tag:blogger.com,1999:blog-53603640693351232812024-03-15T22:10:35.098-03:00Chuva ÁcidaJosé Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.comBlogger3399125tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-25792202659737642142024-01-12T20:42:00.005-03:002024-01-12T20:44:25.234-03:00Eleições em Taiwan: partido pró-China e pró-independencia vão a votos<p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s2" style="background-color: white; font-kerning: none;">13 de janeiro de 2024 é um dia decisivo. As eleições em Taiwan são as mais importantes da história da ilha em décadas. O resultado determinará o rumo das relações entre Taiwan e a China, assim como a política interna da ilha nos próximos anos. As eleições terão implicações significativas para a paz e a estabilidade na região. É um evento importante não apenas para a região, mas para o mundo.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s2" style="background-color: white; font-kerning: none;">Há três candidatos à presidência. William Lai (DPP), atual vice-presidente e candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), que é pró-independência de Taiwan.</span><span class="s1" style="font-kerning: none;"> Outro candidato é </span><span class="s2" style="background-color: white; font-kerning: none;">Han Kuo-yu, ex-prefeito de Kaohsiung e candidato do Partido Nacionalista Chinês (KMT), que é pró-reunificação com a China. E por fim temos Hsu Hsin-ying, candidata do Partido Progressista Taiwanês (PTP), que é de esquerda que defende a independência de Taiwan de forma mais radical do que o DPP.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As pesquisas de opinião indicam que Lai é o favorito. No entanto, a campanha tem sido acirrada e Han Kuo-yu tem conseguido ganhar terreno. O resultado é incerto e pode ter implicações significativas para a paz e a estabilidade na região. A China considera Taiwan como uma província rebelde e tem ameaçado usar a força para reunificar a ilha com o continente. Um governo pró-independência em Taiwan poderia aumentar a tensão entre as duas partes e aumentar o risco de um conflito armado.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O resultado também terá implicações para a política interna de Taiwan. O DPP, se for reeleito, provavelmente continuará a seguir uma política de defesa da independência da ilha. O KMT, por outro lado, se for eleito, poderia buscar um diálogo com a China com o objetivo de reunificar a ilha. Há uma ironia aí. O partido é ligado a Chang Kai-shek, que foi o líder de 1925 a 1975. Ele foi o presidente da República da China, de 1928 a 1949, e depois de Taiwan de 1950 a 1975.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O KMT é um partido nacionalista que defende a reunificação da China sob o seu controle. Chiang Kai-shek era um nacionalista fervoroso e acreditava que a China deveria ser um país unificado. Lutou contra os comunistas chineses na Guerra Civil Chinesa, que terminou com a derrota dos nacionalistas e a fuga de Chiang Kai-shek para Taiwan. O KMT é o principal partido de oposição ao Partido Democrático Progressista (DPP).</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Chang Kai-shek governou Taiwan em ditadura. Ele estabeleceu um regime autoritário que reprimia a oposição política e os direitos humanos. Em 1949, quando Chiang Kai-shek e o KMT fugiram para Taiwan, eles levaram um governo autoritário que havia sido estabelecido na China continental. Esse governo era caracterizado por um controle rígido sobre a sociedade, uma censura rigorosa da mídia e a perseguição da oposição política.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em Taiwan, Chiang Kai-shek continuou a implementar esse regime autoritário. Ele criou a Agência de Segurança Nacional (NSA), que tinha poderes para prender, torturar e executar dissidentes políticos. Ele também dissolveu o parlamento e estabeleceu um sistema de governo unipartidário.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O regime de Chiang Kai-shek foi responsável por uma série de violações dos direitos humanos, incluindo o massacre de 28 de fevereiro de 1947, no qual milhares de taiwaneses foram mortos. A ditadura de Chiang Kai-shek começou a ser gradualmente desmantelada após a sua morte em 1975. O seu filho, Chiang Ching-kuo, iniciou um processo de liberalização política que culminou na democratização de Taiwan na década de 1980.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Hoje o partido de Chiang Kai-shek é a favor de uma integração na China. Enfim, a história é mais complexa do que imaginam alguns.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"></span></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhmsFq7q97ut3qarLc4bb8JEiswF_AiQ9rC2rf7wQZUswR3SgYEgth8i-uQ8PztrxTDmLcCjps-LrE9ORGISd8bmSm542MccVXee0apFqcSKcFZcoMOtmMD7ab35fyTFa2_TEPH8HdkJChUyJI_H68HHwnKnhFUVWSP4HTNgt-tr8WychJE7yrWmQ-3fAk" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="993" data-original-width="1500" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhmsFq7q97ut3qarLc4bb8JEiswF_AiQ9rC2rf7wQZUswR3SgYEgth8i-uQ8PztrxTDmLcCjps-LrE9ORGISd8bmSm542MccVXee0apFqcSKcFZcoMOtmMD7ab35fyTFa2_TEPH8HdkJChUyJI_H68HHwnKnhFUVWSP4HTNgt-tr8WychJE7yrWmQ-3fAk=w400-h265" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #181818; font-size: large; text-align: left;">Chiang Kai-shek</span></td></tr></tbody></table><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /><br /></span></span><p></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); font-family: Helvetica; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 12px; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><br /></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-68482649658312679972023-12-24T16:58:00.003-03:002023-12-24T17:04:04.738-03:00Para além de Israel e Hamas<p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O conflito entre Israel e o Hamas acendeu rastrilhos em outros pontos da região. Um exemplo disso são os ataques que os houthis, grupo rebelde xiita que controla o norte do Iêmen, declararam apoio ao Hamas e passaram a atacar navios comerciais no Mar Vermelho.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os EUA acusam o Irã de fornecer armas e assistência técnica aos houthis para realizar esses ataques. O Irã nega as acusações. Mas o fato de os houthis terem acesso a mísseis e drones de longo alcance é um indício de que o Irã está envolvido.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os ataques têm provocado uma série de consequências negativas para o comércio mundial. Cerca de 95% do tráfego de navios com mercadorias que passavam pelo Mar Vermelho foram desviados para outras rotas, o que tem gerado congestionamentos e aumento dos custos de transporte.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O conflito no Mar Vermelho também tem aumentado a tensão na região. Os EUA e seus aliados estão pressionando o Irã para que cesse o apoio aos houthis, mas o Irã não parece disposto a ceder.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os possíveis desdobramentos do conflito no Mar Vermelho são preocupantes. Se o conflito se intensificar, pode levar a um confronto direto entre os EUA e o Irã, o que teria consequências imprevisíveis para a região e para o mundo.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">De imediato, as ações do houthis acabaram criando problemas em várias frentes, a começar pelo aumento dos preços do petróleo. O Mar Vermelho é uma importante rota de transporte de petróleo e os ataques dos houthis têm gerado temores de que o fornecimento de petróleo seja interrompido. Isso tem levado a um aumento dos preços do petróleo e impactado a economia global.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A interrupção das cadeias de suprimento também está no horizonte. Os ataques dos houthis têm interrompido as cadeias de suprimento globais, pois muitos navios comerciais que transportam mercadorias essenciais, como alimentos e medicamentos, foram desviados de suas rotas habituais. Isso tem causado escassez de produtos em alguns países e aumento dos preços.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Tudo isso, claro, sem falar na instabilidade regional. O conflito no Mar Vermelho tem aumentado a tensão na região e há o risco de que se espalhe para outros países. Isso poderia levar a uma guerra regional, com consequências desastrosas para a segurança e a economia globais.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Enfim, o conflito no Mar Vermelho é uma situação complexa com múltiplos fatores envolvidos. É difícil prever como a situação irá evoluir, mas é claro que o conflito tem o potencial de causar grandes danos ao comércio mundial e à estabilidade regional.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva. </span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmdlZ91gCoylDAaxYISkOd8EPkzHX6OqhxNEucP0iRM_-DzOp0Zy9fZtQuBT5w9DlpgtSjbLwc7cD2khwBhYGdoN91jIgDoayw_wLH31Dbt7B48cuaWSn2M5NZ-r3xd1-PCd5cWmu2zLOcVtHIz9UeLKUd89sEgS4C6YtSLmSPUtaRkex7ucMPLo_2EdI/s2569/pexels-pixabay-417070.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1707" data-original-width="2569" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmdlZ91gCoylDAaxYISkOd8EPkzHX6OqhxNEucP0iRM_-DzOp0Zy9fZtQuBT5w9DlpgtSjbLwc7cD2khwBhYGdoN91jIgDoayw_wLH31Dbt7B48cuaWSn2M5NZ-r3xd1-PCd5cWmu2zLOcVtHIz9UeLKUd89sEgS4C6YtSLmSPUtaRkex7ucMPLo_2EdI/w400-h266/pexels-pixabay-417070.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><p></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"> </span></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-46563779214888274612023-12-19T15:21:00.003-03:002023-12-24T16:53:12.166-03:00Jimmy Lai, ex-dono de jornal, pode pegar prisão perpétua na China<p><br /></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O leitor e a leitora sabem quem é Jimmy Lai? É provável que não. Eu explico. É um magnata pró-democracia de Hong Kong, que ontem começou a ser julgado pelas autoridades chinesas, acusado de crimes contra a segurança nacional. Quais crimes? Entre eles, conspiração com forças estrangeiras para publicar notícias falsas. Se condenado, pode pegar prisão perpétua.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Jimmy Lai é o ex-proprietário do jornal pró-democracia “Apple Daily”. Editado desde 1995, o jornal se tornou um dos mais populares de Hong Kong, como resultado da cobertura crítica das ações do governo chinês e de suas políticas em Hong Kong .Em 2021, o Apple Daily foi forçado a fechar após o governo chinês congelar os ativos do jornal e prender Lai e vários de seus funcionários.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O julgamento é um teste à liberdade de expressão e à democracia em Hong Kong. O caso tem sido amplamente condenado pela comunidade internacional. Jimmy Lai é um dos defensores da democracia do tipo ocidental em Hong Kong, mas as coisas têm mudado desde a saída dos governantes britânicos e a substituição pelas autoridades chinesas.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ele foi preso em dezembro de 2020, sob a justificação de infringir a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, imposta pela China em 2020. O julgamento é visto como uma tentativa de suprimir a dissidência em Hong Kong. A imprensa internacional diz que Jimmy Lai é acusado de crimes vagos e imprecisos, numa prática de silenciar os desafetos do governo chinês.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O julgamento está sendo realizado em clima de crescente repressão em Hong Kong. Desde a imposição da Lei de Segurança Nacional, o governo chinês tem tomado medidas para silenciar a oposição e restringir as liberdades civis. Os Estados Unidos e o Reino Unido, em particular, têm apelado à libertação imediata do prisioneiro. Democracia é uma que se escreve em chinês?</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-family: georgia; font-kerning: none; font-size: medium;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJVxqtSNwK2fbzSbOM_55vC-_OqKs6tfDjs-F-f_4c4j2UM_VEW0ZOqQmM1lRiHN9T8m-3b6KZwHqcIdI2GV9DLLkIEGSjlD21SYA4dwDYEZeW4RDL9NVZUVqyZ5DuPNfB8Ms88unfmCuRxVrX1PRjd9kAEoB37mISHRnz5mx3TeTBo5ccQIcd8G9hteE/s760/221103-jimmy-lai-se-157p-7027f9.