quarta-feira, 30 de novembro de 2011

É aniversário da Novembrada

POR ET BARTHES

Hoje é aniversário da Novembrada. Se você não sabe a respeito, foi uma manifestação contra a ditadura militar acontecida em Florianópolis, no dia 30 de Novembro de 1979. O então presidente João Figueiredo fez uma visita à capital, mas o pessoal – em especial os estudantes – não estava exatamente feliz com a presença do homem. E o tempo esquentou. Mas passado tanto tempo, tem gente que sente saudades do homens da ditadura e até lembra desses tempos com carinho. É o que mostra o comentarista neste vídeo.

Os deputados e a piada pronta


JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Você está contente com o seu salário? Ou, como a maioria de nós, acha que merece ganhar mais? Acho que é justo a gente querer mais, porque às vezes até os deputados se queixam, imaginem só. Não sei se o leitor e a leitora lembram, mas na semana passada, ao comentar a questão das diárias de R$ 670, o deputado Darci de Matos disse que até achava pouco.
Fiquei preocupado com a penúria dos deputados e fui ver como estavam a ganhar os representantes do povo na Assembleia Legislativa. Não os salários, porque esses são de conhecimento geral, mas tudo aquilo que eles custam. Dei uma olhadinha no Portal Transparência e devo dizer que vi alguns casos no mínimo interessantes.
1. O que dizer do deputado Clarikenney Nunes que, entre abril e outubro, gastou cerca de R$ 18 mil só em correspondência. Houve um mês em que os gastos chegaram a R$ 6,2 mil. Haja cartas. O leitor pode estar a pensar que é uma gastança e essas coisas. Eu não penso assim. De fato fico preocupado com a saúde do deputado. Todos sabemos que dá o maior barato quando uma pessoa inala cola. Imaginem então que o tal deputado tenha lambido todos os selos das correspondências. O homem corre o risco de apanhar uma grande pedrada e sai por aí falando besteira.
2. E por falar em falar (perdoem a cacofonia), nesse mesmo período o deputado Nilson Gonçalves gastou a ninharia de R$ 32 mil em telefonemas. Só no mês de outubro foram nada menos do que R$ 12,4 mil. Gente, nada de incomum. Afinal, R$ 12,4 mil é um valor normal, coisa que qualquer um de nós gasta lá em casa. A minha grande preocupação é com a saúde e a aparência do deputado. Afinal, de tanto falar ele ainda acaba com problemas nas pregas de epitélio. E uma pessoa que gasta tanto tempo ao telefone corre o risco de ficar sem orelha, porque gasta com a fricção. Depois vem alguém e começa a chamá-lo de Van Gogh e está entornado o caldo.
3. Ah... e tem o deputado Darci de Matos, pré-candidato a prefeito (se resistir ao fogo amigo e às previsíveis facadas nas costas) que mantém um escritório de apoio. E que hoje custa uma média de mais ou menos R$ 1 mil por mês aos cofres públicos, em telefone e energia (a despesa total foi maior, em outros tempos). É muito pouco, leitor e leitora. Assim não é possível manter uma estrutura a funcionar e o tal deputado ainda acaba tendo que pedir peças de mobiliário emprestadas aos amigos.
4. Mas não fiquem preocupados. Porque, ao que parece, a Assembleia Legislativa está a pensar na qualidade de vida de todos os deputados, de norte a sul do estado. É o que indicia um contrato também no Portal Transparência. Uma empresa de consultoria vai receber a bagatela de R$ 1,8 milhão (repito: R$ 1,8 milhão) para tratar de coisas como “levantamentos de dados, registro, coleta e análise de fatores, coordenação de eventos, marketing institucional e gestão de crise, veiculação e divulgação, relacionamento com a sociedade, programa de qualidade de vida e aferição motivacional”.
Perceberam? Programa de qualidade de vida e aferição motivacional. Não sei do que se trata, mas tenho certeza de que vale cada tostãozinho dos impostos. Os nossos deputados estão salvos. E, imagino, a tal empresa deve partilhar esse ambiente de felicidade. Com uma grana dessas, eu estava para lá de motivado e com uma qualidade de vida de fazer inveja.
Ah... a esta altura deve ter gente a perguntar onde está a piada pronta do título. Alguma dúvida? Eles fazem tudo isso na maior descontração. A piada pronta é você, eleitor.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O último ato dos Vereadores em 2011: a reforma do regimento interno

POR CHARLES HENRIQUE

Esta semana estive muito focado na repercussão das diárias dos deputados, e também fiquei pesquisando muito sobre os outros temas que estudo. Confesso que não via nada de novo na política local para comentar. Entretanto, uma luz no fim do túnel apareceu!

A Câmara de Vereadores de Joinville reavivou a discussão sobre o regimento interno, documento que dita as principais regras do legislativo. Ela é antiga, e está tendo um tratamento extremamente moroso nas Comissões e discussões "em off" dos Vereadores. Entretanto, algumas propostas de alterações no dia-a-dia de nossos representantes são tão polêmicas e irracionais que proporcionam um debate que precisa ser levado à sociedade como um todo.

No início, alguns eram favoráveis à realização de sessões ordinárias as dez horas da manhã, com a desculpa que, se a sessão fosse noturna, o vereador teria o seu trabalho prejudicado, pois não poderia atender a população. Os valores estavam invertidos. O trabalho do vereador consiste muito mais em legislar e fiscalizar do que ser um cabo eleitoral no bairro. E se preciso for, visite a comunidade durante todo o tempo que resta.

As sessões devem começar às 19h para o incentivo do acompanhamento dos trabalhos por parte da população. Sorte nossa que essa ideia, ao que parece, "morreu na casca". (Ok, você leitor pode pensar: mas as principais discussões ocorrem nas comissões... sim, ocorrem. Só que a aprovação de fato acontece no plenário...)

Agora a bola da vez é a volta do recesso de julho. Pois é, além de 60 dias sem sessões entre 15 de dezembro e 15 de fevereiro, querem mais generosos dias em julho. Um retrocesso, pois tempos atrás retiraram esse absurdo das regras da casa. Agora ele voltará. Enquanto isso, o trabalhador que está sob a égide da CLT sofre para pegar 20 dias de férias, e ainda vende os 10 que restam para ter uma graninha a mais na folha de pagamento! É por essas e outras que considero a reformulação no regimento interno o último (e horroroso) ato do legislativo joinvilense em 2011...

Qual a resposta dos deputados sobre as diárias?

POR CHARLES HENRIQUE

Na semana passada mostrei na rádio MAIS FM e também aqui no Chuva Ácida o mau uso do dinheiro público que os três deputados estaduais de Joinville (Nilson, Clarikennedy e Darci) praticavam, principalmente em relação às diárias. Cada um destes deputados citados ganhou uma ou mais diárias para “visitar” Joinville. A denúncia repercutiu e virou o assunto da semana na cidade de Joinville, batendo inclusive todos os recordes do Chuva Ácida.

