sábado, 30 de junho de 2012

Coming soon...


Parou de funcionar? Jogue fora!


POR ALESSANDRO AGUSTIN COHEN

Faltando pouco mais de três meses para o pleito de 2012, vemos amigos, conhecidos e outros menos conhecidos frente a um grande problema no que se trata aos nossos legisladores: trocar ou deixar assim mesmo. Tal decisão é tão fácil quando levamos em conta escolhas que pouco interferem em nosso futuro, mas na hora de decidir pelo rumo que nossa cidade tomará pelos próximos quatro anos, torna-se um litígio.

Mesmo em separações litigiosas, o cônjuge decidido pelo fim ignora todas as vantagens oferecidas, mesmo as que outrora não existiam mas, diante da urna, facilmente muda de ideia e desiste deixar seu querido por alguns litros de gasolina, caçamba de barro ou outros “favorzinhos” tão comuns nessa época.

Constantemente ouvimos mulheres dizendo que precisam renovar seu guarda-roupa ou sapateira, homens esbravejando palavras dirigidas a técnicos de futebol, clamando por renovação em seus times; com certeza muitos de nós já tiveram um aparelho de telefonia celular jogado fora, para adquirir um novo após o antigo apresentar mau funcionamento.

Casais hoje se separam ao primeiro desentendimento, automóveis são levados à oficina nos primeiros barulhos estranhos, bares e prestadores de serviços são descartados de listas de preferências por um fatídico atendimento fora das expectativas.

Independentemente dos motivos, na maioria das vezes a renovação se mostra uma grande arma, seja para aniquilar um estado de baixa estima, seja pra buscar maior produtividade, o que se mostra uma medida muito assertiva na grande maioria das vezes.

Como pode então, um cidadão que anda em transportes coletivos ineficientes, trafega por ruas dignas de outro planeta (ou no mínimo satélite que orbita a Terra); passa meses aguardando as consultas mais rápidas com um médico especialista; ainda se iludir com obras “vitrineiras” e propagandas dignas do filme "A Lagoa Azul" (Randal Kleiser, 1980), no qual os defeitos eram a ingenuidade dos habitantes do lugar?

Como explicar o contra fluxo do brasileiro nessa tendência mundial de renovação?

Como ignorar a tendência mundial e persistir nos erros, ao realizar escolhas e digitar alguns números nos aparelhos chamados urnas eletrônicas?

Pois bem, é hora de tomarmos uma decisão: encoragemo-nos, joguemos fora o que realmente não tem mais jeito e renovemos o que realmente faça diferença em nossas vidas... nos vemos em 7 de outubro!

Alessandro Agustin Cohen é Professor de Educação Física da Rede Municipal de Ensino de Joinville

MELHOR E PIOR - Semana 12


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Garotas em blow job

POR ET BARTHES
Você pode até ser bonitinha, mas não depois de passar por esta experiência com o fotógrafo Tadao Cern. É ver e crer...


Escolha o Carlito bom ou o Carlito ruim


POR GUILHERME GASSENFERTH

Nestas épocas em que se avizinham as eleições, nos vemos rodeados por informações sobre candidatos e feitos, umas falsas, outras não; umas que se travestem de suma importância quando são pequenas obrigações. É muito trabalhoso pesquisar a veracidade dos fatos e checar as fontes. Então vamos divulgando as informações que recebemos e assim se cria um conhecimento coletivo sobre as coisas, geralmente impreciso em vários pontos.

É sabido por todos e repetido à exaustão que somos alvos de tentativas (muitas delas bem sucedidas) de manipulação pela mídia. Os meios de comunicação nos fazem acreditar no que querem que acreditemos sem muito esforço. TV, rádio, jornal e internet são os principais alimentadores deste conhecimento coletivo que cito no parágrafo anterior.

Muitos destes meios de comunicação, como alguns radialistas famosos, estão claramente a serviço de alguns políticos e de interesses escusos. Isto é um perigo para a cidade. São “comunicadores” que deturpam o jornalismo e mostram só a versão dos fatos que lhe interessa.

Podemos mostrar a mesma coisa sob duas perspectivas totalmente opostas sem sermos mentirosos. Para demonstrar isto, escrevi abaixo dois textos. Um fala do Carlito bom prefeito, outro fala do Carlito mau prefeito. E ambos são baseados em fatos.

A escolha de Carlito para ilustrar o que proponho não foi aleatória. Ele está nas discussões de bar e nas piadinhas que circulam nas redes sociais. É vítima de críticas ardidas e beneficiário de defesas aguerridas. Dificilmente alguém observa os dois lados e isto influencia a parcialidade de nossas opiniões.

Você tem abaixo dois Carlitos. Escolha o seu! Mas não se esqueça: se você optar por um ou outro, provavelmente estará sendo conduzido por um grupo de interesses para manipulá-lo. Meu conselho, se é que tenho prerrogativa para isto, é que você abandone as paixões partidárias, abra os olhos e forme uma opinião ponderada e baseada em fatos, não no que ouviu falar ou no que repete sem pensar.


Carlito, um bom prefeito

Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem realidade. Joinville assistiu a um novo modelo de administração: o orçamento participativo. Para o primeiro ano, o prefeito Carlito destinou R$ 10 milhões do orçamento a serem divididos entre as 14 secretarias regionais da cidade, que executaram diversas obras.

Na educação, Carlito fez um excelente trabalho. As escolas de Joinville receberam prêmios nacionais, alguns na área de gestão escolar, outros na gestão da merenda. Dentre as 10 escolas melhor colocadas na última avaliação do IDEB em Santa Catarina, seis estão em Joinville. Tivemos a melhor nota do IDEB entre as cidades com população entre 400 e 600 mil habitantes. É voz corrente que temos uma das melhores educações municipais do Brasil!

