enquanto aumenta a ocupação de cargos poderosos na esplanada em Brasília, o partido que está sempre no poder (tal qual foi o PFL/DEM) faz jogo de cena em cada estado. Uns gritam que não aceitam negociação de cargos, outros que querem a governabilidade. E assim passam por grandes estadistas. Na verdade, tem sempre é muita sede de poder. Com o PT ou quem estiver no Palácio do Planalto. Tomaram o lugar dos bicudos em cima do muro.

Colocaram a cunha no Cunha – Eduardo Cunha (PMDB), o incansável achacador do governo Dilma, do PMDB, do Temer e de quem quer que esteja na sua frente na corrida por mais poder, pensou que seria Presidente. Mas colocaram uma cunha – logo pode ser uma tornozeleira eletrônica – com as contas na Suiça, denuncia por corrução no STF. Em breve teremos novo presidente na Câmara dos Deputados.

Dilma e o golpe – Quem conhece um mínimo de política, acompanha o setor historicamente, sabe que o que está em jogo não é se a Dilma roubou ou não. A oposição quer voltar ao poder na marra, e com ajuda da grande mídia, não cansa de criar fatos com seus “soldados” bem instalados em TCUs, STJs, STFs, TSEs, ao longo de muito tempo no poder. O que se quer é dar um golpe branco. Quem viveu o período da ditadura militar sabe que a volta de tempos parecidos que sejam, seria um desastre para o país. Engana-se quem acha que os movimentos sociais ficarão em casa. Podemos viver tempos difíceis.

Prefeito por um dia – Joinville tem coisas que a colocam como cenário da novela de Dias Gomes, o Bem Amado. Agora, por ocasião das férias do prefeito Udo Döhler, a grande negociação pelo bem da cidade e que deve impactar deveras o futuro dos cidadãos, é quem vai ser prefeito por cinco, sete, dez ou 15 dias: Rodrigo Coelho ou Rodrigo Fachini. Os Rodrigos estão decidindo como farão para sentar naquela cadeira... e a caneta, será que fica na mesa? Joinville, Joinville... você merece mais. Muito mais.

É assim, os fios da teia nas teias do poder...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

As mariposas e a luz


POR JORDI CASTAN




É sabida a atração que as mariposas têm pela luz. São atraídas por ela num baile que não poucas vezes acaba inclusive de forma trágica.

Como sucede com as mariposas, há pessoas que sentem uma atração quase mórbida por holofotes, microfones e câmeras. Não podem ver um jornalista que apressam-se a dar entrevista. E como algumas vezes  não têm muito para dizer, o resultado acaba sendo a sobre-exposição. Uma boa assessoria deve recomendar o nível adequado de exposição para quem tem uma predisposição natural em se sentir, como as mariposas, atraído pela luz intensa.

Se há disponibilidade para participar de tudo quanto é programa de entrevistas, tanto em rádio como em televisão, é provável que esteja faltando o que fazer. Entre políticos é voz comum que aquele que não tem muito que fazer acabe arrumando o que fazer e isso não sempre é bom. O ideal é concentrar-se no trabalho, mostrar resultados o quanto antes e procurar dedicar menos tempo a dizer o que será feito. Os eleitores já aprenderam a diferenciar entre o discurso e a prática. Nada fala mais alto que o resultado do nosso trabalho.

Políticos confundem, com frequência, a diferença entre o mundo real e o mundo da fantasia. E acreditam que o lançamento da pedra fundamental de uma obra, a assinatura da ordem de serviço ou a instalação do canteiro de obra são fatos concretos e que a obra será concluída no prazo e dentro do custo orçado. Sabemos que não há nada mais longe da verdade.


Como no dito popular: “Del dicho al hecho hay mucho trecho” que,  numa tradução livre, poderíamos dizer que há uma grande distância entre a palavra e a ação. Ou encontraremos na cultura popular  outra forma de transmitir a mesma mensagem: “falar é fácil, difícil é fazer”. Até agora a parte fácil está sendo feita de forma exuberante, mas está começando a chegar a hora de fazer a difícil.

Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.






segunda-feira, 2 de julho de 2012

Rodrigo Coelho, o novo velho político

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O meu texto hoje é sobre o político Rodrigo Coelho. Mas em vez de ser eu a falar, deixo que seja ele próprio a se apresentar ao leitor-eleitor, através de statements ao longo dos últimos meses. O meu trabalho será apenas de "costurar" as fases da sua trajetória política mais recente.

O COMEÇO - É o momento em que Rodrigo Coelho insiste no slogan “Renova Joinville”. Já escrevi aqui que, de fato, não estaríamos a tratar de uma renovação, mas de um remoçamento. Parece que a diferença era apenas na idade das pessoas, porque em termos de ideias houve pouco em termos de novidade. Mas ele insistia em vender a imagem do novo, do diferente, do determinado. Seria candidato a prefeito, contra tudo e contra todos.


A TRANSIÇÃO - Há uma coisa sintomática na velha política joinvilense. Qualquer observador mais atento percebe que quando um candidato começa a ir demasiadas vezes a certos programas de rádio, então o caldo está entornado. E Rodrigo Coelho foi tanto a um certo programa que mais parecia comentarista residente. Era apenas um sinal de que já se tinha rendido à velha forma (e põe velha nisso) de fazer política na cidade. Todos sabemos o que isso significa.


E chega o momento em que ele claudica. O chamado do poder parece falar mais alto. Há uma espécie de pré-aviso: vai haver uma mudança “estratégica”. Um sacrifício em nome de... sabe-se lá o quê. É o que poderíamos chamar de avanço para trás. Parece uma tentativa de convencer os seus apoiantes de que ele ia se render aos velhos poderes, mas tudo de uma forma calculada e em nome de valores mais elevados. Acredite...



NOVO VELHO - E finalmente um tiro a queima-roupa na coerência. Rodrigo Coelho anuncia que vai ser o vice de Udo Dohler. Ou seja, um feito grandioso que conduziu o seu partido a um novo patamar da política:  deixou de ser um puxadinho do PT para ser um puxadinho do PMDB. E de puxadinho em puxadinho, um dia a casa cai. Aliás, parece que tem gente do PDT preferindo ficar no puxadinho do PT.


PARA PENSAR - E, para terminar, alguns depoimentos do próprio Rodrigo Coelho sobre o que ele pensa da política. Para ler e refletir.





terça-feira, 29 de maio de 2012

Ao dizer “não”, Clarikennedy caiu na armadilha


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Muitas pessoas já estão atentas para as Eleições 2012, principalmente após os últimos movimentos dos partidos, os quais apimentaram demais o cenário da disputa para a Prefeitura, servindo a todos os interessados uma deliciosa omelete de ovos de ornitorrinco (utilizei-me da análise de ontem do Baço) com salada de comunistas e progressistas para sobremesa. Entretanto, o último fato gerou um grande burburinho nos papos dos bolhas, da periferia joinvilense e dos integrantes do Chuva Ácida: Clarikennedy Nunes (PSD) disse não ao convite do todo poderoso Luiz Henrique da Silveira e rejeitou ser vice de Udo Dohler.

O deputado gritou aos quatro ventos nas redes sociais que tem um projeto de se eleger Prefeito (e é o seu único projeto de vida partidária), mas “esqueceu” de dizer que o seu partido ainda não decidiu nada (todos os partidos decidem seus rumos até o dia 30 de junho), sem contar que ele não possui maioria no diretório municipal do PSD. E mais: o PSD diz amém a tudo que o governador Colombo solicita. Darci de Matos, o outro postulante do PSD, desistiu faz algumas semanas de ser candidato, por dois motivos: 1) é aliado histórico de Marco Tebaldi (o pré-candidato do PSDB) e 2) o PSD (leia-se: Colombo) fará de todo o possível para isolar o tucano, até como continuação da fritura feita desde a época de Secretário da Educação. Creio em um acordo prévio entre Colombo e LHS, levando o PSD para o PMDB.