Gostaria muito de agradecer a todos que compartilharam e replicaram a informação, e também aos que cobraram uma resposta dos deputados envolvidos. O Chuva Ácida não é um meio jornalístico (é um lugar de opiniões sobre os fatos), mas sempre abrirá o espaço para as defesas de quaisquer citados nos posts. Só o deputado Darci me procurou (deu a mesma versão que esta na matéria). O restante, só indiretas via twitter ou recados via assessoria.

Pois bem, a rádio MAIS FM fez uma reportagem com os deputados, ouvindo a versão deles. O link está no final deste post. Agora cabe a cada um pesquisar, refletir e tirar suas próprias conclusões sobre este dinheiro que é nosso. E você leitor, pode ter certeza: estamos de olho (e o Ministério Público também)!

Ouça a reportagem do departamento de jornalismo da MAIS FM: http://is.gd/3ZVDLc

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cornetas

POR FELIPE SILVEIRA

Não sei se algum de vocês já reparou, mas eu falo muito de políticos. Ou melhor, não falo muito mal de políticos. Isso não significa que eu goste deles ou que concorde com a maioria das atitudes. Muito menos que eu ache que eles não devam ser criticados. Muito pelo contrário. A coisa que eu mais gosto de fazer é discutir sobre isso. No entanto, prefiro fazer em outras rodas.

O motivo para isso é muito claro. Acho que o problema está muito mais no eleitor, no cidadão, do que no político. Desse você já não espera muita coisa. A fama de safado, incompetente e mentiroso, quase sempre, procede. Já o eleitor, pra mim, deixa muito mais a desejar.

Duas coisas me fizeram refletir bastante aqui no Chuva Ácida, sobre isso. A primeira, o texto do Upiara, que falava sobre as picuinhas às quais somos tão ligados. A segunda está no texto mais recente da Maria Elisa: “Talvez, Joinville não esteja tão interessante. Os mesmos nomes, os mesmos grupos, as mesmas velhas disputas. [...] Ando mais interessada nas coisas que transcendem a nossa "bolha". De Belo Monte a Occupy Wall Street, o mundo ferve de questões importantes e que deveriam nos mobilizar mais.”

O primeiro caso, das picuinhas, me parece o mais grave. Tem sido horrível hoje em dia discutir o governo municipal com seriedade, por exemplo. Eu vivo defendendo o governo Carlito, mesmo sendo de um partido que se opõe ao PT, por causa do tanto de bobagens que a cornetada reverbera por aí. É muito cansativo. A falta de vontade de pensar somada com a raiva resulta em coisas pavorosas. Já sobre o segundo caso, tenho só um comentário. O mundo mudando o seu jeito de ver e fazer política e a gente está aqui olhando pra trás.

Agora, pra exemplificar o que estou falando, vou citar um caso:

Semanas atrás, uma parte da pista de skate do Parque da Cidade, aquela que parece uma piscina, ficou cheia de água, após uma chuva. Alguém fez uma foto e a coisa começou a rolar nas redes sociais, principalmente no facebook. Tinha gente que ria, gente que chamava o prefeito de burro, gente indignada... Enfim, o prefeito era o grande culpado porque “fizeram a pista e não pararam pra pensar no escoamento”. A partir disso, a primeira coisa que eu perguntei: "como é que a pista já está pronta há meses e nunca encheu?" Opa... aí tem gente que já começou a pensar. Mas, claro, havia os que continuavam dizendo que o Carlito havia feito M.

Quando a empresa que fez a pista foi verificar o que aconteceu, encontraram até garrafa pet na tubulação da pista, além de sacolas plásticas e outros objetos. Isso provou que a proteção de ferro foi arrancada e o garrafa foi colocada propositalmente lá dentro. E agora, a culpa é do prefeito?

E esse é só um caso. Eu não quero defender o Carlito, tenho críticas ao governo. Mas, nesse mar de bobagens, de raiva, de inveja, às vezes me vejo obrigado a fazer isso. Às vezes, me parece, inclusive aqui no blog, que as pessoas só querem munição pra bater mais ainda na administração.

Acho que olhar para o umbigo pode ser um exercício interessante. Não para exaltar a si próprio, mas pra ver se enxergamos um pouco mais de nós mesmos.

Na imagem, cedida por Christian Amorim, fotógrafo do Portal Joinville, o ralo da pista, em destaque (círculo vermelho), no dia da inauguração do Parque da Cidade.

domingo, 27 de novembro de 2011

Patrimônio da humanidade

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É, leitores do Chuva Ácida, a notícia pode não interessar para a maioria, mas aqui deste lado do Atlântico estamos todos a comemorar. É que o fado foi eleito, pela UNESCO, como patrimônio da humanidade (como o samba também foi há alguns anos). Aliás, para quem não sabe, as origens do fado também estão no Brasil. E para marcar a data, deixo aqui uma música da sereia fadista Ana Moura que, além de todos os atributos visíveis, também canta um pouquinho.

Com a palavra...o leitor


Caro Charles, assim como os demais, gostaria de parabenizá-lo pela informação. O grande problema, e a maior tristeza de quem leva o seu voto a sério, é que esses deputados, assim como a maioria dos nossos vereadores, senadores e etc., são eleitos e reeleitos por pessoas que trocam seu voto por almoços, dentaduras, cerveja e coisas piores... pessoas que até reclamam nas raras vezes que vêem ou dão importância para informações como aque você postou, mas ficam com "amnésia" na hora de votar...

INA

Louvável a sua tentativa de justificar, ou explicar, a diferença entre o "legal" e o "moral".Louvável, também, o alerta para que não nos açodemos em condenar, a priori, no calor da discussão. Lição aprendida! O estranho é a sua evidente preocupação com a defesa do deputado Kennedy, especificamente. Aliás, diante dessa “amostragem”, me pergunto: quantos, e por quanto tempo, além dos listados,“cometeram” o mesmo ato “legalmente imoral”? Essa pesquisa poderia ser muito reveladora, não concorda, Sr. Baço? As reproduções dos documentos falam por si, principalmente uma das do deputado Kennedy, cujas cidades não ficam em um raio médio maior do que 60km, à partir de Joinville.

Nico Douat

Maldade, como deputado considero um excelente músico, bom twitteiro desde que não seja cobrado. Deveríamos aumentar o número de deputados para 150 para melhorar nossa representatividade com outros da mesma "qualidade"

Dirk

Adorei o "Não fica claro, mas é possível que tenha tido alguma ação como deputado." Como falei, não entendo o porque de verba p/ final de semana, muito menos para os dias (terças, quartas equintas) que deveriam estar trabalhando na assembléia. Ou isso demonstra que não tem tanto trabalho assim por lá ou que eles não estão muito interessados nos assuntos desses dias em que ficam "viajando". Ilegal pode não ser, mas é mais uma lei que eles próprios criaram para si. Imagina o que acontece no Congresso? Precisamos ficar mais atentos e que mais e mais atos dessa natureza sejam divulgados.

Marili Tironi

Por isso que eles fazem, todos esses trambiques ,o povo demora a notar e aceitar que esta sendo passado para tras, e a minoria que sabe disso nao tem forças ou nao se une p/ enfrente esse bando de servegonhas que so aparecem em epoca de eleição e nao mostrao nada de trabalho!!!