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="760" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJVxqtSNwK2fbzSbOM_55vC-_OqKs6tfDjs-F-f_4c4j2UM_VEW0ZOqQmM1lRiHN9T8m-3b6KZwHqcIdI2GV9DLLkIEGSjlD21SYA4dwDYEZeW4RDL9NVZUVqyZ5DuPNfB8Ms88unfmCuRxVrX1PRjd9kAEoB37mISHRnz5mx3TeTBo5ccQIcd8G9hteE/w400-h266/221103-jimmy-lai-se-157p-7027f9.webp" width="400" /></span></a></div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><p></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-69865620482119056632023-12-14T15:03:00.002-03:002023-12-14T15:03:37.203-03:00Fora, Hungria<p><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></span></p><p class="p1" style="background-color: white; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); font-kerning: none;"><span style="color: #181818; font-family: georgia; font-size: medium;">Se dependesse da minha vontade, a Hungria já estaria fora da União Europeia. Nada contra o país, que é um lugar fantástico (Budapeste já proporcionou uma das melhores férias da minha vida). Mas é um saco ter que aguentar um governante como Viktor Orbán, um sujeito muito pouco amigo da democracia. É só ver que era o único capaz de se sentar à mesa com Bolsonaro.</span></span></p><p class="p1" style="background-color: white; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); font-kerning: none;"><span style="color: #181818;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ontem o primeiro-ministro da Hungria esteve no foco dos noticiários. Tudo por causa da negociação da adesão da Ucrânia à União Europeia. Orbán, que é aliado declarado de Vladimir Putin, pôs areia na engrenagem. Em primeiro lugar, pela relação que tem com Putin e depois porque sempre aproveita essas situações para chantagear a União Europeia e levar uns eurinhos para o seu país.</span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É provável que Orbán tenha razão ao afirmar que a Ucrânia ainda não preenche ainda as condições para integrar aUnião Europeia. O problema é a chantagem financeira, além de politicamente estar a pôr a unidade europeia em risco. A Hungria vive um enfraquecimento das instituições democráticas, com o aumento do poder do governo central e a redução da independência do judiciário, da imprensa e da sociedade civil.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Orbán tem promovido uma agenda nacionalista e conservadora, muito criticada por organizações internacionais de direitos humanos. Há muitos episódios em que a Hungria tem voz dissonante dentro da UE. No plano europeu, por ter votado contra as sanções à Rússia. E no plano interno, por promover uma agenda conservadora, que inclui restrições ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.</span></span></p><p class="p2" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span class="s2" style="background-color: white; font-kerning: none;">O líder húngaro também tem sido criticado por organizações internacionais, como o Conselho da Europa e a Comissão Europeia, por medidas que enfraquecem o Estado de Direito no país.</span><span class="s1" style="font-kerning: none;"> </span><span class="s2" style="background-color: white; font-kerning: none;">Estas posições têm gerado crescente tensão entre a Hungria e a União Europeia, com a Comissão Europeia a abrir vários processos de infração contra o país. O governo húngaro é um cavalo de troia dentro da União Europeia.</span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em 2023, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que acusava a Hungria de violar os valores fundamentais da UE, incluindo o Estado de Direito e o respeito pelos direitos humanos. A resolução recomendava que a Comissão Europeia suspendesse o financiamento da UE para a Hungria. Orbán argumenta que essa é a vontade do povo húngaro.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Quanto à chantagem. Em 16 de março de 2023, a Comissão Europeia suspendeu o financiamento para a Hungria, no valor de 1,7 bilhões de euros, devido a questões sobre o Estado de Direito. A suspensão afetou o financiamento de projetos de infraestrutura, educação, investigação e desenvolvimento. A ação teve um forte impacto na economia do país.<span class="Apple-converted-space"> </span></span></span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas ontem, 14 de dezembro de 2023, em meio a um impasse, a Comissão Europeia anunciou que iria descongelar 10 mil milhões de euros de fundos de coesão para a Hungria. A decisão foi tomada durante uma cúpula de líderes europeus, após o governo húngaro ter feito algumas concessões, incluindo a retirada dos seus nomeados dos conselhos de gestão das universidades.</span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A liberação do dinheiro para a Hungria pode ser vista como uma forma da UE de mostrar à Hungria que está disposta a negociar sobre a adesão da Ucrânia. Ou seja, a UE pode estar a tentar convencer a Hungria a apoiar a adesão da Ucrânia, oferecendo-lhe benefícios económicos. Enfim, o fato é que Viktor Orbán não é boa companhia para países que acreditam no estado de direito.</span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></span></p><p class="p3" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg9mP2OlU0RUivOGlIyYiOKtZOfMdnM_gwD-haJv0MHmHTBmE8mReHi4lgiBIwaYm0iJanyI7zGA7wjRkp3Ztq11EPVvRtN_xBx95V8NQ4O7skCQWFou4t-uJZ5tR_xxyc7qyNjQ2jmYVzUlVXf0kiLgCcmSSl_0su3r4mMP83SzseUgT4NdKCispNBOxM" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-size: medium;"><img alt="" data-original-height="810" data-original-width="1440" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg9mP2OlU0RUivOGlIyYiOKtZOfMdnM_gwD-haJv0MHmHTBmE8mReHi4lgiBIwaYm0iJanyI7zGA7wjRkp3Ztq11EPVvRtN_xBx95V8NQ4O7skCQWFou4t-uJZ5tR_xxyc7qyNjQ2jmYVzUlVXf0kiLgCcmSSl_0su3r4mMP83SzseUgT4NdKCispNBOxM=w400-h225" width="400" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Orbán com Bolsonaro</span></td></tr></tbody></table><br /><br /></span></span></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-69595901518663424092023-12-13T05:28:00.003-03:002023-12-13T05:28:58.274-03:00Michael Hill: o homem que sobreviveu a uma facada no cérebro<p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><span style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Imagine que está a caminhar descontraidamente e, assim do nada, surge alguém que lhe dá uma facada na cabeça. Não uma facada qualquer, mas um corte que vai até perto do tronco cerebral. Estranho, não? Mas aconteceu. É a história de Michael Hill, que em 1998, na cidade de Birmingham, no Alabama, foi atacado por um homem desconhecido enquanto caminhava pela rua.</span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A arma era uma faca de sobrevivência de 20 centímetros, que perfurou profundamente no crânio de Hill. Levado para o Hospital UAB a faca foi retirada depois de uma intervenção que levou cerca de duas horas. O homem passou duas semanas no hospital para se recuperar e o mais incrível é que retomou a vida normal, apesar de algumas consequências.</span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Michael Hill, um vendedor de seguro que na altura tinha 26 anos, disse que as dores de cabeça foram as piores sequelas, por serem fortes e debilitantes. Um problema que piorava com o cansaço ou o estresse. Problemas de memória faziam com que esquecesse o que estava a fazer ou mesmo para onde estava a ir. Mas também afirmou estar feliz pela sorte de ter escapado com vida.</span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O ataque ocorreu em uma noite escura e chuvosa, o que impossibilitou Hill de ver o rosto do agressor. A radiografia do crânio de Hill foi publicada pela primeira vez no “The Birmingham News” e rapidamente se tornou viral, com a reprodução<span class="Apple-converted-space"> </span>jornais, revistas e sites de notícias. A história também foi apresentada em programas de televisão e documentários.</span></p><p class="p2" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 14px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></p><p class="p1" style="font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></p><p class="p1" style="-webkit-text-stroke-color: rgb(24, 24, 24); background-color: white; color: #181818; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal; margin: 0px 0px 24px;"><span class="s1" style="font-kerning: none;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKpCVQ1w34GgtFIgiYd_62lkh3Ruecq4ojUFvXVMY6EeaCara0f-V8SUOAMZrxWnLbf1CWKhH4MvYGk59GNE4N-I7m1P08m3IyxpEKPvrFV_Tm_fQByrgrA7qs5kw-ayfNUncni2-2l93KCT6g0FOPCWEvmhJ92aPerL9uqWXx9aR600vy23lWXK6UbZM/s800/knife.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="740" data-original-width="800" height="370" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKpCVQ1w34GgtFIgiYd_62lkh3Ruecq4ojUFvXVMY6EeaCara0f-V8SUOAMZrxWnLbf1CWKhH4MvYGk59GNE4N-I7m1P08m3IyxpEKPvrFV_Tm_fQByrgrA7qs5kw-ayfNUncni2-2l93KCT6g0FOPCWEvmhJ92aPerL9uqWXx9aR600vy23lWXK6UbZM/w400-h370/knife.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A radiografia da facada</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></span></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-32497622222108287832023-12-12T08:36:00.004-03:002023-12-12T08:36:20.464-03:00Ditaduras e autocracias. Qual é a diferença? <span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTONIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Faz algum tempo, logo após a queda do Muro de Berlin, o pensador norte-americano Francis Fukuyama publicou o famoso livro “O Fim da História e o Último Homem”, que celebrava a vitória da democracia liberal e a realização da ideia kantiana da paz perpétua. Um momento de otimismo logo foi desmentido pela realidade. A história estava viva e a paz era passageira.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Quando tudo apontava para uma evolução rumo à democracia, o mundo começou a caminhar para novas convulsões. E daí surgiram autocracias e ditaduras. Um Bolsonaro, um Trump ou um Erdogan, por exemplo, não são frutos do acaso, mas sim resultados de um processo histórico. Porque há muitos fatores a contribuir para o crescimento dos regimes autoritários.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em termos da geopolítica global, é importante considerar o declínio da influência dos Estados Unidos nas últimas décadas. Os norte-americanos são firmes na defesa da democracia liberal, mas têm cometido erros ao tentar importar o modelo a outros países que não têm essa tradição. Essa inegável perda de força dos EUA abre espaço para regimes autoritários.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Outro fator importante é a ascensão da China como potência global. O país asiático, que pode ser considerado um capitalismo de estado, tem uma matriz autoritária e é cada vez mais influente na política externa, mesmo sem precisar intervir diretamente em conflitos. A China reprime apoia regimes autoritários como Rússia, Irã, Venezuela ou Coreia do Norte.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">No que se relaciona à política mais pedestre, é preciso ter em mente que a democracia liberal está numa encruzilhada. O sistema tem sido desafiado por uma série de fatores, como a ascensão da extrema-direita, a polarização política e a corrupção. Esses vetores contribuem para o enfraquecimento das instituições democráticas e a ascensão de regimes autoritários.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Também é importante considerar o papel da tecnologia, que pode ser usada para reprimir a dissidência e manter os povos sob controle. Os regimes autoritários estão cada vez mais a usar a tecnologia para fortalecer o seu poder. Hoje o WhatsApp é muito mais eficaz para passar uma mensagem do que um horário em <i>prime time</i> na televisão. A vitória de Bolsonaro não deixa mentir.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Hoje há muitas ditaduras e autocracias. Não são a mesma coisa? Há nuances. Podemos dizer que as ditaduras existem em países como a China, Coreia do Norte, Irã ou Birmânia. As autocracias estão instaladas em lugares como Rússia, Arábia Saudita, Turquia, Egito, Vietnã. Qual a diferença? A separação nem sempre é clara, porque algumas características se sobrepõem.