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou a que veio e liberou o maior volume de recursos da história do SIMDEC, o edital municipal de apoio à cultura. Deste modo, foi possível popularizar o acesso à arte e cultura, com apresentações gratuitas por toda a cidade.

E você já percebeu como está a saúde? Tivemos a inauguração e operação do acelerador linear, um sonho de vários anos, a recente inauguração do 4º andar do Hospital São José, a inauguração do PA 24h Leste. Recentemente, a secretaria de saúde anunciou a construção de oito unidades de saúde nos bairros e uma policlínica em Pirabeiraba. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a prioridade desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora já tem um espaço de lazer para aproveitar. Dividido em quatro setores, o parque teve o plantio de centenas de árvores, tem amplas áreas de lazer e respeita a integração do homem à natureza.

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville avançou nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a grande administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e elegê-lo para mais quatro anos de realizações e obras, para Joinville ser sempre melhor.


Carlito, um mau prefeito


Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança e foram enganados.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem poeira. A redução da tarifa da água e do ônibus foi pura falácia eleitoreira, a construção do hospital na Zona Sul foi pelo ralo e o número de comissionados manteve-se alto. Por meio destas e outras notícias o joinvilense teve um pequeno prenúncio da desastrosa gestão por vir.

Na educação, Carlito fez um péssimo trabalho. Já estamos adentrando ao último semestre de mandato (felizmente!) e a promessa do fim do turno intermediário ainda não é uma realidade. Vimos a escola Arinor Vogelsanger ser inaugurada sem acesso decente para as crianças. A fila de crianças para as vagas do CEI é vergonhosa e não condiz com o tamanho e a pujança de Joinville. É preciso melhorar muito.

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou seu desprezo pelos equipamentos culturais. Durante seu mandato, tivemos interdição do Museu de Imigração, Museu de Sambaqui, Casa da Cultura, Museu da Bicicleta, Museu de Arte. E o teto da biblioteca desabou.

E você já percebeu como está a saúde? Dois postos de saúde interditados, um na Zona Sul e outro na Zona Leste. De que adianta construir novos postos se os atuais estão caindo aos pedaços? Vimos recentemente a superlotação do pronto-socorro do Hospital Municipal São José fazer o atendimento ser restrito seis vezes em 12 meses. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a ineficiência desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora tem que se contentar com três praças simplórias, divididas por vias de alta velocidade, que colocam em risco a vida dos cidadãos. E o que dizer da falta de árvores? É um parque de concreto!

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville regrediu nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a horrível administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e nunca mais elegê-lo para nenhum cargo executivo, já que teve sua chance e não soube aproveitar.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O gato e a torrada

POR ET BARTHES
Sabe aquela história do pão que cai sempre com a manteiga para baixo? E os gatos que sempre caem de pé? Pois a junção dessas duas coisas deu um comercial de televisão genial.


Alpinismo social

POR JORDI CASTAN

Nenhum indicador revela mais o nível de provincianismo de uma sociedade que o vigor e o dinamismo do seu colunismo social. O simples fato de existir, de que tenha espaço e seja visto e lido é já um dado preocupante. Que tenha gente que se esmere em aparecer ao ponto de pagar por fazê-lo, que pose para uma seção de fotos, com direito a cabeleireira, maquiagem e troca de vestidos, só mostra o nível de futilidade a que chegamos.

E tampouco neste campo tocamos fundo. É mesmo possível que nunca cheguemos a tocar o fundo. Que sejamos, a cada nova edição, superados por um novo patamar de cafonice e de exibicionismo nunca imaginados é a melhor prova disso.

Ao tradicional colunismo social impresso, agora se incorporam as novas mídias. O colunismo digital permite multiplicar exponencialmente o efeito. Primeiro pelo surgimento de dezenas de novos colunistas que, com pouco mais que a cara e a coragem, se dedicam a nos contar as intimidades pouco íntimas de qualquer "celebridade" instantânea. Na própria instantaneidade da fama reside o encanto morboso deste mundo descartável.

Nem faz tanto tempo, uma importante colunista social da cidade publicou, na sua coluna semanal, uma entrevista com uma prima da cunhada do vizinho de uma celebridade. E que relatou, com todo detalhe, a relação das compras semanais realizadas no supermercado pela renomada celebridade, dando detalhes escabrosos sobre quais as suas marcas preferidas.

Também há espaço neste colunismo social para as pseudocelebridades, pessoas que são conhecidas pela mãe, a tia e os primos mais próximos. A vida anódina e sem graça pode se converter numa soporífera entrevista em que a pseudocelebridade nos mostra algum dos dotes que tem. Se canta e toca violão ou piano, está claro que poderemos escutar a cantoria. Há casos em que o entrevistado tem um hobbie e é neste momento que conhecemos a sua coleçāo de chaveirinhos, de latas de refrigerante ou a coleção de gibis autografados pelo próprio Zé Carioca.

O último grupo de entrevistados é dos que não sabem fazer praticamente nada. Neste caso, a solução é mostrar os dotes culinários. A celebridade e o colunista aparecem numa cozinha impoluta, com aspecto de que há séculos a única coisa que se faz é esquentar água no micro-ondas. As receitas apresentadas oscilam entre elaborados pratos caríssimos, com ingredientes que dificilmente se encontram no mercado local, ou prosaicas receitas da época de estudante, pratos presentes nos cardápios de qualquer república universitária, como deliciosos ovos mexidos, arroz cozido ou um elaborado miojo al dente.