Maykon

Concordo plenamente o valor é alto demais. MaisGuilherme A. Heinemann Gassenferth, no mês de setembro sai do colégio e fuialmoçar! Lá estava o Dep. Darci de Matos, apos o almoço notei que ele pagou oalmoço de no minimo 10 trabalhadores de uma obra próxima. Não quero defenderninguem, mais desse jeito sai caro mesmo! Meu almoço deu 16 reais x 10 =160 Reais

Guilherme Vazz

Meu povo, só pra salientar, tem gente nesse meio que vai concorrer a vaga na prefeitura ano que vem, vamos ficar de olho e não votar nessa cacalhada. Todos mensionados nesse post se dizem honestos e de boa indule, imaginem só o que não vão fazer quando prefeito. Provavelmente vão solicitar diarias para visita no mirante, mais uma no zoobotanico, outra na casa da cultura e com certeza a mais cara de todas as diarias para fazer visitaao fritz no Rio Cachoeira. Otimo post camarada vamo divulgar isso sim

Vinyl Hits

Meu deus! Um blog de pessoas pensantes em Joinville?! ADOREI!!

Fernanda


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pelo fim da violência contra as mulheres

Maria Elisa Máximo

Pois é, pessoal: eu não "arriei"! Estou aqui, cheia de vontade de escrever, mas com pouquíssimo tempo. O ano está acabando, mas as coisas a fazer não diminuem. Pelo contrário, parece que elas se multiplicam, obrigando-me a estabelecer prioridades. Mas, vamos lá. Prometi que iria escrever hoje, sexta-feira, sem saber ao certo sobre o quê. Afinal, o blog anda sintonizado numa temática sobre a qual eu não desejo comentar. Até mesmo porque tenho estado bem por fora dos últimos acontecimentos locais, tomando conhecimento apenas do básico. Talvez, Joinville não esteja tão interessante. Os mesmos nomes, os mesmos grupos, as mesmas velhas disputas. Não me surpreendeu o escândalo das diárias; onde o Kennedy Nunes esteve ou deixou de estar é a última coisa que me preocupa; não tenho opinião sobre o aumento do número de vereadores (mesmo tendendo a ser a favor); as alterações no zoneamento me tocam, mas não creio que sejam capazes de me mobilizar. Sobre o Parque da Cidade ainda quero comentar, fazendo um contraponto ao post do Charles. Mas fica pra outra hora.

Ando mais interessada nas coisas que transcendem a nossa "bolha". De Belo Monte a Occupy Wall Street, o mundo ferve de questões importantes e que deveriam nos mobilizar mais. Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional de Luta pela Não Violência contra as Mulheres. E eu, como a única mulher a escrever neste blog, não poderia deixar passar em branco. Fiquei o dia todo aguardando pra ver se algum de meus colegas se adiantariam pra falar do assunto. Infelizmente isso não aconteceu, porque teria sido ainda mais significativo se um homem tivesse tido esta lembrança. Ao contrário, acabamos por naturalizar o sexismo: enquanto os homens falam de política, economia, etc, as mulheres falam de ... mulheres. Não, não me entendam mal. Não se trata de uma crítica aos meus colegas, longe de mim. Trata-se, sim, de uma tentativa de chamar atenção para algo que me incomoda bastante: os homens ainda não se sensibilizaram, de um modo geral, para as lutas que tocam especialmente as mulheres. Se eu estiver errada, por favor, me digam.

O "Dia" foi instituído há 3o anos, pela ONU, e, é claro, tem como objetivo conscientizar as pessoas para o problema que mulheres do mundo inteiro vivenciam cotidianamente. Este ano, a REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) lançou a campanha Quem ama, abraça! e convidou uma série de artistas para apoiar a causa, através de um clipe que será veiculado entre hoje e 10 de dezembro nas principais emissoras de TV abertas do país. O clipe é bacana, a mensagem é importante e os artistas, muitos deles, são "biscoito fino".


Estima-se que
"uma em cada cinco mulheres seja vítima de estupro ou de tentativa de estupro. Mulheres com idade entre 15 e 44 anos apresentam maior risco de sofrer violência sexual e doméstica do que de serem vítimas de câncer, acidentes de carro ou malária. De acordo com dados oficiais, no Brasil, 48% dos homens já agrediram uma mulher, e 14% destes, acreditam que agiram bem" (Primeira Edição, 25/11/2011).
Sem falar do humor que, na minha opinião, é um espaço de expressão da violência contra as mulheres difícil de ser minado. Nos programas humorísticos na TV, sobretudo em canais abertos, são comuns as expressões de machismo, misogenia, sexismo, de rebaixamento da mulher à condição de "objeto" e de violência simbólica. Vide o caso do Rafinha Bastos e da sua declaração sobre o estupro. E ainda tem gente que acha engraçado, que o humor se justifica por si só.

A Lei Maria da Penha, criada há 5 anos, representa um avanço importante. Mas ainda há muito o que avançar nesse sentido e qualquer campanha bem intencionada merece ser difundida. Portanto, assistam, busquem entender e compartilhem.

P.S: Anônimo, agradeço a gentil observação. O nome da lei já foi corrigido ;-)



Caiu na tempestade é peixe

POR ET BARTHES

A natureza tem coisas muito estranhas. Na região de Skokomish Valley Road, em Seattle, nos EUA, uma tempestade que alagou a estrada. E os salmões tentam fazer a travessia. Se os outros conseguem, o que está no foco do filme parece ter dificuldades.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Estranho, muito estranho