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O que define uma ditadura? Em primeiro lugar, o governo é centralizado nas mãos de um indivíduo ou de um pequeno grupo. Há repressão política, incluindo prisão, exílio e assassinato de opositores. E, claro, temos a restrição dos direitos políticos e civis, incluindo liberdade de expressão, reunião e associação. Os poderes não são independentes.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em que diferem as autocracias? Em quase nada. Mas realizam eleições multipartidárias, apesar de os direitos políticos e civis serem restringidos. O governo também é controlado por um partido ou grupo dominante e a oposição é reprimida. Os poderes são cooptados pelos que detêm o poder, em especial no plano do executivo.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É claro que pode haver divergências conceituais, mas há um facto indesmentível: nenhum desses dois modelos é aceitável para quem prefere a democracia, mesmo com todos os seus defeitos. Mas, infelizmente, o bolsonarismo brasileiro é a prova de que há muita gente que não quer saber de democracia. Há gente disposta a abrir mão da própria liberdade, como já salientou Étienne de La Boétie</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ0ZrK_2GDHzf4cdP8xlyq0d8-9gIZVVJz3UcmznBobOScA0ke_mwTk7y0E_Al6God6n3ZORw2S9SShRincBVKcoj-BmB1_IL7ioH2Pex54sz4TkMQ0a6WW8zjBJBydb4-1BEnx6wvL-VWA-BBNodNHYEZY66NUPjXRdNlcSnqof-A8KLSRnGTIhQPKT8/s5184/pexels-sima-ghaffarzadeh-14136539.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="5184" data-original-width="3456" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ0ZrK_2GDHzf4cdP8xlyq0d8-9gIZVVJz3UcmznBobOScA0ke_mwTk7y0E_Al6God6n3ZORw2S9SShRincBVKcoj-BmB1_IL7ioH2Pex54sz4TkMQ0a6WW8zjBJBydb4-1BEnx6wvL-VWA-BBNodNHYEZY66NUPjXRdNlcSnqof-A8KLSRnGTIhQPKT8/w266-h400/pexels-sima-ghaffarzadeh-14136539.jpg" width="266" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Sima Ghaffarzadeh</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-42641983164984441382023-12-11T07:31:00.001-03:002023-12-12T05:22:13.167-03:00A guerra na Ucrânia já tem um vencedor: a indústria armamentista dos EUA<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Só alguém muito distraído pode não ter percebido. A indústria das armas dos EUA está faturando na Ucrânia. E é bom ver um jornalão a falar do tema, já que a imprensa internacional tem dado pouca ou nenhuma atenção. O “The Washington Post” publicou, no ano passado, uma matéria a revelar que a ajuda armamentista dos EUA à Ucrânia estava a dar um enorme impulso à indústria de defesa americana.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A reportagem referia um estudo do Stimson Center, um think tank de Washington, segundo o qual mais de 90% do dinheiro da ajuda militar para a Ucrânia estavam a ser usados para comprar armas da indústria armamentista norte-americana. Eis os números: dos primeiros US$ 7,6 bilhões em ajuda militar à Ucrânia, US$ 7,3 bilhões teriam sido usados na compra de armas nos EUA.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Na semana passada, um novo texto voltou ao assunto, desta vez assinado por Marc Thiessen, colunista conservador do mesmo jornal. A denúncia é reforçada, mas como uma nuance a ter em conta. É que os conservadores - influenciados pelo trumpismo - ameaçam fechar as torneiras da ajuda à Ucrânia. É parte da estratégia para tentar detonar a candidatura de Joe Biden às eleições de 2024.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">O argumento é que, sob o pretexto de ajudar a Ucrânia a se defender da invasão russa, foi criado um negocião para a indústria bélica norte-americana. Além disso, os republicanos argumentam que isso faz a aumentar as tensões entre os Estados Unidos e a Rússia (Trump sonha ser um Putin). Mas há um contrassenso:</span><span style="font-family: georgia;"> será que o lobby da indústria das armas, que pende mais para o lado republicano, vai na conversa?</span></span></div><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Os republicanos estão a criar problemas para a renovação das ajudas à Ucrânia, o que pode ter algum efeito sobre a opinião d</span><span style="font-family: georgia;">os trumpistas. É a interpretação do slogan "America First". A indústria armamentista sempre contou com os republicanos, mais propensos aos</span><span style="font-family: georgia;"> gastos na defesa e à manutenção do poder militar dos EUA, não vai assistir tudo passivamente. Afinal,</span><span style="font-family: georgia;"> a pátria dos capitalistas é o dinheiro.</span><span style="font-family: georgia;"> </span></span></div><div><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div></div></div></div></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF-b2S9C26bqVmGZ4jzS3bKFj-JkAliOw2ASXtBxIvDjpt8QQZRqPBzqhpHbYQDdIA1uyhWtIizGDo-2Kmy0k4C3BFXqWKDR1cc-6Uz9EkkozzrL-faTpkLa2luo4uhsew40NbokJH5eMz1Wk606GCf6ZHoauTcmqoVZr6Dk960KzlTc3kwSkcvCzzJNE/s4032/pexels-%D0%B0%D0%BB%D0%B5%D1%81%D1%8C-%D1%83%D1%81%D1%86%D1%96%D0%BD%D0%B0%D1%83%CC%86-11518767.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="4032" data-original-width="3024" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF-b2S9C26bqVmGZ4jzS3bKFj-JkAliOw2ASXtBxIvDjpt8QQZRqPBzqhpHbYQDdIA1uyhWtIizGDo-2Kmy0k4C3BFXqWKDR1cc-6Uz9EkkozzrL-faTpkLa2luo4uhsew40NbokJH5eMz1Wk606GCf6ZHoauTcmqoVZr6Dk960KzlTc3kwSkcvCzzJNE/w300-h400/pexels-%D0%B0%D0%BB%D0%B5%D1%81%D1%8C-%D1%83%D1%81%D1%86%D1%96%D0%BD%D0%B0%D1%83%CC%86-11518767.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Алесь Усцінаў</td></tr></tbody></table><div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-5690394374767395972023-12-07T12:34:00.002-03:002023-12-09T08:13:42.629-03:00Svetlana Alliluyeva, a filha rebelde de Stalin<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Uma história de amor e ódio. Em 1942, a jovem Svetlana Alliluyeva, filha de Joseph Stalin, se apaixonou por Alexei Kapler, um cineasta judeu. Nessa época, ela tinha 16 anos e ele era já tinha feito 40 anos. É claro que Stalin desaprovou o romance, não apenas pela idade de Kapler, mas também por ser judeu e de origem social inferior.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os dois se conheceram quando ela foi assistir a um filme que ele dirigiu e começaram a se encontrar em segredo. O romance rapidamente se tornou sério. A filha do ditador soviético ficou grávida, mas sofreu um aborto espontâneo. Stalin soube do romance e ordenou que Kapler fosse preso.
Em 1943, o cineasta foi preso e sentenciado a dez anos de confinamento em um gulag, uma prisão de trabalho forçado na União Soviética.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A causa exata da prisão não é clara, mas acredita-se que Stalin tenha usado o romance como pretexto para se livrar de um inimigo potencial. Kapler era um homem culto e bem-sucedido e Stalin pode ter temido que ele influenciasse sua filha de forma negativa.
O romance entre Svetlana e Kapler, um exemplo trágico do poder e da brutalidade de Stalin, teve um impacto profundo na vida de ambos. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A jovem nunca se recuperou da perda de seu amor e ele nunca foi o mesmo depois de sua prisão.
Aleksei Yakovlevich Kapler nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 1903, e morreu em Moscou, Rússia, em 1979. Trabalhou como cineasta, roteirista, ator e escritor proeminente. Foi conhecido pelo seu trabalho em filmes como "Lênin em 1918", "Homem Anfíbio" e "O Pássaro Azul". </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Svetlana Alliluyeva teve uma vida conturbada e cheia de tragédias. Teve três casamentos e dois filhos. Em 1967, Svetlana fugiu da União Soviética para a Índia, num episódio de grande repercussão internacional. Dois anos depois, mudou para os Estados Unidos, onde se naturalizou e viveu até sua morte, em 2011 (ensaiou uma volta à URSS por causa da doença de um filho, mas acabou por sair novamente).</span></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAVMfjLwFs9R-6T73TL4AbXLxs0jLaOjEc-j0kJ8_ZriOZoS0yp7kQbj056WbJl4PtbN-8p7AvC38dx562Vm5K7q4p_idytYI496k1mp_giJ-PNmS1yPehNZAFQrjG9lckwjwzbfD7nRyLtjW7SrN0oHJElVajiFuI-ueHjqkJ0Wo6Rt2-v-e4VyZ1fFg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="360" data-original-width="640" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAVMfjLwFs9R-6T73TL4AbXLxs0jLaOjEc-j0kJ8_ZriOZoS0yp7kQbj056WbJl4PtbN-8p7AvC38dx562Vm5K7q4p_idytYI496k1mp_giJ-PNmS1yPehNZAFQrjG9lckwjwzbfD7nRyLtjW7SrN0oHJElVajiFuI-ueHjqkJ0Wo6Rt2-v-e4VyZ1fFg=w400-h225" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large; text-align: left;">Svetlana e Joseph Stalin</span></td></tr></tbody></table><br /><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-47507961299708099202023-12-06T05:57:00.002-03:002023-12-06T05:57:36.450-03:00Está aberta a temporada de caça ao Dino <span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É o tema do momento. A oposição ranhosa não quer ver Flávio Dino no Supremo Tribunal Federal. Os "argumentos" vão se sucedendo. Os opositores políticos e a velha imprensa vendilhona apostaram tudo na negação do “notório saber jurídico”, que é uma das condições para a ascensão à máxima corte. E chegamos ao ridículo de ver um “formador de opinião” de notória ignorância jurídica a bater de forma insistente e irritante nessa tecla.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É tudo conversa para boi dormir. O currículo de Flávio Dino indica que ele possui um conhecimento jurídico amplo e profundo, sustentado uma sólida formação acadêmica e experiência profissional. Além de que a ideia de notório saber é subjetiva. Em termos práticos, caberá ao Senado Federal, através de arguição, decidir se Flávio Dino possui o conhecimento necessário para o cargo de ministro do STF. Não será a imprensa a dar o veredito. E ponto final.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os motivos de natureza política são evidentes na crítica. Os opositores apontam uma tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de consolidar a hegemonia da esquerda no STF. A tese é de que Dino seria um aliado fiel de Lula (e do PT) e que a sua atuação no tribunal seria pautada por interesses políticos. É irônico. Porque essas mesmas pessoas assobiaram para o lado nas indicações de Kassio Nunes Marques e André Mendonça, que Bolsonaro considerou os seus 20% no Supremo.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A atuação como ministro da Justiça é outro dos argumentos falhados. Os opositores acusam Flávio Dino de ser parcial na condução de investigações e até tentaram pôr a conta do 8 de janeiro no seu currículo. Teses tão frágeis que beiram o ridículo. Aliás, para alguns parlamentares pretendem. uma retaliação pelas tareias que Flávio Dino aplicou em muitos deles, nas infindáveis convocações para debates no parlamento. Os deputados bolsonaristas não cansam de passar vergonha.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">E agora surge um bruaá capitaneado pela inenarrável Michelle Bolsonaro, que surge com o argumento de que comunista não pode ser cristão. “Se ele é comunista, ele é contra os valores e princípios cristãos. Não existe comunista cristão, isso é de contramão com a Palavra de Deus. A gente não pode aceitar esse tipo de gente no poder. Já imaginou se esse homem chegar ao STF o que vai acontecer com a gente?”, questionou Michelle Bolsonaro.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Enfim, seguindo o script bolsonarista, a ex-primeira-dama usa o medo como arma. “O que vai acontecer com a gente?”. Ora, o mesmo que tem acontecido até agora. Nada. As igrejas continuam abertas, nenhum fiel foi incomodado. O bolsonarismo está apenas a tentar ressuscitar o espectro do comunismo como um bicho-papão. É como as crianças com medo de monstros em baixo da cama. Para os bolsonaristas, comunismo é toda pessoa que pense diferente. Ou melhor, toda pessoa que pense.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Não é possível antecipar se Flávio Dino vai ser aprovado ou não. Mas há leituras que podem ser feitas nesse xadrez político. O presidente Lula tem muitos anos de janela e não ia atirar Flávio Dino aos leões. E a aproximação a Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, muito provavelmente tem relação com a aprovação de Dino. O presidente é um negociador exímio e não faria uma indicação que corresse o risco de ser rejeitada. É esperar para ver.