POR MAYCON
CESAR
A minuta de Lei de Ordenamento Territorial, enviada
pelo Executivo Municipal, já tramita na Câmara de Vereadores e será analisada
por duas comissões antes de ir para o Plenário: Legislação e Urbanismo. Cabe à
Comissão de Legislação verificar a legalidade da proposta: se condiz com
legislações maiores, com as leis no direito urbanístico e se está dentro do que
preza o estatuto das cidade.
Na Comissão de Urbanismo, na qual atuo como
presidente, o aspecto a se observar é o mérito, a questão técnica. Minha maior
preocupação nessa comissão é prezar para que a cidade que amamos tanto
equilibre desenvolvimento econômico, meio ambiente e qualidade de vida dos
habitantes. Quando pensamos em urbanismo, devemos levar em consideração todas
as consequências de cada decisão. Não seria benéfico, por exemplo, permitir
indústrias de todos os setores em todas as vias da cidade e não observar a
questão de mobilidade e meio ambiente. Todas andam juntas e a cidade deve
crescer sustentavelmente.
Considerando estas premissas, o primeiro aspecto nesta
nova proposta de Ordenamento Territorial, que vem promovendo larga reflexão e
muitas horas de debates com cidadãos engenheiros e arquitetos, é a Faixa
Viária. Estas seguem ao longo de algumas das principais vias de nossa cidade, possuem
largura de 200 metros (100 para cada lado a partir do eixo da via) - e nestas é
uma espécie de vale-tudo. As únicas atividades que não são permitidas nessas
vias são indústrias de grande porte e aquelas que contenham equipamentos e
automóveis de grande porte.
Minha grande crítica a estas faixas, além de sua
extensão e larguras demasiadas e da grande variedade de possibilidades de
empresas e serviços, é a questão da infraestrutura urbana a sofrer com isso.
Questões como mobilidade, saneamento, energia elétrica e água potável. É
possível equilibrar esse vale-tudo das faixas viárias com questões que, já
hoje, são precárias em nosso município?
Outra questão destas faixas é a possibilidade de
construção de prédios com até 22 andares. Em algumas vias, creio que haverá
engarrafamento no próprio estacionamento do edifício.
Para possibilitar o desenvolvimento econômico sem
transformar a cidade num caos, vejo como solução a criação de diferentes
modalidades de Faixas Viárias e não apenas compilando todas as atividades e
distribuindo-as nas principais vias de circulação da cidade. São muitos
questionamentos e quero pecar pelo excesso de zelo nessa questão.
Quero que essa discussão seja ampla e com a presença de quem entende do
assunto. Por este motivo estou em constante contato com engenheiros e
arquitetos renomados de nossa cidade.
Minha grande preocupação é me certificar de que o
crescimento de nossa cidade será viável e sustentável e que toda a população
possa usar, fruir e usufruir do espaço público de maneira saudável e com
qualidade.
Vereador Maykon Cesar, acho muito pertinente sua preocupação, visto que não podemos pensar no crescimento da cidade, sem entender e priorizar seu desenvolvimento. Crescer tendo como meta o lucro financeiro ou a facilidade para abrir empresas, sem pensar nas consequências para a qualidade de vida na cidade, tem transformado Joinville numa cidade cheia de problemas quase insolúveis. Neste momento em que instrumentos legais propiciam o "pensar a cidade que queremos", temos sim que aprofundar as discussões, pois estamos falando de preparar o amanhã, a cidade onde vamos envelhecer e nossos filhos e netos viverão.
ResponderExcluirNa minha opinião, cometemos erros crassos, para não dizer irresponsáveis, na elaboração do Plano Diretor e, o Plano de Mobilidade Urbana, nos foi empurrado no afogadilho por Decreto, pelo Prefeito, sem passar por mais debates e discussões na Câmara. Portanto, nos resta a LOT para tentar amenizar as consequências das heranças que deixaremos para o futuro da cidade.
Os debates devem ser técnicos e isentos da contaminação dos interesses setoriais parasitas que sempre infestam tais discussões.
Joinville tem uma das piores infraestruturas viárias e gestão urbanística que eu já vi. Perde, de longe, para cidades como Blumenau, Itajaí ou Florianópolis. Incrível como uma cidade deste porte ainda tenha uma quantidade imensa de vias sem pavimentação, qualidade horrível do asfalto, extensas áreas descampadas em plena zona central, passeios sem padrão e nenhum projeto sério de transporte fluvial.
ResponderExcluirMaycon no Chuva Ácida. Entrego os tacos.
ResponderExcluirDemocracia e liberdade de expressão é um troço tramado, nenão?
Excluir