Por JORDI CASTAN
 Somos responsáveis pelo que fazemos e também pelo que deixamos de fazer. Omissão e ação são, muitas vezes, faces da mesma moeda. É a nossa omissão generalizada e sistemática que dá liberdade aos legisladores para descumprirem sua função principal: fiscalizar as ações do executivo e legislar sobre as coisas públicas e de interesse do coletivo.
 Dar destino nas “sobras” do orçamento ou fazer alterações pontuais de zoneamento parece a prioridade neste momento. Erro duplo. Primeiro, por classificar como sobra o recurso financeiro que deveria ser de destinação coletiva. Segundo, por tratar de tema de exclusividade do executivo municipal.
 Os nossos vereadores deveriam, por obrigação constitucional, fiscalizar a administração da coisa pública. Não parece que estejam se esmerando muito. Saber pela imprensa que o repasse obrigatório da empresa operadora do Cartão Joinville está 18 meses atrasado indica pouca perícia. Quem responsabiliza, fiscal e administrativamente, a empresa controladora do contrato? Evidencia, também, pouca fiscalização do responsável eleito e remunerado para executar esta função e que, preocupado com outros interesses – eu diria menores –, não o tem feito com a frequência e diligência que os eleitores esperam.
Os nossos vereadores parecem pouco interessados em tomar conhecimento do que possa haver por trás das pressões, cada vez menos sutis, para aprovar mudanças pontuais de zoneamento. Ou para aumentar, de forma continuada, o perímetro urbano com pouca ou nenhuma base técnica e social ou através de eufemismos e subterfúgios, como no caso das ARTs (Areas Rurais de Transição). A pergunta é: transição em direção a quê?
Some-se ainda a posição firme, quase insolente, de figuras destacadas da nossa sociedade, manifestando-se publicamente pela aprovação, a toque de caixa, da Lei de Ordenamento Territorial, ainda este ano, sem um amplo e necessário debate democrático. É uma atitude que deveria no mínimo deixar o eleitor com uma pulga atrás da orelha.
 Curiosa também é a realização de novas audiências públicas sobre temas que foram rechaçados pela maioria da população nas plenárias. A manifestação contrária da sociedade aos interesses pontuais de alguns legisladores foi olimpicamente desconsiderada. Os mesmos que, estranhamente, convocaram novas audiências públicas para debater uma e outra vez o mesmo tema, com a esperança de poder aprovar o que a sociedade insiste em não querer. Os casos da Rua Aquidaban e da Estrada do Oeste são os mais recentes. E as novas convocações de audiência devem levantar mais dúvidas que certezas.
Surpreende ainda que o mesmo legislativo que aprova as leis ignore o seu cumprimento. O que dizer do silêncio constrangedor ao receber, fora do prazo, o projeto de Lei de Ordenamento Territorial, encaminhado pelo próprio prefeito municipal? É bom lembrar que a lei 318/10 do macrozoneamento foi publicada no jornal do Município no dia 22 de outubro de 2010 e estabelecia um prazo de 1 ano para que a LOT fosse encaminhada ao legislativo. Prazo que não foi cumprido, sem que fosse dada qualquer justificativa.
Tente o munícipe entregar requerimento ou solicitação fora do prazo ou pagar imposto depois da data e compare o tratamento recebido de qualquer um dos três poderes. O executivo não deveria deixar de cumprir prazos legais. E o legislativo não deveria ignorar atrasos nos prazos legais estabelecidos pelas leis que o município aprova e sanciona, sob risco de perder ainda mais a credibilidade.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

É preciso esclarecer, deputado Clarikennedy

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É ilegal um deputado receber diárias de R$ 670 pelo tempo que está na própria cidade? Claro que não. Mas mesmo sendo legal, os deputados correm o risco de ouvir, de muitos eleitores, a acusação de estarem a legislar em causa própria, oferecendo a si mesmos polpudas diárias (apesar de eles acharem que é pouco).

Mas há outra pergunta que todos os eleitores podem estar a fazer: é moral? Parece que no plano da moralidade os deputados precisam dar explicações aos seus eleitores. E, pelo que podemos ler nos comentários aqui no Chuva Ácida, o caso que está a provocar reações negativas no eleitorado.

O fato é que há um clima de dúvida. No caso de Joinville, seria bom que os deputados representantes da cidade fizessem esclarecimentos cabais – e detalhados –, para que não pairem incertezas. É bom para a democracia e é um direito do eleitor. Ontem o deputado Clarikennedy Nunes escreveu no Twitter que o “procedimento de prestação de contas e controle de tráfego exigem que a cidade origem das viagens seja colocada no roteiro”. O deputado Darci de Matos explicou o mesmo.

Vamos tentar entender. Mas antes de começar deixo um aviso. As linhas que seguem não pretendem por em dúvida a honra de qualquer político. Mas há questões que merecem ser esclarecidas, por uma questão de transparência. Do ponto de vista moral (nunca legal), o que o eleitor pode pensar do caso do deputado Clarikennedy Nunes, pré-candidato a prefeito de Joinville, que recebeu R$ 3.350 de diárias no período de uma semana?

Segundo os documentos apresentados por Charles Henrique, aqui no Chuva Ácida, o deputado teria recebido cinco diárias entre os dias 22 e 28 de setembro por estar em São Bento do Sul, Joinville, Abelardo Luz, Itajaí e Pomerode (os fac-similes estão no texto de ontem). E hoje surgiu a explicação do “ponto inicial” das viagens.

Quem acompanha o deputado Clarikennedy Nunes pelo Twitter sabe que ele é profuso e gosta de informar aos seus seguidores onde está a cada momento, no Brasil ou no exterior. Uma rápida pesquisa nos twitts desse período mostra onde ele esteve nesses dias. Enfatizo – com o objetivo de evitar mal-entendidos – que é uma visão limitada pelo que o Twitter permite saber. O deputado pode ter outras atividades que não registrou na rede social.

Dia 22 - Falou na AL em Florianópolis. Foi para São Bento do Sul entregar um ônibus à APAE local. E rumou a Joinville, onde à noite foi ver uma competição do Bom Jesus.

Dia 23 - Permaneceu em Joinville. Pela manhã teve uma reunião com uma equipe técnica - a que chama GT2012 - para definir o futuro governo de Joinville (com ele de prefeito, claro). Mais tarde teve uma reunião com o pessoal de uma igreja. E à noite foi para uma filiação no PPS. Não é possível perceber se realizou trabalho como deputado, mas pode ter acontecido.

Dia 24, 25 e parte do dia 26 - Passou por Curitiba, Foz do Iguaçu e participou de um evento religioso em Marechal Cândido Rondon. Também anunciou uma ida a Rolândia, no Norte do Paraná. No dia 26, visitou uma fábrica e voltou a Joinville para, segundo escreveu no Twitter, para dar um seminário de Comunicação e Liderança. Os dois primeiros dias foram um fim-de-semana, que é livre e certamente não remunerado. E no dia 26 também não deu para perceber se teve alguma ação enquanto deputado.

Dia 27 - Tudo indica que ainda em Joinville. Teve uma reunião com o futuro secretário da SDR JOI. Também postou um twitt a reclamar que o jornal AN deu a notícia mas não revelou o autor de outdoors contra mais vereadores. Não fica claro, mas é possível que tenha tido alguma ação como deputado.

Dia 28 - Diz que teve um dia puxado na região de Abelardo Luz (540 quilômetros de Florianópolis e 450 quilômetros de Joinville). Ah... escreveu que estava tentando chegar a tempo para a reunião do PSD em Joinville, onde parece ter permanecido.

Como podem ver, Clarikennedy Nunes teve dias cheios. Mas, pelo que se viu no Twitter (e, repito, isso não permite ver o todo) nem sempre ficou caracterizado que estava a trabalhar nas funções de deputado. Ah... o leitor mais atento deve ter percebido que não há referências a Itajaí e Pomerode, que seriam cidades de origem a duas diárias. Sem problema.

Talvez seja apenas o abastecimento do carro. Também é provável que ele tenha esquecido de fazer o registro das idas a essas duas cidades nas redes sociais. Aliás, até me preocupei em procurar alguma notícia na internet e não encontrei respostas. Ou talvez ele tenha participado de acontecimentos sem interesse jornalístico, o que é perfeitamente possível.

