sexta-feira, 31 de julho de 2015
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Dia do Colono: por que comemorar?
VALDETE DAUFEMBACK
No Brasil, desde 1968, mediante a Lei Nº 5.496, em 25 de julho comemora-se o Dia do Colono. Várias festas e homenagens são dedicadas àqueles que têm a função básica de produzir alimentos. Normalmente, quando se usa o conceito colono, a ideia está associada ao sujeito ou aos sujeitos que imigraram da Europa a partir de 1824 para povoar colônias no Brasil.
À época, a intenção do Imperador do Brasil, o então D. Pedro I, era trazer soldados disciplinados para compor e Exército brasileiro da recém nação que se tornara independente politicamente do Portugal, já que ele não confiava nos soldados portugueses porque os mesmos poderiam se rebelar em favor da Pátria-Mãe, a qual não estava muito satisfeita em perder a próspera colônia. O outro motivo relevante que permitiu a entrada de imigrantes em território brasileiro refere-se ao desejo de povoar a região Sul exposta à cobiça de países vizinhos recém formados, somado à necessidade de substituir a mão de obra escrava pelo trabalho livre, já que a Inglaterra pressionava o Brasil para por fim ao sistema escravocrata.
O conceito colono praticamente caiu em desuso, sendo, com o passar do tempo, substituído por lavrador, agricultor, produtor rural, empreendedor rural, de acordo com as exigências do mercado e das leis tributárias e trabalhistas. Entende-se que o colono se caracterizava como proprietário de uma pequena área de terra com o emprego da mão de obra familiar que cultivava para a subsistência e venda do excedente de produção.
Muitas pessoas percebem a agricultura como uma atividade romantizada, cujo executor tratar-se de pessoa livre, dono de seu tempo e de sua produção, o que em parte não deixa de ser real, porém, se observarmos atentamente, esta profissão passou por mudanças ao longo de sua história. Foram as necessidades de adequação às normas que o inseriram em novos conceitos às novas exigências sem, no entanto, oferecer estrutura adequada à permanência de seus descendentes nesta atividade milenar.
Paradoxalmente, o maior abalo da agricultura familiar ocorreu exatamente no período em que o governo inferiu diretamente sobre a economia agrícola prestando assistência e orientação técnica de cultivo ao pretender modernizar o campo, em favor da grande lavoura e da industrialização, a partir dos anos de 1960, quando houve o fenômeno do êxodo rural, invertendo a posição do número de habitantes rurais de 70% para menos de 30% em uma década. Só como exemplo, na década de 1970, uma das maiores bacias leiteiras do estado situava-se no município de Joinville. Hoje, parte da área rural virou chácaras ou pequenos sítios onde residem neorurais, urbanos que fizeram do local sua segunda moradia ou moram lá e trabalham na cidade.
Submetidos à lógica do capital e ao verem seus jovens sendo expulsos da vida rural, os agricultores familiares tiveram que se especializar não somente no plantio e colheita, como também no processamento artesanal e venda dos produtos para agregar valor ao seu trabalho e se manterem na terra.
Neste sentido, a criação do Ministério do Desenvolvimento Agrário foi um alento à agricultura familiar porque permitiu pequenos investimentos à propriedade agrícola que fez a diferença para valorizar o seu produto. Incentivos como a venda de produtos para a merenda escolar por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) o governo federal permitiu a reprodução da agricultura familiar. Mas ainda é muito pouco para assegurar os jovens na atividade agrícola. A grande vitrine que é a cidade continua a atrair para o seu espaço, todos os anos, esse público que já não alimenta muita expectativa em relação ao futuro da agricultura familiar.
Sabemos que a alimentação saudável ainda é possível nas pequenas propriedades que não se curvaram às instruções da Monsanto ou de outras empresas do ramo da arte de contaminação do solo. A agroecologia ou agricultura orgânica é uma valiosíssima possibilidade de valorização à saúde e à segurança alimentar. Mas para isso serão necessárias políticas públicas que fortaleçam as iniciativas da agricultura familiar orgânica, além da formação de uma rede de consumidores conscientes com uma visão macro ecológica de sustentabilidade.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
Tréplica - Vereador Bento não convenceu!
