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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Vamos trabalhar?

POR JORDI CASTAN
Não passa dia sem que a assessoria da Prefeitura se gabe do horário em que o prefeito começa o seu expediente na Prefeitura. Não esta claro qual o motivo de dormir tão pouco, nem se esta falta de sono é resultado da idade ou se a insônia é por causa de ver a cidade parada e regredindo. A segunda alternativa implicaria um mínimo de responsabilidade e de preocupação e, principalmente, evidenciaria que o prefeito teria consciência do desastrado da sua gestão. Aqueles que o conhecem melhor insistem em que está convencido que a sua gestão é perfeita e não haveria quem a pudesse melhorar. Mas esta perda de contato com a realidade, em psicologia tem um nome bem definido.

Para facilitar a vida do prefeito e ajudar a melhorar a cidade, tomei a iniciativa de fotografar uma parte de Joinville, a obra que na gestão do prefeito Tebaldi se chamou pomposamente de Boulevard Cachoeira. Menos de 15 anos depois, o Boulevard está abandonado, sem manutenção e a péssima qualidade da obra feita está sendo corroída pela ferrugem e pela inépcia das gestões municipais que a sucederam.







Como o prefeito parece não enxergar nem o que tem na frente do seu escritório, estamos dando a nossa contribuição e mostrando o que precisa ser feito. Olhando para estas imagens é mais fácil entender por que a cidade está como está. Se nem o que esta na frente da própria Prefeitura é arrumado e mantido, aquilo que esteja mais longe não deve nem existir aos olhos desta "des-gestão".








De brinde acrescentamos as imagens na frente a Câmara de Vereadores, para mostrar que no quesito inépcia é uma constante na gestão de Joinville, nenhuma moção de nenhum vereador solicitando que seja recuperada a calçada frente a sede do legislativo. Tampouco nenhuma moção e muito menos denuncia para alertar para o risco que correm os pedestres que se atrevam a circular pelas margens do Cachoeira.




terça-feira, 4 de outubro de 2016

Os comissionados devem ter melhores salários?















POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Eis a tese: os comissionados das prefeituras devem ter melhores salários. Ops! A afirmação pode causar algum ranger de dentes no eleitorado, mas faz sentido. Por quê? Porque as administrações públicas são incapazes de atrair profissionais de topo para os seus quadros. O resultado é que os postos-chave são ocupados pessoas que, na maioria dos casos, não são profissionais de primeira apanha. E isso emperra a máquina.

É só dar uma olhada para o perfil dos comissionados nas prefeituras. É gente que está lá por causa da carteirinha dos partidos. É a famosa boquinha. Ou teta. Ou mamata. O diabo é que são a maioria. Há também os que têm algumas aptidões técnicas, mas que por alguma razão não conseguem singrar na iniciativa privada. E há os comissionados profissionais: entra governo sai governo, os caras dão um jeito de ficar lá.

Generalizações são para evitar, porque há os que conseguem fazer a máquina andar. Mas são como os cometas e só aparecem de vez em quando. Enfim, a coisa é sofrível. O que temos são administrações de baixa competência, ausência de imaginação e incapacidade de produzir bons resultados. Mas, por ironia, isso poderia mudar com melhores salários, porque permitiria ir ao mercado captar gente melhor preparada.

Aliás, sob este aspecto vale uma palavra sobre o prefeito Udo Dohler. O homem chegou à Prefeitura com o discurso de gestor, mas se afastou rapidinho desse perfil. O prefeito tem o velho ditado em sua defesa: não se faz omeletes sem ovos. E não há como disfarçar: os comissionados estão na gênese dessa incapacidade intrínseca que as prefeituras têm de resolver os problemas com competência. A competência é exígua.

Há uma leitura política a fazer. Por serem cargos políticos, a democracia fica comprometida. Quem não tem visto, nas eleições, comissionados transformados em cabos eleitorais? É ilegal? Não sei. Mas é imoral. Os caras podem até alegar fé num determinado projeto, mas só os distraídos não verão uma luta pela manutenção do “emprego”. Aliás, há casos que beiram o escárnio: tem muito pretendente a comissionado a dar o ar da graça por aí.

Enfim, os caras lutam pela sobrevivência num ambiente facilitador. Porque o mundo real é exigente e as empresas privadas não são albergues para impreparados (ao contrário das prefeituras). O eleitorado pode até reagir à ideia, mas com outro nível de salários seria possível encontrar gente melhor preparada. Sem clientelismos a coisa só pode andar melhor. Afinal, se só temos profissionais meia-boca os resultados serão sempre meia-boca.


É a dança da chuva.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

A amnésia é o melhor cabo eleitoral de Udo Dohler

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Foi interessante (e nada inesperado) ver, nos últimos dias, o anúncio de obras da Prefeitura de Joinville. Fica a sensação de que há mais trabalho em duas semanas do que houve em três anos. Estacionamento rotativo. Pavimentação da rua Tenente Antônio João. Novos pontos de ônibus. Patrolamento e ensaibramento de ruas pelas subprefeituras. Ambulâncias, motos e carros.

