quinta-feira, 6 de março de 2014

Por um país SEM publicidade infantil



POR FERNANDA M. POMPERMAIER

Ser pai ou mãe é fazer difíceis escolhas, todos os dias.
Mas, digamos que algumas dessas escolhas podem ser mais facilmente tomadas quando boa parte da sociedade tende para o mesmo sentido. Um exemplo: publicidade infantil.

Sempre detestei propaganda direcionada ao público infantil. Acho sujo, desonesto, inapropriado, para dizer pouco. No Brasil a propaganda é pesada, todos sabemos. Brinquedos, alimentos, roupas de cama, sucos, acessórios... todo tipo de baboseira desnecessária. E mesmo que os pais se esforcem e paguem tv por assinatura, muitos canais infantis também tem propaganda. Direcionada à um público, diga-se de passagem, que ainda não tem capacidade de identificar exatamente o que é supérfluo e o que é necessário e que ainda está a desenvolver suas concepções sobre o mundo real  e o da fantasia. Não é uma conversa entre iguais. É uma conversa entre uma poderosa empresa que deseja vender mais e mais e um ser inocente facilmente manipulável.

No supermercado são centenas de produtos licenciados que enchem os olhos das crianças de cores e a barriga de gordura saturada. Turma da mônica, Bob Esponja, princesas, todo mundo empenhado em vender produtos duvidosos com carinhas atraentes.
Produto licenciado também deveria ser proibido.

Os amantes do liberarismo dirão que o mercado se regulamenta e que esse é um problema dos pais. Que quem tem o dever de dosar o tempo de tv, a quantidade de propagandas que a criança assiste ou os produtos que compram são os pais. O que é uma estupidez sem tamanho, que minimiza bastante o problema e o torna até quase impossível de solucionar, tirando totalmente o principal responsável de jogo: o estado.

É dever do estado proteger as crianças. E não expor crianças à propagandas é protegê-las.

Na Suécia anúncios televisivos para crianças abaixo de 12 anos são PROIBIDOS. Simples assim. Não existem. Minha filha não me pede coisas que não precisa, eu não preciso conversar com ela sobre o motivo pelo qual não compraremos uma mochila nova das princesas e tudo fica bem mais fácil, não é?!

A escolha de não criar uma pequena (ou grande) consumista é minha, mas que fica bem mais fácil de colocar em prática na Suécia em comparação ao Brasil, ou à França, ou aos Estados Unidos. Não é um problema só nosso. Mas é um problema que já foi resolvido em alguns países nos quais podemos nos espelhar.

Para proteger as crianças: ZERO publicidade infantil.



quarta-feira, 5 de março de 2014

Lei de Coqsics


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

O leitor e a leitora sabem o que é a Lei de Godwin? É uma formulação do advogado norte-americano Mike Godwin, que diz mais ou menos o seguinte: quanto mais uma discussão online aquece, maior a possibilidade de chegar à acusação de nazismo. Ou seja, quando uma pessoa está a perder uma discussão por falta de argumentos, a estocada final é associar o interlocutor ao nazismo ou a Hitler.

De fato, estamos frente a uma ironia. Porque segundo explica o advogado, quem usa esse argumento já perdeu a discussão. Um dia desses lembrei dessa lei e rolou uma curiosidade. Haveria uma coisa similar no Brasil? E não é que há? A coisa atende pelo nome de Lei de Coqsics e é uma simples adaptação da lei original. Só que o tema em questão é outro.

A tal Lei de Coqsics diz que à medida em que um debate entre um democrata e um conservador aquece as possibilidades de ele ser chamado de "petralha" aumentam. O que a lei não diz – e talvez devesse dizer – é que a qualificação de petralha parte uma generalização. Tudo o que não seja o pensamento conservador está incluído na lista. Ou melhor, todos os que tenham alguma ideia divergente (mesmo que uma simples ideia). 

Não sei exatamente de onde vem o nome, porque o autor não é identificado na Wikipedia, mas imagino que seja uma referência ao cóccix humano. Ou seja, aquela parte de que marca a passagem do macaco para o homem, com a extinção do rabo. Pode ser uma referência a um padrão de pensamento ainda simiesco. Mas isso sou eu a imaginar, porque a coisa não é explícita.