O vereador teria assim a oportunidade de esclarecer o seu
projeto e responder as perguntas que o post fazia e que seguem sem ser
respondidas. Se por uma parte concordamos que é necessário abrir exceções de
regularização para alguns imóveis, em especial residenciais unifamiliares, para
que a família possa regularizar e averbar o seu imóvel, garantindo uma gama de
outros serviços como vender, comprar, refinanciar, etc., por outra, discordamos
diametralmente. Essa não deve ser a regra. Uma das questões que o texto do
vereador Bento ficou devendo é sobre abrir exceções para a regularização de
prédios com 2, 3, 4, 5, 6 e até 8 mil metros quadrados.
Como citamos no post, para a construção de um empreendimento
desta envergadura, é necessário contar com os serviços técnicos de
profissionais, como arquiteto e engenheiro, e há ainda a fiscalização da
prefeitura. Não há como aceitar que construções destas características possam
ter sido construídas irregularmente. Os responsáveis não podem ser novamente
anistiados. É bom admitir o erro nestes casos, e ainda agir com firmeza.
Primeiro fiscalizando a própria fiscalização do executivo e verificando se não
houve omissão ou prevaricação. Não fazê-lo é fazer de palhaço quem constrói
corretamente, dentro das diretrizes municipais.
Ainda pior é que no projeto de lei permite-se a
regularização de imóveis irregulares com alvará de construção até novembro de
2011. Portanto, o vereador pretende conceder uma nova oportunidade de
regularização a obras construídas com posterioridade a LC 312, que estava em
vigor desde 2010. Ou seja, quando essa lei que já foi no seu momento uma forma
de legalizar os ilícitos anteriores já era conhecida e divulgada, ainda tinha obras sendo construídas ilegalmente. Injustificável essa proposta do vereador. Se empreendimentos de grande porte
foram construídos irregularmente, só pode ser porque houve má-fé ou erro
técnico.
Não cabe exceção na lei neste quesito. Nesses casos deve se
aplicar a lei com rigor. A impressão que fica é que enquanto tenhamos no
legislativo vereadores que pensem e ajam como o vereador Bento, Joinville será
uma cidade em que desrespeitar a lei compensa. A proposta parece, a meu ver,
uma tentativa de beneficiar a poucos, usando um discurso social que não tem
consistência.
Lei 340: a solução tanto para o município quanto ao morador
Na segunda-feira, o blogger
Jordi Castan publicou um artigo no qual questionava os interesses do projeto de Lei Complementar
nº 41/2014, de autoria do vereador Manoel Bento. O vereador se dispôs a responder algumas das questões postas e enviou um texto a defender o seu ponto de vista, que
publicamos a seguir.
POR GABINETE DO
VEREADOR MANOEL BENTO
O Projeto de Lei
Complementar nº 41/2014, de autoria do vereador Manoel Bento, propõe algumas
mudanças na Lei nº 340/2011 que preveem única e exclusivamente beneficiar o
cidadão que precisa regularizar seu imóvel construído até novembro de 2011,
quanto o município, que terá mais uma fonte de recursos para aplicar em
diversos setores, como saúde, educação e infraestrutura. A equação é simples e
transparente: se olharmos o passado, veremos que muitos imóveis foram
construídos sem a fiscalização adequada por parte da Prefeitura. Assim foram
surgindo casas, condomínios e outros prédios desrespeitando leis existentes,
tais como recuos de rios, espaçamento entre terrenos, altura física, entre
outros. Entram nesta conta até edifícios públicos, tendo como estimativa baixa
de 30% a 40% de imóveis gerais em situação irregular na maior cidade do estado.