Os nossos colunistas sociais, desnecessário citá-los porque todos os conhecemos pelo nome e sobrenome, cumprem e difícil e árdua tarefa de tentar fazer interessantes as pessoas mais insignificantes, permitir que todo o mundo tenha os seus 15 minutos de fama. O esforço precisa ser recompensado e, por isso, uns cobram e os outros pagam valores significativos.


Os valores seguem uma lógica simples. Quanto menos célebre, maior o valor a pagar. O resultado é acabar com o respeito - se é que existe - por algumas das figuras da nossa sociedade, que fazem do exibicionismo um esporte e uma obsessão. A todos eles o nosso  "muito obrigado". Porque são eles os que fazem a nossa vida melhor. São o arroz de toda festa e, sem o seu trabalho dedicado, não estaríamos informados sobre quem esteve aonde e com quem, quem casou, quem separou de novo, quem arrebitou o nariz ou quem malha na academia tal. Ou quem viajou e para aonde. Ou quem estava na festa de quem. Ou, melhor ainda, quem não estava.

Parabéns por mostrar em todo o seu esplendor e grandeza o provincianismo dos nossos alpinistas sociais.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Peladões fazem compras de graça

POR ET BARTHES
Uma promoção interessante na Dinamarca. Os 100 primeiros clientes a entrar na loja podiam levar as compras de graça. Mas com um pequeno detalhe: tinham que estar peladões. E a coisa funcionou. Prestem atenção em duas gringas que foram direto para a prateleira do álcool: o negócio delas eram só bebidas.


Eleições 2012


Portugal x Espanha

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Fazer previsões, em especial sobre o futuro, é sempre um risco. Mas vou arriscar um palpite: Portugal despacha a Espanha no jogo de hoje. E acaba o Euro-2012 em segundo lugar, vencido pela Alemanha. De onde saiu a inspiração? Se acontecer conforme a minha previsão, depois eu conto.

O jogo de hoje está a mobilizar a Península Ibérica e dá para sentir um respeito mútuo entre as duas seleções. O fato é que a Espanha ainda não deslumbrou nesta competição e em alguns jogos chegou a mostrar limitações. Os próprios torcedores chamam o time de "aburrido". E o treinador Vicente del Bosque foi contestado por não definir uma solução para o ataque. Torres ou Fabregas? Ainda não há resposta.

Depois da estreia contra a Alemanha, onde jogou acagaçada e perdeu (ficou no ar a ideia de que poderia ter feito melhor se fosse mais ousada), a seleção portuguesa subiu de produção e conseguiu produzir bons momentos de futebol. O grande problema tem sido a excessiva retração da equipe nos primeiros minutos dos jogos. Se não tomar gol, tudo bem. 

Cristiano Ronaldo é o nome que mais se fala, tanto em português quanto espanhol. Os portugueses acreditam no seu poder de desequilibrar, enquanto nuestros hermanos, apesar de dizerem que não haverá marcações individuais, certamente terão cautelas especiais. Mas há muito respeito. O jornal ABC titulou ontem: "Cristiano Ronaldo, uma fera com sede de vingança".

A favor, Portugal tem dois dias a mais de descanso. Isso faz diferença. E contra tem a declaração do presidente da UEFA, o ex-jogador francês Michel Platini, que disse preferir uma final Alemanha x Espanha. É claro que isso deixa os portugueses com uma pulguinha atrás da orelha.

Ah... e  ninguém esquece que o último jogo entre as duas equipes acabou em goleada: Portugal 4 x 0 Espanha. Mas os espanhóis explicam: "quando são jogos amistosos, somos muito amistosos; mas quando são jogos a valer, soltamos a fúria de La Roja”. Se por um lado os portugueses mantêm o respeito pelo atual campeão mundial, por outro perderam o temor e vão encarar os espanhóis olhos nos olhos.


E que vençam os melhores. Ou seja, Portugal.

Espanha X Portugal

POR JORDI CASTAN
A partida em que se enfrentarão hoje os dois vizinhos que partilham a Península Ibérica reúne todos os elementos para ser um bom jogo. As características de jogo de uns e outros e a rivalidade tradicional entre vizinhos próximos tem tudo para que ninguém queira ficar de fora.

A Espanha tem melhorado muito o seu nível de jogo já faz alguns anos. É a primeira seleção no ranking da FIFA. Na Eurocopa está defendendo o título e é hoje a seleção campeã do mundo. Para todos é o alvo a abater. Caiu um pouco da forma de jogar que a fez ser conhecida como “A Furia”.  Hoje tem um jogo de toque, de passe, de controle.


Espanha é uma equipe que, jogando sem atacantes, consegue afogar os seus oponentes com o toque de bola. O seu maior diferencial é o fato de que a maioria dos jogadores vem de duas equipes, o FC Barcelona e o Real Madrid, o que permite que seja possível identificar um estilo de jogo. Além disso, permite que haja uma sequência de jogo e cumplicidade entre os jogadores que só se consegue com o tempo.

A maioria dos jogadores já foram campeões na Euro 2008, na Copa da África do Sul, e com suas equipes tem ganhado Ligas, Copas, Champions. Sabem o que é jogar juntos e sabem o que é ganhar. O que dá uma tranquilidade adicional. O jogo de equipe é a sua característica e pode se dizer que não tem estrelas badaladas.