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HPM-TK9VnwSe1hub5Uob3ZQrb0gxPKRE34gUogjzdpGp-KJ7ErAHjIbbyDNg3NyP2OdH2FKNGJyC5tTI_IY3UNkyJPYs5hjUCE97yKCgupRbUGlsNYgKe0oPTttHIchyphenhyphen4GZOmb0RBEdv1pzbRrnjs1AgNuq-jkYGN8_XYDjw4HQbBOj2KQeXNdHPPo8/s1262/Screenshot%202023-12-05%20at%2012.53.33.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="776" data-original-width="1262" height="246" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8HPM-TK9VnwSe1hub5Uob3ZQrb0gxPKRE34gUogjzdpGp-KJ7ErAHjIbbyDNg3NyP2OdH2FKNGJyC5tTI_IY3UNkyJPYs5hjUCE97yKCgupRbUGlsNYgKe0oPTttHIchyphenhyphen4GZOmb0RBEdv1pzbRrnjs1AgNuq-jkYGN8_XYDjw4HQbBOj2KQeXNdHPPo8/w400-h246/Screenshot%202023-12-05%20at%2012.53.33.png" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-49782888532633632602023-12-05T05:32:00.001-03:002023-12-05T05:32:27.952-03:00E se a Rússia anexasse Portugal?<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É um fait-divers, mas não resisto a comentar. Sabem qual a última da terra de Putin? Um dia destes uns estranhões começaram a falar na anexação de Portugal. Foi durante um programa de debates na televisão estatal russa. O apresentador Vladimir Solovyov defendeu a ideia: a Rússia deveria anexar Portugal.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Por quê? O argumento é de que Portugal seria um aliado no contexto da guerra na Ucrânia. Já começou mal, amigo. Fora o Partido Comunista Português, ninguém no país tem demonstrado qualquer simpatia pelos russos no caso da invasão da Ucrânia. E os comunistas aprenderam que essa posição traz perdas eleitorais.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Solovyov afirmou que Portugal é um país "pró-russo", com uma longa história de relações com o país. Mas é uma besteira tomar Portugal como aliado na guerra da Ucrânia. E o tipo também argumentou que a anexação de Portugal daria à Rússia um acesso estratégico ao Oceano Atlântico. </span><span style="font-family: georgia;">Bobinho esse Solovyov. </span></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></span></div><div><span style="font-family: georgia;"><span style="font-size: medium;">O olho no Atlântico tem razões de ser. É que apesar de Portugal ser o 16º país da Europa em termos terrestres, tudo muda quando estamos a falar do mar, porque o país sobe para o 5.º posto em termos dimensão marítima. O potencial estratégico e económico do mar, a tal economia azul, pode vir a ser o futuro do país.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Portugal está alinhado na defesa da Ucrânia, como todo o bloco europeu (à exceção de Orbán, da Hungria). Os portugueses devem ficar preocupados? Claro que não. É tolice. Mas o fato dessa ideia ter vindo a público mostra que, sob a batuta de Putin, os russos andam com ímpetos imperialistas.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A ideia é tonta, mas há uma coisa a salientar. Margarita Simonyan, uma das principais propagandistas do Kremlin e editora-chefe do Russia Today, disse na ocasião que a Rússia não precisa da nação portuguesa, mas que “gostaria muito" de a ter. Enfim, parece que o imperialismo é o sonho molhado dos putinistas.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqCffSnyu46ayOlado8THwJXPQ0-6pp7_ScCOMKG0_lV8NYZQQ7m_HYhr2aRbAikPSD2CIhCcTxcXWI1qpTKoQmacQiY1jrmvq1pivq2SMs_UgLkSfE5A6Vqd3TfzS3MNCBXUKmToWjCryCuKPDTEew3Ed1PVZvewMzenIZTTBzhh-rzTbroH_cri3iyQ/s2798/Screenshot%202023-12-05%20at%2008.29.08.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1626" data-original-width="2798" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqCffSnyu46ayOlado8THwJXPQ0-6pp7_ScCOMKG0_lV8NYZQQ7m_HYhr2aRbAikPSD2CIhCcTxcXWI1qpTKoQmacQiY1jrmvq1pivq2SMs_UgLkSfE5A6Vqd3TfzS3MNCBXUKmToWjCryCuKPDTEew3Ed1PVZvewMzenIZTTBzhh-rzTbroH_cri3iyQ/w400-h233/Screenshot%202023-12-05%20at%2008.29.08.png" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-58959142831060442372023-12-04T08:54:00.001-03:002023-12-04T08:54:28.067-03:00A menina que recusou dar a mão ao ditador<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Há imagens que escapam aos fatos e acabam se tornando ícones de uma época. É o caso da fotografia que Rachel Clemens, uma menina de cinco anos que, em setembro de 1979, se recusou a cumprimentar o presidente João Batista Figueiredo. Não é o que ela pretendia fazer (até porque não tinha maturidade para isso), mas a imagem acabou por se tornar um símbolo da resistência à ditadura.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A foto da menina, com o rosto sério e os braços cruzados, foi registrada pelo fotógrafo Guinaldo Nicolaevsky (ele fez o clique mas nunca a conheceu pessoalmente) e se tornou uma das imagens mais emblemáticas do final dos anos de chumbo. A foto foi publicada em diversos veículos de comunicação nacionais e internacionais, tornando-se um símbolo da decadência da ditadura militar no Brasil.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mineira de Juiz de Fora, Rachel morreu em 2015, aos 41 anos de idade, de parada cardíaca. Mas antes de morrer, tinha explicado, em entrevista, que o gesto foi coisa de criança. As pessoas insistiam para que apertasse a mão do presidente e, por birra, ela se recusou. “Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão”, revelou. Mas não sem salientar que tinha um certo medo de Figueiredo.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nada consegue impedir a criação de mitos. A recusa de Rachel ainda hoje é encarada como um ato de coragem e determinação, mostrando que mesmo as crianças podiam resistir à ditadura. A imagem tornou-se um ícone da rebeldia para muitos brasileiros que lutavam pela democracia. Mas a realidade não foi assim. “Sou de uma época que criança era só criança e se preocupava mais em brincar e se divertir”, contou.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhqHjiBhiDAuQ_B5de64-rKzF1Z-DPjZLRzJ8Cc3cz3BZ_VXh0URLTGMM-EsP2LITQE-l0hZvymwWvceD1MOLy6TgiE2D4QWDUTmYo3ynqTuMnjm8mdDR7rS96oGV4xRCTey4vHea-k_z-2ABED7HwRKGXPHlFoxUdIrshsIuWd9Q0U03OXbZLLvt6Uc24" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="800" data-original-width="631" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhqHjiBhiDAuQ_B5de64-rKzF1Z-DPjZLRzJ8Cc3cz3BZ_VXh0URLTGMM-EsP2LITQE-l0hZvymwWvceD1MOLy6TgiE2D4QWDUTmYo3ynqTuMnjm8mdDR7rS96oGV4xRCTey4vHea-k_z-2ABED7HwRKGXPHlFoxUdIrshsIuWd9Q0U03OXbZLLvt6Uc24=w315-h400" width="315" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Rachel Clemens e João Figueiredo, na foto mítica.</td></tr></tbody></table><br /><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-44502894382991117002023-12-01T08:01:00.000-03:002023-12-01T08:01:21.031-03:00Putin não gosta dos LGBTQIA+, mas a esquerda brasileira gosta de Putin<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Há muita gente na "esquerda" brasileira que nem pensou duas vezes antes de tomar o lado de Putin na invasão da Ucrânia. Ora, qualquer pessoa com dois dedos de testa sabe que há ali um flagrante desrespeito pelo direito internacional e um ataque à autodeterminação de um povo. A coisa é simples: os ucranianos não querem ser russos. Ponto final. Mas para essa esquerda falou mais alto uma certa nostalgia da URSS e, mesmo sabendo que estão do lado do bandido, essas pessoas deixaram-se levar pela cantiga da “desnazificação” e mais um par de botas.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Mas Putin é Putin. E a Rússia é uma autocracia. Fico a perguntar como reagirão agora essas pessoas à notícia de que o Supremo Tribunal da Rússia, a pedido do Ministério da Justiça, acaba de considerar qualquer "movimento LGBTQIA+" uma organização "extremista”. Vejam que belo argumento: o Ministério argumenta que o movimento LGBTQIA+ é uma ameaça à segurança nacional, pois promove a ideologia de gênero e a "destruição da família tradicional". Como? Mas isso não é o bolsonarismo? Fiquei confuso.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">A decisão representa um retrocesso significativo nos direitos da comunidade LGBTQIA+ no país. A partir de agora, qualquer pessoa que seja considerada associada ao movimento LGBTQIA+ pode ser acusada de extremismo e punida com penas de prisão de até 10 anos. </span><span style="font-family: georgia;">A determinação tem o potencial de ter um impacto significativo na vida das pessoas LGBTQIA+ na Rússia. Pode levar a uma maior repressão às organizações, a um aumento da violência e a uma diminuição da visibilidade e da aceitação da comunidade LGBTQIA+</span><span style="font-family: georgia;">.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">E Putin? Sem surpresas. O autocrata russo tem tido posições consistentemente contrárias aos direitos LGBTQIA+. Ele já se referiu à homossexualidade como uma perversão e uma doença. Em 2013, assinou uma lei que criminaliza aquilo que chama de “propaganda LGBTQIA+” entre menores, o que levou a uma onda de repressão às organizações LGBTQIA+ no país.
Em 2021, fez um discurso no qual atacou os direitos dos transgêneros, dizendo que “ensinar crianças sobre menino poder se tornar menina e vice-versa beira um crime contra a humanidade”. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ou seja, a decisão do Supremo Tribunal da Rússia está em perfeita sintonia com as posições de Putin. E os passadores de pano no Brasil? Vão continuar deambulando pelas redes sociais com a flanela na mão e a dizer que Putin é a encarnação do bem. E até que ele é comunista (permitam-me uma gargalhada).</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBj9HVBerPKPaIi45n63iYEYjosnoHtb6ZGCl2OFLjC1bj8Nrk-g2tdb4gcDn1Z66b-Xhb7judF1qCVkMWv8Hp943LDKh11xVKl3FULE414HaeCBQtKlR1gMNarPdRXQwy_n2TQ5Eddk8VUjANeAAJIi0NOAWxule3y0yTGl9B1VIzKfmzmDOSIaVc8cA/s5616/pexels-alexander-grey-1209843.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3744" data-original-width="5616" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBj9HVBerPKPaIi45n63iYEYjosnoHtb6ZGCl2OFLjC1bj8Nrk-g2tdb4gcDn1Z66b-Xhb7judF1qCVkMWv8Hp943LDKh11xVKl3FULE414HaeCBQtKlR1gMNarPdRXQwy_n2TQ5Eddk8VUjANeAAJIi0NOAWxule3y0yTGl9B1VIzKfmzmDOSIaVc8cA/w400-h266/pexels-alexander-grey-1209843.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Alexander Grey</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-70060454844536125162023-11-23T06:24:00.005-03:002023-12-05T06:45:54.231-03:00Gaza é o pior lugar do mundo para ser criança, mas há outros<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A guerra entre Israel e Hamas transformou a faixa de Gaza no pior lugar do mundo para ser criança. De acordo com informações recentes do Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, 3.542 crianças foram mortas e 6.890 ficaram feridas no território durante os primeiros 25 dias do conflito. Isso representa cerca de 40% do total de mortos e feridos, que foi de 8.525.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) também divulgou dados que apontam para a vulnerabilidade das crianças. É uma tragédia sem-par.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Segundo a organização, 1,2 milhão de crianças em Gaza foram afetadas pela violência, incluindo 590.000 que tiveram que deixar suas casas. A imprensa internacional também tem dado ampla cobertura à questão.
Há um clamor mundial que pede o fim da matança. No entanto, é um tanto absurdo que as mesmas pessoas que estão – e bem – preocupadas com as crianças palestinas não tenham demonstrado a mesma empatia em relação às crianças ucranianas, que têm vivido sob a invasão das tropas russas. Porque também ali as crianças são as maiores vítimas.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">De acordo com a Unicef, mais de 540 crianças foram mortas e 1.700 ficaram feridas desde a invasão, em 24 de fevereiro de 2022. Por triste coincidência, isso também representa cerca de 40% do total de mortos e feridos, que é de 3.440. Mas não é apenas isso. Pelo menos 6.000 crianças ucranianas foram levadas para campos de reeducação na Rússia, numa clara violação dos direitos humanos. Essas crianças estão sendo alocadas em instituições de ensino, orfanatos e famílias adotivas russas.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Além de separadas de suas famílias, também estão sendo expostas à propaganda russa, que glorifica a guerra e demoniza a Ucrânia.