Aliás, não deixa de ser interessante que hoje tenha procurado o verbete na enciclopédia online e ele tenha desaparecido. Será que alguém reclamou? Por sorte fiz uma cópia que apresento aos leitores e às leitoras.



segunda-feira, 3 de março de 2014

Da Venezuela saudita à cubanização do Estado

POR JORDI CASTAN

A situação dos vizinhos do norte e do sul deveria nos preocupar mais. A América Latina tem esse mau costume de agir em bando, o que se chama seguir a trilha dos elefantes, basta um ir, que sempre há uma maioria que o segue, sem saber muito bem aonde estão indo. Ainda bem que há uns mais espertos que reagem a tempo. Ollanta Humala, no Peru, e Rafael Correa, no Equador, têm preferido manter uma distância prudencial de projetos amalucados e se centrado mais em promover o desenvolvimento dos seus países, sem renunciar a seus princípios. Isso significa o entendimento de que o progresso e o desenvolvimento são mais importantes e que o melhor programa político é um país aberto ao mundo e uma economia dinâmica que permita o crescimento.

Conheci a Venezuela na época dos petrodólares. O país que era chamado de Venezuela Saudita, uma economia controlada pelo estado que tinha sob o governo nacionalista de Carlos Andres Perez nacionalizado tudo o que se mexesse. Foi na década de 70 em que surgiram Maraven, Corpoven, Lagoven, Pequiven, Sidor, Aluven e todas as "ven" do mundo. O estado controlava a maioria da economia e o petróleo era a vaca sagrada da economia, mas há que acrescentar ainda o aço, o alumínio e a energia elétrica, entre outros. A riqueza do país, a sua proximidade com o maior mercado do mundo e a sua posição estratégica faziam da Venezuela um lugar com um futuro promissor. A democracia que sucedeu o ditadura de Perez Jimenez não conseguiu distribuir a riqueza que o país produzia e só conseguiu democratizar a corrupção. A sucessão de governos incompetentes e corruptos dos dois partidos majoritários, o Copei e a Ação Democrática, foram o caldo de cultivo perfeito para o surgimento do amalucado Hugo Chávez e seu discurso bolivariano. Simón Bolivar deve estar se revirando no seu túmulo no Panteon Nacional.

O resultado esta aí. O país esta partido ao meio, a violência diária fazendo da Caracas uma das cidades mais perigosas do mundo, a economia em frangalhos, faltam produtos básicos, o caso do papel higiênico é emblemático, mas tampouco há frango, leite, azeite, farinha de milho, ingrediente básico da dieta venezuelana e as filas para adquirir produtos nos mercados populares controlados pelo governo são também uma constante na vida dos venezuelanos. A cubanização do país é o ultimo ato de uma situação insustentável, serviços básicos como emissão de carteiras de identidade e passaporte são controlados e dirigidos por cubanos, pois o governo não confia nos seus próprios cidadãos.

Sou dos que ainda não acredito que no Brasil uma situação como esta seria impensável, pois não posso imaginar a Policia Federal entregando o serviço de emissão de passaportes para nacionais de outro país, ou as policias civis transferindo os serviços de identificação e emissão de documentos a cubanos. Mas também é verdade que essa possibilidade já me pareceu mais remota. A forma obscura e mentirosa como o governo do PT agiu com relação ao “Mais Médicos” me faz ter cada dia mais dúvidas sobre a transparência e honestidade deste governo.


Voltando à Venezuela. O povo venezuelano tem um passado diferente do brasileiro e as suas conquistas tem sido feitas com sangue e violência. Sua independência se conquistou depois de uma guerra fratricida, que foi além de uma guerra de venezuelanos contra as tropas de metrópole, Simón Bolivar, o herói da sua independência e libertador de mais de metade da América Latina era filho de espanhóis e um rico terra tenente e não tinha nada na sua história que o aproximasse nem remotamente da imagem que o bolivarianismo tem criado dele.



Nicolas Maduro, um ex-motorista de ônibus (nenhuma critica a seu passado, quem teve como presidente a Lula, não deveria poder exercer juízo de valor sobre o passado de nenhum político), não tem o carisma messiânico de Chávez entre as classes populares, que começam a perceber que as melhoras propaladas pelos intermináveis discursos de Chávez não chegam nunca e estão começando a ficar com duvidas sobre o futuro do seu país.


No Brasil não são poucos os que, sem conhecer nem Venezuela, nem Cuba, nem a Coreia do Norte, acham que estes são modelos a seguir. Que o povo é feliz e que esse modelo de socialismo deveria ser implantado no país, como há gente em cargos importantes que acredita piamente nestas bobagens, acho bom começar a estocar papel higiênico, porque não duvido que logo, logo comece a faltar também por estes lados.

sábado, 1 de março de 2014

A voz da FIESP

POR ET BARTHES

Você, que andou aí chateadíssimo com investimento do Brasil em Cuba, talvez deva ouvir o representante dos empresários.