O que fazer nesta
situação? Há dois caminhos: o primeiro e mais óbvio é demolir o que está
irregular. Como esta opção parece ser um tanto quanto radical, tendo em vista o
fato de que prédios públicos, comércios e indústrias desapareceriam, por
exemplo, há ainda um segundo caminho, que é criar um mecanismo de regularização
conforme o erro cometido. O projeto de lei atualmente está sendo discutido na
comissão de Urbanismo da Câmara e leva em conta diversos fatores, valores e
metragens, onde para chegar a um denominador comum houve co-participação da
Seinfra e engenheiros da cidade. Há ainda uma intenção de elevar o valor da
multa pela infração, tomando como base o metro quadrado adicional irregular,
mas é preciso consenso entre todos os vereadores envolvidos nesta discussão.
Entenda O PLC 41/2014
- Quem construiu até
novembro de 2011 poderá protocolar a regularização do seu imóvel desde que
comprove pelo banco de imagens Simgeo ou pelo Google Maps com a data da imagem
do satélite;
- O prazo para solicitar
era dezembro de 2014. Com a nova proposta este prazo será esticado para mais
cinco anos. O contribuinte fica livre para regularizar quando tiver condições
respeitando este período;
- Proposta de
regularização de imóveis localizados sem servidões, que antes eram apenas
caminhos particulares;
Saiba Mais
- Desde sua criação, a
Lei nº 340/2011 já resultou em 1.317 requerimentos de licença para
regularização;
- A referida Lei
resultou em 881 Termos de Ajustamento de Conduta finalizados, contabilizando
mais de R$3,5 milhões de arrecadação aos cofres municipais.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Fascismo, ódio, demência, atraso...
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há alguns anos, quando a economia mundial
definhava, como resultado da lógica de cassino dos mercados, o Brasil se
mantinha firme. Parecia mesmo ser o lumiar de uma nova forma de sociedade,
capaz de crescer e, ao mesmo tempo, investir no social. Muita gente viu aí uma
alternativa à lógica neoliberal, que nos últimos anos foi uma praga a corroer a dignidade das pessoas mundo afora.
Mas nos tempos mais recentes isso se inverteu. Se
antes acreditava-se no Brasil como potencial impulsionador de uma nova forma
de relações sociais, hoje o país parece caminhar para o olho do furacão. Do ponto de
vista econômico, a receita do Governo Federal, que implica na a
redução das despesas e diminuição dos investimentos, é a mesma que levou outros
países para o abismo.
Temos o exemplo dos países sob intervenção da
Troika (Grécia como expoente), onde o ideário neoliberal só produziu
desemprego, miséria e desagregação social. Havia a crença de que cortar
investimentos públicos e subir impostos seria a fórmula para equilibrar a economia. Falhou.
E com uma situação curiosa: aplica-se veneno para curar um doente e quando não
funciona aumenta-se a dose de veneno.
CRISE MUNDIAL - Há uma crise no Brasil, mas ela é contornável. No entanto, a economia tem sido parca em boas notícias. O risco é haver uma nova crise mundial, em especial se
for generalizada e mais profunda. O mundo ainda nem se recuperou da crise do subprime e surge no horizonte o fantasma de uma nova hecatombe: a
bolha chinesa pode estourar e arrastar o mundo para um novo desastre.
É fato que o Brasil está mais resistente às crises
internacionais. Quem não se lembra da tragédia de anos atrás, quando o FMI davas cartas em Brasília? Se a economia internacional espirrava,
o Brasil apanhava uma pneumonia. Tempos difíceis. Mas os especialistas
anunciam que se houver um problema com a economia chinesa, vai sobrar farofa
para todos os ventiladores. Não subestimemos.
CRISE POLÍTICA - O Brasil tem um problema adicional. A
crise política iniciada com os movimentos de contestação ao atual governo, em
2013, retira estabilidade. Foi nesse momento que se acendeu o rastilho para uma crise política antipatriótica e
suicida. Mas a instabilidade criada pela ânsia golpista dos que não aceitam os
resultados das urnas vai para além da política. O tiro no pé gangrena a economia.
Nem é preciso lembrar o ridículo do “apesar da
crise”, repetido à exaustão pela imprensa quando tem que dar boas notícias.