Ente outras coisas, são obrigadas a aprender a língua russa e a cantar hinos da terra de Putin.
A comunidade internacional tem condenado a reeducação das crianças ucranianas na Rússia. O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que exige o fim imediato dessa prática.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">No entanto, a Rússia não tem demonstrado sinais de que vai parar de “reeducar” as crianças ucranianas. Mas as crianças ucranianas não são um tema no Brasil, em especial para as esquerdas. Eis um caso de hipocrisia pura e dura. Para dois casos igualmente graves e deploráveis, há dois pesos e duas medidas: lágrimas pelas crianças palestinas e indiferença pelas crianças ucranianas. Quem entende?</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQX9PF6Hl3CRVfYy0jF7viWNDW65IqI3w-KPFSTaI_A_Wj9rT0rVfksy9B8eux91ik-JFuUHAZ-9pfYV8ssbcwj-7ENu8zHSuOZBzbCgFOGhfzAqh6pT7-2afIRc7K6yxy0pTmYyGbnxs3MQGDAvEFN6WOvTCgSGrfsp1KqbV4GuUPdIhrJuPd65pJbrs/s5472/pexels-ahmed-akacha-6929741.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3648" data-original-width="5472" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQX9PF6Hl3CRVfYy0jF7viWNDW65IqI3w-KPFSTaI_A_Wj9rT0rVfksy9B8eux91ik-JFuUHAZ-9pfYV8ssbcwj-7ENu8zHSuOZBzbCgFOGhfzAqh6pT7-2afIRc7K6yxy0pTmYyGbnxs3MQGDAvEFN6WOvTCgSGrfsp1KqbV4GuUPdIhrJuPd65pJbrs/w400-h266/pexels-ahmed-akacha-6929741.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Ahmed Akacha</td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs8cEEsRqs_jy_OxpCpexfuVOWXAiui6LPbWz1vwi1ZIxetaOD1kr2Xyl71VHsjlzBZZs8pe-3RxDrmS9DY9Xvn9QfYA30VMMySG-3NFN9qgFuiUNX5cdg0zBHJ7w5QTIH29NpG97lfoY_m-e6iNr8nl7J1KSQYFgkJ__KVL3Mpcf9nnSrGPBgAcKeULk/s3938/pexels-berke-arakl%C4%B1-8204704.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3150" data-original-width="3938" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs8cEEsRqs_jy_OxpCpexfuVOWXAiui6LPbWz1vwi1ZIxetaOD1kr2Xyl71VHsjlzBZZs8pe-3RxDrmS9DY9Xvn9QfYA30VMMySG-3NFN9qgFuiUNX5cdg0zBHJ7w5QTIH29NpG97lfoY_m-e6iNr8nl7J1KSQYFgkJ__KVL3Mpcf9nnSrGPBgAcKeULk/w400-h320/pexels-berke-arakl%C4%B1-8204704.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Berke Arakli</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-84972789037467988042023-11-21T06:06:00.004-03:002023-11-22T08:48:44.184-03:00Há presos políticos na Rússia. Esquerda brasileira olha para o lado<b><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</span></b><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A guerra na Ucrânia ensinou uma coisa. Há brasileiros (que se dizem) de esquerda que gostam de Putin. Ou seja, gostam de autocratas. A ironia é que pregam democracia no Brasil, mas defendem regimes fechados no exterior. É claro que essa gente pensa em Putin como herdeiro da União Soviética. Não é. Pensam que tem ligação ao comunismo. Não tem. E tenho a certeza de que, se fosse no Brasil, não aceitariam o caso de Sasha Skochilenko.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A ativista russa, que tem 31 anos, foi presa em março de 2023, por supostamente ter publicado mensagens anti-guerra. Ela foi acusada de "divulgação de informações falsas sobre as Forças Armadas da Federação Russa" sob a nova lei de censura da Rússia, que prevê penas de até 15 anos de prisão. Foi condenada a sete anos de prisão, sentença reduzida para cinco anos por causa de uma pressão internacional, que incluiu apelos do Papa Francisco e do Presidente francês Emmanuel Macron.
Ainda assim, a pena de cinco anos é uma sentença severa para uma pessoa que simplesmente expressou sua opinião sobre a guerra.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A condenação de Skochilenko é um lembrete de que, sob Putin, a liberdade de expressão na Rússia tem estado sob ataque. A pena de prisão da ativista é a mais longa já imposta a alguém por protestar contra a guerra na Rússia. E é bom lembrar que centenas de pessoas que foram presas por se insurgirem contra a guerra.
A lei de censura foi aprovada em março de 2022, depois invasão da Ucrânia. O objetivo era criminalizar a divulgação de informações que o governo russo considere falsas sobre a guerra. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Essa lei tem sido usada para reprimir a dissidência e a liberdade de expressão na Rússia. A condenação de Skochilenko é um sinal do declínio da liberdade de expressão na Rússia. A lei de censura da Rússia tem criado um clima de medo e autocensura no país.
Mas Putin é um “queridinho” da esquerda brasileira que, em teoria, deveria estar a defender a democracia. Mas que nada. Essa gente não se importa de defender uma ditadura, pela simples nostalgia da URSS. Só que Putin e a URSS estão nos antípodas.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixVAaQrRERsNhreaZ9OyIN3CFStYdL_hT_fy0IQtHprWdkPYKRHNl4Zzv5PtiYz8FSGS4gugmHCOH7FV36lWLsI6G0NNEO_aTurpgVTZ_l_i4VKivIJAucTMOaymEZLqP_JEwQoDM9ntdh-rxxCToCoLj6CYENqzEd1P2VzwW49mBsWSNZIoiTFSFXAYQ/s910/AP23320463878624.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="568" data-original-width="910" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixVAaQrRERsNhreaZ9OyIN3CFStYdL_hT_fy0IQtHprWdkPYKRHNl4Zzv5PtiYz8FSGS4gugmHCOH7FV36lWLsI6G0NNEO_aTurpgVTZ_l_i4VKivIJAucTMOaymEZLqP_JEwQoDM9ntdh-rxxCToCoLj6CYENqzEd1P2VzwW49mBsWSNZIoiTFSFXAYQ/w400-h250/AP23320463878624.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: georgia; font-size: large; text-align: left;">A artista e ativista Sasha Skochilenko</span></td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-70792313308528964572023-11-19T07:10:00.002-03:002023-11-19T07:10:26.967-03:00Vai uma picanha sintética?<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É domingo e você já está à espera para acender a churrasqueira e começar a fazer aquela picanha. Eis uma tradição que muito certamente vai mudar no futuro, com a inevitável introdução de carne sintética no mercado mundial. Muita gente nem sonha que isso existe, mas há mercados onde as carnes sintéticas já estão a ser comercializadas. A carne sintética é produzida a partir de células extraídas de animais, que são cultivadas em laboratório. As células mais utilizadas são as células-tronco.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O primeiro país a autorizar a comercialização de carne sintética foi Cingapura, em 2022. A empresa israelense Aleph Farms foi a primeira a vender carne de bife cultivada em laboratório naquele país. Neste ano, os Estados Unidos também autorizaram a comercialização de carne sintética. As empresas Eat Just e Upside Foods foram as primeiras a vender carne de frango cultivada em laboratório nos EUA.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Se atualmente apenas Cingapura e os EUA permitem a comercialização de carne sintética, há outros países a considerar a aprovação da comercialização desse tipo de produto. No Brasil, por exemplo, a Anvisa está a avaliar essa possibilidade e deve ter uma posição até o próximo ano.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O mundo empresarial do setor está a se preparar. A brasileira JBS, por exemplo, está a investir nessa área. Em 2021, a empresa adquiriu uma participação majoritária na espanhola BioTech Foods, líder europeia no setor de proteína cultivada. A BioTech Foods está construindo uma fábrica na Espanha que será capaz de produzir 1.000 toneladas de carne cultivada por ano. A empresa tem projetos também no Brasil.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ainda é cedo para dizer qual será o impacto das carnes sintéticas no mercado global. É certo que vai haver muita resistência cultural, como já está a acontecer na Itália, onde o executivo de Giorgia Meloni aprovou uma lei que proíbe a produção, venda e importação de carne cultivada em laboratório. O objetivo é proteger a "tradição italiana". A lembrar que a produção de carne sintética ainda não está autorizada na União Europeia. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O fato é que será impossível deter os avanços nessa área. Porque esse tipo de produto tem o potencial de revolucionar a indústria da carne, oferecendo uma alternativa mais sustentável e ética.
