POR FELIPE SILVEIRA
Sinceramente, não me interessam os caras que estão pelo facebook falando milhões de besteiras copiadas de Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Olavo de Carvalho e outros seres desprezíveis. Essa pergunta (no título) é para você, que dedica boa parte do seu tempo, inclusive o não livre, a coisas que não são lá muito, digamos, úteis.
Antes de continuar ressalto que o lazer, o prazer e a preguiça bem curtida são algumas das melhores coisas da vida – e todos nós devemos ter direito a elas. Minha preocupação, no entanto, é relacionada à quantidade de gente que se dedica somente a isso e suas variáveis, como o culto ao corpo, as fotos diárias na frente do espelho e o acompanhamento de TODAS as séries de TV do mundo.
Todos nós concordamos que o mundo é ruim, certo? Claro que ele melhora todo dia. Hoje ele é melhor do que há cem anos e há vinte anos. Seja pela tecnologia, pelo avanço da medicina ou pelos direitos adquiridos. Temos nossas diferentes análises, mas concordamos que o mundo pode melhorar, e muito.
Não vai mudar, porém, se você não fizer alguma coisa. Sozinho ou acompanhado. Você pode participar de movimentos sociais, políticos (como partidos), assinar petições, cobrar dos vereadores e do prefeito, participar da associação de bairro, da reunião de condomínio, da associação de pais, criar um blog, uma página no facebook, sei lá, qualquer coisa.
Pergunto isso porque tenho a impressão que, tirando os fascistas, as pessoas sabem o que é certo diante do mundo. Elas sabem que amarrar alguém em um poste e surrá-lo não é certo. Porém, elas estão ocupadas demais para pensar nisso.
Ocupadas demais com o “treino” na academia, com o time do coração, com as dez séries que acompanha, com os lucros da empresa ou com a promoção à vista. Às vezes preocupadas demais com a dissertação ou com a tese de doutorado...
Frisando: nada contra assistir às séries favoritas, praticar esportes, torcer com paixão, tirar foto na frente do espelho, ganhar dinheiro ou ficar de preguiça. Nada mesmo! Mas tudo contra a indiferença com o mundo, com o sofrimento alheio, com as decisões importantes. É essa indiferença que faz o mundo se reproduzir sempre do mesmo jeito, mas sempre com mais exploração, mais opressão e mais sofrimento.
Mas outra hora eu volto nesse assunto, pois hoje é dia de ver o timão jogar.