Virou piada para pessoas com pelo menos dois dedinhos de testa. Mas é um ato político sério. Há quem
queira o caos a tudo custo, mesmo que esse custo seja pôr o futuro do país em causa. Os exemplos da insanidade são muitos e incompreensíveis à luz da civilização e da democracia.
Exemplos? Gente que apoia Eduardo Cunha, sobre o qual
pesa uma vasta lista de acusações, desde que ele atue no sentido de derrubar
Dilma Rousseff. Ou gente que dá guarida às ideias entreguistas do tucano José
Serra, que quer oferecer o petróleo nacional a companhias estrangeiras. É loucura. Há mais exemplos, mas interessa apenas mostrar que o Brasil mergulhou numa
espiral fascista e que pode estar a entrar um beco sem saída.
Fascismo, ódio, demência e atraso nada têm a oferecer a não ser o caos. E, claro, servem apenas para enfraquecer o país num momento em que ele precisa ser forte.
É a dança da chuva.
segunda-feira, 27 de julho de 2015
O inferno são os... vereadores. Certo, Manoel Bento?
Diz-se que o inferno esta cheio de boas intenções. Se fizermos
caso do refrão, a nossa Câmara de Vereadores está cada dia mais parecida com o inferno
de Dante. Não passa dia sem que os nossos vereadores surjam com algum novo projeto
coalhado de boas intenções. Pena que na maioria das vezes as boas intenções
tragam junto interesses menos bem intencionados.
O vereador Manoel Bento (PT) ressuscitou a Lei Cardosinho, famosa por permitir a regularização das construções irregulares. É uma anistia
que tinha como objetivo beneficiar os bem intencionados que, por
desconhecimento, houvessem cometido alguma irregularidade. Mas que acabou se
convertendo num prêmio à esperteza e, em alguns casos, à malandragem dos que a sabendas burlaram a lei.
A proposta do vereador Bento é ainda mais ousada que a anterior e incorpora algumas novidades. A mais interessante delas é a possibilidade de
regularização de prédios construídos em desacordo com a LC 312/2010, que é a
Lei de Uso e Ocupação do Solo e rege as construções de Joinville. Somente os
imóveis construídos até agosto de 2011 são passíveis de se enquadrar nessa lei.
O pior nem é a proposta de emenda em si, embora seja
praticamente impossível não identificar no texto uma boa lista de segundas
intenções. A pior é o valor a ser cobrado para poder regularizar. O vereador
Bento, tomado pela bondade e generosidade que lhe é peculiar, colocou na primeira
minuta que para prédios acima de 8.000 metros quadrados, por exemplo, o valor a
ser cobrado seria de apenas 10,10 UPMs (aproximadamente R$2.500,00). O valor
chamou a atenção pelo irrisório e o próprio vereador entendeu que deveria ser aumentado. Ele tentou. Não deu. Paciência.
Não é preciso ser muito observador para enxergar que a regularização de prédios acima de 8.000 metros quadrados por este pífio valor deve
ter outra motivação que não a bondade do vereador. Aliás, prédios acima de 8.000
metros quadrados nem deveriam ser contemplados numa lei destas características.
São prédios construídos com projeto arquitetônico, assinados por engenheiros e
arquitetos que, por formação, têm obrigação de conhecer a legislação e de
cumpri-la. Não há, nesse caso, como alegar desconhecimento da legislação, Ou será
que há?
Uma vez evidenciado o ridículo do valor proposto na proposta
original e feitas as correções ao valor, continua ficando claro que há um evidente
interesse do legislador em facilitar a vida de alguns construtores que andaram
fazendo algo fora das leis. Será que o papel do vereador não deveria ser o de
fazer cumprir as leis que ele mesmo votou e aprovou? O vereador Bento é experiente
e conhece bem a LC 312/2010. Afinal, ele próprio a aprovou no seu anterior mandato na Câmara
de Vereadores. Estranho que agora apresente um projeto mais permissivo que
tem como objetivo claro de legitimar as ilegalidades cometidas contra as leis em
vigor.