Considerando tais fatos, Clarikennedy pode estar no meio de um grande fogo amigo e de uma fantasia sem fim. De um lado da mesa está o Governador que fará de tudo para derrubar Tebaldi (e conchavar com LHS), e do outro, Darci, que vai jogar de acordo com as cartas mais altas postas no jogo. Ao dizer não para este convite de LHS, um novo nome pode surgir para atrapalhar os planos do jornalista-deputado. Já pensaram na possibilidade do PSD se juntar ao PMDB com um Patrício Destro de vice? Sobraria a LHS – em mais uma de suas manobras - dar a (in)direta para aquele que rejeitou o convite, isolando-o e jogando-o contra seus companheiros de partido, retomando o controle total da política local.  Ao Colombo, felicidade, pois conseguiria o seu maior objetivo em terras joinvilenses e forçaria uma coligação inexpressiva aos tucanos.

Clarikennedy, ao fazer barulho sobre a sua decisão, pode estar se condenando em 2012. O projeto pessoal de chegar à Prefeitura é muito frágil se elencarmos os atores políticos e seus interesses em comum. Claro que, ainda temos Carlito, Novaes, Camasão, Coelho, Xuxo... e muita coisa pode acontecer até as convenções do fim de junho. Mas, fica o recado: com LHS e Colombo no controle, qualquer outro projeto pessoal de ascendência ao poder é minado.

PS. Uma futurologia boba: Clarikennedy, ao se ver deixado de lado pelo PSD, romperia (assim como fez com o PP) e apoiaria Tebaldi? Veremos!

sexta-feira, 2 de março de 2012

Os novos candidatos de Joinville

POR GUILHERME GASSENFERTH

Muitos eleitores clamam por “renovação”. Em política, isto parece ter duas distintas encarnações: quem nunca governou; ou quem nunca foi político. Melhor pro conceito se o candidato possuir as duas.

A princípio, parece acertado dizer que os pré-candidatos que ora postulam a sentar no principal gabinete da Rua Hermann August Lepper, 10, são: Carlito, Tebaldi, Udo Döhler, Darci de Matos, Kennedy Nunes, Xuxo, Rodrigo Coelho e Leonel Camasão. Ora, em Joinville, quatro dos candidatos supracitados podem se enquadrar nos dois critérios: Dr. Xuxo, Udo, Leonel Camasão e Rodrigo Coelho. 

O médico Dr. Xuxo é evidentemente envolvido com saúde, e seu trabalho à frente da Fundação Pró-Rim é referência nacional. Estão agora para construir um grande hospital na Zona Leste (junto ao atual), o que poderá dar-lhe alguns votos. Contudo, é figura conhecida das campanhas eleitorais, e certamente não será visto como opção para renovação, além de ser irmão do José Carlos Vieira, conhecido de longa data da política municipal.

Já Udo Döhler nunca disputou nenhum tipo de eleição pública e nunca governou . Udo representa indubitavelmente um anseio claro da população: um gestor mais técnico e menos político. Udo, formado em direito, esteve à frente de uma empresa exitosa e que por alguns anos (não sei hoje) possuiu folga de recursos - o que é absolutamente desejável também para os cofres públicos. Também reúne outras qualidades que o credenciam a ser testado nas urnas, como seu envolvimento comunitário e associativo: presidente da mantenedora do Hospital Dona Helena, cônsul honorário da Alemanha, presidente da ACIJ, FACISC, Sindicato das Indústrias Têxteis e vice da FIESC.

No entanto, Udo é afillhado político de Luiz Henrique da Silveira. Isto já lhe garante alguns votos, além de sábios conselhos eleitorais de alguém que é provavelmente o maior político do Estado. Mas, junto com o fato de ser do PMDB, faz retirar de sua candidatura qualquer insígnia de renovação pela qual poderia clamar, além de fazer vir à tona o cansaço e ressentimento que muitos joinvilenses sentem pelo Senador. Por fim, como Udo conseguiria conciliar um perfil técnico com a necessária política à frente da Prefeitura? O Baço já escreveu sobre isso no Chuva Ácida.

