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sexta-feira, 1 de abril de 2016
terça-feira, 29 de março de 2016
É golpe, sim senhor!
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Há um movimento que tenta dar um ar de legitimidade ao golpe.
Os articuladores do impeachment já entenderam que Dilma Rousseff não vai
renunciar – o que faria o golpe parecer legítimo – e agora tentam construir
uma narrativa própria. A intenção é criar um discurso que inocente a palavra
“golpe”. Não adianta. Golpe é golpe. Quem adere ao golpe é golpista. E
golpistas odeiam a democracia.
Nos últimos dias, surgiu uma meia dúzia de juristas pingados
a defender a tese de que impeachment sem crime não é golpe. Traduzindo o
palavrório: é conversa para boi dormir. Por mais gente togada que apareça a
dizer o contrário, golpe é golpe. Essa gente quer esculhambar o estado de
direito. A construção da tal narrativa em juridiquês só tem um objetivo: dar um
álibi moral para os sacripantas cívicos. “Não é golpe, é legal”, dirão aliviados.
A “gente de bem” que adere ao golpe vive numa espécie de
terceiro mundo mental. Não importa se o impeachment está a ser articulado pela
pandilha Temer-Cunha-Aécio-Serra, políticos de caráter
duvidoso (para ser simpático) e sobre os quais recaem indícios mais que suficientes
para serem investigados. Mas se for para apear Dilma Rousseff do poder, os
adesistas do golpe não se importam de chafurdar na mesma lama. É o grau zero da
moralidade.
Os golpistas se esforçam por construir uma narrativa
auto-indulgente. Mas é gato escondido com o rabo de fora. Não dá para disfarçar, apesar da ajuda sentenciosa de velha imprensa nacional. Em sentido contrário, no
exterior a comunicação social despertou para o tema e denuncia
a existência de golpe. A palavra começa a aparecer cada vez com maior
frequência nas manchetes dos jornais. A opinião pública mundial também começa a
acompanhar essa tendência.
E, por fim, que tal um exercício de imaginação? Se Dilma
Rousseff for impedida, como será o dia seguinte? Os políticos articuladores do
golpe, por terem uma agenda própria, já sabem o que vão fazer. Tremei,
incautos! Mas e a tal “gente de bem” que se deixou manipular e aderiu à narrativa
golpista? Terá noção do que aconteceria no dia a seguir ao golpe? Pensem. Porque se pensarem vão perceber que a agulha da bússola não está a apontar para o Norte.
É a dança da chuva.
A imprensa internacional chama o golpe de golpe |
terça-feira, 8 de março de 2016
Tem brasileiro dormindo com o inimigo
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Se Lula for culpado, tem que responder perante a lei. Se Dilma tiver atentado contra a Constituição, que venha o impeachment. E os brasileiros que desejam expurgar os dois da política têm o legítimo direito de pensar assim (sempre dentro do respeito pela lei, claro). Mas fica dúvida: que país surgirá caso Dilma seja impedida e Lula se torne inelegível?
É só fazer uma pequena recolha de manchetes de jornais para perceber há muita gente que anda a dormir com o inimigo.
·
É um terço SP, um terço nacional e
um terço Aécio.
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Denúncia do MPF sobre Furnas que
envolve Aécio Neves volta à fase de inquérito no Rio.
·
Aécio
era “o mais chato” na cobrança de propina junto à UTC, afirma delator .
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Senador tem de explicar caso da cocaína
no helicóptero, diz Aécio.
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Dono do helicóptero do pó ganhou 3
contratos sem licitação de Aécio Neves.
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Indenização por aeroporto de
Cláudio ajudará tio de Aécio a quitar dívida.
·
Ministério Público pede para
arquivar investigação sobre aeroporto em terreno da família de Aécio.
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Escancarado esquema de corrupção
tucana no Metrô de São Paulo.
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Trens e Metrô
superfaturados em 30%.
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Lava Jato fecha cerco a Sabesp e
Metrô. Tucanos e imprensa se calam.
·
Alckmin diz que cooperativa citada
em fraude da merenda foi aprovada.
·
Governo Alckmin e aliados na mira
do MP por esquema de propina na merenda escolar.
·
FHC usou empresa para me mandar
dinheiro no exterior, diz ex-namorada.
·
Fernando Henrique Cardoso pagava a
amante via empresa.
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FHC nega ter apartamento em Paris
e ataca Lula.