Enfim, a comunicação da Prefeitura tem se esforçado para pintar um quadro em cores mais suaves e, com isso, convencer os eleitores de que o trabalho está a ser feito. Mas há um problema: o timing é mais que tardio. A escassez de realizações ao longo de toda a gestão não ajuda. Aliás, é conhecida, no anedotário político, a lógica de uma gestão de quatro anos, que deve ter as seguintes fases:

Ano 1 – pôr a culpa dos problemas na gestão anterior.
Ano 2 –  anunciar grandes obras e, para isso, falar em projetos.
Ano 3 – reclamar da falta de verbas, mas ainda assim dizer que há obras em licitação.
Ano 4 – transformar a cidade num canteiro de obras, destacar a eficiência da administração e preparar a reeleição.

Alguém tem dúvidas de que a atual administração está empenhada em seguir esse roteiro? Em ano de eleições, parece ter entrado na quarta fase com franca volúpia. Será suficiente? A ineficácia foi tanta ao longo dos anos anteriores que só a fraca memória e pouca convicção política pode fazer mudar a percepção dos eleitores. Ou seja, a amnésia política é o principal cabo eleitoral de Udo Dohler.

A situação é difícil para o atual prefeito, mas (porque há sempre um "mas") talvez seja cedo demais para anunciar o fim político de Udo Dohler. Quem morre na véspera é peru. Todos sabemos que uma campanha regada a muitos cifrões pode mudar o rumo das coisas. E se há alguém com cacife para investir forte é o atual prefeito. Portanto, quando os reais começaram a falar, muita coisa pode mudar. Melhor esperar para ver.


É a dança da chuva.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

A Cota 40 não é negociável


POR JOSE ANTÓNIO BAÇO

Mudei para Joinville no início dos anos 80 para estudar na Faculdade de Engenharia. E fui morar numa república de estudantes chamada Mosteiro Boca Maldita, que ficava num prédio na esquinas das ruas do Príncipe e Abdon Batista. Uma das coisas mais legais do apartamento era a janela do meu quarto, que dava para o Morro do Boa Vista.

Na época ainda não havia prédios e a vista era ampla. Dava para acompanhar o ciclo da vida na cidade pelas mudanças nas tonalidades da vegetação do local. O espetáculo dos jacatirões a florescer e a dar outra cor ao morro é uma das imagens mais marcantes dessa fase da minha vida (a parte chata eram os “palitos” – as antenas).

Eu vinha do norte do Paraná, onde as árvores haviam sido derrubadas para dar lugar às plantações de soja, e tinha uma desconfiança de que aquela beleza toda pudesse acabar em nome do tal “progresso”. Mas um amigo, que fazia projetos arquitetônicos, explicou que a área estava preservada por causa de uma coisa chamada Cota 40.

Fiquei descansado. Aliás, desde então assimilei a expressão Cota 40 como exemplo de civilidade e de respeito pela natureza. É por isso que a formação desse grupo de estudo para analisar a tal cota deixa um elefante atrás da orelha. Qual o objetivo do tal grupo? O que se pretende? Tenho muitas dúvidas. E uma certeza: a Cota 40 não é negociável.

É natural que tenha surgido uma reação dos cidadãos. A simples ideia de mexer em algo que é exemplar soa a disparate. Tenho acompanhado os esforços das autoridades no sentido de desmentir qualquer pretensão de mudar as normas da Cota 40. O problema é que até agora as explicações têm sido pouco consistentes.

Se excluirmos os especuladores imobiliários, duvido que alguém na cidade seja favorável a alterações na Cota 40 (a não ser que queiram baixar para 30, claro). Portanto, o assunto é muito simples: basta o prefeito vir a público e dizer pessoalmente, de forma categórica, que não vai haver mudanças e os eventuais equívocos serão desfeitosAliás, recomenda-se. 

O que foi feito até agora em defesa da Cota 40 (a criação de uma petição pública e a divulgação do tema e debate nas redes sociais) é apenas uma amostra do que pode ser feito. Até este momento a repercussão do tema tem sido limitada. Mas o assunto tem tudo para ganhar uma outra dimensão e alcançar a maioria dos cidadãos.

O político que der guarida à ideia de alterações na Cota 40 está a pôr a sua imagem na linha de fogo. E vai inscrever o seu nome no livro negro da história da cidade.

É como diz o velho deitado: "A paciência dos eleitores tem limite. E o limite é a Cota 40".