Na frente vai encontrar o Portugal de Cristiano Ronaldo, um jogador excepcional que faz de cada encontro uma batalha a ser vencida, capaz de carregar toda a equipe nas costas e de marcar a diferença em qualquer estádio. O resultado dependerá das genialidades de um solista como Cristiano Ronaldo ou da harmonia da orquestra sinfônica que tem sido o jogo da Espanha. É ele o único que poderá mudar o final de uma historia que parece estar já escrita. Espanha estará na final no Olimpiyskyi de Kiev.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Demitido bispo que foi à praia com amiga

POR ET BARTHES
O papa Bento 16 aceitou o pedido de renúncia do bispo argentino Fernando María Bargalló. É o mesmo religioso que foi flagrado por uma televisão argentina na praia com uma amiga, mas num relacionamento muito afetuoso. O homem até tentou se defender, como vemos na entrevista, mas parece que não colou.







Eleições 2012


Ainda bem que eu não votei em Raimundo Colombo


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Nas últimas semanas acompanhei o noticiário local e presenciei notícias preocupantes: crescimento de assaltos à mão-armada, furtos dos mais diversos tipos, falta de médicos na rede estadual de saúde, falta de água quente no Hospital Regional, crescimento de homicídios e tráfico de drogas. Sem esquecermos as escolas interditadas, que geralmente dão dor de cabeça para milhares de famílias joinvilenses.

Ao ver tudo isto, soltei a seguinte frase, de forma involuntária, mas que faz todo o sentido: “Ainda bem que eu não votei no Raimundo Colombo”. Há anos não acompanho um Governo do Estado tão omisso e ineficaz com as demandas de Joinville.

Respeito o modelo democrático-representativo, e sei que meu voto foi junto com a minoria. Mas não me impede de cobrar e de escrever aqui para o Chuva. Um Governador que não vem fazer uma pauta na cidade de Joinville para solucionar estas demandas supracitadas, merece o respeito? Um Governador que só aparece para reuniões na ACIJ, CDL e outras pautas industriais, mostra toda a sua falta de preocupação com a maior cidade do Estado, e que é um grande reduto eleitoral seu.

Infelizmente é um cenário que está presente há vários anos em nossa cidade, que mesmo com LHS Governador, não consegue enxergar o devido retorno para a resolução de coisas simples. Agora, se você acha que a promessa de duplicação da Santos Dumont é uma grande realização desta gestão, com certeza está pensando da mesma maneira que os empresários da cidade. Ou ainda: se a exoneração de Marco Tebaldi foi o melhor ato provido por Colombo, com certeza estamos mais afundados que o Jacaré Fritz no mangue do Cachoeira.

O sinal está dado, pois a última pesquisa Ibope mostra uma queda considerável na aprovação da gestão Colombo aqui em Joinville. Ou torna-se uma gestão voltada para as pessoas, como Colombo prometeu em sua campanha, ou assume de vez que o importante é atender o interesse dos empresários do norte de SC, que vai parecer mais fiel às suas ações.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O árbitro ou o anunciante?

POR ET BARTHES
O jogador de tênis errou a jogada e, zangado, chutou o cartaz publicitário que acertou o árbitro. David Nalbandian acabou desclassificado da competição. Mas aí surgiu a questão: foi por ter atingido o árbitro ou por ter chutado a peça de publicidade de um poderoso anunciante?


CÃO TARADO


O blablablá na terra de Luluf e Malula

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Mas foi diferente na semana passada: a foto em que Lula e Maluf trocavam um aperto de mãos provocou ataques verborrágicos que pareciam não ter fim. Foi um tremendo blablablá.


E ficaram evidentes duas formas de ver as coisas: uma muito emocional, outra nada racional. A primeira reação mais emocional foi do pessoal da direita vociferante, que não perdeu tempo em apontar o dedo a contradições. Falou-se muito em falta de ética e que o PT havia sido contaminado pela imagem pestilenta de Maluf.

Até aí tudo bem, porque os caras até tinham motivos. Mas o fato é que esse pessoal não estava disposto a discutir ideias. A intenção era apenas fazer barulho e acusar o PT de ter tropeçado na ética. Aliás, nada dá mais prazer à direitona braba que encontrar motivos éticos para desancar o PT. Foi o gáudio.

Na outra trincheira emocional estavam os petistas mais sectários, que não se importam com a aliança. Maluf?  Ora, se for para vencer a direita valem até pactos com o diabo. Ah... e entre os petistas havia também aqueles que gostam de posar de vestais e acham inadmissível serem vistos ao lado de Maluf. Aliás, são os mesmos quem em 2002 criticaram Lula por ter feito composições estranhas para chegar ao poder. O problema é que depois eles ficam sempre caladinhos e coniventes.

O QUE NÃO SEI DISCUTIU - Houve pouca racionalidade. A coisa ficou no oba-oba e ninguém se deu ao trabalho de discutir o que é efetivamente essencial. Para começar, vamos aos fatos: Lula apenas se antecipou a Serra, que também insinuava um namoro com Paulo Maluf. O partido do senhor “rouba mas faz” era o mais desejado. Lula só foi mais rápido no aperto de mão.

Tudo aconteceu porque tanto PT quanto PSDB estavam interessados em mais minutos de televisão. E, ao que parece, a conquista de mais tempo na telinha justifica todas as insanidades políticas. É o tipo de coisa que só pode acontecer em lugares onde a democracia ainda está a engatinhar.

Quando o horário na televisão é fator definidor de eleições, a própria democracia está sob fogo. Um regime democrático não pode conviver com distorções pouco democráticas, como o poder do horário de televisão. Porque estamos a falar de governar pessoas e não de vender sabonetes. Aliás, não conheço nenhum país desenvolvido onde o horário televisivo seja tão importante para definir os seus governantes.