Repito. Não estou a por em causa a honorabilidade de ninguém. Mas enquanto os políticos não clarificarem a situação, os eleitores podem cair na tentação de fazer julgamentos errados. Aliás, confesso, entender onde estão os pontos de partida é complicado.
Mas de uma coisa não devemos ter dúvidas: a coisa é legal. Só que do ponto de vista moral dá o que pensar.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville



POR CHARLES HENRIQUE

Como diria Galvão Bueno, haja coração amigo! Pode ler o título deste post novamente se quiser. É tudo procedente, bizarro, e acontece diante de nossos olhos. Graças a um leitor assíduo de nosso blog e muito atento aos bastidores políticos (ele poderia muito bem seguir a linha do jornalismo investigativo), fiquei sabendo dessa prática na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

Ao pesquisar as diárias que Darci de Matos, Clarikennedy Nunes e Nilson Gonçalves receberam neste ano de 2011, me surpreendi com as várias diárias para “visitas” a Joinville. Mas, tem um detalhe: é sabido e certo que eles moram em Joinville e tem aqui o domicílio eleitoral. Como classificar esta atitude? No mínimo é um mau uso do dinheiro público. E o outro detalhe: R$ 670,00 para cada diária!! Presume-se, portanto, que o deputado estadual sai de sua casa, toma café, almoça, janta e dorme num hotel de Joinville e o cidadão desembolsa esse valor todo. Não nos esqueçamos que cada um tem uma verba de gabinete gigantesca, carro com motorista, auxílios para deslocamento entre sua cidade de moradia e Florianópolis para acompanhamento das sessões, e várias outras mordomias que o título de deputado estadual impõe. E ainda tem deputado estadual que é demagogo ao ponto de defender a redução no número de vereadores.

Os documentos oficiais da Assembleia provam tudo. Quero ver a desculpa deles agora. Não sou contra o auxílio para viagens, elas devem acontecer. Mas só para um lanche e um almoço. Ponto. Esse valor todo para uma diária é um absurdo, caro demais. E olha que nem pesquisei sobre as diárias de nossos Senadores e Deputado Federal aqui da região de Joinville.

Abaixo seguem os prints dos documentos, e aí, cada um que tire sua conclusão. Inclusive os que acham que os integrantes do Chuva Ácida só “batem” sem fundamento e com parcialidade. E ah! Como eu gostaria de ter acesso ao obscuro mundo do Judiciário, o menos transparente dos três poderes. Quem sabe um dia, Charles... quem sabe um dia...




Obs: esses prints são de relatórios referentes a algumas semanas de setembro/2011 e ainda há muita coisa para se pesquisar nas diárias de nossos deputados estaduais.
Atualização: alguns leitores não estão conseguindo visualizar as imagens. Aqui vão os links diretos dos documentos, agradecendo desde já pelo toque:
http://www.brimg.info/uploads/4/ad7509bd80.png
http://www.brimg.info/uploads/4/12bf980e00.png
http://www.brimg.info/uploads/3/8566f1dd69.png
http://www.brimg.info/uploads/1/0c76ce18b1.png
Atualização 2: A rádio MAIS FM, veículo para o qual trabalho (e dei a informação em primeira mão) já ouviu a versão dos deputados. Mais informações em breve aqui pelo blog ou também na 103,1FM.
Atualização 3: O deputado Darci me ligou pessoalmente agora há pouco (perto das 15hrs) e me garantiu que ele não pega diárias para Joinville, e a cidade de Joinville aparece no relatório por efeito administrativo e ser o seu "ponto inicial" da viagem.
Atualização 4: a Rádio MAIS FM vai publicar amanhã os áudios com as respostas dos deputados. Comentarei resposta por resposta. 7h15 na MAIS FM 103,1.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

McDonalds na mira da defesa dos animais

POR ET BARTHES


E sobrou para o McDonalds outra vez. A organização não-governamental Mercy For Animals fez gravações com câmara oculta na empresa Sparboe Eggs (Iowa, Minnesota e Colorado), fornecedora de ovos da multinacional do fast-food. O filme mostra a crueldade com que os animais são tratados pela empresa. Espaços exíguos, bicos queimados, animais mortos putrefatos nas gaiolas ou até mesmo homens a se divertirem com as aves. Em tempo, a direção do McDonalds já cancelou o contrato com esse fornecedor. As imagens são fortes.


E agora, o que dá pra fazer com 3,5%?

POR FELIPE SILVEIRA

Diz o vereador Bento (PT) que, cortando uma gordurinha aqui, outra ali, dá pra reduzir a verba repassada à Câmara para 3,5% do Orçamento. No próximo, esse percentual será de 4,5. e nesse ano foi de 6%. Mais do que dizer isso, a bancada petista, a governista, propôs uma emenda na Lei Orgânica do Município para que realmente ocorra uma redução do gasto público no próximo ano. Sabendo disso, comecei a me perguntar:

Cadê todo esse povo que é contra o aumento do número de vereadores por causa do gasto público?

Ah, eles (vocês, talvez) não sabiam... entendi.

Então... cadê a imprensa, os colunistas... meu Deus! ONDE ESTÃO OS RADIALISTAS???

Onde está o manifesto da Acij, CDL, Ajorpeme, Acomac??? Onde estão os outdoors??? E os candidatos à próxima eleição... nada?

Enfim, cadê todo mundo que é tão radicalmente contra mais vereadores? Que acha que o mundo vai acabar com mais cadeiras no legislativo? Cadê o tão falado 90% da população contrária ao aumento do gasto que não tá engajada nessa causa?

Apesar de tantas perguntas, o que mais me deixa curioso mesmo é como os vereadores contra mais colegas vão reagir. Só vi uma manifestação, pelo jornal, e era negativa (não lembro qual era). O edil questionava se fazia sentido querer reduzir a verba e aumentar o número de colegas?

Sim, o próprio Bento me falou (numa entrevista) que a ideia da proposta é tentar aumentar as vagas na Câmara, mas que o objetivo era reduzir a verba seja qual for o número de vereadores.
Mas eu, e vocês, não temos nada a ver com isso. O que importa é a redução do gasto, né? Não é o desejo do povo, a vontade da maioria? Se é possível reduzir pra 3,5%, então vamos batalhar pra isso acontecer. Afinal, não é isso que importa?

Em tempo: não sou contra o aumento do número de vereadores. Nem a favor. Muito pelo contrário. Na verdade, ainda não decidi. Quando as entidades se posicionaram contra, eu me posicionei a favor, porque ali tinha alguma coisa errada. Hoje, sinceramente, tanto faz. Questiono muito mais a qualidade do que a quantidade. E, nesse quesito, tá feio o negócio.

sábado, 19 de novembro de 2011

Mobilidade urbana

Quando as ruas pertenciam aos pedestres - Barcelona 1908

Gostar de Joinville não basta


POR UPIARA BOSCHI

Passei dois anos e três meses em Joinville. Olhando assim, parece pouco. Mas durante esse período, pareceu interminável. Joinville não é uma cidade fácil de entender, de decifrar. Até porque ela não parece se esforçar para isso.

Antes de escrever esse texto, perguntei a uma amiga paulistana que passou um dia em Joinville recentemente, quais foram suas impressões sobre a cidade. A primeira palavra que veio à cabeça dela foi "inóspita". Levei um susto, por achar forte demais o termo. E é, como ela mesmo reconheceu.