Sobram Leonel Camasão e Rodrigo Coelho. O primeiro, jornalista, filiado ao PSOL, foi candidato a deputado federal em 2010 e recebeu votação muito pequena, que pode ser atribuída ao excesso de candidatos da região, à sua inexpressividade eleitoral de então, à pouca idade e ao partido, não só novo, mas de esquerda convicta e defesa do socialismo, o que afugenta muitos votos. Certamente receberá muito mais que seus mil votos do pleito passado, mas segue a questão partidária. O PSOL ainda não é um partido muito estruturado em Joinville, tem uma nominata fraca à Câmara e, mesmo que o eleitor tenha simpatia por Leonel, dificilmente o enxergará como opção plausível a assumir a Prefeitura. Muito menos se aliar-se ao PSTU, como vem sendo aventado. As campanhas do PSTU são alvo de chacota, naturalmente, para um partido que usa como bordão “Contra burguês, vote 16”. O PSOL receberá votos de socialistas, de esquerdistas convictos, de revoltados e poucos outros. Eu admiro muitas posições do PSOL, notadamente a defesa dos direitos humanos, incluindo os direitos LGBT. Mas o PSOL enfrenta ainda muita rejeição.

Já Rodrigo Coelho, jovem advogado e comerciante filiado ao PDT, tem um pouco de experiência administrativa e alguns trunfos, que deverá saber aproveitar para capitalizar eleitoralmente. Titular de um escritório de advocacia previdenciária, já participou ativamente de revisões e encaminhamentos de aposentadorias de milhares de idosos em Joinville e que por ele nutrem simpatia. Se souber conquistar o voto destes idosos e de suas famílias, que identificarão nele um vínculo próximo (identificação de vínculo é um dos maiores capitais eleitorais que existem), poderá amealhar milhares de votos adicionais. Comerciante, pode alegar a experiência obtida à frente de suas gestões na CDL Jovem e em seu empreendimento para solicitar o voto dos joinvilenses.

Há ainda que se considerar que o PDT é um partido que oferece pequena rejeição. Rodrigo Bornholdt, outro bem sucedido advogado, já fez um pouco do serviço e ganhou 15 mil votos como candidato a prefeito em 2008. Só não fez mais porque não conseguiu afastar de si o estereótipo de riquinho ou burguês. Este problema Coelho conseguirá resolver com mais facilidade, uma vez que transita com naturalidade nos bairros e com pessoas mais simples (a maior parte de seus clientes). E o PDT tem a reconhecida luta pela educação, o que certamente gera alguns votos.

Até o Carnaval, a hoje remota possibilidade de o catarinense Manoel Dias ascender ao Planalto como Ministro do Trabalho era um risco à candidatura própria do PDT joinvilense. Se Maneca fosse nomeado ministro, a intervenção para que o PDT compusesse com Carlito seria muito provável. Hoje, Manoel Dias deve estar magoado com o PT e agirá para que o partido tenha candidatos próprios em cidades como Joinville. Mais um ponto para a candidatura de Coelho.

Agora, surge a notícia de que um “frentão” está sendo costurado para apoiar uma só candidatura: PRB, PDT, PCdoB, PR e, quem sabe, PV. Já estaríamos falando de no mínimo 2 minutos e meio de TV. Se esta coligação se consolidar, é sem dúvida um forte trunfo eleitoral.

Coelho precisa resolver alguns problemas estruturais, como o racha do partido, que põe de um lado o secretário municipal de Habitação, Alsione Gomes de Oliveira, somado a alguns ocupantes de cargos do governo municipal, e de outro os defensores da candidatura própria, a princípio a maior parte do restante dos filiados, inclusive Rodrigo Bornholdt e James Schroeder, ao que se sabe. Além disto, Coelho até agora não tem nomes experientes para conduzir sua campanha, pensadores políticos que o ajudem a capitanear a estratégia de transformar suas vantagens em votos. Por fim, a candidatura de Coelho pode ensejar uma dúvida: quem convidaria para assumir as secretarias? Há nomes qualificados que o apoiam? Ter os primeiros escalões qualificados é, talvez, o principal trunfo que alguém pode apresentar.

