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quarta-feira, 17 de junho de 2020

80% das máscaras compradas pela Prefeitura ainda não foram distribuídas



POR JORDI CASTAN


A maioria das máscaras compradas pela Prefeitura Municipal de Joinville encalhou. Mais de 80% estão criando poeira em algum depósito municipal.
Com um gasto em torno de um milhão e duzentos mil reais - e com dispensa de licitação -, a distribuição das máscaras pela Secretaria de Saúde de Joinville ainda não deslanchou. Iniciada em 4 de maio, há mais de 40 dias, até hoje só foram entregues 98 mil unidades, menos de um quinto das 500 mil máscaras compradas pela Prefeitura, o que equivale a 19,6% do total. Nesse período, foram abertos mais canais de distribuição, mas ainda assim a demanda não teve aumento significativo.

Faltou planejamento, sobrou dinheiro público e, ao que parece, esta será outra destas histórias mal contadas. Aliás, o tema da necessidade inicial de um cadastro complexo e excessivo em ano eleitoral ainda não foi esclarecido pelo poder público. Isso reforça a ideia do "aí tem". 

terça-feira, 19 de maio de 2020

A máscara caiu, a dengue subiu



POR JORDI CASTAN

A saúde segue atrapalhada e atrapalhando-se. O número de focos do mosquito da dengue disparou e o número de casos de dengue autóctone não para de subir. Contágio autóctone é o daqueles que contraíram a dengue em Joinville, quer dizer que a dengue é um tema muito grave, tanto que mais de 50% dos casos de dengue autóctone de Santa Catarina são de Joinville. Falta de gestão, falta de controle e descaso são a fórmula certa para que a crise fique ainda pior.

A novela das 500.000 máscaras tem novos capítulos, o primeiro foi a necessidade de preencher um cadastro mais complexo que o necessário para solicitar um crédito bancário, para receber uma, que custou menos de R$ 5,00, sem licitação. Em total o município gastou mais de R$ 1.200.000 para comprar as máscaras. No segundo capítulo e depois que as máscaras ficaram encalhadas, porque não tinha demanda para tanta máscara, os postos de saúde passaram a oferecê-las, sem necessidade de preencher o dito cadastro, apresentando só o CPF. 

Agora no penúltimo capítulo da novela as equipes de saúde de família fazem a entrega das máscaras na própria residência dos atendidos pelo programa.
Em resumo a saúde mostra o mesmo nível de inépcia que permeia toda esta desastrada gestão. E como sempre é o joinvilense quem paga o preço de tanta incompetência.

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terça-feira, 8 de novembro de 2016

Quantos leitos de UTI? Os mesmos que nos anos 90...












POR JORDI CASTAN

Você acreditou que a saúde estava bem e que tinha melhorado nesta gestão? Meu conselho é que não acredite em mitômanos e não fique doente até finais de 2018. E torça para não precisar da UTI porque pode descobrir, da pior maneira, que foi iludido pela propaganda eleitoral. Eis o fato: Joinville tem hoje o mesmo número de leitos que 25 anos atrás. 

No primeiro mandato, Udo Dohler foi eleito com o discurso de seu perfil e experiência como gestor e seu conhecimento da área da saúde. O eleitor acreditou e votou nele. Nem a saúde está melhor, nem a sua gestão pode ser considerada modelo ou referência. No tema da saúde, um bom exemplo das mentiras contumazes é o numero de leitos de UTI. Alguém sabe ao certo quantos novos leitos foram criados entre 2012 e 2016? Foram 14, 16 ou 18? Na gestão Udo Dohler, o Ministério Público cobrou o aumento de leitos de UTI e a romaria de secretários de saúde teve muito a ver com a pressão do MP por melhoras numa área crítica da gestão municipal. 

Com sorte só em 2018 aumentará o numero de leitos de UTI. A realidade hoje é que tanto no São José, HMSJ como no Regional HRHDS há o mesmo número de leitos de UTI que na década de 90. Isso mesmo. Uma situação vergonhosa e que escancara a série de péssimas administrações municipais que temos sofrido. Está prevista, para a próxima semana, o lançamento da licitação para aumentar de 10 para 20 o número de leitos de UTI no regional, uma obra que está prometida desde 2012.  

No Hospital São José, o prazo para passar dos 14 leitos de UTI atuais para os 29 previstos venceu no ano passado. A administração municipal tem dificuldade em cumprir prazos. Entregar obras na data prevista é algo que não se vê por aqui. Apesar da pressão do MP, o edital só será lançado na próxima semana e a obra deve se estender por todo o ano de 2017, com entrega prevista só para 2018. Ainda bem que o prefeito entende de saúde e de gestão. Já imaginou se não fosse esse seu forte? Administração do tempo deve ter sido outra das aulas que o prefeito gazeteou.

Os mentirosos contam com uma ferramenta formidável para espalhar as suas mentiras: a credulidade dos inocentes. Tivemos um show de mentiras na campanha eleitoral e o resultado foi que o mais mentirosos venceram. A culpa não é só dos mentirosos profissionais, porque o eleitor gosta de ser enganado. Prefere acreditar no que quer acreditar, do que na verdade. Aqui nenhum político se elegeria falando a verdade. A verdade é desconfortável e preferimos mentiras piedosas, desde que bem contadas.

Se analisarmos a campanha vencedora em Joinville teríamos uma longa lista de mentiras repetidas até ser convertidas em verdades. No melhor estilo Goebels, o gênio da propaganda nazista que levou Hitler ao poder e o povo alemão a acreditar piamente na sua máquina de propaganda.  

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Glossário sambaquiano: uma nova língua para a velha inépica

POR JORDI CASTAN

Joinville é sui generis. Uma pequena vila do Norte de Santa Catarina que ao longo do tempo desenvolveu uma idiossincrasia própria, que a torna peculiar, única. Esta forma tão sua de ser fez que acabasse desenvolvendo uma linguagem própria, só inteligível pelos que aqui moram. Para facilitar a vida e a compreensão dos que aqui chegaram recentemente ou por aqui estão de passagem, apresento alguns vocábulos desta língua própria, que por vezes se assemelha a “novilíngua” orwelliana.

Honestidade – Característica do politico que não paga as contas em dia, dá pedaladas contáveis e tampouco faz as obras que prometeu em campanha. No entanto, insiste em se apresentar como paladino da honestidade, tentando fazer que o eleitor acredite que todo aquele que não roubar é honesto.

Parque – Uma praça.

Parque da Cidade – Três praças, sem árvores, com mato, separadas por vias rápidas e, na maior parte do tempo, sem ninguém para usufruir de tanta beleza.

Parque linear – Um canteiro comprido, com pouco mais de um metro de largura e uma calçada perimetral. Apresentado pelos políticos em campanha como uma alternativa à calçada do Batalhão. Em época de campanha voltam com força os projetos em maquete eletrônica. 

Calçada do Batalhão – Uma calçada em volta de um batalhão do Exército.

IPPUJ – Instituto que supostamente planeja a cidade do futuro, mas sequer consegue planejar a sua mudança de uma sede a outra. Alguém incluiu no seu nome “sustentável” e ninguém ainda sabe o que isso pode querer vir a dizer.