Há algo de podre no reino da democracia brasileira. E de factóide em factóide, perde-se a oportunidade de discutir o que realmente importa: uma verdadeira reforma política. Aliás, vale salientar, a reforma não interessa a qualquer dos players atuais do xadrez político. Nem à esquerda e nem à direita, até porque na atual situação é difícil distinguir uns dos outros. Fica evidente que são todos conservadores, porque acham que o modelo está bem e não querem mudar.

EM JOINVILLE? - A questão da televisão vale também para Joinville. Porque há verdadeiras inexpressividades políticas que ganham peso de negociação em tempo de eleições. Não porque tenham representatividade política, mas porque representam tempo de televisão. O resultado é que verdadeiros nadas passam a ter protagonismo. E, lá como cá, algumas coligações acabam sendo autênticos bordeis ideológicos.


As democracias a sério não se fazem assim.

domingo, 24 de junho de 2012

Diga não aos gafanhotos!


IVANDIR HARDT
Desde os tempos de criança frequentei a Estrada da Ilha, nas casas dos meus avós, tios e primos. Nesta época já vi a grande diferença do lugar onde morava, que era o centro da cidade, local barulhento, com muitas pessoas, rios já poluídos e com poucos pássaros cantando nas árvores.

Na minha cabeça ainda de criança, imaginava como seria bom morar num lugar com rios para pescar e tomar banho, muitos pássaros, grandes pastos para jogar bola e belas casas antigas para apreciar.
Cresci, me formei, vivi no exterior, voltei para o Brasil e construí uma morada neste tão sonhado lugar e agora sou presidente da Associação de Moradores da Estrada da Ilha.

Fiz este pequeno floreio para iniciar a minha discussão e dizer que, diferente de alguns
vereadores, sei muito bem o que a comunidade quer e pelo o que lutamos. Isso porque
a Estrada da Ilha e nossas gerações antepassadas que vieram para cá com a abertura das
primeiras picadas em 1864, têm muita história, amor a terra e cultura para preservar.

Uma comunidade que era alegre, simples, pura, agora vive com o medo da pressão
urbana, medo da urbanização do meio rural num todo. Infelizmente, as novas leis de uso e ocupação do solo vêm igual uma patrola, passando por cima de tudo e todos, inclusive de leis federais. Até o quase morto Desenville foi ressuscitado para colocar pressão na aprovação da nova lei.

Diz a lenda que a Lei de Ordenamento Territorial (LOT) foi usada como moeda
de troca, em que alguns apóiam o atual governo em troca da tal lei complementar
polêmica. Agora pior que isso, imagine se alguém prometeu o que não pôde entregar
e esta lei complementar não for aprovada. Deve ser por isso que tem gente que parece
nervosa, que perde as estribeiras em qualquer debate. Acho que é falta de sono.

Pesquisei o que quer dizer a palavra vereador e conforme o dicionário
Wikipedia: "Eleito por meio do voto popular para compor o Poder Legislativo, o
vereador é um legítimo representante político do povo. Ele trabalha pelo município
e possui a função de elaborar leis para a cidade, cuidando para que as novas leis e
as já existentes sejam cumpridas". Então, conforme esta definição, o vereador deve
cuidar para que as leis que já existem sejam cumpridas, certo? Aqui em Joinville há
controvérsias! Infelizmente, existem alguns vereadores que não sabem mais quem estão
representando,

Existe um pensamento que li certa vez, que dizia: “O maior inimigo de um governo é
um povo culto”. Felizmente a cidade de Joinville conta com alguns participantes de
associações de moradores, outros tantos anônimos e alguns integrantes da famosa KGB
joinvilense, que praticam algo muito importante e esquecido nesta cidade, a democracia.

E por que isso é tão repreendido por aqui? Ahhh, já sei, aqui em Joinville é proibido
pensar e falar política, é isso? Até o nosso ilustríssimo prefeito Carlito foi para um
programa televisivo do setor imobiliário num certo canal esbravejar e, alguns dias depois, publicou a revogação dos decretos que elegeram os representantes do Conselho
da Cidade. Deve ser duro assinar um documento desdizendo tudo que foi dito pela
televisão.

Vejam, de jeito algum sou um romântico sonhador que imagina este local igual
daqui a 20 anos, algo bucólico e intocado. Muito pelo contrário, deve ser planejado o
futuro, estudado e analisado. Digo sim ao desenvolvimento, mas sou contra à forma
que está sendo feito atualmente. Leis servem para serem seguidas e obedecidas, não
omitidas. Inclusive recentemente tivemos uma declaração do engenheiro Mario Aguiar,
presidente eleito da Associação Comercial e Industrial de Joinville (ACIJ), que falou
o seguinte: “Joinville precisa ter planejamento mais estruturado. O IPPUJ não tem
equipe suficiente para dar conta das demandas, que crescem muito. Há demandas por
melhor mobilidade, por mais conforto, como parques, por exemplo.”

Esta fala define o que está acontecendo com a região da Estrada da Ilha, pois querem
aprovar algo sem os devidos estudos de impacto ambiental, impacto de vizinhança,
estudo de contenção de enchentes, estudos de mobilidade, estudos de tratamento
de esgoto, estudos de incentivo ao agricultor local, valorização da cultura local
(construções, costumes, agricultura, comidas típicas, tradições entre tantos outros)
e sem a mínima infra-estrutura e equipamentos públicos( postos de saúde, escolas,
transporte coletivo) Alguém conhece o ditado: "e melhor prevenir do que remediar"?