A amiga não queria dizer que foi mal recebida. Ela achou a cidade vazia, com enormes terrenos desocupados em regiões que lhe pareceram centrais - e eram. Achou que o aeroporto era o menor que tinha visto e que o trânsito, embora não fosse um grande problema, oferecia poucas opções de rotas. Poucas pessoas que conheço são tão paulistanas quanto ela e, certamente, a metrópole é seu parâmetro.

Tinha um pouco de São Paulo na cabeça, mas muito, certamente, de Florianópolis - a cidade que considero minha - quando cheguei na rodoviária de Joinville no fim de 2007, para ficar por uma quantidade de tempo impossível de prever. Que acabaram sendo os tais dois anos e três meses. Não achei Joinville inóspita, mas tive certeza de que ela não gostou de mim. Levou um bom tempo para que conseguíssemos conviver e descobrir afinidades. Na época, a frase que eu mais ouvia quando reclamava da vida joinvilense, especialmente a noturna, era "agora está bom, há cinco anos era pior".

Quando minha amiga paulistana falava de suas breves impressões sobre a cidade, minha vontade era repetir essa mesma frase. Acabei me vendo no papel inverso ao de quando fazia minhas queixas. De repente, era eu o complacente a contextualizar os problemas de Joinville.

Talvez esse seja um dos grandes problemas da cidade. Há sempre quem a defenda, inclusive seus problemas. Ao finalmente ultrapassar a barreira dos 500 mil habitantes, Joinville se vê diante dos problemas que sua dimensão proporciona e dos presentes no cômodo autorretrato que boa parte de suas habitantes enxerga. Nessa mistura, os problemas reais viram polêmicas murchas. A cidade deve ou não ter elevados, o que fazer com as árvores da avenida, quantos vereadores são necessários, etc.

No momento de transição que vive, Joinville precisava descobrir a cidade que é e a que quer ser. E dar às picuinhas entre certos grupos e rivalidades políticas a pequena importância que elas merecem ter no cotidiano de uma cidade desse porte. Ou então vai seguir sendo a mais populosa e mais rica do Estado, mas que não consegue sair de seu imobilismo. Se Joinville avança, leva junto Santa Catarina - este Estado que, na prática, não tem Capital.

E olha que esta opinião, como dizem os bocas alugadas das rádios locais diante de qualquer crítica à cidade, "é coisa de quem não gosta de Joinville".

Upiara Boschi é jornalista, trabalha no Diário Catarinense e passou 2 anos e 3 meses em Joinville, no A Notícia, entre 2007 e 2010.

Twitts para todos os gostos

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A barba do sapo barbudo

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


A ideia era evitar o assunto. Mas parece que a coisa ganhou contornos de fato jornalístico e, como toca na minha área de trabalho, fico à vontade para dar um pitaco. A notícia seria de que Lula teria recebido uma proposta de 1 milhão de reais da Procter & Gamble, detentora da Gillette, para cortar a barba com lâminas da marca.

Antes dos comentários, vamos aos fatos.

1. A notícia surgiu na coluna Radar Online, da revista Veja.

2. A Gillette negou que tal proposta tenha sido feita.

3. Até ao momento em que escrevo este texto ninguém conseguiu provar qualquer coisa nesse sentido.

4. Pessoalmente não sei se houve essa proposta. Li aqui e ali, mas sei tanto quanto qualquer leitor do Chuva Ácida. Ou seja, pouco.

Mas os fatos não interessam. O que interessa às pessoas é aquilo em que elas querem acreditar. Os que odeiam Lula acham que o cara é um safardana e que certamente fez alguma coisa errada. Os que defendem o ex-presidente acham que ele não chegaria ao ponto de deixar a imagem na mira dos detratores.

Em tempo de revolução digital, a opinião pública é baseada muito na emoção e pouco na razão. E passa a valer a lógica expressa na famosa frase atribuída a Nelson Rodrigues:

- Quando os fatos contradizem a minha opinião, danem-se os fatos.

Mesmo assim, vamos analisar os fatos.

É importante salientar que é uma notícia publicada pela “Veja” (poucas publicações de peso repercutiram a nota). Mesmo com o desmentido, a revista insiste na sua versão e diz que a fonte da informação seriam pessoas próximas. Aliás, parece que por lá as fontes são sempre “pessoas próximas”. Ah... o nome é “Veja”. E para bom leitor essa palavra basta.

O fabricante desmentiu a notícia. Mas como profissional de marketing fico a perguntar: e se a proposta realmente tivesse sido feita? Posso estar enganado, mas uma marca líder teria muito pouco a ganhar com uma associação ao câncer. Pode ser que não. Mas o risco parece ser muito maior do que os benefícios para a marca.

Mas os marketeers são seres tinhosos. E fico aqui a imaginar uma solução para criar um goodwill. Porque a percepção dos eleitores/consumidores sofreria uma reviravolta se Lula aceitasse (desde que com um certo recato) e o dinheiro fosse revertido para uma instituição de combate ao câncer. Seria um negócio onde todo mundo sairia a ganhar. Você ia reclamar?

Mas com Gilette ou sem Gillette, tem gente que achou oportunismo a publicação das fotos do ex-presidente sem cabelos e sem barba. Oportunismo? Não, gente. É jornalismo. Aliás, um fato tão relevante do ponto de vista jornalístico que jornais de todo o mundo publicaram as fotos.

Mas de tudo o que se fala e escreve, só uma coisa é certa: o sapo barbudo não tem mais barba.



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POR ET BARTHES

Sem comentários.

A sociedade dos mutirões


Por JORDI CASTAN
Vivemos de mutirão em mutirão. O mutirão das cirurgias represadas, o da limpeza das praias, o da limpeza do Rio Cachoeira, o "tapaburacos", o mutirão disto ou daquilo. A pintura apressada dos meios-fios e a roçada do mato nos canteiros da Beira Rio antes do desfile do 7 de Setembro, são exemplos do nosso cotidiano. O mutirão é o reconhecimento da improvisação. É a celebração da falta de planejamento.

Um dia sim e outro também ignoramos a importância e a necessidade de planejar, de fazer as coisas de forma organizada e de algo tão básico como o manutenção preventiva. A falta de manutenção, e dos mínimos indicadores de eficiência e controle, nos faz passar pela vergonha de ver prédios públicos, sejam eles escritórios, escolas, bibliotecas, hospitais, consultórios, museus ou a própria Casa da Cultura, interditados pela vigilância sanitária ou por oferecer risco aos cidadãos.

O mutirão não é uma exclusividade do poder público. Quem não deixou para estudar na última hora? Quem não se lembrou do carro só depois que nos deixou na mão? Esta falta de previsão forma parte da nossa cultura. Deixamos cair aos pedaços para depois apresentar projetos de revitalização que custam dezenas de vezes mais que o que deixamos de gastar com a manutenção que não fizemos. Quem mora em condomínio sabe que muitos proprietários não querem gastar na manutenção do prédio que aos poucos se deprecia e exigirá recursos muito maiores para a sua recuperação.