LOT – Projeto mítico que propõe uma cidade futurística composta por edifícios de 30 andares espalhados quase aleatoriamente por todo o perímetro urbano. Nessa cidade futurística, que alguns imaginam que será a Joinville dos próximos 30 anos, a mobilidade como hoje a conhecemos terá deixado de existir. Os sambaquianos se deslocarão por levitação, teletransporte ou em bicicleta. A LOT tem, para muitos dos seus defensores, propriedades mágicas, porque converteria áreas rurais em urbanas, multiplicando por 100 o valor dessas propriedades. A LOT também servirá para legalizar construções ilegais. Construídas à revelia da legislação atual, será uma anistia que premiará a safadeza, o malfeito e ilegalidade. Por isso, não é estranho que tenha tantos e tão furibundos defensores.

Transporte público – Sistema de mobilidade que a cada ano transporta menos passageiros e fica mais caro. A equação impossível de fechar projeta no futuro um modelo em que a tarifa embarcada será equivalente a uma passagem em primeira classe num voo comercial entre a América do Sul e o Extremo oriente.

Tarifa de transporte coletivo – Valor estratosférico resultante de algoritmo matemático que inclui custos desconhecidos e cálculos de astronomia. Faz o deslocamento de 60 ou 80 passageiros, num ônibus lotado entre o centro da cidade e qualquer bairro menos distante, ser individualmente mais caro que o mesmo percurso comodamente sentado num veículo particular. Por isso, a cada novo aumento mais usuários abandonam o transporte público e passam a usar transporte privado.

Licitação – Figura extinta ou em perigo de extinção. No passado era usada para que os prestadores de serviços públicos pudessem concorrer, apresentando preços competitivos e cumprindo normas técnicas que tinham como objetivo oferecer um melhor serviço aos cidadãos. Alguns exemplos de licitações consideradas extintas ou das que nunca mais se teve notícia: a das bicicletas do IPPUJ, a do Transporte coletivo, a do Crematório, a das funerárias, a do estacionamento rotativo. Algumas nunca foram feitas, outras venceram e repousam no limbo da inépcia sambaquiana. E há uma comunhão de interesses para que a situação se perpetue indefinidamente.

Carro – Objeto demonizado pelos planejadores da cidade. No futuro estarão restritos a museus ou ficaram parados por horas nas ruas sambaquianas. Sem mobilidade os carros particulares levaram horas para percorrer distâncias que poderiam ser facilmente percorridas a pé em minutos. O termo mobilidade será substituído por “rastejamento”.

Rastejamento – Velocidade a que se realiza a maioria dos deslocamentos no perímetro sambaquiano. Equivalente ao tempo que demora um cágado manco em atravessar uma quadra.

Saúde - Todo sambaquiano sabe que o problema da saúde não é falta de dinheiro, que o problema é a falta de gestão. Entra gestor sai gestor e a saúde continua ruim. 

Desenho técnico do Parque Linear

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Nos fios da teia #5












POR SALVADOR NETO


Ano novo, novos momentos? Não, não... Vem aí a guerra eleitoral, e não faltará munição para todos os lados. Vamos a mais fios da teia:

E a saúde, óoo – Hospital com 74 pacientes internados acima da capacidade de apenas 27 leitos no pronto socorro e aproximadamente mais 20 encontravam-se em observação. Além disso, o ar-condicionado do posto de enfermagem e o da sala de emergência de apoio estavam estragados e apenas um banheiro estava em condições de ser utilizado pelos pacientes. Aonde está acontecendo isso? Em Joinville, na gestão do homem da saúde, o prefeito Udo Döhler.

E a saúde, óoo 2 – A gestão do PMDB na Prefeitura de Joinville não gosta que toquem neste assunto incomodo, mas não dá para esquecer. Udo foi eleito com base na experiência como gestor (??), um entendido em saúde por estar a frente de um hospital há 40 anos, e por repetir exaustivamente em 2012: “Não falta dinheiro, falta gestão”. Além do caos no querido Hospital São José, tocado obstinadamente por servidores dedicados, continuam a faltar remédios básicos nos postos de saúde. Literalmente uma vergonha.

Buracos e Z(y)icas – A invasão de buracos nas ruas da maior cidade catarinense já virou até piada nos bairros e em redes sociais. Enquanto a Prefeitura de Udo Döhler diz que luta contra a proliferação do mosquito Aedes Aegypti que passa o Zyca Virus, dengue e outras doenças graves para a população, o povão que sofre com a buraqueira já disse que a casa dos mosquitos agora está também nos buracos  das ruas, onde a água parada é o habitat preferido do mosquito. Isso sem deixar de lembrar da matagueira em praças, ruas e terrenos. Aliás, os buracos já fizeram vítimas fatais com queda das “zicas”, como o joinvilense chama as bicicletas.

Um “Rey” na Câmara – Sucupira é aqui. Não bastasse a pífia gestão municipal, ou seja, do executivo, a gestão no legislativo também não deixa por menos. Depois das catracas milionárias, reformas no prédio com acusações de favorecimentos, iniciamos o ano de 2016 com a estrondosa visita de Doctor Rey, um cirurgião plástico que ganha a vida como apresentador fashion. Os nobres vereadores, parte deles claro, dedicaram seu tempo para recebe-lo e tieta-lo, claro. As fotos viraram chacota, e geraram revolta. O povo não os ve fiscalizando o abandono da cidade, mas pra fotinho com Doctor Rey... E viva Joinville!

Eleições – O eleitor imagina que a eleição só começa em setembro, outubro. Mas não. Os bastidores para as eleições municipais em Joinville fervem. Os prefeituráveis até o momento são: Udo Döhler (PMDB), que busca ser reeleito, Dr. Xuxo (PP), Darci de Matos (PSD), Carlito Merss (PT), Marco Tebaldi (PSDB) que será obrigado a ir após a desistência de Ivandro de Souza, Rodrigo Bornholdt (PDT) e Ivan Rocha (PSOL). Sete postulantes que correm sofregamente atrás de partidos menores, e candidatos a vereadores, para fechar coligações. Pelo andar da carruagem serão todos contra Udo.

Eleições 2  – Outra corrida nos bastidores é por vices ideais. Rumores dão conta de troca-troca de partidos para que alianças sejam fechadas entre os partidos. Tudo para a busca de tempo de tv, e claro, vices mais simpáticos e populares em alguns casos. Como há tempo até o final de março para filiações partidárias e trocas de partidos, o sururu é grande em partidos como o PDT, PPS, PSD, PP, PTB, DEM, menos no PT. Lá o desgaste vindo do massacre midiático vindo pela operação Lava Jato dificulta até formação de chapa para vereadores, que dirá para vice.

Brasília em tensão – A volta das atividades no Congresso Nacional marca uma retomada da temperatura política, arrefecida com o recesso das festas de final de ano. Dilma trocou o ministro da Fazenda, conforme adiantado aqui na última coluna “Nos fios da teia #4) para dar um novo ritmo e motivação à economia. Até agora nada andou. A espetacularização da operação Lava Jato indica que a guerra entre oposição/mídia e governo não vai reduzir, o que faz muito mal ao país. 

