POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A honestidade é uma virtude indispensável na política. E é bom ver
quando um político faz declarações honestas, mesmo sabendo que isso traz
riscos. É o caso do pré-candidato Marco Tebaldi, que confessou ter errado
quando no comando da Prefeitura de Joinville. E mais: ele diz que quer voltar
para consertar os erros.
O leitor e a leitora do Chuva Ácida devem admitir que
a atitude merece registro.
A declaração levanta questões, algumas delas importantes neste
processo eleitoral. Afinal, qualquer admissão de erro por parte de um político
- algo raríssimo - tem sempre alguma repercussão entre o eleitorado. Há
consequências. Mas vamos por partes:
1. Ao admitir que errou, implicitamente Marco Tebaldi desautoriza os
seus apoiantes, reunidos em torno do movimento “Volta Tebaldi”. Porque temos
ouvido repetidas vezes, pelos assessores, sequazes ou simples baba-ovos do
ex-prefeito (que são mais tebaldistas que o próprio Tebaldi) que ele teve uma
administração imaculada e que naqueles tempos Joinville era uma espécie paraíso ao sul do
Equador. Ou seja, passam a ideia de que Tebaldi é o prefeito perfeito e nunca erra.
2. Outro fato importante. Tebaldi vai ainda mais longe, ao dizer que tem
noção de ter falhado e que quer voltar à Prefeitura de Joinville para consertar os
erros. Mas ele sabe que corre riscos, porque a sinceridade em política nunca
foi boa estratégia. Ao admitir que errou, Tebaldi assume uma posição
arriscada à frente dos eleitores e dos seus adversários. Afinal, os eleitores
costumam ser implacáveis e associam o erro à incompetência.
3. Outro ponto a destacar. É claro que os adversários vão insinuar –
agora com motivos - que ele é incompetente. Porque errou e admite que errou.
Aliás, isso dá munição ao governo de Carlito Merss, que vem insistindo vezes
sem conta na culpa das administrações anteriores. Marco Tebaldi admite que
errou e, ao admitir tal fato, está a dar alguma razão ao sucessor petista.
Parece então que algumas culpas podem mesmo ser atribuídas aos erros da administração
anterior.
Em resumo: um prefeito que erra merece voltar ao lugar para consertar os erros? Isso será o eleitor a decidir.
P.S. - A declaração foi feita numa entrevista ao pessoal de uma
associação comunitária (Comcasa) e está registrada no vídeo abaixo.