O exemplo da Biblioteca Rolf Colin, que permanece fechada à espera de um projeto de uma nova biblioteca pode tardar lustros em se concretizar. Ou a Casa da Cultura que, sem recursos para sua manutenção mais elementar, agora sonha com um novo projeto de revitalização que custará milhões. O resumo é que não temos dinheiro para manter, mas nos lançamos a buscar recursos para construir obras que não poderemos manter. Não seria mais lógico manter melhor o que já temos? Estamos nos convertendo nos proprietários de um patrimônio público ruinoso e decadente. Como aristocratas arruinados que não podem manter o patrimônio que herdaram.

Não prever orçamento para a manutenção adequada do patrimônio público e não atender adequadamente as demandas por atendimento médico e limpeza de rios e córregos poderia ser considerada uma irresponsabilidade dos administradores. Mas os principais responsáveis são os que acreditam que o mutirão é a forma correta de administrar uma cidade.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Afinal, quem é o pai do parque?


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

É um fait-diver, claro. Mas acho que vamos ter que fazer um exame de ADN para definir quem é o pai do Parque da Cidade. Afinal, pelo que tenho lido, aqui e acolá, há pessoas que negam ser uma realização do governo Carlito Merss. E defendem que a paternidade é do ex-prefeito Marco Tebaldi. Ou seja, Tebaldi é o pai, Carlito apenas criou.

Ora, é um imbroglio genético que causa algum espanto. Afinal, na maioria dos casos são os pais que não querem assumir os filhos. Aqui é o contrário. Aliás, o parque ainda nem é conhecido por todos os joinvilenses e já provoca burburinho. Deu para perceber três grupos distintos a falar na questão.

UM - O primeiro grupo é o mais óbvio. É o pessoal ligado ao prefeito, que se esforça para passar a ideia de que, mais que um parque, estamos a falar de uma espécie de éden terrestre. Menos, senhores, menos. Mas dá para entender a euforia. Afinal, estamos a falar de um momento raro na atual administração: a inauguração de uma obra de porte.

DOIS - Um outro grupo é formado por pessoas que acham o parque uma necessidade, mas discordam da forma como foi projetado. É fácil entender. Porque, segundo argumentam, o parque não se parece com o que podemos considerar boas referências. Ou seja, parques mais humanizados, com mais natureza e menos concreto. Mas há uma atenuante: antes esse que nenhum.

TRÊS - O terceiro grupo é formado por pessoas ligadas – emocionalmente e sem interesses pessoais, claro – à antiga administração Marco Tebaldi. E mesmo confrontados com algumas evidências, rejeitam a ideia de que Carlito Merss é o responsável pelo projeto. Ok... leitor e a leitora, aposto que vocês devem estar a imaginar coisas terríveis: que essas pessoas estão louquinhas para voltar aos cargos públicos e blablablá. Nada disso.

Não sejam maledicentes, leitores. Eu garanto que é tudo feito por amor a Joinville e dedicação à forma de administrar do ex-prefeito. Sabe aquele pessoal que foi para as redes sociais dar repetidos parabéns ao prefeito Carlito Merss por ter executado uma obra da gestão Tebaldi? Não foi ironia. Eles estavam a ser sinceros. Afinal, para eles vale a lógica: a César o que é de César, a Tebaldi o que é de Tebaldi.

E mais. Se aquele radialista pergunta onde está o dinheiro deixado por Tebaldi para construir oito parques – e até agora só viu um – não há qualquer maldade ou interesse pessoal. É pura devoção, admiração e reconhecimento pelo talento de um líder político que tirou Joinville do atraso e pôs a cidade no futuro. Não é lindo quando as coisas são feitas sem qualquer interesse e com desapego?

DÚVIDA - Mas preciso confessar. Depois dos depoimentos dessa gente – que , repito, não espera benefícios pessoais e age por pura abnegação – fiquei em dúvida. Afinal, quem é o pai do parque?


P.S. – Sempre que alguém não entende uma ironia, morre um "callichirus major" na praia do Vigorelli.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

As ordinárias solenidades

POR CHARLES HENRIQUE

A Câmara de Vereadores vem praticando algo há muitos meses que desrespeita a Lei Orgânica do Município (LOM) e o seu próprio Regimento Interno (RI): a realização de sessões solenes em dia e horário de sessões ordinárias. Qual seria o motivo disto? E quais os benefícios que isto trará para a sociedade?

O RI é bem claro no artigo 110 e no parágrafo segundo do artigo 118, quando dispõe naquele que “as reuniões da Câmara, salvo deliberação expressa em contrário, serão públicas e terão duração de duas (2) horas, a contar do seu efetivo início, iniciando-se às 17:00h e encerrando-se às 19:00h” e neste que “as reuniões ordinárias serão realizadas nas terças, quartas e quintas-feiras”.

Já para as sessões solenes, estes mesmos dispositivos regulatórios dizem que “as reuniões solenes independem de “quorum” e não terão grande expediente” (art. 110 do RI). Como não há grande expediente com suas votações e deliberações, o processo legislativo fica atrasado, ou então não há tanto trabalho assim a ser feito. Só nesses últimos meses tivemos sessões solenes para Ana Botafogo, Renato Castro, Unimed, Paramédicos do 8º PBM, dentre tantas outras que foram realizadas no horário que projetos deviam estar sendo votados. Nada contra as sessões solenes (a Câmara tem a autonomia de homenagear quem ela quiser), sou favorável à realização delas em horários diferentes das sessões ordinárias, espaços garantidos por lei para discutir e deliberar sobre projetos importantes.

Quem perde neste jogo todo é a população joinvilense, que assiste de camarote a “barrigada” que os vereadores vão dando em alguns projetos, atravancando-os nas comissões e, posteriormente a isso, eles não tem o que votar nas sessões, e “enchem a lingüiça” com homenagens. Ou será que vão acumular tudo e convocar diversas sessões extraordinárias (e remuneradas!) nas semanas que antecedem o Natal (e receber por toda a manobra) para assim “zerar” a pauta? É esperar pra ver.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Vagina, Kagar, Pau Grande e outras esquisitices


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Em tempos de globalização, um nome que parece normal em um lugar, acaba por se tornar uma coisa esquisita em outro. E é claro que a maioria dos nomes só se torna estranha porque as palavras remetem a temas que as pessoas tratam com cerimônia no dia a dia.

Para começar a lista de exemplos, vamos falar no caso de uma pequena vila portuguesa chamada Corte do Pinto. Já imaginou, leitor, se você acaba nessa cidadezinha e o nome é uma promessa? Ou seja, você vai a Corte do Pinto aparece alguém com um instrumento cortante e… zás… Melhor não incluir no roteiro.

E já que estamos no plano das partes mais íntimas, é sempre bom lembrar Pau Grande, em Magé, no estado do Rio de Janeiro, conhecida por ser onde nasceu Mané Garrincha. É um nome sugestivo. Já imaginaram, por exemplo, quando um homem de Pau Grande vem para Floripa e arranja uma namorada do Estreito?