Brasília em tensão 2 - E na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha manobra para não perder a cabeça, tentando articular para que o PMDB vote pela abertura do impeachment. E Temer? Bom, Temer tenta salvar seu poder a frente do PMDB, ameaçado por Renan Calheiros, presidente do Senado. Temer percorre o país pedindo votos dos seus deputados federais e senadores. Aliás, esteve em Santa Catarina ontem (28) ao lado de Mauro Mariani, presidente do PMDB e seu aliado no PMDB. Briga de cachorro grande. Enquanto isso quem sofre é o trabalhador.


É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 24 de julho de 2015

E a saúde, óooo - Parte 2

POR SALVADOR NETO

Tenho que voltar ao tema saúde, mesmo a contragosto dos áulicos dos poderes municipal e estadual colocados à espreita de redes sociais.

Uns pendurados em cargos comissionados, outros possivelmente irrigados com dinheiro público para perseguir, intimidar, difamar, falar mal, ofender, mas jamais esclarecer os graves equívocos das gestões de Udo Döhler e Raimundo Colombo.

Um do PMDB, outro do PSD. Parecem diferentes, mas são quase gêmeos siameses. Vocês entenderão logo mais a frente. Para relembrar meu artigo parte 1 sobre a saúde em Joinville, basta clicar aqui.
O tema foi posto à mesa do conselho de secretarias de saúde municipais para ser aprovado ainda nesta semana. Mais um ataque à já combalida saúde da maior cidade catarinense. Tudo pela ótica privatista, sem sequer pensar no cidadão, sim, o cidadão que é atropelado, sofre mal súbito e precisa da urgência do Samu.


Esse mesmo governo Colombo, apoiadíssimo a todo instante pelo governo Udo, é o mesmo que prometeu a duplicação da avenida Santos Dumont, da Dona Francisca, e agora a do Eixo Industrial. Quimeras, apenas quimeras, fomentadas pelos meios de comunicação irrigados pelos cofres públicos, e tão dependentes que “esquecem” do papel que lhes cabe: informar, desnudar, denunciar, serem os olhos e ouvidos do povo.


Isso tudo é o jeito Udo de governo, o jeito PMDB de gestão que foi “prometido” em 2012. Não é por menos que a greve dos servidores do São José segue já para a terceira semana, com possibilidades de paralisações em outras unidades da saúde. Recebo informações neste sentido, em que pese o forte assédio moral existente para intimidar quem ouse reclamar. Os servidores sentem-se amarrados com o autoritarismo existente.


E a imprensa, bom, a nossa imprensa segue com os dinossauros que já vem lá das décadas de 1980/90 no compadrio que conserva a cidade no marasmo. Não mexe mais que o necessário para garantir o “interesse” do governante de plantão para a publicidade ($) necessária.


Um dá para fazer, outro que não falta dinheiro, falta gestão, e por aí vai, faltando tudo para quem mais precisa: o povão. A dupla UdoColombo, ColombUdo, como quiserem, continua a dever muito para todos nós.


Digo que tive de voltar ao tema porque li, em nossos jornais oficiais (ops!), digo diários, que o governo Colombo, via seu magnânimo secretário de Saúde, João Paulo Kleinubing, quer “centralizar” as centrais de regulação, atendimento de emergência que você conhece via 192, lá na longínqua capital Florianópolis. O objetivo? Economia, dizem.

Hoje são apenas oito centrais destas em Santa Catarina. Com a brilhante ideia colombina, kleinubingiana e pessedista, ficaria apenas a da capital. Imaginem vocês ao ligarem para o Samu na hora da dor, da emergência, serem atendidos por operadores que mal conhecem a bela ilha? Atenção com o contribuinte, o cidadão? Nada!

Essa esculhambação na saúde por parte do governo Colombo, tem como coadjuvante o governo Udo Döhler aqui na maior do estado. Reduzir direitos dos trabalhadores do Hospital São José que estão expostos à insalubridade diariamente para “economizar”; cortar as fraldas geriátricas dos velhinhos que precisam; falta de materiais básicos de higiene, e até uniformes; falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde; filas dos especialistas.

Aliado a tudo isso, amigos e amigas, há uma espécie de conluio velado entre os políticos, e também da imprensa local. Os deputados estaduais Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD) e Patrício Destro (PSB) fazem cara de paisagem para problemas seríssimos como esse. Os federais Mauro Mariani (PMDB) e Marco Tebaldi (PSDB), idem, com raras exceções do tucano que faz prosa para armar candidatura oposicionista.

Não se enganem. Vem aí mais um pleito municipal, e os atores serão quase os mesmos. O roteiro segue a risca os brados salvadores, resolverão tudo. Brigarão. Se digladiarão. E ao final veremos o quadro atual de descaso, abandono, mentiras deslavadas sobre a situação da saúde e de outros setores públicos. Porque eles jogam na “mudança” para deixar tudo como está.

Enquanto isso, a saúde... óooo. Preparem-se para 2016, porque a corrida já começou.


** E mais uma vez: como está o caso Lia Abreu? Prorrogado pela eternidade? Quando sai o resultado da sindicância, ou quando ela vai falar tudo sobre o caso? O contribuinte quer respostas.


sexta-feira, 10 de julho de 2015

E a saúde, óooo

POR SALVADOR NETO

Acreditem, nesta quinta-feira em menos de oito horas a Secretaria da Saúde da maior cidade de Santa Catarina esteve sem comando, e logo em seguida voltou a ter. Agilidade? Competência? Rapidez no gatilho?  Talvez a tentativa tenha sido essa mesmo, demonstrar que são ágeis, recrutam talentos com olhos de lince, etc e tal.

Mas a verdade mesmo é que a saúde, no governo Udo Döhler, já chegou a três secretários em menos de três anos de gestão. Começou com um médico, passou por uma advogada, e chega agora a uma procuradora municipal. O remédio utilizado não está resolvendo a doença. A saúde padece e sem remédio à vista.

Os graves problemas de filas continuam. A falta de medicamentos nas unidades de saúde continua. As cobranças do Ministério Público continuam. A falta de condições de trabalho para os agentes de saúde, continuam ou pioraram. Os idosos que recebiam fraldas geriátricas não mais ganharão, terão de comprar na rede de farmácias. E grande contingente de servidores do Hospital São José terão seu direito à insalubridade cortado. Valorizar o servidor, diziam em 2012.

A agora ex-secretária Larissa Brandão também já estava na mira, e enfrentou a falta de apoio do chefe do executivo, além de ser surpreendida por decisões em andamento não determinadas por ela. Sai antes que seja tarde de um governo que padece.


Da promessa de resolver os graves problemas no setor, feita nas eleições de 2012, não sem tem notícias, a não ser os factoides inventados pelos abnegados da comunicação social do governo. Avanços muito tímidos.

A lógica mercadológica, o modelo privatizante desejado pelo empresário Udo Döhler, é a diretriz básica na saúde. As tais parcerias com clínicas visam exatamente repassar à iniciativa privada algo que é dever do governo. Não é por acaso que o primeiro secretário da Saúde do governo peemedebista foi afastado pela Justiça a pedido do Ministério Público. Ele não cumpria as decisões judiciais.