·
Mirian Dutra confirma: apê de luxo
em Paris é de FHC.
· Irmã de ex-amante de FHC é ‘funcionária fantasma’ no gabinete do
senador José Serra, dizem jornais.
· Serra diz que funcionária fantasma trabalha em projeto
sigiloso.
· WikiLeaks: EUA estavam preocupados com exploração do
pré-sal.
· WikiLeaks: as conversas de Serra com a Chevron sobre o pré-sal.
E, por fim:
· Senado aprova fim da participação obrigatória da Petrobras no pré-sal.
E, por fim:
· Senado aprova fim da participação obrigatória da Petrobras no pré-sal.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
O blablablá na terra de Luluf e Malula
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Mas foi
diferente na semana passada: a foto em que Lula e Maluf trocavam um aperto de
mãos provocou ataques verborrágicos que pareciam não ter fim. Foi um tremendo blablablá.
E ficaram evidentes duas formas de ver as coisas: uma muito emocional, outra nada racional. A primeira reação mais emocional foi do pessoal da direita vociferante, que não perdeu tempo em apontar o dedo a contradições. Falou-se muito em falta de ética e que o PT havia sido contaminado pela imagem pestilenta de Maluf.
E ficaram evidentes duas formas de ver as coisas: uma muito emocional, outra nada racional. A primeira reação mais emocional foi do pessoal da direita vociferante, que não perdeu tempo em apontar o dedo a contradições. Falou-se muito em falta de ética e que o PT havia sido contaminado pela imagem pestilenta de Maluf.
Até aí tudo bem, porque os caras até tinham motivos.
Mas o fato é que esse pessoal não estava disposto a discutir ideias. A intenção
era apenas fazer barulho e acusar o PT de ter tropeçado na ética. Aliás, nada
dá mais prazer à direitona braba que encontrar motivos éticos para desancar o
PT. Foi o gáudio.
Na outra trincheira emocional estavam os petistas mais
sectários, que não se importam com a aliança. Maluf? Ora, se for para vencer a
direita valem até pactos com o diabo. Ah... e entre os petistas havia também aqueles
que gostam de posar de vestais e acham inadmissível serem vistos ao lado de
Maluf. Aliás, são os mesmos quem em 2002 criticaram Lula por ter feito
composições estranhas para chegar ao poder. O problema é que depois eles ficam sempre
caladinhos e coniventes.
O QUE NÃO SEI DISCUTIU -
Houve pouca racionalidade. A coisa ficou no oba-oba e ninguém se deu ao
trabalho de discutir o que é efetivamente essencial. Para começar, vamos aos
fatos: Lula apenas se antecipou a Serra, que também insinuava um namoro com
Paulo Maluf. O partido do senhor “rouba mas faz” era o mais desejado. Lula só
foi mais rápido no aperto de mão.
Tudo aconteceu porque tanto PT quanto PSDB estavam
interessados em mais minutos de televisão. E, ao que parece, a conquista de
mais tempo na telinha justifica todas as insanidades políticas. É o tipo de
coisa que só pode acontecer em lugares onde a democracia ainda está a engatinhar.
Quando o horário na televisão é fator definidor de
eleições, a própria democracia está sob fogo. Um regime democrático não pode
conviver com distorções pouco democráticas, como o poder do horário de
televisão. Porque estamos a falar de governar pessoas e não de vender
sabonetes. Aliás, não conheço nenhum país desenvolvido onde o horário
televisivo seja tão importante para definir os seus governantes.
Há algo de podre no reino da democracia brasileira. E
de factóide em factóide, perde-se a oportunidade de discutir o que realmente
importa: uma verdadeira reforma política. Aliás, vale salientar, a reforma não
interessa a qualquer dos players atuais do xadrez político. Nem à esquerda e nem à direita, até porque na atual situação é difícil distinguir uns
dos outros. Fica evidente que são todos conservadores, porque acham que o
modelo está bem e não querem mudar.
EM JOINVILLE? - A questão da
televisão vale também para Joinville. Porque há verdadeiras inexpressividades
políticas que ganham peso de negociação em tempo de eleições. Não porque tenham
representatividade política, mas porque representam tempo de televisão. O
resultado é que verdadeiros nadas passam a ter protagonismo. E, lá como cá,
algumas coligações acabam sendo autênticos bordeis ideológicos.
As democracias a sério não se fazem assim.
As democracias a sério não se fazem assim.
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