</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQAHsT6sjG-1YEYGVXVcdezjyFyiSJkMT0zyW2uOielsGBkfDheTTowBTIFS0KLj9MW1RhlX2w7Y7yqFIzk39i4CFQahRSKnwJkNArAZ35n9nExETKdn5oLFHxk4UT1nXVDzFZjHnQDz-1K1WZxksA8LycnBLVwBN2AOMx_9FHUpq6At_B5-U5-IDECYc/s1404/Screenshot%202023-11-19%20at%2010.09.09.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1404" data-original-width="1178" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQAHsT6sjG-1YEYGVXVcdezjyFyiSJkMT0zyW2uOielsGBkfDheTTowBTIFS0KLj9MW1RhlX2w7Y7yqFIzk39i4CFQahRSKnwJkNArAZ35n9nExETKdn5oLFHxk4UT1nXVDzFZjHnQDz-1K1WZxksA8LycnBLVwBN2AOMx_9FHUpq6At_B5-U5-IDECYc/w335-h400/Screenshot%202023-11-19%20at%2010.09.09.png" width="335" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-74418971977057389152023-11-11T08:13:00.002-03:002023-11-13T10:53:05.315-03:00Santa Catarina: o autoritarismo não gosta de livros<div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></div><div><br /></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Ora, ora, ora... parece que em Santa Catarina há quem esteja dedicado à proibição de livros. Surpreende? Claro que não. É preciso ter em mente que o autoritarismo faz parte do código genético de muitos catarinenses e dos muitos governantes que ao longo de décadas se sucedem no poder. Afinal, em que outro lugar o bolsonarismo e as suas "ideias" espúrias teriam tanto eco? Em Santa Catarina, claro. E onde entra o bolsonarismo, a inteligência sai de cena.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A história do mundo está cheia de exemplos de ataques dos autoritários a livros e bibliotecas, com proibições, queimas e a destruição de obras consideradas “perigosas” para o poder. O Brasil tem páginas escritas nesse plano, porque durante a ditadura militar houve centenas de livros proibidos, de autores como Jorge Amado, Graciliano Ramos ou até Nelson Rodrigues. Na vigência do AI-5, a ditadura censurou a torto e a direita: filmes, peças de teatro ou livros.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O fato é que as mentes autoritárias detestam livros. E adivinhem. Um dos textos censurados nos anos de chumbo de Garrastazu Médici foi o "Laranja Mecânica", de Anthony Burgess, acusado de ser “subversivo” e “perigoso para a juventude”. O texto, que faz uma crítica à violência e ao autoritarismo, foi visto pela ditadura militar como uma ameaça. E só foi liberado em 1981, quando os ditadores estertoravam.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">“Laranja Mecânica”? Opa! Essa lembrança fez acender uma luz quando veio a público a notícia de que o poder em Santa Catarina havia feito uma lista de livros “proibidos”, que deveriam ser recolhidos das escolas públicas. E adivinhem: o “Laranja Mecânica” está lá. Outra vez. As “otoridades” tentaram explicar, mas mexer com livro é coisa que não tem explicação. É apenas a evidência da precariedade intelectual dessa gente que namora firme com o Bolsonarismo.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Enfim, sabem o que têm em comum ditadores como Adolf Hitler, Joseph Stalin, Mao Tsé-tung, Francisco Franco ou Saddam Hussein? Todos eles perpetraram ataques contra livros (e autores) que consideravam incômodos. Portanto, fica a dica: se um governo não quer parecer autoritário, não repita atitudes autoritárias. E evite eventos muito cheios de simbologia, como ataques a livros. Porque, acreditem, os livros de história não perdoam.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva
</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeB-KTnk7XitKXO7AvAN6T5svF0S7oqRZb3sa78R11rGdvgBTlEMP75GJ_wNavjePApuyDIqMe5uuIUyf_A9KZ3RPT9XmVUHNQnNVJwQWH_bFj4Ru_80MRLHmsHz3R24aaNCIVTUbNJXPrdYKYnSXouMLYqCXbdMiZucilAeml2dc3alq3MgcS1rAB1Rs/s1736/Screenshot%202023-11-11%20at%2011.06.43.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="916" data-original-width="1736" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeB-KTnk7XitKXO7AvAN6T5svF0S7oqRZb3sa78R11rGdvgBTlEMP75GJ_wNavjePApuyDIqMe5uuIUyf_A9KZ3RPT9XmVUHNQnNVJwQWH_bFj4Ru_80MRLHmsHz3R24aaNCIVTUbNJXPrdYKYnSXouMLYqCXbdMiZucilAeml2dc3alq3MgcS1rAB1Rs/w400-h211/Screenshot%202023-11-11%20at%2011.06.43.png" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-53920311402137380502023-10-24T09:21:00.003-03:002023-10-24T09:30:19.706-03:00 Xandão foi à pesca? Se foi, pegou peixe graúdo<p><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Quando o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, houve quem falasse em "fishing expedition". O que é isso? Quer dizer que o ministro estaria a usar uma manobra: prender uma pessoa para "pescar" provas que evidenciassem crimes. Parece que funcionou em cheio. A leitura das mensagens no telefone de Mauro Cid abriu a porta para uma série de indícios de malversações no governo Bolsonaro.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A delação premiada de Mauro Cid é o inferno de ex-presidente e algumas pessoas do seu entorno. O dado mais recente, divulgado agora pela imprensa, diz que Bolsonaro ordenou a fraude dos cartões de vacina e o ex-ajudante apenas obedeceu. A vida de Jair Bolsonaro já estava complicada e cada vez mais parece que a cadeia é um destino inevitável. Alexandre de Moraes fisgou usou uma rêmora como isca... e vai pegar um tubarão.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A prisão de Mauro Cid, decretada pelo ministro, que é relator do inquérito das supostas ameaças à democracia no Brasil, foi criticada por alguns juristas. A alegação era de que teria sido feita sem uma base razoável para acreditar que Cid cometeu algum crime. Esses juristas argumentavam que Moraes não apresentou evidências concretas de que Cid estaria envolvido em qualquer crime.</span></p><p><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">Os críticos alegam que Moraes ordenou a prisão para que Mauro Cid pudesse ser interrogado e para permitir que a polícia realizasse uma busca nos seus bens. Essas críticas sugerem que estaríamos a falar de uma "fishing expedition". Mas é </span><span style="font-family: georgia;"> importante lembrar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) também concordou com a prisão, alegando que Mauro Cid é figura central no inquérito que investiga as ameaças à democracia. </span><span style="font-family: georgia;">Mesmo assim, na altura a vice-procuradora geral da República, Lindora Araújo, introduziu a expressão "fishing expedition" na semântica do caso. </span></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Fishing ou não, o fato é que a pescaria rendeu e vem peixe graúdo na rede. Sob a proteção de uma delação premiada, Mauro Cid está a entalar Bolsonaro e muitos dos seus sequazes. Afogado em indícios, é só uma questão de tempo até o ex-presidente ver o sol nascer quadrado. Os resultados da ação de Alexandre de Moraes estão aí. É como diz a expressão latina “finis coronat opus” (o fim coroa a obra). </span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiypLN5wxn1M9I6kS3cjcFpdAKujM5xmlUAA3a4r-VUviivXwM0zS8b67g_Y3Qe7sNQKe6ed2MPrbdk0sp6aLoqEqb2Q7XD7-CZVTwzSoSogyokhyMy7nv7OR58vjpXYINSrJR1ctbqauamcXXQN828T4acaU8TCleENgQDnzJZwjzU5bTtYKW6YKT0q1w/s371/bolsonaro-cid.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="291" data-original-width="371" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiypLN5wxn1M9I6kS3cjcFpdAKujM5xmlUAA3a4r-VUviivXwM0zS8b67g_Y3Qe7sNQKe6ed2MPrbdk0sp6aLoqEqb2Q7XD7-CZVTwzSoSogyokhyMy7nv7OR58vjpXYINSrJR1ctbqauamcXXQN828T4acaU8TCleENgQDnzJZwjzU5bTtYKW6YKT0q1w/w400-h314/bolsonaro-cid.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span><p></p><p><br /></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-22974690325523100642023-10-24T05:00:00.003-03:002023-10-24T11:51:26.313-03:00A rede social de Donald Trump está a afundar<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O que você faria se fosse excluído de uma rede social? Não há muito a fazer nesses casos. Mas se você for um milionário egocêntrico há uma solução. É só criar a sua própria rede social. Foi o que fez o ex-presidente Donald Trump, depois de ser banido do Twitter (hoje X) após os ataques ao Capitólio dos Estados Unidos. A justificação foi a violação das regras contra o incitamento à violência. Trump até contestou a rede social, mas um tribunal federal recusou-se a revogar a decisão.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Com a recusa, o ex-presidente decidiu criar a sua própria rede social, chamada Truth Social. É simples assim? Não. Há pessoas que contestam a capacidade de Trump como gestor de empresas. E talvez tenham razão. A coisa não está a correr bem e a Truth Social enfrenta problemas financeiros. A empresa controladora da plataforma, Trump Media & Technology Group (TMTG), perdeu US$ 1,2 bilhão em 2022, e está à procura de novos financiamentos para evitar a falência.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os problemas financeiros da TMTG são causados por uma série de fatores, incluindo a baixa base de usuários da Truth Social. A plataforma tinha cerca de 513.000 usuários ativos diários em abril de 2022, um número muito inferior aos 217 milhões de usuários ativos diários do Twitter, atual X. Há quem afirme que outra causa para os problemas financeiros da TMTG é a má gestão. A empresa foi acusada de nepotismo e de desperdício de recursos.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em agosto de 2022, a TMTG anunciou que ia demitir 30% de sua força de trabalho. Mas (porque tem sempre um mas) a Truth Social continua a ser popular entre os apoiadores de Trump. A plataforma é vista como um espaço onde os conservadores podem expressar as suas opiniões sem censura. Em outra ponta, a empresa lançou uma versão do aplicativo para Android e aumentou o número de usuários inscritos.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">No entanto, é difícil dizer se a Truth Social terá sucesso a longo prazo. A plataforma precisará aumentar sua base de usuários e melhorar sua gestão para se tornar lucrativa. Hoje tem uma base muito menor do que as principais plataformas de mídia social, como o Twitter e o Facebook. E a rede trumpiana ainda não encontrou uma maneira de gerar receitas num outro patamar.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A Truth Social precisará resolver os problemas se quiser sobreviver. De acordo com o relatório financeiro da própria TMTG, a plataforma tinha 2,2 milhões de usuários inscritos em dezembro de 2022. Destes, apenas 771.000 eram usuários ativos diários. E todos sabemos que o número de inscritos não é necessariamente igual ao número de usuários ativos.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Pintado este quadro, fica a pergunta: a rede de Donald Trump vai sobreviver? Tudo pode acontecer, mas o horizonte é estreito. </span><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: georgia;">A plataforma está trabalhando para aumentar o número de usuários ativos, mas</span><span style="font-family: georgia;"> enfrenta uma concorrência feroz de outras redes de mídia social, que são mais populares e oferecem mais recursos. Além de que, sendo uma rede que pertence a Donald Trump, poderá sempre contar com a rejeição dos democratas.</span></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJA6-_Qrc-54XQPpTdfaNw6hbsKSFRMDIm9WhJlEAkb-5m39J8eLwE-JuD1pXT9YNwnxRZgtLBSLC1UynAcJvhOA9Tr1iZVXK14emu89sTBoQW2LX3KG1f_bTxyr9lzLbkrqhomyQpB5vzX4S-1xJ2CoQ-wkJwWWeK-6s_xtGQED9fGB309pXZaC6X4GU/s1364/truth.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1364" data-original-width="1046" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJA6-_Qrc-54XQPpTdfaNw6hbsKSFRMDIm9WhJlEAkb-5m39J8eLwE-JuD1pXT9YNwnxRZgtLBSLC1UynAcJvhOA9Tr1iZVXK14emu89sTBoQW2LX3KG1f_bTxyr9lzLbkrqhomyQpB5vzX4S-1xJ2CoQ-wkJwWWeK-6s_xtGQED9fGB309pXZaC6X4GU/w306-h400/truth.png" width="306" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-32752226887605719522023-10-22T07:49:00.010-03:002023-10-23T10:41:43.722-03:00Brasileiros em Portugal: população carcerária cresce<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É cada vez maior o número de brasileiros em Portugal. Se vem muita gente boa, também há as frutas podres. Tanto é assim que hoje há 524 brasileiros presos em Portugal, o que representa 3,4% do total de prisioneiros do país. Os números são oficiais e remetem para a situação em dezembro de 2022. É um tema pouco discutido, mas que merece uma análise mais detida.</span></div><div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os brasileiros são a maior comunidade estrangeira residente em Portugal. De acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal, em outubro de 2023 havia 393 mil brasileiros residentes legalmente em Portugal. São números oficiais, mas todos sabemos que há muitos ilegais e muita gente projeta que no total sejam à volta de 500 mil. É 5% do total da população atual do país.