Mas, de longe, o principal trunfo de Coelho é encarnar o novo. Além de ser jovem e bem sucedido, nunca foi candidato a nenhum cargo político e vai representar nas urnas a desejada renovação por expressivas parcelas do eleitorado municipal. Se Rodrigo Coelho souber trabalhar seus pontos fortes e reduzir a influência de seus pontos fracos, poderá constituir um importante fato novo na política municipal, comparado ao que Marina Silva foi capaz de fazer em 2010 nas eleições presidenciais.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Ter ou não ter


POR RODRIGO COELHO

"Temos que respeitar personagens históricos do PDT. Mas um partido não pode viver só de passado. Tem que se voltar para o futuro".
Pedro Taques, Senador da República pelo PDT/MT.
Uma das mais famosas frases da literatura mundial, "ser ou não ser, eis a questão", citada pelo personagem Hamlet, de William Shakespeare, na peça que leva o mesmo nome, pode muito bem ser aplicada ao PDT de Joinville. No caso, trocaríamos apenas uma letra: "ter ou não ter candidato próprio, eis a questão". 
Obviamente o objetivo desse texto não é fazer uma promoção pessoal sobre a minha pré-candidatura a prefeito pelo PDT. Muito menos, tecerei críticas ao Governo Carlito, apesar do crônico imobilismo e a desastrosa gestão já serem motivos mais que suficientes para que não só o PDT, mas outros partidos também tenham candidato próprio. A verdade é uma só: a cidade está abandonada e precisa de novos rumos.

Sendo assim, agradeço o convite do Chuva Ácida e aproveitarei o espaço para destacar alguns pontos que entendo importantes para o PDT deixar o governo petista e participar do pleito majoritário de 2012, em Joinville. Penso que chegou a hora de o PDT pensar grande e deixar de ser um puxadinho do PT.

Pois bem, talvez uma das maiores contribuições de Leonel Brizola ao folclore político nacional, para designar o gado propenso à fuga, é a expressão gaúcha "costear o alambrado", usada, no campo político, para caracterizar políticos que trocam de lado ou mudam posturas e rasgam discursos. Infelizmente, isso é o que vem acontecendo com uma ala do PDT local.

Aliás, não só em Joinville, mas em nosso país, precisamos resgatar a credibilidade dos homens públicos. E os jovens tem um papel fundamental nesse processo, não só virtualmente, através das mídias sociais, com as novas formas de se mobilizar, protestar etc. É preciso também participar do processo político.

O PDT – Partido Democrático Trabalhista, liderado por Leonel Brizola, surgiu em 17 de junho de 1979, em Lisboa, fruto do encontro de trabalhistas do Brasil com os trabalhistas que estavam no exílio. Desse encontro, surgiu a Carta de Lisboa, o documento que definiu as bases do novo partido. O objetivo era reavivar o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, criado por Getúlio Vargas e levado ao cabo com o golpe de 1964, e do qual participaram João Goulart, Darcy Ribeiro e Doutel de Andrade, entre outros. 

No entanto, uma manobra jurídica, patrocinada pela ditadura, conferiu, em 12 de maio de 1980, a sigla a um outro grupo. No dia 25 de maio, numa reunião realizada na ABI – Associação Brasileira de Imprensa , na Cinelândia, foram aprovados o programa, o manifesto e os estatutos do Partido Democrático Trabalhista – PDT, cujas bandeiras e compromissos são vários. 


Mas, sem dúvida, a mais destacada é a educação. Promover, nos dizeres do senador Cristovam Buarque (PDT/DF), uma verdadeira revolução na educação, que assegure o ensino público, gratuito e de qualidade a todos os níveis e permita reorganizar a rede escolar, vinculando a educação com a formação profissional, a pesquisa e o trabalho. E as escolas em tempo integral, os CIEPs (Centros Integrados de Educação Integral) são o grande exemplo disso.

Finalizo ratificando que o calendário político desse novo ano reserva para outubro uma oportunidade impar: as eleições municipais, nas quais elegeremos milhares de vereadores e mais de 5.000 mil prefeitos e vice-prefeitos em todo o país. 
Todos sabemos que o poder local é aquele que proporciona o mais efetivo exercício da cidadania.
Nas cidades é possível um acompanhamento muito mais próximo das políticas públicas. É nas cidades que tudo acontece. Em nenhum outro nível de poder consegue-se implementar com tanta intensidade uma gestão eficiente, com planejamento, metas e resultados; políticas de geração de emprego; valorização do servidor público; atenção prioritária à saúde e à educação; políticas de mobilidade urbana, sustentabilidade ambiental etc.
Portanto, eleger um bom prefeito faz toda a diferença. E o PDT de Joinville está preparado para esse desafio.

