Mostrando postagens com marcador carnaval. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador carnaval. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 3 de março de 2017

Mulheres assediadas no Carnaval - e no resto do ano



POR CECÍLIA SANTOS
Desde 2013 o Carnaval de rua de São Paulo tem se tornado uma grata e animada surpresa, como resultado do reconhecimento, pela gestão anterior, do impacto cultural, econômico e turístico dos blocos de rua. E mesmo diante das tentativas da gestão atual de limitar o tamanho dos blocos, este ano houve 28% mais blocos do que ano passado, estima-se que o número de turistas tenham triplicado, e alguns blocos chegaram a levar mais de 350 mil pessoas às ruas.

Diversas campanhas de combate ao assédio foram veiculadas antes e durante o Carnaval, muitas delas pelos próprios blocos. A gestão Doria, que desmontou as estruturas de Políticas para Mulheres, começou a veicular uma campanha totalmente equivocada que dizia que, em caso de assédio, “o negócio é deixar pra lá, porque briga não está com nada”. Diante das críticas nas redes sociais, a prefeitura rapidamente tirou a campanha do ar e pediu desculpas pelo fiasco.

Mesmo assim, várias notícias de violência contra mulheres foram noticiadas durante o Carnaval de 2017. Na Lapa, RJ, uma folião foi agredida com dois socos no nariz depois de discutir com um sujeito que a apalpou (1). Em BH outra mulher foi agredida depois de ser assediada e ameaçar chamar a polícia (2). Em Linhares, ES, uma jovem foi estuprada durante o Carnaval (3). E a mais inacreditável de todas as notícias: mulheres que faziam campanha contra o preconceito em blocos no Rio foram agredidas e precisaram ser substituídas por... homens (4)! Fala se isso não é vergonhoso?

Eu mesma presenciei uma cena no metrô de São Paulo no sábado e acabei interferindo. Quando entrei no vagão, já havia um grupo de rapazes que se comportavam como bichos na dança do acasalamento, emitindo gritos tribais e fazendo flexões de braço nas barras do vagão. Alguns deles assediavam duas garotas num canto do vagão, pedindo beijos. Uma delas cedeu. A outra se encolhia no banco. Levantei e fui lá, a tempo de ouvir um dos 3 marmanjos exigindo que ela escolhesse qual deles beijaria. Disse pra ela bem alto: “você está precisando de ajuda? Saiba que você não é obrigada a beijar ninguém se não quiser”. Na mesma hora os valentões recuaram, já se acusando: “ninguém aqui está assediando ninguém não!” É, eu estou vendo. 

É realmente absurdo que as mulheres não possam se divertir despreocupadas no Carnaval. A campanha do #PrimeiroAssédio realizada pelo coletivo feminista Think Olga (5) contabilizou mais de 82 mil compartilhamentos da hashtag que reproduziu histórias pessoas e revelou que a idade média em que mulheres sofrem o primeiro assédio é aos 9,7 anos.

Não é por causa do Carnaval. É simplesmente porque parte dos homens aparentemente não sabe se controlar e respeitar as mulheres.




terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O (não) Carnaval de Joinville por imagens













POR JORDI CASTAN
Há uma diferença abissal entre não apoiar, com recursos públicos, o desfile das escolas na avenida e facilitar a realização do encontro dos blocos e escolas no Mercado Municipal. A iniciativa não custava nenhum dinheiro dos contribuintes e estranhamente acabou cancelada. O que se teve foi uma sucessão de erros.

O problema em Joinville – ainda mais nos últimos anos – é que o poder público se converteu num peso morto para a cidade, que dificulta, inibe,  complica, atrapalha e torpedeia as iniciativas populares. É fazer as contas: a mobilização para não permitir foi maior, melhor coordenada e mais custosa que qualquer apoio para que algum evento acontecesse.

Foi-se o Carnaval, mas ficam as imagens deste triste enredo no MAJ.


domingo, 26 de fevereiro de 2017

No Carnaval, a fantasia é acreditar nos políticos


POR JORDI CASTAN

Nestes dias o tema o carnaval está, por motivos óbvios, na pauta. O cancelamento, em cima da hora, do desfile do Carnaval, pegou muita gente de surpresa. A última gota - ainda que o correto fosse dizer a penúltima gota, porque essa gente não descansa na árdua tarefa de se superar a cada dia - foi o cancelamento do evento previsto para ser realizado no Mercado Municipal. A história, que inclui até denúncia anônima e órgão público descumprindo acordo, está muito mal contada.

Se todos os envolvidos contassem o que sabem e o que esta sendo postado nas redes sociais for comprovado, quarta-feira de cinzas será o dia em que Joinville despertará vendo o tamanho das suas lideranças políticas. É ainda menor do que já era. Fazer acordo de cavalheiros é algo que só pode ser feito com cavalheiros. Não é bom confundir políticos com cavalheiros e menos ainda acreditar na palavra de quem não tem. Quem acreditou, agora descobre que foi iludido. E, pior ainda, que nunca houve intenção de cumprir o compromisso.

Espanta? Aqui na vila o restaurante popular do Bucarein pode ficar fechado durante quase quatro anos, sem nenhum motivo convincente e crível. E na mesma vila obras públicas tem as datas de inauguração propostas que não seu cumprem, sem maiores justificativas. Ora, o cancelamento do Carnaval foi só mais um tijolo na parede com que se constrói a inépcia e se ilude diariamente ao cidadão.