P.S.1.: Este texto foi publicado às 05:06min. Por volta das 06h40min o prefeito Udo Dohler  publicou um twitt a garantir que não tem interesse em mudar a Cota 40. Por mim, está respondida a questão deste texto (destaque em amarelo).





segunda-feira, 16 de junho de 2014

O risco e a incerteza

POR JORDI CASTAN


Vez por outra os posts deste espaço têm como tema a administração pública, a sua forma de funcionar ou de não fazê-lo com a eficiência que, como contribuintes e cidadãos, gostaríamos.

Boa parte das críticas se dirigem à figura do prefeito. Ter focado a sua campanha eleitoral na imagem de gestor e num suposto conhecimento dos problemas da saúde faz com que as cobranças e criticas sejam mais veementes agora. É parte do preço a pagar por haver criado expectativas maiores que as que poderia atender. Para complicar um pouco mais as coisas para o seu  lado, o prefeito repetiu como um mantra durante toda a campanha e mesmo depois de eleito que o problema não era falta de dinheiro e sim falta de gestão. Há dezenas de vídeos por aí que provam o como é perigoso falar sem conhecimento do que não se sabe em profundidade.

A pergunta que muitos nos fazemos, e que gostaria de compartir com os leitores é: por que a qualidade das decisões do poder publico é tão ruim? Não há um único tema que nos permita dizer ter sido bem conduzido do início ao fim. O joinvilense já sabe que as obras não serão entregues no prazo, que o orçamento vai estourar, que a qualidade final não será a melhor, que o processo será judicializado, que as ruas estão ficando às escuras, que a pintura das faixas de pedestres não dura um ano escolar, que faltou prever isso ou aquilo. E, o que é pior, que não só ninguém será punido ou responsabilizado, nem tampouco nenhuma autoridade assumirá um pedido publico de desculpas pela sua incompetência. Como se a incompetência fosse algo inerente à coisa pública e fosse “normal” ou aceitável que seja assim.

Me ocorre que parte do problema se centra no processo de tomada de decisão dos gestores públicos. Há uma diferença sensível entre correr riscos e não ter certeza. Qualquer pessoa toma decisões constantemente. Executivos e autoridades em cargos de primeiro escalão são chamados a tomar um maior número de decisões da maior responsabilidade e, por isso, suas decisões têm uma maior relevância e seus erros ficam mais em evidência.

Podemos dividir o processo de tomada de decisão em três categorias:

- Sabemos os resultados da nossa ação – Este é o caso mais fácil. Se aperto o botão do elevador o elevador se movimentará. Se coloco a chave certa na fechadura correta a porta se abrirá.

- Não sabemos os resultados, porém conhecemos as probabilidades - Neste caso o risco está presente. Se for jogar a um cassino, antes mesmo de colocar um pé nele ou de sentar na mesa de jogo sabemos que há possibilidades de ganhar ou de perder. Portanto ninguém se surpreenderá com o resultado.

- Não sabemos nem o resultado, nem as probabilidades – Isso é incerteza e a incerteza nos faz ignorantes, porque não sabemos o que pode acontecer.

Tanto na vida cotidiana como no poder público,  como é a nossa administração municipal - e neste momento me atrevo a dizer que no caso que nos ocupa -, os tomadores de decisão não podem deixar o prefeito sozinho com esse abacaxi. Acreditam que estão tomando as suas decisões baseados na segunda hipótese, quando os resultados mostram que estão decidindo pela terceira.

É justamente a ignorância que faz que as decisões tomadas acreditando que se conhecem todas as probabilidades ou alternativas, sejam na realidade um salto no escuro e os resultados sejam completamente imprevisíveis.

Um bom indicador de quanto há de ignorância na tomada de decisão é olhar um pouco atrás, ler alguns jornais velhos e ver com que frequência o que aconteceu é completamente diferente do que tinha sido previsto. Mantendo o foco na gestão sambaquiana, vamos pôr o foco em alguns casos: 

Os recursos transferidos ao CDL para organizar o Natal Luz e que hoje estão pendentes de um processo no TCE (Tribunal de Contas do Estado);

O caso do Crematório em que alguém acreditou que poderia descumprir a lei autorizando um empreendimento sem seguir todos os passos do processo legal (hoje o crematório continua sem poder funcionar); 

Os parques da cidade são casos anedóticos, nunca se concluem no prazo e dentro do custo.

Continuamos? Não há melhor exemplo que o da LOT. Quantas vezes o poder público tem obviado as diferentes alternativas possíveis e insistido em buscar atalhos que tem se convertido numa sequência interminável de quebra-cabeças. A licitação do estacionamento rotativo ou a manutenção da iluminação pública, ou....ou... é só ir acrescentando.



Vivemos em uma sociedade preparada para a segunda hipótese, a do risco, pois correr riscos calculados  faz parte do dia a dia de qualquer administrador que toma suas decisões baseado nas probabilidades. Mas vivemos uma realidade muito mais próxima da terceira hipótese a de que ignoramos e mesmo assim decidimos correr riscos, o resultado esta aí à vista de todos.