Rodrigo Coelho, advogado, rodrigo@coelhoneto.adv.br, twitter @coelho_rodrigo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

10 avaliações sobre a última pesquisa eleitoral

POR CHARLES HENRIQUE

O grupo RBS divulgou neste último domingo uma pesquisa do Instituto Mapa para prefeito de Joinville nas eleições 2012. Estamos a um ano das eleições, ainda falta muita água rolar embaixo da ponte, mas algumas avaliações podemos fazer. A pesquisa foi realizada com 602 eleitores e tem 4 pontos percentuais como margem de erro. Vamos então ao que interessa:
  1. Carlito Merss (PT) está em maus lençóis! 3,3% das intenções na pesquisa espontânea, média 3 na avaliação de seu governo, oscilação entre 5,1% e 6,3% nos 4 cenários estimulados pela pesquisa, 72% de rejeição e apenas 10% de avaliação positiva acendem uma luz laranja (daqueles laranjas BEM fortes) nos bastidores petistas. Nem Luiz Gomes, prefeito muito contestado também, teria estes índices a um ano de terminar o mandato;
  2. Marco Tebaldi (PSDB) está mal também. O segundo político mais rejeitado da pesquisa (20,3%) e a terceira colocação nos dois cenários estimulados em que participa (atrás dos candidatos do PSD e PMDB) e uma intenção de voto espontânea baixíssima (perde até para Carlito) botam água no chopp do tucano em sua meia-vontade de voltar à Prefeitura. Deste modo, PSDB vai de PSD? Ivandro também não decolou;
  3. Doutor Xuxo (PR) pode ter nos números o seu grande aliado para negociar a vaga de vice em alguma chapa. Não tem tanta rejeição como os outros (12%) e aparece na frente de Carlito em todos os cenários. O problema é a executiva nacional, que é fechada com o PT.
  4. Sandro Silva (PPS) está na mesma situação que Xuxo. Mas, se PSDB fechar com PSD, e PR fechar com PT ou PMDB, por exemplo, o que “sobraria” para os não-tão-socialistas-assim?
  5. A indefinição do PDT em apoiar Carlito ou sair do governo de vez tem atrapalhado Rodrigo Coelho, que não decolou muito nessa primeira pesquisa, em todos os cenários. O pedetista, por ser um nome novo, tem baixa rejeição (5,6%);
  6. Luiz Henrique (PMDB) ainda é mais lembrado que Carlito e Tebaldi na pesquisa espontânea. Isso mostra a força do nome LHS;
  7. Darci de Matos (PSD) aparece bem, assim como em 2007, um ano antes das eleições de 2008 que elegeram Carlito. Nos dois cenários aparece muito a frente de Udo Dohler (35% e 31,9%) e larga na frente com relativa folga. Quem deve estar “roendo as unhas” após esta pesquisa é o seu “amigo” de partido...;
  8. Clarikennedy (PSD) está bem na estimulada (é primeiro colocado com 8,1%), mas, quando bate de frente com Udo Dohler (PMDB) nos deparamos com um empate técnico. Ainda tem a rejeição mais alta após Carlito e Tebaldi (“bater” na gestão tem suas consequências...). É sempre bom lembrar que o candidato do PSD será definido a favor do nome que estiver na frente das pesquisas. Aqui vai o meu palpite: por mais que Kennedy esteja bem, o candidato será Darci em 2012. Palpite é palpite...
  9. E o “tio” Udo hein? O PMDB caiu em seus braços, e seu nome, de tão forte que é, já está na boca do povo. Terceiro colocado na espontânea, e segundo colocado em todos os cenários estimulados! E a rejeição muito baixa para um nome do PMDB, atrás de todos os outros principais candidatos. Pois é, parece que o discurso “gestor”, “empresário”, etc etc, que vimos tanto nos anos 60, 70, 80 e 90 vai voltar. Mas, engraçado... o PMDB foi o partido que mais tentou quebrar este discurso antes da redemocratização. A política dá voltas...
  10. Os partidos médios e pequenos ainda não criaram raízes na cidade.