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Tudo bem. O país precisa de trabalhadores que paguem impostos. O problema é que também vem muita gente torta. Hoje os brasileiros são a terceira nacionalidade mais representada no sistema prisional português, atrás de cidadãos portugueses (86,7%) e romenos (6,3%). Os principais crimes são o tráfico de drogas (24,2%), crimes contra a pessoa (22,6%) e crimes contra o património (19,6%).</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Crimes contra a pessoa, contra a vida: eis algo que assusta os portugueses. É um tipo de crime que acontece em Portugal, mas numa escala muito inferior ao Brasil. Para se ter uma ideia, basta dizer que a palavra “latrocínio”, muito comum no Brasil, raramente é ouvida em Portugal. O número de brasileiros presos em Portugal tem aumentado nos últimos anos.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Essa tendência pode indicar que Portugal está se tornando um destino popular para criminosos brasileiros. De acordo com uma análise do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal, 82,6% dos brasileiros presos no país têm antecedentes criminais. O SEF verifica os antecedentes criminais dos estrangeiros que solicitam visto para Portugal. Mas é fácil burlar o sistema.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O SEF está trabalhando para melhorar a verificação de antecedentes criminais de estrangeiros que solicitam visto para Portugal. Mas é importante ressaltar que é impossível impedir completamente que criminosos com antecedentes criminais entrem no país. Resumo da ópera: os brasileiros são necessários a Portugal, mas a mentalidade da violência não... </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTZd7lZOB6IY221HCc53fQcNwxkcWjkDnEaQPBuNFTReaR36EDi93he2pUMMl5lPJYc66UzIM1NUbWTDhNP9GUErbwrhBkD1O9-pdbCbFHO7mPrz4JeB2XMT_c5ZEF5NbVq9CPGCF0G1fFOcTpxCcR_H24ZNIVX4-TQEq9VOvEJPTpmuYdhqM6NEDtSM/s6263/pexels-donald-tong-143580.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="4175" data-original-width="6263" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbTZd7lZOB6IY221HCc53fQcNwxkcWjkDnEaQPBuNFTReaR36EDi93he2pUMMl5lPJYc66UzIM1NUbWTDhNP9GUErbwrhBkD1O9-pdbCbFHO7mPrz4JeB2XMT_c5ZEF5NbVq9CPGCF0G1fFOcTpxCcR_H24ZNIVX4-TQEq9VOvEJPTpmuYdhqM6NEDtSM/w400-h266/pexels-donald-tong-143580.jpg" width="400" /></span></a></div><span style="font-size: medium;"><br /></span><span style="font-family: georgia; font-size: large;"><br /></span></div></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-24536320791940498622023-10-19T18:23:00.003-03:002023-10-23T10:43:43.787-03:00Milei pode vencer. O que há com nuestros hermanos? <h1 style="text-align: left;"><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></h1><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O que há com os argentinos? Será que vão eleger o estroina Javier Milei nas eleições presidenciais? Uma pesquisa recente da Atlas Intel diz que ele lidera as preferências, com 36,5% das intenções de voto, seguido por Sergio Massa, com 29,7%, e Patricia Bullrich, com 23,8%. Tudo indica que haverá um segundo turno, mas Milei mantém um enorme potencial de votos. Mas a mesma pesquisa traz uma revelação inquietante: Milei tem o maior apoio entre os eleitores com idade entre 18 e 30 anos.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O candidato usa uma motosserra como símbolo de campanha, numa metáfora para a proposta de “cortar o Estado”. Milei usa essa simbologia para sugerir que ele está disposto a tomar medidas radicais para reformar o Estado argentino. Mas, afinal, quais são as propostas do candidato do partido La Libertad Avanza? Há a promessa de um liberalismo econômico radical. Milei, que nunca administrou sequer uma mercearia, tem como prioridade e promessa de redução do gasto público. Isso sempre pega bem, em qualquer país.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O candidato vai ainda mais longe e promete a privatização de empresas públicas, como as Aerolíneas Argentinas e a Correo Argentino. Uma ampla liberalização da economia é outra promessa, que inclui ainda a redução de impostos. Mas além dessas propostas econômicas, Milei defende uma série de medidas conservadoras no plano social, como o aumento da pena de morte, a proibição do aborto e a legalização da venda de armas de fogo. Não é por acaso a admiração que ele tem por Donald Trump ou Jair Bolsonaro. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os opositores de Javier Milei não perdoam e produzem um chorrilho de críticas. A começar pelo fato de acusaram as suas propostas econômicas de serem radicais e inviáveis. Mais do que isso, a redução drástica do gasto público e a privatização de empresas públicas levariam ao desemprego, à pobreza e à instabilidade econômica. No plano social, a pena de morte, a proibição do aborto e a legalização da venda de armas de fogo são medidas capazes de produzir enormes retrocessos em termos de direitos humanos. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os críticos de Milei também apontam a sua postura, considerada arrogante e desrespeitosa. E afirmam ser apenas um populista oportunista que se aproveita do descontentamento da população. Mas a ideia mais fora da casinha tem a ver com a venda de órgãos humanos. O candidato argumenta que a venda de órgãos é uma forma de aumentar a autonomia individual e de permitir que as pessoas possam tomar suas próprias decisões sobre os seus corpos (um contrassenso em relação ao corpo das mulheres e o aborto).</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Enfim, o domingo está à porta. Os argentinos parecem resistir, mas há um antídoto para evitar a catástrofe: é só olhar para o vizinho Brasil e ver a desgraça que foi o governo Bolsonaro.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3xbSlM6wM2C6uK3fsdcumuW8ZvfICwP4NP3BXLn5mN4kx4qRakOw_6iXhhjEuuhnOUsnNxINXQdw0kyv-MZZCmVJl2OQD79YVpgZMp28LEtATKgzf9rNmw3AU6BR1cUF43q_WmTEb4fJWPgk27nB406MU2sosg8MXPy91l43h_snZxtDcc_xVAU3Dyo/s1920/milei.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1920" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW3xbSlM6wM2C6uK3fsdcumuW8ZvfICwP4NP3BXLn5mN4kx4qRakOw_6iXhhjEuuhnOUsnNxINXQdw0kyv-MZZCmVJl2OQD79YVpgZMp28LEtATKgzf9rNmw3AU6BR1cUF43q_WmTEb4fJWPgk27nB406MU2sosg8MXPy91l43h_snZxtDcc_xVAU3Dyo/w400-h400/milei.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-50506326723487989642023-10-17T19:06:00.005-03:002023-10-23T10:42:45.295-03:00A Polônia voltou! <div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Bem-vinda de volta, Polônia.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Foram longos anos de um governo que nada ficou a dever à democracia. Mas os jovens, sempre eles, estão aí para corrigir os rumos erráticos desse governo autoritário. A participação eleitoral nas eleições parlamentares polonesas deste ano atingiu fantásticos 73,1%, a mais alta desde 2001. E o mais entusiasmante: a participação dos jovens foi elevada, com 59,5% dos eleitores com menos de 30 anos comparecendo para votar.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A alta participação eleitoral é um sinal positivo para a democracia polonesa. Não apenas porque os cidadãos poloneses estão interessados no processo político, mas porque assim se livraram do governo autoritário de Andrzej Duda. A mensagem é simples: chega de autoritarismo, de políticas anti-LGBTQ+ e de confronto com a União Europeia.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O futuro governo da Polônia, liderado por Donald Tusk, é de centro-esquerda. Tusk é um político experiente que já foi primeiro-ministro da Polônia e presidente do Conselho Europeu. Ele prometeu restaurar a democracia e o Estado de Direito na Polônia, além de fortalecer as relações com a União Europeia. Em tempo, o partido de Tusk não foi o mais votado, mas tem uma maioria em coligação.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As diferenças são óbvias e tendem para a volta da Polônia ao círculo dos países democráticos:</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- Nas políticas sociais, uma vez que atual governo do PiS implementou uma série de políticas sociais conservadoras, como a proibição do aborto, a restrição dos direitos LGBT+ e a redução dos direitos dos trabalhadores. O governo de Tusk promete reverter essas políticas e promover a igualdade e a justiça social.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- Em termos de política externa, o governo de Andrzej Duda tem sido um crítico da União Europeia, adotando políticas que desafiam as normas do bloco. Tusk promete fortalecer as relações com a União Europeia e trabalhar em conjunto para resolver os desafios comuns.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- Na economia, o antigo governo do PiS adotou uma política econômica de austeridade, que reduziu os gastos públicos e aumentou os impostos. O governo de Tusk promete promover o crescimento econômico e o emprego, com investimentos em infraestrutura e educação.
Um fator de peso nestas eleições.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em 2021, a Comissão Europeia bloqueou o pagamento de 36 bilhões de euros em fundos europeus à Polônia, devido a preocupações com o estado de direito no país. A Comissão alega que a Polônia violou o princípio da independência do judiciário, o que representa uma ameaça à democracia. Ter dinheiro e não usar por ter líderes reacionários é apenas estúpido.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjew98_ZN3L93Tq1l_m6py1bkwy8Kr7lKHQBYuin5q6NVRVmjN2DDR4n_xentvEjdRtlwXaDyUMNm9QVxXfhgbxdrB6ggOmEUPRUy4QvyTIOfAF_5ms165DW4yWKNp9BcZ6gawinFWHCBbp1xkeNhHbGLSM6W96y8VDge4Zw-pRDIj3rR0W1C3slPLYFzE/s1920/original.webp" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1920" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjew98_ZN3L93Tq1l_m6py1bkwy8Kr7lKHQBYuin5q6NVRVmjN2DDR4n_xentvEjdRtlwXaDyUMNm9QVxXfhgbxdrB6ggOmEUPRUy4QvyTIOfAF_5ms165DW4yWKNp9BcZ6gawinFWHCBbp1xkeNhHbGLSM6W96y8VDge4Zw-pRDIj3rR0W1C3slPLYFzE/w400-h266/original.webp" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Donald Tusk, que deve formar governo na Polônia</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-60690745035577816372023-10-16T13:23:00.003-03:002023-10-23T10:44:53.330-03:00Ucrânia, Israel e a morte do argumento<span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b><br /></b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Eis uma coisa que a invasão da Ucrânia e agora a guerra entre Israel e o Hamas ensinaram: há uma enorme infantilização dos argumentos. As pessoas já não se ocupam de uma argumentação a sério e qualquer besteirinha (senti)mental é alçada à qualidade de argumento. Ora, todos aprendemos na escola que "um argumento é um conjunto de afirmações conectadas, das quais pelo menos uma (a premissa) pretende oferecer razões para mostrar que a outra (a conclusão) é verdadeira". Esqueçam isso. O argumento está morto, pelo menos no reino das redes sociais.</span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É por essa razão que ficou impossível discutir questões como a invasão da Ucrânia e, por estes dias, a guerra entre Israel e o Hamas. Não há adultos na sala, quando o ambiente são as redes sociais. Tudo isso resultado deste novo modelo de sociedade que é a infocracia. O quê? O conceito foi cunhado pelo filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, no livro "Infocracia: Digitalização e a Crise da Democracia", publicado em 2022. É simples. O pensador define a infocracia como uma forma de governo em que o poder é exercido por aqueles que controlam a informação.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A infocracia é um produto da digitalização, que provocou um aumento exponencial da quantidade de informação disponível. Isto, por sua vez, tem tornado cada vez mais difícil, para os indivíduos, a distinção entre informação verdadeira e falsa.
Na infocracia, os indivíduos são bombardeados com informações, o que leva a uma situação de "information overload" e, a partir daí, à alienação por excesso. É lógico inferir que a infocracia pode ser usada para manipular as pessoas e controlá-las, seja por governos ou pelas big techs. Todos sabemos.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O autor sul-coreano adverte que a infocracia representa uma ameaça à democracia, pois pode levar à desinformação, à propaganda e à manipulação. O conceito é relativamente novo, mas já está sendo discutido por uma ampla gama de estudiosos e especialistas, em especial no que toca à relação entre informação e o poder.
