sábado, 13 de abril de 2024

O Musk está emerdando a sua vida

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


Eu fui para o BlueSky. Cansado, farto, saturado daquilo em que as redes sociais tradicionais, como Twitter, Facebook e TikTok, se tornaram: terrenos férteis para a "enshittification". E no caso do Twitter, em específico, por causa do cretino do Elon Musk. Sim, ele é a prova de que um multimilionário pode ser um cretino.

Mas que raio é isso de "enshittification"? O termo, cunhado pelo autor canadense-britânico-americano Cory Doctorow, descreve o processo de declínio na qualidade das plataformas online. Essa degradação pode se manifestar de diversas maneiras, como a proliferação de conteúdos tóxicos, a priorização dos anúncios, os algoritmos manipuladores e a coleta excessiva de dados.

Como a minha rede preferencial sempre foi o Twitter, acabei refém de discursos de ódio, desinformação, ataques pessoais e conteúdos violentos se tornam cada vez mais comuns, criando um ambiente hostil e negativo. Porque os algoritmos privilegiam o engajamento e o ódio produz maior engsajamento. O bolsonarismo faz disso uma base para a própria existência.

Nas redes sociais tradicionais, esses problemas se intensificaram nos últimos anos, tornando a experiência online cada vez mais frustrante. Um saco. Até porque o engajamento orgânico desapareceu. Foi por isso que decidi ir para o BlueSky. É uma plataforma que está no começo e promete ser mais democrática, de forma a priorizar a transparência. É, como disse, a primeira fase. Vamos ver.

Ah... mas esse tema tem alguma importância? Claro que tem. As redes sociais são parte da vida de todos nós. Mais do que isso, hoje são uma prótese de sentido para as novas gerações. O que traz um grande perigo: esse processo de "enshittification" já atua na formação do inconsciente social dos mais jovens. E nem são precisos estudos ou pesquisas: é só prestar atenção.



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