Chega agora Francieli Schultz, procuradora do município, para segurar o rojão jurídico que ainda paira sob a pasta. Gestão? Para quê gestão? Vamos cuidar de fazer a lógica mercadológica e empresarial caminhar, enquanto a população busca medicamentos e não encontra.

Quer fraldas para seus entes queridos, mas tem de comprar nas farmácias. Busca especialistas, mas tem de ir para a fila ou... correr para a saúde privada Que lógica perversa, que em nada contribui para resolver os problemas da área da saúde de Joinville.

Não há pavimentação. Há buracos. Não há remédios, busque nas farmácias. Não há fraldas, compre. Não há praças bem cuidadas, se virem. Não há sinalização de trânsito, entendam-se. Não há obras de porte para a mobilidade urbana, esperem os convênios. Não há ponte do Adhemar Garcia, aguardem. Na eleição o mantra foi não falta dinheiro, falta gestão...

A cidade padece a olhos vistos, ainda escapando a educação. Gestão pública não foi pensada para gerar lucros, mas gerar atenção à população, gerar bem estar a quem precisa. A cidade padece, e enquanto isso a população e a saúde, óooo.

* só para encerrar, já resolveram o caso com a Lia Abreu? 





quinta-feira, 25 de junho de 2015

Saúde não, descaso.











Peço escusas por retornar a este assunto, tornar-me enfadonho, maçante, humdrum, etc. Porém, devemos retomá-lo insistentemente, principalmente por ter sido tratado em campanha como um simples problema de gestão (geston) pelo atual prefeito.

O caso ocorrido na semana passada é emblemático para exemplificar o total descaso e a péssima gestão a saúde. Não estava lá, portanto divagarei, hipoteticamente e baseado nos fatos escritos, para discorrer sobre o assunto.

Tudo está errado, da reação exacerbada de paciente, assim como da enfermeira, até a presença de um único médico de plantão no dito PA, porque se havia mais algum a situação piora muito. Suponhamos que a demora de mais duas horas para o atendimento de uma pessoa, em uma sala de espera vazia, se devesse por uma grande emergência (cardíaca, por exemplo). Caberia aos atendentes informar a pessoa que ali esperava o ocorrido, que logo que resolvida a questão ela seria atendida. Não há a necessidade de maiores detalhes, só informações básicas da situação. Evitaria muitos dissabores, inquéritos e afins.


Torna-se irritante ficarmos sentados aguardando atendimento enquanto pessoas conversam alegremente, beira o desrespeito, o descaso.



Notem que nem considero que o doutor (?) em questão estava no repouso, que é seu direito, até porque é de 30 minutos a cada doze horas, se não me falha a memória, e não de duas horas.
Pior é querer justificar a situação investigando a vida da paciente para desqualificá-la, patético.

Está na lei que devemos respeitar os funcionários públicos, o que está correto. Porém, a recíproca também é verdadeira. Aliás, o respeito mútuo é primordial para a convivência pacífica. Tudo isto se deve a um problema básico, a péssima gestão, a falta de planejamento, até, em alguns casos, falta de profissionalismo, que, felizmente, não é genérico.

Assim caminha a mediocridade.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Joinville bem de saúde?

POR MÁRIO MANCINI



A Prefeitura de Joinville tem R$ 579 milhões previstos para a área, o que equivale a 25,7% do orçamento para 2015. Um bom dinheiro, pena que não reflita em ações reais.

Usarei como exemplo o bairro onde moro, o Costa e Silva. No papel é muito bem servido, pois possui dois postos de saúde e um pronto atendimento (PA 24h). Seria um exemplo, inclusive já usei o PA e fui bem atendido em um passado não muito distante.
A realidade atual é que apenas um posto de saúde está funcionando e o outro está em reforma. Já o PA foi sendo sucateado, tanto patrimonial como profissionalmente e antes de ser interditado já não possuía ortopedista e pediatra, pois na região ninguém se machuca e crianças não adoecem.
O posto de saúde está em reforma eterna, segundo a placa, financiado pelo Governo Federal com entrega prevista para junho de 2014. A Copa deve ter atrapalhado, como a equipe foi transferida para o posto novo, mesmo quando pronta a reforma (2030?) deve demorar para voltar a operar normalmente.
O PA também passa por reforma. Até agora foi repintado e só! Não se vê obra por lá, mas sejamos otimistas, as obras podem ser internas.
Portanto, devemos ter muito cuidado ao analisarmos propagandas de grandes feitos na saúde municipal, pois mostra o que foi entregue, uma ilusão de tudo bem, não o que está em “reforma”, que é em quantidade maior.
Já escreveram neste espaço que a PMJ inaugura até pintura de faixa de pedestre, comemora roçadas (que são poucas), como se o básico fosse o extraordinário; pelo que vemos é o que temos para hoje. Pior, ainda teremos um ano e sete e meses de marasmo administrativo.
E para aqueles, que sem o menor respeito e/ou pudor, comemoram a passagem do senador Luiz Henrique da Silveira, deixo o velho ditado: “ruim com ele, pior sem ele”. Espera e verás.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Mãos de Copperfield acabam com a ilusão das "mãos limpas" de Udo


POR CHARLES HENRIQUE VOOS


A gestão Udo Dohler pode ter mãos limpas, como poucos pregam, mas está claro que tem mãos de Copperfield, em alusão ao famoso ilusionista norte-americano (foto).

Esta afirmação foi feita pelo juiz Roberto Lepper ao agora ex-secretário da saúde, Armando Dias Pereira Jr., por este último tirar pessoas da lista de espera de consultas médicas sem justificativa prévia, caracterizando possível improbidade administrativa. 

Como um belo show de mágica, as pessoas necessitadas de um médico ficaram sem entender nada, em três atos de grande audácia, típicos dos grandes espetáculos da Broadway: descumprimentos de determinação para regularizar o atendimento de consultas em ortopedia e outra para regularizar as filas de endocrinologia, sem contar a prestação de informações falsas, "maquiadas" para tentar enganar a justiça, no intuito de esconder descumprimentos judiciais anteriores à desta semana. Armando foi exonerado do cargo e agora vai responder processo.

Por mais que eu confie na capacidade técnica de várias pessoas que atuam dentro da Prefeitura (em cargos de comissão ou não), é muito triste acompanharmos a secretaria de saúde envolvida, mais uma vez, com escândalos e irregularidades. Já foi assim na gestão Tebaldi e Norival Silva. E é revoltante saber sobre uma das pastas mais importantes para a população sofrer com péssimas gestões, justamente o que o prefeito Udo Dohler mais diz entender, segundo sua trajetória empresarial.

Enfim, a mágica das "mãos limpas" não seduz mais. Parece aquele truque repetido, o qual convence alguns mas não empolga ninguém. A cidade que tem uma manifestação a cada cinco dias dá sinais de algo não estar bem. LOT, problemas com enchentes, obras recém-inauguradas com péssima qualidade ou com acabamentos faltantes, secretário com problemas na justiça, reforma administrativa que não reforma nada e transporte coletivo sem licitação são apenas alguns dos problemas. 

As "mãos limpas" do "não há segredo; há trabalho", agora são "mãos de Copperfield", do "trabalho com segredo". 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Acorrentar-se é a solução?