O tempo mostra quais são as organizações e especialmente as pessoas nas que não se deve acreditar. Quando dizem “sim” pode apostar que é “não”. No quesito credibilidade devem ser considerados abaixo de zero, menos alguma coisa. Os sambaquianos já desenvolveram a capacidade de identificar estes contadores de lorotas. Quando os escutam dar entrevistas prometendo isso ou aquilo, por estes lados o pessoal não dissimula mais a pouca credibilidade que este tipo de pessoas e instituições merecem.

Para quem tiver interesse no assunto é bom dar uma olhada no link  Expectativa da Prefeitura de Joinvilleé promover um grande carnaval em 2017.

Historias como estas há centenas na cidade todos os dias. O estranho é que ainda haja uma boa parte da população que acredite nas promessas que políticos e outros contadores de patranhas repetem como mantras cada dia. Porque eles jogam com a esperança de que o eleitor menos esclarecido politicamente confunda a versão oficial dos fatos com a realidade.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

As mariposas e a luz


POR JORDI CASTAN




É sabida a atração que as mariposas têm pela luz. São atraídas por ela num baile que não poucas vezes acaba inclusive de forma trágica.

Como sucede com as mariposas, há pessoas que sentem uma atração quase mórbida por holofotes, microfones e câmeras. Não podem ver um jornalista que apressam-se a dar entrevista. E como algumas vezes  não têm muito para dizer, o resultado acaba sendo a sobre-exposição. Uma boa assessoria deve recomendar o nível adequado de exposição para quem tem uma predisposição natural em se sentir, como as mariposas, atraído pela luz intensa.

Se há disponibilidade para participar de tudo quanto é programa de entrevistas, tanto em rádio como em televisão, é provável que esteja faltando o que fazer. Entre políticos é voz comum que aquele que não tem muito que fazer acabe arrumando o que fazer e isso não sempre é bom. O ideal é concentrar-se no trabalho, mostrar resultados o quanto antes e procurar dedicar menos tempo a dizer o que será feito. Os eleitores já aprenderam a diferenciar entre o discurso e a prática. Nada fala mais alto que o resultado do nosso trabalho.

Políticos confundem, com frequência, a diferença entre o mundo real e o mundo da fantasia. E acreditam que o lançamento da pedra fundamental de uma obra, a assinatura da ordem de serviço ou a instalação do canteiro de obra são fatos concretos e que a obra será concluída no prazo e dentro do custo orçado. Sabemos que não há nada mais longe da verdade.


Como no dito popular: “Del dicho al hecho hay mucho trecho” que,  numa tradução livre, poderíamos dizer que há uma grande distância entre a palavra e a ação. Ou encontraremos na cultura popular  outra forma de transmitir a mesma mensagem: “falar é fácil, difícil é fazer”. Até agora a parte fácil está sendo feita de forma exuberante, mas está começando a chegar a hora de fazer a difícil.

Alguém deveria lembrar que foram eleitos para governar, não para passar o dia dando entrevistas. E recomendar aos políticos locais que cuidem um pouco mais sua imagem e que não cometam o erro da sobre-exposição antes de hora. Acredito que devem contar com uma boa equipe de assessores que os aconselhem. Se não os tem, uma recomendação é ter um espelho em casa.






terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O carnaval está terminando... e 2012, começando?

POR CHARLES HENRIQUE
Pode parecer clichê, mas é a realidade brasileira. O carnaval está acabando, e o ano, finalmente, está começando. Após as manifestações culturais da maior festa brasileira (que em certos momentos mais se parece com um subterfúgio social para o sexo), temos nove meses para correr atrás do prejuízo já acumulado neste começo de ano. Para os órgãos públicos esta é uma velha máxima todos os anos.

Aqui em nossa cidade acompanhamos uma bela festa de carnaval, principalmente se considerarmos que até cinco anos atrás nada existia por aqui. A Fundação Cultural de Joinville (FCJ) fez um belo trabalho em todos os anos, e sem a ajuda do Governo do Estado, que ignora Joinville e investe no carnaval de cidades que metade dos joinvilenses nunca ouviu falar.

Tirando isso, a cultura infelizmente não se resume apenas à festa de Carnaval na Rua Rio Branco e na Praça Dario Salles. A FCJ dá importância exacerbada para esta festa, e esquece-se da difusão cultural promovida por outros projetos e pelos seus aparelhos públicos. Nesta atual gestão, ações que levavam as políticas públicas para os bairros (como a Caravana Cultural e o Curta nos Bairros, por exemplo) simplesmente deixaram de existir, sem ter nenhuma intervenção na periferia da cidade. Quem intervém na periferia são os artistas contemplados pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento da Cultura, o SIMDEC. Uma ótima forma de ajudar os artistas que não pode ser confundida com “terceirização”, entretanto, está.

Resta-nos aqui alertar que os museus de Joinville pedem socorro. Várias interdições irão marcar a política cultural joinvilense do começo deste século. O último a ser interditado foi o Museu do Sambaqui, referência mundial para os especialistas. Casa da Cultura está com uma reforma interminável, Estação da Memória, Museu Fritz Alt, Centreventos eTeatro Juarez Machado com problemas. Onde vamos parar? Não adianta dar a desculpa de que é uma “herança maldita” de gestões anteriores. Caso sabia-se do problema, por qual motivo não foi consertado? Não adianta ser omisso com o problema deixado pelo antecessor...

Está na hora da FCJ avaliar sua atuação, e, lembrar: a política cultural da cidade não se resume apenas a carvanal e SIMDEC. E mais: ter a dedicação que tem com o carnaval para com as outras áreas da cultura aqui na cidade; só assim teremos de fato uma difusão das idéias e do conhecimento, cujo ganho social é incomensurável. Será que o ano só começa agora para a FCJ?