Muito me entristece saber que para alguns o dinheiro, o lucro, a riqueza são as
únicas coisas que interessam. O negócio é destruirmos tudo por aqui na Terra e depois
nos mudarmos para Marte, igual às pragas de gafanhotos, que destroem um lugar e se
mudam para outro. É isso?

Na audiência pública da Estrada da Ilha no mês de abril tive o desprazer de presenciar
uma pessoa dizendo a seguinte frase: “se vocês querem criar vaquinhas, vão para
Garuva e comprem terrenos por R$0,50 o metro quadrado". Será que este cidadão
não dá valor à parte histórica da região, ao cinturão verde, às áreas de amortecimento
urbano? Outra frase marcante foi a de um vereador dita no interior da Câmara de
Vereadores aos moradores da Estrada da Ilha: “Vocês vão ficar milionários”.

O dinheiro não compra tudo, como rios limpos, ar puro, tradição, respeito, dignidade e
história conservada. A região da Estrada da Ilha é muito maior que um simples maço de
dinheiro aguardando a valorização e, quando isso for descoberto, pode ser tarde de mais. Então, que o bom senso, a ética, a cidadania e a transparência continuem vencendo esta
batalha.

Ivandir Hardt é presidente da Associação de Moradores da Estrada da Ilha.

sábado, 23 de junho de 2012

Paraguai: a ditadura de Stroessner

ET BARTHES
E já que o Paraguai é o tema do momento, que tal relembrar coisas que marcaram a história daquele país?  Ah... e no fim os comentaristas falam do agora ex-presidente Lugo. O primeiro presidente paraguaio que não era do Partido Colorado, que  dominou a política local durantes as últimas seis décadas. 



MELHOR E PIOR - Semana 11


sexta-feira, 22 de junho de 2012

O pau quebrou e foram todos para a rua


ET BARTHES
Votuporanguense versus Fernandópolis. Se o nome é difícil de dizer, mais complicado deve ter sido para quem foi ver o jogo da segunda divisão paulista. O pau comeu solto e o árbitro expulsou nada menos que 12 jogadores.


CÃO TARADO


Joinvilense, vá carpir um lote


POR GUILHERME GASSENFERTH

Eu tinha prometido para mim mesmo que não escreveria uma linha sequer sobre as famigeradas luminárias da Beira-Rio. E para não trair tanto assim minha própria promessa, decidi que não vou manifestar-me se sou a favor ou contra, se achei bom ou ruim. Se alguém me pagar um chopp eu conto.

Todos vocês tem o direito de reclamar do que acharem que está ruim, de condenar o que pensaram que foi feito errado, de questionar prioridades do governo.

No entanto, quero apresentar-lhes algumas informações:
- Joinville ainda tem um aeroporto que fecha com qualquer chuvinha fraca.
- Boa parte de nossas ruas estão esburacadas.
- O número de carros subiu 50% em 5 anos e o número de quilômetros de ruas não deve ter aumentado em 1%.
- Há vários museus interditados.
- Também há escolas interditadas.
- Temos hospitais superlotados, UTIs sendo fechadas, equipamentos quebrados na saúde.
- A cidade ainda carece de parques bacanas.
- Não temos cursos de ensino superior na área de Ciências Humanas.
- Não temos integração regional com Araquari, Guaramirim e Garuva.
- São 4,7 mil famílias que precisam de Bolsa Família.
- São 7 mil joinvilenses que vivem em favelas.
- 4.175 jovens estão fora do Ensino Médio.
- Violência crescente.
- Falta de infraestrutura contra enchentes.
- Péssima safra de candidatos à prefeitura.
- Safra ainda pior de candidatos à Câmara.
- Joinville está feia, sem flores, mal cuidada.
- Escreva aqui seu problema.

Agora eu lhes pergunto: realmente vocês não tem nada mais importante pra reclamar em Joinville? Não há assunto mais relevante pra ser tema de indignação?

Penso que deveriam rever suas prioridades. Pelo bem de Joinville e da minha paciência. Obrigado.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CÃO TARADO


Não basta ser pai...

ET BARTHES
Não basta ser pai, tem que aparecer de cuecas pela casa e na frente das outras pessoas. É um comercial de televisão, mas que proporciona situações caricatas.


Como fazer sucesso com os PTistas


POR JORDI CASTAN

O José António Baço, misto de blogueiro, jornalista, publicitário e agora escritor de posts de auto-ajuda, escreveu um texto interessante neste blog, dando dicas sobre como fazer sucesso com a classe média. O texto, na forma de uma receita simples e prática, detalhava como escrever textos que imediatamente tivessem sucesso entre os abundantes leitores da classe média. Um análise mais profunda do post permite identificar alguns truques de chef amador, dicas fáceis e de resultado garantido.

O post, que teve relativo sucesso entre os leitores, também gerou reclamações e protestos dos escritores amadores e blogueiros que, em época eleitoral, gostariam de entupir as redes sociais e os meios impressos com textos que façam sucesso entre os PTistas. Para atender a este grupo de marginalizados, uso o espaço do Chuva Ácida para disponibilizar também as dicas para fazer sucesso com este público seleto e elitizado.