O projeto ainda não foi aprovado. Está tramitando na
Comissão de Urbanismo, mas é quase unânime entre engenheiros e arquitetos que
esta lei tem a finalidade de tornar lícito algo ilícito. Partindo dessa lógica,
de que adiantam as leis? Descumpre-se e mais para a frente algum vereador sugere
uma forma de corrigir o erro feito conscientemente.
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Seria bom ficar de olho na tramitação deste projeto e nos
interesses a que realmente busca atender e a quem vai beneficiar. O inferno esta cheio de boas intenções. Mas a nossa Câmara de Vereadores o
supera. Afinal, como diz Dante, "ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança..."
sábado, 25 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
E a saúde, óooo - Parte 2
Tenho que voltar ao tema saúde, mesmo a contragosto dos áulicos dos poderes municipal e estadual colocados à espreita de redes sociais.
Uns pendurados em cargos comissionados, outros possivelmente irrigados com dinheiro público para perseguir, intimidar, difamar, falar mal, ofender, mas jamais esclarecer os graves equívocos das gestões de Udo Döhler e Raimundo Colombo.
Um do PMDB, outro do PSD. Parecem diferentes, mas são quase gêmeos siameses. Vocês entenderão logo mais a frente. Para relembrar meu artigo parte 1 sobre a saúde em Joinville, basta clicar aqui.
O tema foi posto à mesa do conselho de secretarias de saúde municipais para ser aprovado ainda nesta semana. Mais um ataque à já combalida saúde da maior cidade catarinense. Tudo pela ótica privatista, sem sequer pensar no cidadão, sim, o cidadão que é atropelado, sofre mal súbito e precisa da urgência do Samu.
Esse mesmo governo Colombo, apoiadíssimo a todo instante pelo governo Udo, é o mesmo que prometeu a duplicação da avenida Santos Dumont, da Dona Francisca, e agora a do Eixo Industrial. Quimeras, apenas quimeras, fomentadas pelos meios de comunicação irrigados pelos cofres públicos, e tão dependentes que “esquecem” do papel que lhes cabe: informar, desnudar, denunciar, serem os olhos e ouvidos do povo.
Isso tudo é o jeito Udo de governo, o jeito PMDB de gestão que foi “prometido” em 2012. Não é por menos que a greve dos servidores do São José segue já para a terceira semana, com possibilidades de paralisações em outras unidades da saúde. Recebo informações neste sentido, em que pese o forte assédio moral existente para intimidar quem ouse reclamar. Os servidores sentem-se amarrados com o autoritarismo existente.
E a imprensa, bom, a nossa imprensa segue com os dinossauros que já vem lá das décadas de 1980/90 no compadrio que conserva a cidade no marasmo. Não mexe mais que o necessário para garantir o “interesse” do governante de plantão para a publicidade ($) necessária.
Um dá para fazer, outro que não falta dinheiro, falta gestão, e por aí vai, faltando tudo para quem mais precisa: o povão. A dupla UdoColombo, ColombUdo, como quiserem, continua a dever muito para todos nós.
Digo que tive de voltar ao tema
porque li, em nossos jornais oficiais (ops!), digo diários, que o governo
Colombo, via seu magnânimo secretário de Saúde, João Paulo Kleinubing, quer “centralizar”
as centrais de regulação, atendimento de emergência que você conhece via 192,
lá na longínqua capital Florianópolis. O objetivo? Economia, dizem.
Hoje são apenas oito centrais
destas em Santa Catarina. Com a brilhante ideia colombina, kleinubingiana e pessedista,
ficaria apenas a da capital. Imaginem vocês ao ligarem para o Samu na hora da
dor, da emergência, serem atendidos por operadores que mal conhecem a bela
ilha? Atenção com o contribuinte, o cidadão? Nada!
Essa esculhambação na saúde por
parte do governo Colombo, tem como coadjuvante o governo Udo Döhler aqui na
maior do estado. Reduzir direitos dos trabalhadores do Hospital São José que estão
expostos à insalubridade diariamente para “economizar”; cortar as fraldas geriátricas
dos velhinhos que precisam; falta de materiais básicos de higiene, e até
uniformes; falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde; filas dos
especialistas.