Aliás, diz a lenda que o craque Mané Garrincha deu os primeiros toques na bola no Esporte Clube Pau Grande. Quais seriam os requisitos para a contratação de jogadores do Pau Grande? Será que... Aliás, nem sei se Garrincha correspondia às expectativas criadas pelo nome, mas o certo é que ele ficou famoso porque os seus esportes favoritos eram o futebol e as mulheres.

Por falar em mulheres, o que dizer de uma cidade chamada Vagina. Pois é, existe. É um lugar que fica nos Montes Urais, na Rússia. O mais interessante a respeito dessa cidade é que o nome é compreendido em várias línguas, como o português, o espanhol e até o inglês. Imagine que cena estranha. O turista está a chegar à cidade e o guia anuncia:

- Você está a entrar em Vagina.

Se penetramos no tema Vagina, que tal lembrar da vila de Cabaços, também em Portugal. Imagino que haja muita mata virgem por lá. O lugar em si não tem grande interesse, mas os turistas podem encontrar muitas atrações nas cidades das redondezas. Aliás, uma delas atende pelo singelo nome de Anais.

Ops! Já que chegamos a essa parte da anatomia, é hora de falar em Kagar, uma vila do município alemão de Rheinsberg, a uma centena de quilômetros de Berlim. Eles tem até um site na internet (www.kagar.de), onde divulgam a Sommerfest in Kagar. Deve haver poucas coisas mais divertidas do que uma festa em Kagar. Aliás, você pode ficar hospedado na vizinha Repente. Porque ir de Repente a Kagar leva apenas uns 20 minutos.

Ali na vizinha Áustria está uma outra cidade muito interessante, que atende pelo singelo nome de Fucking. O fato é que há apenas uma centena de pessoas em Fucking e a população vem diminuindo. O que é um contrassenso. Como uma cidade chamada Fucking não aumenta de população? Óbvio. A resposta deve ser Condom (camisinha em inglês).

Ah... Condom é um vilarejo francês. Mas fica para outra...

domingo, 13 de novembro de 2011

Jogando água no chope da torcida


POR ALEXANDRE PERGER

Semana passada, fui pego de surpresa por uma notícia que me deixou profundamente indignado. A diretoria do Joinville Esporte Clube resolveu aumentar o preço do ingresso para a final do Campeonato Brasileiro da série C. De 30 reais passou para 50 reais ou 40 se for comprado de forma antecipada. Sendo que durante todo o campeonato, o preço se manteve o mesmo.

Pois bem, há sete anos, quando o recém rebaixado JEC estreava pelo Estadual de 2005, cerca de 10 mil pessoas lotaram a Arena, numa prova de amor ao clube. No mesmo ano, os torcedores continuaram comparecendo em bom número. Nos anos seguintes, mesmo com os sucessivos fracassos e até mesmo com o rebaixamento no Estadual, a fanática torcida tricolor continuou apoiando o JEC.

Este ano, na série C, a maioria dos jogos teve público superior a 10 mil pessoas, com o preço do ingresso a 30 reais. Claro, os sócios ajudam nessa conta, mas muita gente comprava na hora e desembolsava a grana. No último jogo, contra a Chapecoense, foram cerca de 15 mil pessoas na Arena. Muita festa e euforia com o acesso e com a vaga na final.

Mas, justamente agora, quando pela primeira vez o JEC vai disputar a final de um campeonato nacional, a diretoria resolve aumentar o preço do ingresso para 50 reais. É esse o presente que os dirigentes tricolores dão ao seu torcedor? É essa a consideração com quem sempre esteve ao lado do time? Não havia necessidade de, nesse momento, fazer esse reajuste.

Posso estar errado, mas acredito que muita gente ficará de fora, deixará de ir ao jogo. Mas aí vocês podem dizer: quem é torcedor de verdade vai mesmo pagando 50 reais. Mas o torcedor do Joinville não precisa provar mais nada. Outros poderão dizer que o futebol é caro. Sim, concordo, mas esteve caro o campeonato todo e se deu um jeito. Muitas pessoas não têm condições de pagar esse valor. Futebol é diversão, deveria ser acessível ao povo. Cobrar 50 reais pela entrada é tirar de muitos trabalhadores a possibilidade de ir ao estádio.

Acho que o argumento mais plausível nesse momento é: ah, vamos aumentar, eles pagam de qualquer jeito, é final mesmo. Infelizmente, prevaleceu o lucro e não a gratidão na relação entre uma torcida apaixonada e seu clube de coração que acaba de renascer das cinzas.

Alexandre Perger é jornalista e autor do livro "Glória e Fracasso: a história de uma paixão".

O herói do milhão

POR JORDI CASTAN

Que um policial militar do Rio de Janeiro tenha recusado aceitar um suborno de R$ 1.000.000 tem sido uma das notícias mais comentadas nestes dias, numa sociedade em que é comum que com uma contribuição a Nossa Senhora do Cafezinho seja possível não ser multado e sair sem pontos na carteira, é evidente que recusar um suborno como este merece destaque. A duvida é se o destaque é pela recusa ou pelo valor oferecido. Os especialistas informam que os valores praticados pelo mercado são em geral muito menores.

Sem ir muito longe, aqui em Santa Catarina, não é mais novidade que policiais e outros funcionários públicos que deveriam estar comprometidos com a segurança dos cidadãos estejam mais próximos dos marginais, de quem deveriam nos proteger. Ver, ouvir e ler notícias que envolvem diretamente estes agentes públicos, pelo recebimento de propinas e subornos tem se convertido em algo tão corriqueiro, que já ficamos insensíveis. O caso do policial do Rio ganhou notoriedade pela recusa. Tem até gente maldosa que acha que o valor foi tão alto que ele próprio não acreditou que fosse verdade. O importante é que não aceitou e o marginal foi preso.

A banalização da corrupção se dapela quantidade de corruptos e pelo baixo valor envolvido nas transações. Um troco para um cafezinho mostra melhor que nada o nível a que temos chegado. Casos de R$ 20 ou pouco mais, são a melhor prova de que a corrupção é sistêmica, que tanto corruptores como corruptos tem desenvolvido um mercado, emque regras e valores são conhecidos e praticados pelas partes, na maior tranqüilidade.

A informação do próprio Nem, que a metade do seu movimento econômico era destinada a pagar policiais corruptos, casos de policiais escoltando marginais não são raros e mais que envergonhar as corporações, semeam a desconfiança e a insegurança numa sociedade que nãoconsegue mais diferenciar marginais comuns, dos marginais fardados. O resumo éque 90% dos policiais envergonham os 10% restantes.

Um mergulho inesperado

POR ET BARTHES

Mary Lee Fine tem 86 aos e vive numa casa para idosos em Austin, no Texas. E há poucos dias viveu aquela que talvez seja a maior aventura da sua vida. Ao tentar sair para ir às compras, a simpática senhora não conseguiu entrar no carro pelo lado do motorista (um vizinho tinha estacionado outro carro muito próximo). E ela tentou entrar pela porta do lado do passageiro, quase a se arrastar. O problema e que, sem querer, ligou o carro e pôs uma marcha. O resultado é o que se vê no filme: acabou dentro de uma piscina, que por sorte era rasa. A reportagem é da Sky News.