Mas inicialmente vamos reforçar um ponto que é chave neste texto: PTistas e esquerdistas são grupos diferentes, pertencem a classes sociais diferentes. Apesar de num passado mais ou menos recente, terem compartilhado bandeiras, princípios e ideologia hoje se situam em lados opostos. Os esquerdistas autênticos, entre os que é possível identificar PSOListas, PSTUistas, Verdes, Marxistas, Grouchistas, Maoístas e algum outro comunista, não querem ser confundidos com os PTistas que abandonaram princípios e ética em nome da governabilidade e do poder. Aliás, principalmente na busca e na manutenção do poder, que tem se convertido numa nova elite, com o fisiologismo e a manifesta dificuldade para diferenciar o público do privado. Uma das causas que os deixou de tal forma parecidos com os partidos tradicionais é que hoje conseguem formar alianças e contubérnios com inimigos históricos, com uma naturalidade que faria corar os piratas e corsários mais cruéis e sanguinários.

Para ter sucesso garantido, entre os PTistas locais é preciso citar no texto alguns dos temas seguintes:

- O aumento da segurança para os pedestres na região da Vilanova com a instalação de um novo sinaleiro.

- A inauguração do Parque José Alencar (o político, não o escritor), a sua importância ambiental e a sua contribuição a redução da violência urbana na sua região de influência.

- Os achados arqueológicos identificados nas escavações realizadas nas obras de revitalização da Rua das Palmeiras.

- A qualidade das obras públicas realizadas, com especial destaque para a intensidade da cor do asfalto, a simetria na escolha da brita e a precisão na definição dos níveis e gabaritos.

- A maior transparência nos processos licitatórios, a redução nos índices de retrabalho, nos valores dos aditivos e nos preços dos produtos adquiridos pelo poder público.

- O fato de que “nunca antes nesta cidade...” (preencher com a frase que considerar mais pertinente).

- A responsabilidade que as gestões anteriores têm em todos e cada um dos problemas que Joinville enfrenta ou venha a enfrentar nos próximos anos.

- A melhoria das ruas revitalizadas pelas intervenções de requalificação do centro.

- A melhor iluminação de uma via pública do sul do Brasil e o prêmio “Prefeito Gastador” que a CELESC outorga, a cada ano, ao prefeito que consegue aumentar mais a conta de energia.

- Qualquer menção as dezenas de prêmios obtidos pelo prefeito Carlito Merss tem sucesso mais que garantido e chegam a produzir pequenos alaridos de felicidade.

Com certeza outros temas garantem o sucesso na hora de escrever um texto direcionado para os PTistas locais. Utilize as dicas ou crie as suas e compartilhe com os leitores deste blog.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Ganhar uma discussão com a namorada?

ET BARTHES
O sujeito tem um ponto de vista. Mas quem já passou pela situação sabe que convencer a namorada ou mulher do contrário é praticamente impossível. De qualquer forma, o filme até é divertido. Mas a coisa não funciona assim na vida real.


CÃO TARADO


Sob a proteção de Deus






POR AMANDA WERNER

“Em nome da Santíssima Trindade”. Assim iniciava a Constituição do Império de 1824, a primeira constituição brasileira. A religião oficial era a católica apostólica romana. O culto de outras religiões até era permitido, desde que de forma privada e sem  manifestações externas ao templo.

Oito constituições depois, muita coisa mudou. O Estado foi apartado da Igreja e não somente a liberdade religiosa foi consagrada, como também o caráter  laico do Estado.  Porém, a separação entre Igreja e Estado não foi suficiente para eliminar das notas de reais(R$) a expressão: "Deus seja louvado". Ou, ainda, do texto constitucional a parte do preâmbulo que expressa: "Sob a proteção de Deus".

Ora, dizer que o Estado é laico significa dizer que o Estado não é religioso. Também não é ateu. O Estado é neutro.

Em um julgamento ocorrido no Supremo, no ano de 2003, já foi declarado que a invocação da proteção de Deus não tem forca normativa. Significa que nunca poderá ser judicialmente exigida. Até porque, convenhamos, não há como exigir obrigações da divindade solicitada.

Você pode argumentar que não faz diferença nenhuma para você. Que invocar a proteção de Deus no preâmbulo da Constituição só traz vibrações positivas, coisas do bem, e, ademais, como não especifica nenhum Deus, não causa nenhum tipo de discriminação para qualquer religião.

Será? Há poucos meses, a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás alterou o seu regimento. Agora é obrigatória a leitura de um trecho bíblico no início da sessões ordinárias. Não, mas não veja como imposição. Afinal, o parlamentar tem o direito de escolher qual trecho bíblico será proferido.

Com frequência, tem-se observado tentativas de intervenções religiosas no Estado. Prova disso são os argumentos religiosos utilizados contra o aborto, a eutanásia e, mais recentemente, o aborto de fetos anencéfalos.

Há ainda as “bancadas” religiosas no Congresso(qualquer semelhança com a nossa câmara é mera coincidência) que, pela sua maioria, acabam por impor o seu ponto de vista a toda uma sociedade, em detrimento do Estado e, por que não, da lei.

Embora não pareça fazer mal algum,  a simples citação da proteção de Deus no preâmbulo pode até não aludir nenhuma religião específica. Mas deixa claro que o Estado apoia algumas religiões: as que acreditam em um só Deus. Exclui do apoio do Estado as religiões politeístas e os ateus, o que contraria expressamente o princípio da isonomia, que afirma que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Concepções morais religiosas devem ser colocadas à parte na condução do Estado. Não significa dizer que as autoridades religiosas não devem ser ouvidas.  Estamos em um Estado laico, porém, fundado na democracia. Mas o Direito não deve se submeter à religião.

 Afinal, “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Todo mundo peladão

ET BARTHES
Protestar e denunciar as coisas más do mundo é sempre importante. E os caras da tal World Naked Bike Ride têm um jeitão muito original: todo mundo peladão a andar de bicicleta pelas ruas das cidades. As imagens são de poucos dias atrás, num desfie em Toronto, no Canadá. Eis uma boa ideia para Joinville. Afinal, não é a cidade das bicicletas?