Aliado a tudo isso, amigos e
amigas, há uma espécie de conluio velado entre os políticos, e também da
imprensa local. Os deputados estaduais Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes
(PSD) e Patrício Destro (PSB) fazem cara de paisagem para problemas seríssimos
como esse. Os federais Mauro Mariani (PMDB) e Marco Tebaldi (PSDB), idem, com
raras exceções do tucano que faz prosa para armar candidatura oposicionista.
Não se enganem. Vem aí mais um
pleito municipal, e os atores serão quase os mesmos. O roteiro segue a risca os
brados salvadores, resolverão tudo. Brigarão. Se digladiarão. E ao final
veremos o quadro atual de descaso, abandono, mentiras deslavadas sobre a situação
da saúde e de outros setores públicos. Porque eles jogam na “mudança” para
deixar tudo como está.
Enquanto isso, a saúde... óooo. Preparem-se
para 2016, porque a corrida já começou.
** E mais uma vez: como está o caso Lia Abreu? Prorrogado pela eternidade? Quando sai o resultado da sindicância, ou quando ela vai falar tudo sobre o caso? O contribuinte quer respostas.
** E mais uma vez: como está o caso Lia Abreu? Prorrogado pela eternidade? Quando sai o resultado da sindicância, ou quando ela vai falar tudo sobre o caso? O contribuinte quer respostas.
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quinta-feira, 23 de julho de 2015
Uma imprensa caquética...
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há alguns dias, o Chuva Ácida publicou um
artigo do vereador Maycon Cesar, presidente da Comissão de Urbanismo da Câmara
de Joinville. O texto era sobre a LOT – Lei de Ordenamento Territorial e
incidia mais especificamente na questão das faixas viárias. O vereador
apresentava uma posição discordante dos atuais inquilinos da Hermann Lepper,
que estariam a impor uma espécie de vale tudo no tratamento desse dossier.
Quando o texto foi publicado, eu pessoalmente
recebi algumas mensagens. Todas a indagar a razão pela qual o blog estaria a publicar um texto do vereador, pessoa sobre a qual fizeram algumas
críticas contundentes. A resposta foi sempre a mesma: é a liberdade de
expressão. Nenhuma sociedade civilizada tem o direito de cortar a voz às
pessoas e o Chuva Ácida surgiu exatamente com a missão de ser um espaço para a
democracia e a diversidade de pensamento.
Aliás, vale lembrar um fato que chegou até
alguns integrantes do blog. O vereador estaria a procurar novos meios – no caso
a blogosfera – para expor as suas ideias, uma vez que a velha imprensa
joinvilense já não estaria tão receptiva aos seus argumentos. E quando escrevo
“velha imprensa” é apenas uma forma de localizar certos meios de comunicação no
espectro onde eles se encontram: o passado. Entra década, sai década e o
registro dessa imprensa bafienta é o mesmo, só que mais caquético. Nada evolui.
E é um passado distante, porque o fenômeno dura
há muitas décadas. Joinville sempre viveu de relações incestuosas entre a velha
imprensa e o poder público. O toma-lá-dá-cá originou um ethos (não confundir com ética) segundo o qual quase tudo pode ser
negociado. Silêncios, omissões, falas. Uma vezes por interesses quantificáveis,
outras por simples servidão voluntária. O sabujismo acabou por se tornar uma
forma de vida no seio dessa velha imprensa.
Qual o problema? Essa gente está presa ao
passado – empresários, jornalistas e, inclusive, os manda-chuvas políticos – ao ponto de
não perceber a real dimensão do problema. Há uma relação entre mídia e economia.
Quanto mais moderna for uma, mais evoluída será a outra. Aliás, há estudos
acadêmicos a demonstrar a teoria de que uma imprensa cediça representa um
atraso econômico. Mas nem precisamos de teses. Os países mais desenvolvidos são
aqueles onde a liberdade de expressão é mais respeitada.
Uma imprensa velha faz uma cidade velha.
É a dança da chuva.
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