POR JORDI CASTAN

Só uma situação de desespero levou a Sra. Rozevelde da Silva de 55 anos a tomar a medida extrema de acorrentar-se na grade do Hospital Municipal São José primeiro e na própria prefeitura depois. A sua situação não é um caso isolado, o numero de consultas, atendimentos e cirurgias represadas é tão vergonhoso que até o TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou um cenário de descontrole na gestão do hospital. Detalhava o desrespeito à fila dos pacientes que aguardam por cirurgias, a falta de controle da jornada de trabalho de médicos e até casos de profissionais que ganhavam mais de R$ 30 mil, valor maior do que o salário do prefeito Udo Döhler, cerca de R$ 23,5 mil na época da auditoria – o que é proibido pela Constituição Federal.

Chega um ponto em que o cidadão não aguenta mais o discurso fácil do político e parte para buscar soluções radicais. Há neste caso uma oportunidade de mudar, de verdade,  o momento de fazer deste um ponto de inflexão no tema da crise da saúde em Joinville.

O Prefeito Udo Dohler, reafirmou que o problema da saúde não é um problema de recursos é um problema de gestão. Joinville gasta hoje o dobro do que precisaria na saúde apesar de uma parcela significativa da população estar coberta por planos de saúde complementar o que deveria ser uma ajuda adicional para resolver o problema. Se o problema for a gestão e na sua campanha se destacou até a saciedade a sua imagem de gestor e o seu conhecimento dos problemas da saúde pela experiência acumulada a frente do Hospital Dona Helena, a solução já deveria estar sendo percebida pela população. O prefeito já assumiu faz quase um ano e o tema da saúde já era do seu conhecimento. Por si fosse pouco, a saúde foi elencada como a sua prioridade. É bom lembrar que o prefeito Carlito Merss, também elegeu a saúde uma das sua prioridades, do mesmo modo que outros prefeitos antes que ele o fizeram. A priorização da saúde não parece ter servido para resolver o problema. Serão precisas ações mais firmes e concretas que mais discursos, mais compressas de água fria e palavras vazias.

Para entender um pouco mais sobre o caso é bom lembrar que depois de esperar por mais de dois anos por uma cirurgia de quadril, a diarista se acorrentou na grade do Hospital São José, por duas vezes, foi analisada por uma junta medica que diagnosticou que o seu caso não era nem de urgência, nem de emergência e que a sua cirurgia seria eletiva. Ela recebeu uma receita com um remédio contra a dor e enviada para casa.

Sem solução e de acordo com o que já havia anunciado, o seu próximo passo foi se acorrentar na grade da Prefeitura Municipal, la foi vista pelo Prefeito Udo Dohler que convocou uma comissão de alto nível, envolvendo o Secretario de Saúde, o Diretor do Hospital São José, a Procuradoria do Município e a Diretora Executiva da Secretaria da Saúde e depois de analisar o caso, decidiu que poderia ser marcada a cirurgia para a colocação da prótese na cadeira. Foram precisos três dias para que a maquina pública se mexesse, foi preciso que a imprensa divulgasse o caso para que a cirurgia fosse marcada, foi necessário que a Sra. Rozevelde tomasse uma atitude extrema para que a cirurgia fosse marcada e o parecer tomado o dia anterior, alegando que a sua cirurgia não era emergencial e poderia esperar fosse mudado.

O poder público trata mal ao contribuinte, ignora a dor e despreza o sofrimento do andar de baixo. O caso da Sra. Rozevelde é uma prova que a sociedade precisa se mobilizar para defender seus direitos. Ela é um exemplo de coragem e uma prova que quem luta pelos seus direitos consegue seus objetivos.

O risco esta a partir de este episodio que o que foi um fato isolado fruto do desespero, possa passar a se converter numa rotina e que a cada semana novas Rozeveldes se acorrentem as grades dos edifícios públicos e convoquem a imprensa para divulgar as suas tragédias pessoais.

Será cada vez mais difícil para o poder público continuar empurrando com a barriga soluções que a sociedade esta esperando já faz anos, a paciência esgotou e discursos e justificativas não são mais suficientes. A hora de agir e de fazê-lo com presteza já passou. Neste caso a prefeitura agiu finalmente, depois que o episodio já tinha adquirido proporções maiores que as necessárias. Já no primeiro dia a resposta deveria ter sido mais concreta.

Sobre este episodio e revoltado com como foi tratado pelo poder público, encaminhei ao jornal A Noticia uma carta, no tom irônico que entendo que merecia a forma incompetente com o tema foi tratado pela prefeitura.

O texto é esse:

Correntes

Demorou, mas o problema da saúde em Joinville está em vias de solução. A Secretaria de Saúde está abrindo licitação em caráter emergencial de correntes e cadeados para que os pacientes com casos mais graves possam se acorrentar às grades dos edifícios públicos e com isso receber a atenção da imprensa. Assim, a possibilidade de serem atendidos de forma prioritária passa a ser uma realidade.

O Protocolo de Manchester ganha em Joinville, graças à criatividade sambaquiana, um novo componente: a corrente. Assim, as pulseiras coloridas que parecem alegres adereços de festa ou de balada ganham uma versão mais metaleira e pesada, a corrente de aço dos desesperados, que, cansados do discurso enfadonho, optam por medidas mais radicais.

Jordi Castan,

E a carta publicada mereceu esta resposta da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Joinville, curioso porem que carta de teor semelhante, assinada pelo Sr. Jorge D. Hexsel não mereceu nenhuma resposta da mesma assessoria.

A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Comunicação, lamenta o teor e a publicação do texto escrito por Jordi Castan na seção de cartas de “A Notícia”, na edição de 18/10. O conteúdo em nada contribuiu para a solução dos graves problemas que a cidade enfrenta na área da saúde. Ao utilizar o deboche, a falsa informação e insinuações, o articulista, por meio do jornal, promove tom pejorativo e sem seriedade para tratar do sofrimento do cidadão.
Além disso, fantasiar sobre o Protocolo de Manchester, modelo consagrado de padronização de atendimento, vai na contramão do que o próprio jornal, na mesma edição, apresenta para a sociedade de Joinville em um debate construtivo e de altíssimo nível. A atual administração entende que o debate sério, sem cores partidárias e sem rancores do passado, é fundamental para a construção de uma sociedade melhor. É a Joinville que queremos.


Fora a inusual agressividade da resposta da Secretaria, o texto surtiria mais efeito se tivessem dedicado o espaço a informar e esclarecer em lugar de agredir. Mas optou por seguir a hierarquia do Desacordo de Graham e dirigir seu esforço “Ad Hominem” passo prévio ao próprio xingamento. Desconsiderando os estágios prévios, que seriam o de refutar o argumento central, ou refutar pura e simplesmente a carta, ou contra-argumentar, ou usar da contradição e ainda responder ao tom. Faltou equilíbrio e sobrou bílis. Deve ser o nervosismo lógico de quem vê que transcorridos 10 meses de governo a maquina continua emperrada e o relógio continua seu tic –tac imperturbável. 