Uma breve discussão sobre pesquisas eleitorais

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Na última semana presenciamos um fato muito curioso, e raro de se ver. O mesmo instituto de pesquisa fez duas abordagens, em um período curto de tempo, com resultados totalmente diferentes. Clarikennedy Nunes até se vangloriava de sua liderança, quando, dias após, a outra pesquisa colocava-o como terceiro colocado em alguns cenários, com 12 pontos percentuais a menos. Li no Facebook várias especulações sobre pesquisas eleitorais, inclusive colocando em xeque a veracidade de tais resultados. Como Cientista Social, com alguma experiência neste ramo de pesquisas, e autorizado a assinar pesquisas eleitorais devido a minha formação, creio ser pertinente debatermos algumas breves questões sobre este tema aqui no Chuva.



Como explicar uma diferença tão grande nos resultados, em tão pouco tempo? Não tive acesso à pesquisa completa registrada no TRE (com demonstrativos de metodologia, etc), mas isso ocorre geralmente por três fatores: 1) a ocorrência de algum fato político definidor do comportamento dos eleitores neste intervalo entre uma pesquisa e outra (não foi este o caso), 2) uso de metodologias diferentes de abordagem (presencial ou não-presencial, nível de confiança e margem de erro distintos, ou a escolha de lugares diferentes para abordagens) e 3) a equipe de campo não foi corretamente supervisionada, a ponto de haver alguma alteração dos dados sem a checagem do supervisor de campo, o qual orienta os pesquisadores (considerando a experiência do IBOPE, creio que também não foi este o caso).

Pode ocorrer que um candidato tenha mais inserção em bairros onde a pesquisa teve uma maior proporcionalidade em relação à outra. Por exemplo, se 5% de toda a amostra de uma das pesquisas foi realizada no Bairro Itaum, onde o candidato X tem um grande eleitorado, e na outra pesquisa, apenas 1% foi realizado no Itaum, a diferença irá aparecer no final. E dentro do Itaum podem haver pontos diferentes de abordagens dos pesquisadores (na frente de uma igreja evangélica ou da associação de moradores) o que influencia na hora de responder às perguntas. Há ainda outros itens menores que também influenciam, como roupa dos pesquisadores, dias da semana, e o não cumprimento da aleatoriedade na abordagem, focando apenas em um "perfil" de transeuntes.



Por mais demonstrações que o Instituto tenha dado, soou muito estranho. Entretanto, ainda acredito numa abordagem séria e profissional dos pesquisadores e de quem tabulou todos estes dados. O Instituto não deveria, ao meu ver, abordar com duas metodologias tão distintas num período tão curto (a vontade do cliente sempre é atendida, infelizmente). Mas que foi extremamente engraçado ver os apoiadores de Clarikennedy se mobilizarem nas redes sociais para tentar explicar esta diferença... ahhh, isso foi! Por isto que, em eleições, ficam sempre as dicas: não se deve contar com o ovo na galinha e nem com a farofa da cuca.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

ELEIÇÕES 2012


A honestidade de Tebaldi


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A honestidade é uma virtude indispensável na política. E é bom ver quando um político faz declarações honestas, mesmo sabendo que isso traz riscos. É o caso do pré-candidato Marco Tebaldi, que confessou ter errado quando no comando da Prefeitura de Joinville. E mais: ele diz que quer voltar para consertar os erros.
 O leitor e a leitora do Chuva Ácida devem admitir que a atitude merece registro.

A declaração levanta questões, algumas delas importantes neste processo eleitoral. Afinal, qualquer admissão de erro por parte de um político - algo raríssimo - tem sempre alguma repercussão entre o eleitorado. Há consequências. Mas vamos por partes:

1. Ao admitir que errou, implicitamente Marco Tebaldi desautoriza os seus apoiantes, reunidos em torno do movimento “Volta Tebaldi”. Porque temos ouvido repetidas vezes, pelos assessores, sequazes ou simples baba-ovos do ex-prefeito (que são mais tebaldistas que o próprio Tebaldi) que ele teve uma administração imaculada e que naqueles tempos Joinville era uma espécie paraíso ao sul do Equador. Ou seja, passam a ideia de que Tebaldi é o prefeito perfeito e nunca erra.

2. Outro fato importante. Tebaldi vai ainda mais longe, ao dizer que tem noção de ter falhado e que quer voltar à Prefeitura de Joinville para consertar os erros. Mas ele sabe que corre riscos, porque a sinceridade em política nunca foi boa estratégia. Ao admitir que errou, Tebaldi assume uma posição arriscada à frente dos eleitores e dos seus adversários. Afinal, os eleitores costumam ser implacáveis e associam o erro à incompetência.

3. Outro ponto a destacar. É claro que os adversários vão insinuar – agora com motivos - que ele é incompetente. Porque errou e admite que errou. Aliás, isso dá munição ao governo de Carlito Merss, que vem insistindo vezes sem conta na culpa das administrações anteriores. Marco Tebaldi admite que errou e, ao admitir tal fato, está a dar alguma razão ao sucessor petista. Parece então que algumas culpas podem mesmo ser atribuídas aos erros da administração anterior.

Em resumo: um prefeito que erra merece voltar ao lugar para consertar os erros? Isso será o eleitor a decidir.


P.S. - A declaração foi feita numa entrevista ao pessoal de uma associação comunitária (Comcasa) e está registrada no vídeo abaixo.