segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O poder da perseguida

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

A imperatriz chinesa Wu Hu, da Dinastia Tang, era uma mulher muito estranha. Mas esquisito mesmo foi o protocolo de governo que ela inventou. Para mostrarem respeito pela sua nobreza imperial, todos os que exerciam altos cargos, além dos embaixadores de outras nações, deveriam obedecer a um ritual: eram obrigados a dar-lhe umas lambidelas na (digamos assim) perseguida.

Ok... os mais pudicos podem deixar de ler a crônica aqui, porque vamos penetrar nesse tema. O caso de Wu Hu é referenciado nos livros de história. E há pinturas daqueles tempos que confirmam a prática. Mostram a imperatriz com a roupa aberta e homens ajoelhados a beijarem as suas partes mais íntimas.

Já imaginou, leitor, o que acontecia nas grandes solenidades de Estado, com centenas de convidados? Deviam ser autênticos banhos de língua. Lá pelas tantas a imperatriz, com certeza, começava a revirar os olhinhos chineses. Talvez o nome Wu Hu seja onomatopaico, inspirado num momento em que ela, inadvertidamente, deixou escapar um gemido:

- Wu hu. Wu huuuuuu.

Mas não pense, leitor, que a imperatriz fazia isso para se divertir. Até é provável que tenha unido o útil ao agradável, mas o que importava era demonstrar o seu poder. Aliás, vale lembrar que não são raros, na história da civilização, os momentos em que as mulheres usaram a perseguida como forma de expressão. Duvida?

Há um antigo hábito das mulheres somalis. Quando queriam ofender alguém, mostravam a dita cuja. Heródoto conta que algumas mulheres egípcias que viajavam pelo Nilo mostravam as partes pudentas aos povos ribeirinhos para mostrar desprezo. Mas terrível mesmo era para os gregos antigos. Se vissem, sem querer, a nudez de uma mulher, os caras achavam que iam ter azar para o resto da vida. Eu, hem!

E se Wu Hu fosse um imperador?

2 comentários:

  1. Não conhecia esta história, porém é interessante para contextualizar.
    Nos tempos atuais ainda exitem certas pessoas que só aceitam ser chamadas pelos seus títulos, por um mero capricho e demonstração de poder.
    Algumas profissões adicionam o título de doutor indevidamente somente para soarem importantes.

    ResponderExcluir
  2. O que tem de jornalista que iria gostar em Baço?

    ResponderExcluir

O comentário não representa a opinião do blog; a responsabilidade é do autor da mensagem