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Quando Colombo irá atender as demandas populares de Joinville?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Fonte da foto: desacato.info
A morte de uma mulher, semana passada, após esperar um leito de UTI por 11 horas nos corredores do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, evidencia as prioridades do governador Raimundo Colombo, as quais privilegiam os empresários locais e esquecem das demandas populares, como a resolução das constantes crises na saúde pública. Desde que assumiu em 2011, Raimundo Colombo dificilmente vem até Joinville para dedicar seu precioso tempo para a população da cidade. Em contrapartida, é arroz de festa em eventos empresariais, como jantares, posses, inaugurações de montadoras e reclamações de setores específicos da economia joinvilense.

Infelizmente a pauta do empresariado local não é popular. Ela se resume à segurança pública no centro (querendo claramente uma proteção às lojas de comerciantes da CDL), à duplicação da Santos Dumont e outras questões que dificilmente irão beneficiar as pessoas da periferia, que sofrem com a violência urbana nos bairros, com escolas depredadas, e parentes morrendo esperando um leito de UTI. Os R$ 14 milhões liberadores para o São José (em troca da sede dos jogos abertos), por exemplo, ainda não foram aplicados, enquanto que as obras da Santos Dumont iniciaram-se rapidamente após a pressão dos empresários. Sem contar as próprias promessas de melhoria na saúde estadual. Até a antes  referência Darcy Vargas perdeu este título com Colombo.

Sem hospitais de qualidade, escolas com infraestrutura mínima, e segurança nos bairros populares, a cidade de Joinville padece perante uma ordem invertida das prioridades. Suplica atenção de quem não quer dar, principalmente ao que realmente necessita ser feito. Definha com uma classe política que abdicou da oposição e não sabe cobrar, apenas se juntar à camarilha de Colombo e seu reino de maravilhas (onde as OS's são a solução para os hospitais, a vinda de empresas irá transformar toda a realidade social de uma cidade, e tinta na parede das escolas irá transformar alguma coisa) e discursar ao vento na Assembleia Legislativa, em uma omissão jamais vista entre os deputados estaduais da região de Joinville.

Pode ser "apenas" mais uma morte em corredor de hospital, mas significa muita coisa. Mostra tudo o que vem acontecendo de errado na gestão estadual, mesmo com o esforço de alguns para fazer parecer que tudo está certo e funcionando perfeitamente. A gestão Colombo precisa de um banho de povão, mas, se isso acontecer um dia, não envolverá mais a pauta empresarial nas prioridades do governo. É este o ponto que me faz perder todas as esperanças por possíveis mudanças e esperar, infelizmente, a próxima morte em um corredor do Hans Dieter Schmidt.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

JASC cancelados



POR IVAN ROCHA


JASC CANCELADOS: Quando nossos ginásios serão reformados?


No dia 12 de fevereiro, o prefeito Udo anunciou oficialmente que Joinville não irá sediar os Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC) em 2013.

O motivo da recusa anunciada é a falta de verba, em torno de R$ 8 milhões, quando o governo do estado só disponibiliza R$ 1,5 milhões para os custos referentes ao evento. A prefeitura queria mais dinheiro para arrumar os principais ginásios (Ivan Rodrigues e Abel Schulz) que estão totalmente fora de condições de uso, alojamentos e outros locais de competição.

“Para realizarmos os JASC teríamos de transferir recursos da Saúde e da Educação. E isto não seria sensato”, disse o prefeito.

A decisão foi comemorada e muita gente concordou com o novo prefeito nas redes sociais.  ”Isso mesmo prefeito, educação e saúde são prioridades, nada de JASC”, diziam os apoiadores .

Enquanto eu lia esses comentários ficava me perguntando afinal para que serve o esporte?

Poderia servir para acostumar os jovens a praticarem atividades físicas e não terem vidas sedentárias, afinal segundo o documentário “Muito além do peso” as doenças ligadas ao excesso de peso matam mais do que trânsito e armas de fogo. Prevenir é sempre melhor do que remediar mas parece que quando falamos de saúde, estamos na verdade falando de doenças e hospitais, ou seja, focados no imediatismo e esquecendo o longo prazo. E olha que este seria o prefeito que iria pensar os próximos 30 anos.

Também poderia servir para que os jovens não fiquem ociosos nos bairros, afastando-os das drogas e de má companhias, além de educar com senso coletivo e também oferecer outras formas de crescimento profissional.

Um bom exemplo é sobre o BMX, categoria de esporte que está nas olimpíadas e que Joinville deixou de contar com pistas para prática do esporte por descaso da prefeitura edois ex-praticantes acabaram morrendo em 2012 por ligação com tráfico de drogas. Duas vidas que poderiam ser salvas através do esporte, pois quem pratica não tem tempo para outras coisas.

Isto foi debatido nas eleições de 2012, onde Udo defendia o “Contra turno” ou “Educação plena”. Nesses programas, os jovens estudantes teriam a disposição o outro turno (que não fosse o de aula normal) para aulas de músicas, prática de esportes, profissionalizante, entre outros.

No plano 15, tão falado pelo agora prefeito durante as eleições, tem várias menções aos esportes, vamos a elas (acompanhe o checklist das promessas do Udo):

plano 15
plano 15
Educação
1. “Centros de Convivência” para educandos no contra turno.
8. Adequar e construir espaços poliesportivos e de multiuso.
Juventude
8. Implementar o programa Educação Plena (cultura, lazer, esporte, línguas reforço escolar)
Esporte e Lazer
1) Desporto Educacional – inclui toda estrutura escolar e milhares de jovens entre 12 e 17 anos – estabelecer uma olimpíada bienal;
5) Qualificação de equipamentos esportivos (canchas, quadras, ginásios, campos de futebol).
7) Inserir Joinville no calendário nacional e internacional de competições, sediando etapas de grandes eventos esportivos.
Todas essas promessas de campanha deixam bem claro a importância do investimento nos ginásios e estruturas para prática dos esportes, afinal mesmo que o investimento nos atletas para o JASC continuem, esses atletas precisam da estrutura necessária para a preparação.
Também deixa claro a ligação com a Educação e com todas as propostas citadas e ditas pelo próprio prefeito, mas parece que muita gente ainda tem aquele velho conceito de que investir em educação é investir em cursos para os jovens virarem meros funcionários nas fábricas da cidade, e o esporte tratado como algo secundário, assim como a cultura.
Enquanto vemos as propostas para tirar os jovens da ociosidade sendo deixadas de lado, o prefeito surge com a proposta de criar a guarda municipal (quem além de inconstitucional para o que está sendo proposto) que vai acabar se chocando com os jovens ociosos nos bairros. São os mesmos jovens que poderiam estar praticando esportes no contra turno.
Agora que foi oficialmente cancelado, essas estruturas não serão reformadas. Quanto tempo elas ficarão nessas condições? O mesmo serve para as estruturas da Cultura e que constam na seguinte proposta:
2) Recuperar as estruturas físicas hoje interditadas, a exemplo do Museu Casa Fritz Alt, Casa da Cultura, Museu Arqueológico de Sambaqui, Biblioteca Municipal, Museu de Artes de Joinville etc., ou em condições precárias, como o Centreventos Cau Hansen;
Aguardaremos os novos passos.
P.S.: Secretário de Saúde do Estado não sabe de onde sairão R$ 14 milhões para hospital de Joinville. Dalmo Claro de Oliveira recebeu com surpresa a informação de que o governador Raimundo Colombo assegurou recurso

Ivan Rocha é formado em Marketing

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A verdadeira “Faixa de Gaza” catarinense


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Nos últimos dias estamos acompanhando os ataques supostamente organizados aos ônibus e órgãos de segurança pública de algumas cidades de Santa Catarina. Em Florianópolis, Blumenau, Itajaí, Navegantes e Criciúma os ataques aconteceram e foram noticiados pela mídia. Parece que, para alguns setores, Santa Catarina está em pé de guerra e a polícia é a salvadora da pátria dos cidadãos. A mídia faz um alarde desnecessário e até incoerente, pois a verdadeira onda de ataques acontece o ano inteiro: as taxas de homicídios, roubos, seqüestros e outros crimes dos principais municípios do estado são preocupantes, e são invisíveis para os grandes setores da mídia.