O desenvolvimento de novas tecnologias, como a inteligência artificial e a análise de dados, que permitem coletar e analisar grandes quantidades de dados de forma mais rápida e eficiente. Se isso serve para os governos, também serve para as big techs.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As pessoas caminham alegremente nesse universo infocrático, crentes de que têm poder de expressão. Na verdade, são simples peões no jogo, reféns da tecnologia e expostas à vigilância e à manipulação. E sequer têm noção disso, porque é parte do processo de alienação: o exercício do poder tem que parecer natural e sem coerção.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança de chuva.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC-LcBXRTuVLtbqSWr1YgQtmncbExYPq98_Fh5PLLEjb6OkiMWq4LwmKxxNoZiX729id1UNEEeSFjCRtULXWMlRcHwLPMc5976JsJQFpvuuuYSMgPER7NElIEBCDmB-2VJGyQG-_h3uXdM2cOaKC7tO8BaFvyGeOnvvDU5hmRaLB_1fbU3jr4EtXjV1Nk/s1506/Screenshot%202023-10-16%20at%2017.22.03.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1506" data-original-width="1324" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC-LcBXRTuVLtbqSWr1YgQtmncbExYPq98_Fh5PLLEjb6OkiMWq4LwmKxxNoZiX729id1UNEEeSFjCRtULXWMlRcHwLPMc5976JsJQFpvuuuYSMgPER7NElIEBCDmB-2VJGyQG-_h3uXdM2cOaKC7tO8BaFvyGeOnvvDU5hmRaLB_1fbU3jr4EtXjV1Nk/w351-h400/Screenshot%202023-10-16%20at%2017.22.03.png" width="351" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><br /></div></div></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-12324901613903519292023-10-08T05:48:00.003-03:002023-10-08T13:32:40.525-03:00A Armênia pode desaparecer enquanto estado soberano?<p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">As relações entre Rússia e Armênia passam por um período de tensão, devido à guerra na Ucrânia e à perda do território de Nagorno-Karabakh para o Azerbaijão em 2020. </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">A Rússia tem sido um aliado tradicional da Armênia, fornecendo apoio militar, econômico e diplomático, mas deixou o país à míngua nos episódios mais recentes. Há a percepção de que Vladimir Putin não tem feito o suficiente e isso levou a um aumento do sentimento anti-russo. As relações entre Rússia e Armênia devem continuar tensas no futuro próximo, o que levou o país a buscar uma maior aproximação com a União Europeia e os EUA. E não existe vazio em política</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Há poucos dias, a União Europeia decidiu ampliar a ajuda humanitária à Armênia. A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, voltou a condenar a ação militar do Azerbaijão no enclave separatista de Nagorno-Karabakh. O alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse que não é possível ficar indiferente ao fato de que mais de 100 mil pessoas tenham sido obrigadas a abandonar as suas casas. No entanto, a posição da União Europeia tem ambiguidades, por causa da dependência do petróleo e, sobretudo, do gás natural do Azerbaijão, cujos gasodutos não passam pela Rússia.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">A situação da Armênia é complexa e há quem sustente a ideia de que, no limite, o país corre o risco de desaparecer enquanto estado autônomo. Há muitos os argumentos a apontar nesse sentido. A Arménia é do tamanho de Santa Catarina e tem uma população de apenas três milhões de pessoas. Isso torna o país mais vulnerável a pressões externas. A geografia também é um aspecto a ter em conta, uma vez que o país está cercado por países pouco amigos, como o Azerbaijão, a Turquia e o Irã. Do ponto de vista econômico, a Arménia é um país pobre e sem recursos naturais, o que torna mais difícil ter uma “moeda de troca” para se defender de agressões externas.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Os acontecimentos recentes parecem confirmar esses argumentos. Em 2020, o Azerbaijão, com o apoio da Turquia, lançou uma ofensiva contra o Nagorno Karabakh, um enclave armênio em solo azeri. A ofensiva foi bem-sucedida e o Azerbaijão recuperou o controle de grande parte do território do Nagorno Karabakh. A Rússia, aliada da Arménia, nada fez para impedir a ofensiva do Azerbaijão. Um player importante nesse conflito é a Turquia, uma vez que Taip Erdogan está a negociar a construção de um oleoduto em território azeri, mas que passa pela Arménia. É um importante avanço estratégico para a Turquia que vem aumentando a sua influência na região. Por questões históricas, Taip Erdogan é hostil à Arménia e a sua interferência aumenta o risco de que o país seja forçado a ceder territórios ou a se tornar um estado vassalo da Turquia. O passado entre os dois povos é marcado por muita complexidade.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Em 1915, o Império Otomano prendeu e executou líderes armênios. A partir daí, o governo otomano deportou e massacrou sistematicamente a população armênia. Cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos. A Turquia nega o genocídio – e até tenta um branqueamento desse passado – mas a maioria dos historiadores concorda que o genocídio aconteceu. Não é seguro afirmar que a Armênia vai desaparecer enquanto estado autónomo, porque isso não acontece do nada e há os equilíbrios internacionais. Mas os acontecimentos recentes mostram que o país está a enfrentar sérios desafios e que seu futuro é incerto. É importante olhar para alguns depoimentos sobre a questão:</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- O ex-presidente armênio Robert Kocharyan disse, em 2021, que o país está em perigo de "desaparecer do mapa".</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- O ex-primeiro-ministro Nikol Pashinyan disse, em 2022, que a Armênia precisa "reavaliar sua estratégia de segurança" para lidar com os novos desafios.</span></p><p><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">- O analista político armênio Ruben Safrastyan disse, ainda este ano, que a Armênia está "em uma situação muito difícil" e que o país precisa "tomar medidas urgentes" para se proteger.</span></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZr4ObbDpKCFY_j2-BMI8n0qWRXzvbpPkSCw7sY-Md9SD3LDr1a5qqOYne4Q3J2ECbXhYEgWOLEM4ExBEkCMvw2E6CkSUExDPrvey0EFz1mgLwBFziWPxfKo648pJjTP1nhOvzHGF9FLdkyF-Ua2QEvfblVf6eC-uL_IGPOhsU9PgFSay-dd3AKYZTGbU/s2589/Azerbaijan-Armenia_state_border.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1741" data-original-width="2589" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZr4ObbDpKCFY_j2-BMI8n0qWRXzvbpPkSCw7sY-Md9SD3LDr1a5qqOYne4Q3J2ECbXhYEgWOLEM4ExBEkCMvw2E6CkSUExDPrvey0EFz1mgLwBFziWPxfKo648pJjTP1nhOvzHGF9FLdkyF-Ua2QEvfblVf6eC-uL_IGPOhsU9PgFSay-dd3AKYZTGbU/w400-h269/Azerbaijan-Armenia_state_border.png" width="400" /></a></div><br /><br /><p></p>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-30271134209199044722023-09-29T08:49:00.005-03:002023-09-29T09:11:01.127-03:00Em merenda que está ganhando não se mexe <span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Há uma frase do futebol que funciona quase como um mandamento: "em time que ganha não se mexe". O problema é que a regra não vale para a atual administração da Prefeitura de Joinville, com os seus frêmitos novidadeiros. É o caso das mudanças no sistema da merenda escolar da rede municipal. Mantendo a semântica futebolística, podemos dizer que o técnico mudou, o time marcou um gol contra e a torcida não perdoou.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Nos últimos dias, as redes sociais foram invadidas de reclamações de pais, alunos ou mesmo funcionários. E, claro, dos políticos. “Por que terceirizar? Governo Federal aumentou o repasse para alimentação escolar. Joinville já foi referência na qualidade da merenda, ganhando prêmios! As cozinheiras se sentem prejudicadas com essas mudanças e as crianças também com filas e porções menores”, questionou a vereadora Ana Lúcia Martins, na sua conta na rede social X (ex-Twitter).</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É preciso reavivar a história recente. Em 2010, Carlito Merss, então prefeito de Joinville, recebeu o prêmio de melhor gestor da merenda escolar do Brasil, na categoria Grandes Cidades e Capitais. O prêmio foi concedido pelo Ministério da Educação, em parceria com a Associação Brasileira de Municípios, num reconhecimento ao trabalho da gestão municipal de Joinville na área da merenda escolar.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Quais foram as razões para a distinção? A prefeitura implementou uma série de ações para melhorar a qualidade da alimentação oferecida aos alunos da rede pública municipal, incluindo a aquisição de alimentos de qualidade, produzidos localmente, o desenvolvimento de cardápios saudáveis e nutritivos, a implementação de um sistema de controle de qualidade e a capacitação dos profissionais da área de alimentação escolar. </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O problema é que a moçada do Novo, partido que hoje ocupa a Hermann Lepper, é muito chegada em modernices. E vai que decidiram implantar um sistema que exige até o uso de QR Codes. OK... vamos contemporizar. Toda vez que um novo sistema é implantado existe o risco de haver confusão. Só que as reclamações não param. É menos comida, dizem uns. Não pode repetir, reclamam muitos. Não pode perder o cartão de controle, alertam outros. </span><span style="font-family: georgia; font-size: large;"> Até h</span><span style="font-family: georgia; font-size: large;">ouve alguém a dizer que chegou a faltar comida.</span><span style="font-family: georgia; font-size: large;"> </span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Por que essas coisas acontecem? Vamos voltar à linguagem do futebol, com uma frase de Nelson Rodrigues: “o escritor brasileiro não sabe bater um escanteio". O que ele quis dizer com isso? Que muitas vezes as elites estão desconectadas da realidade do povo. Neste caso, alguém acredita que o atual prefeito já esteve numa fila de merenda de escola pública? Nem por sonho. É uma questão de classes sociais. Pois como diziam os mais antigos, “quem nunca fez um bolo, não sabe como se cozinha".</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGfJmIlTjJc-FppecF43N_yFjblqE-k0G7WFRwZYPbP3OSU4Ctz6pVyr81wLqNv_foddNYqhNMMM2nLOsb9OwA8-aMDSWthVuV2JbWPZWe-qttTvdzwG5F6z28tDjC8HJHSZEfyvB-1ARyZU34JIUaScW_Ffy8GpEAeOLT-K575uNfBHp4gpU0P2qM8xY/s2338/F7CbbebXgAA4SMr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1798" data-original-width="2338" height="308" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGfJmIlTjJc-FppecF43N_yFjblqE-k0G7WFRwZYPbP3OSU4Ctz6pVyr81wLqNv_foddNYqhNMMM2nLOsb9OwA8-aMDSWthVuV2JbWPZWe-qttTvdzwG5F6z28tDjC8HJHSZEfyvB-1ARyZU34JIUaScW_Ffy8GpEAeOLT-K575uNfBHp4gpU0P2qM8xY/w400-h308/F7CbbebXgAA4SMr.jpg" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5360364069335123281.post-59852242698768718352023-09-28T13:27:00.003-03:002023-09-28T13:27:27.186-03:00Bolsonaro, Osair e a cultura do estupro<div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><b>POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO</b></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Duas notícias destes dias que estão muito ligadas. 1. A primeira diz que Bolsonaro virou réu na Justiça por incitação ao crime de estupro. Estamos a falar do conhecido caso da deputada Maria do Rosário, quando o bonitão disse que ela "não merecia ser estuprada" por ser "muito feia". 2. Em segundo lugar a notícia, publicada por alguma imprensa alternativa, de que Osair Antonio Souza, secretário municipal de São João do Itaperiú (tão pertinho, né?) teria afirmado que a ministra Rosa Weber, do TSF, merece "ser eternamente estuprada".</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">O que há de comum entre os dois episódios? A "cultura do estupro", claro. É um produto da sociedade patriarcal, que ao longo da história foi causando assimetrias entre homens e mulheres. E o pior: ainda hoje é a moldura do quadro mental de homens com a cabeça no século XVIII. O caso é sério no Brasil, onde a cultura do estupro é um problema real e silencioso. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelam que uma em cada cinco mulheres já foi vítima de violência sexual. E apenas um em cada 10 estupros é denunciado.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Para muitos homens as mulheres ainda são simples objetos sexuais. A violência de gênero – física e simbólica – é usada como mecanismo de controle e dominação. É o que torna comum a aceitação da violência sexual, a culpabilização das vítimas e a normalização do estupro. Daí o discurso carcomido do patriarcado: as mulheres são responsáveis pelo estupro, os homens não podem controlar seus impulsos sexuais ou que é normal agir de forma sexista.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">Quando uma pessoa tem a atenção da mídia, como é o caso de um presidente da República, esse comportamento acaba virando referência para muitos. Jair diz uma anormalidade lá em Brasília e Osair se sente à vontade para repetir aqui em São João do Itaperiú. E assim a cultura do estupro vai se reproduzindo e tarda em desaparecer. Menos mal que a lei pode atuar nesses casos. Jair é réu. É esperar que Osair também venha a ser.</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;">É a dança da chuva.
</span></div><div><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz6F4NH9QbfAWHZaSaDNyZgH290yAs0TbY_zFQKO-JtSDXia21Hcrs75ygEPVvkBeFjRuDzVIdgTdDCgoLJQIHkGjQhNsiD96EEmRArwjSNmtt5bTv6XTZc-I8EFtp0xcZkVwszCdnYu-ptBkn3JcaWPX6klqbfS-xQiBpeUdpUqf01QQJAYowe2x6ZWQ/s1476/Screenshot%202023-09-28%20at%2017.26.16.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="660" data-original-width="1476" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz6F4NH9QbfAWHZaSaDNyZgH290yAs0TbY_zFQKO-JtSDXia21Hcrs75ygEPVvkBeFjRuDzVIdgTdDCgoLJQIHkGjQhNsiD96EEmRArwjSNmtt5bTv6XTZc-I8EFtp0xcZkVwszCdnYu-ptBkn3JcaWPX6klqbfS-xQiBpeUdpUqf01QQJAYowe2x6ZWQ/w400-h179/Screenshot%202023-09-28%20at%2017.26.16.png" width="400" /></a></div><br /><span style="font-family: georgia; font-size: medium;"><br /></span></div>José Baçohttp://www.blogger.com/profile/14422708087314973077noreply@blogger.com0