A partir do momento em que um ônibus foi incendiado na região com o metro quadrado mais caro de SC, perceberam que tinha algum problema na segurança pública. Sério? Que novidade! Eu não sabia! E a violência que ocorre todos os dias na periferia de todas as cidades? E o “favelado”, “negro”, “pobre” que morre diariamente e é tratado apenas como uma citação nas páginas policiais? E as fugas dos presídios? Cadê o alarde para estes assuntos? Cadê os especialistas em segurança pública contratados para explicar estes casos, o comandante geral da PM, e o Governador Raimundo Colombo? Quantas mortes estes ataques supostamente organizados provocaram nos últimos dias? Ou o problema está no incêndio aos ônibus de grandes empresários catarinenses?

Não que eu apóie os ataques, muito pelo contrário. A questão que fica é o enfoque dado pela mídia a alguns casos. E o pior: a mídia vende que a omissa e pífia Secretaria de Segurança Pública parece trabalhar como nunca. Mas não é verdade. Se estivesse trabalhando corretamente, isto não aconteceria. Na verdade, nada de tão grave aconteceria! A história infelizmente se repete e a polícia nunca previne, nunca protege. Ela sempre é o “band-aid”, e a responsável por mais insegurança.

Para completar, os hospitais públicos administrados pela gestão Colombo estão sucateados e várias escolas estaduais estão interditadas. Pode parecer que não há conexão com os fatos desta última semana, mas a saúde pública também “mata” (que ironia!) muita gente por não dar um atendimento adequado e a educação é a principal responsável pela criminalidade, por não educar e não abrigar o jovem.
Por isso, por mais que a mídia tente esconder, e o poder público empurre para debaixo do tapete, a verdadeira “Faixa de Gaza” acontece diariamente diante de nossos olhos. As reportagens policiais estão aí como prova disso. É nojento ver plantões, matérias especiais, entrevistas com “Deus e o mundo” para explicar ataques que são uma conseqüência do que acontece há muito tempo por aqui. Nós vivemos um Estado de exceção todos os dias, mas ele só existe para alguns. Os mais ricos, o poder público e a mídia que o diga!

PS: Segundo dados de uma pesquisa do Ministério da Saúde, mais da metade das vítimas dos homicídios no Brasil, 53% delas, são pessoas na faixa etária entre 19 e 29, das quais mais de 75% são jovens negros, de baixa escolaridade, sendo a maioria do sexo masculino. O número de mortes de jovens negros passou de 14.055 em 2000 para 19.255 em 2010 – um crescimento de 37%. Isto a mídia divulga? Faz alarde? Poder público explica?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu sonho de Joinville


POR GUILHERME GASSENFERTH

Há algumas semanas, li um manifesto do eminente artista joinvilense Juarez Machado, versando sobre seus desejos para Joinville. Embora eu seja comparável ao filho ilustre da cidade somente na minha paixão pela cidade que nos acolhe, também quero escrever uma carta aos candidatos. Melhor, uma carta a todos os joinvilenses, porque não apenas os políticos fazem Joinville, pelo contrário. Sem a pretensão de ser bela como a dele.

Caro joinvilense, quero dividir alguns dedos de prosa com você. Assim como a maioria dos joinvilenses, eu não sou nascido aqui, mas amo minha cidade. Mesmo quando viajo por poucos dias, logo sou tomado por uma nostalgia de Joinville. É a saudade do que só se vive aqui. Saudade da minha cidade cercada por área verde e água. Saudade do hábito de parar tudo pra tomar um café na padaria mais próxima. Saudade de ver a bandeira do Brasil tremulando na praça Nereu Ramos. Saudade da cor dos ônibus, do éééééégua, da limpeza das ruas, das flores dos jardins. Mas mesmo com este mal-acabado ensaio de canção do exílio à Dona Francisca, não me furto de perceber que a cidade tem enormes desafios.

Joinvilenses candidatos, eis aqui o que sonho pra Joinville e compartilho com vocês. Disse o poeta Raul Seixas que  “Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Vamos sonhar juntos?

O que acham de cidade com mais praças arborizadas, com coretos ou palcos para apresentações culturais espontâneas? Penso também em um parque, enorme, lindo, arborizado, com lago, com trilhas, com uma concha acústica, com choupanas, com banheiros, com acessibilidade, com uma lanchonete, com brinquedos pras crianças e pros adultos que não envelheceram, com quadras e muita contemplação à natureza, à vida e às pessoas que ali circulam. É difícil, né? E se uma empresa assumisse a bronca, criando um parque aberto com seu nome, tipo “Parque Tigre”, ou “Parque Tupy”, ou ainda “Parque Docol”? Ou qualquer empresa que seja, que possa comprar uma área verde e dar à cidade, ganhando com o marketing mas também com o desenvolvimento da cidade onde está instalada? O Haroldo concordou comigo!

Sonho com uma Joinville onde seja valorizado o futebol, porque todos nós gostamos de ver nosso tricolor campeão, mas onde também sejam valorizados esportes menos tradicionais. Tivemos agora a Tamiris de Liz nas Olimpíadas, tivemos bravos atletas paralímpicos, temos os Jogos Abertos de SC (que vem pra cá em 2013)... mas temos pouco apoio. Dia desses atletas de um time de vôlei ou basquete vendiam rifas a R$ 2,00 para poderem representar Joinville num campeonato, porque ninguém lhes apoiava. E volto a lembrar do potencial turístico mas também esportivo da nossa Lagoa do Saguaçu, que poderia ser palco de competições de remo, jetski, canoagem, vela, entre outras. E lembro do Felipe Silveira falando de que as praças precisam de outros esportes além do skate.

Na minha cidade ideal, as calçadas são bem feitas, acessíveis, padronizadas, com meio-fio elevado e rebaixado onde precisa ser, possuem canteiros com flores e são limpas, muito limpas! Um espaço onde possam caminhar com tranquilidade a senhora idosa, o cego, a trabalhadora, o pai empurrando o carrinho do seu bebê, a cadeirante e o jovem com sua mochila a caminho da escola. Certo, amigo Mario Silveira?

Joinville com mais árvores! Árvores, caros governantes, nunca são demais, pelo contrário – sempre estarão faltando, sempre caberá mais. Quero uma praça cheia de ipês-amarelos. Já pensaram que lindo espetáculo seria descortinado uma vez por ano? Beleza efêmera mas intensa. E uma praça com jacatirões, emanando sua beleza tricolor. E uma outra praça cheia de bougainvilleas. E uma cheia de azáleas. Quero nossa cidade das flores abarrotada de flores para todas as estações! Quero a cinza João Colin com árvores nas calçadas. Quero as ruas dos bairros com mais cores, flores e verde, e menos sujeira e menos poluição visual. Dá ou não dá, Jordi?

Se você for eleito, candidato, prometa que irá trabalhar dia e noite para que Joinville seja uma cidade pra todos. Uma cidade onde seu sobrenome germânico não te faça melhor que ninguém, e onde um paranaense seja tão importante quanto um joinvilense ou um gaúcho. A cidade que a mulher, o gay, o negro, o pobre, o ateu e os deficientes são respeitados, mas onde também há respeito para o homem, o hetero, o branco, o rico, o evangélico e os que têm seu corpo e mente plenos. Quero que todo joinvilense, de nascimento ou de adoção, seja tratado como semelhante não só pelo governo, mas por toda a sociedade. Você concorda, Emanuelle?

Gostaria de ver um enorme teatro municipal, lindo, glamouroso, grande, com qualidade europeia. E ver o Libração, a Dionisos e outros grupos lá! Mas também quero ver espaços de cultura nos bairros, com salas de cinema, teatro, música. Quero a Casa da Cultura restaurada funcionando cheia! Gosto de imaginar ver a cidade com os museus vivos, interativos. Já pensaram que beleza o nosso Museu da Imigração com um espetáculo de som e luz diário, à noite, mostrando o cotidiano dos imigrantes? Meu amigo Paulo da Silva já pensou! Já imaginaram que lindo você poder sair do Museu do Sambaqui com uma visita guiada a um sítio arqueológico onde você pode pisar e tocar em tudo? Conseguem imaginar o visitante indo no Museu do Bombeiro e vestindo um galé e apagando um incêndio simulado? Ideia do amigo Adriano. E o Museu da Chuva, hein, Baço? Sonho junto contigo este sonho! Penso na Joinville onde há espaço para a arte urbana, para o hip hop e pra música erudita, para a cultura germânica, pra italiana, pra africana e pra brasileira! Vejo uma Joinville com festivais de música nos bairros, com apresentações em todo o lugar.

Joinville pode ser uma cidade que é referência em dança não só por dez dias, mas no ano inteiro.  Como já disse o Pavel, Joinville só será a cidade da dança quando os joinvilenses dançarem. É por isso que iniciativas como o Dança nas Empresas, do Laboratório Catarinense, devem ser disseminadas. Dança nas empresas, nas escolas, nas ruas, nas casas, nos bailes. Germânicas, ballet, populares, gaúchas, urbanas, clássicas. O Maycon que o diga. E quando toda a cidade estiver dançando, aí sim, uma universidade de dança! Dança, Joinville!

Minha Joinville platônica está em todas as agências turísticas do Brasil, como uma opção para os visitantes que queiram conhecer a cidade fantástica que somos! Né, Serginho? Joinville tem um belíssimo potencial turístico. A linda baía da Babitonga, a Lagoa do Saguaçu e o Rio Palmital subaproveitados. Nossas montanhas e serra, deslumbrantes, com mata atlântica intocada, com cachoeiras lindas, com florada de hortênsias, com trilhas místicas... e ninguém faz nada. A zona rural, única, fantástica, pronta pra ser desvendada. Falta mobilização nossa, não é dona Mery? Equipamentos de eventos mais adequados, como defende o Kobe e outros, para Joinville receber mais eventos, captados pelo amigo Giorgio e sua equipe. Candidatos joinvilenses, invistam no turismo, pois nós temos muito potencial por aqui.

No embalo do turismo, vem a gastronomia. Nossas empadas, nossa cerveja artesanal, o strudel de maçã, a gastronomia molecular do Poco Tapas, a experiência de participar do Lírica Kneipe na última quarta-feira do mês... tudo são atrações turísticas, para os joinvilenses e para os visitantes! Com um pouco mais de criatividade e investimento podemos fazer uma revolução na nossa cidade. E pra criatividade gastronômica, taí o Setter!

Caros candidatos, não esqueçam que Joinville não é uma ilha. Temos cidades à nossa volta, e como maior cidade da região, temos a obrigação de chamá-los para planejarmos juntos nosso crescimento e desenvolvimento. Não dá pra pensar em saúde, desenvolvimento econômico ou transporte coletivo sem sentar com Araquari. Não se deve pensar em turismo sem envolver São Chico! Ou educação superior sem conversar com todos os vizinhos. É preciso capitanear e liderar o processo de integração regional. Tenho certeza que o Charles concorda!

Na área da saúde, eu gostaria de ver Joinville atuando preventivamente. Pelo menos dobrando a cobertura do Programa de Saúde da Família, investindo ainda mais em saneamento básico (que é bem mais que esgoto, como me informou o Gollnick), melhorando a alimentação nas escolas, prosseguindo no investimento em fitoterápicos que a Prefeitura iniciou, incentivando a saúde na educação e informando a população. Mas quando a saúde reativa for necessária, que os órgãos todos conversem e estejam preparados para atender melhor o cidadão. Nós, cidadãos, é que temos que ser a prioridade de qualquer sistema de saúde. Se o Regional tem quatro aparelhos de qualquer coisa funcionando e o São José está sem, o cidadão não pode pagar por isso. Cabe aos governantes articularem o atendimento para que a sociedade seja mais saudável. Não é tão difícil, não precisa investir um centavo a mais, é só gerir bem o recurso e pensar bastante.

Não só eu, todo o joinvilense quer um sistema de mobilidade melhor. Sonho com um transporte coletivo tão bom que eu nem precise pensar em deixar o carro na garagem pra sair de ônibus. E tem gente boa pra ajudar a pensar neste assunto, olha o Romney aí. Ônibus confortável, sem solavancos, sem ruídos excessivos, com temperatura adequada, que ande sem chacoalhar os ocupantes como o Norte Sul na Rua Blumenau. Quero um transporte integrado com bicicletas, que eu possa descer no terminal, emprestar uma bike pra fazer o que eu quero. E falando em bikes, queremos ciclovias descentes, com início, meio e fim! Se não dá pra fazer nas avenidas, escolham as ruas mais calmas pra implantar a ciclovia. Mas façam! E concordo que a prioridade deva ser o coletivo, mas não esqueçam da estrutura viária. Felizmente vão duplicar a Santos Dumont, mas vejam também a zona Sul, que está com sérios gargalos, principalmente na Monsenhor Gercino e na Guanabara. Na XV já estão mexendo.

Não devemos esquecer do transporte intermunicipal. Integração com Araquari já passou da hora! E quando a viagem é mais longa, queremos o aeroporto decente, com pista mais comprida, ILS e boa frequencia de voos. E a rodoviária mais confortável, com mais facilidades aos usuários.

Queremos uma cidade sustentável, e sustentabilidade é social, econômico e ambiental, juntos! Uma cidade aberta ao empreendedorismo, para empresas que nascem aqui e para as que vêm de fora. Como seria legal criar aldeias colaborativas nos bairros, espaços multiuso que serviriam para incubadoras de microempresas e empreendedores individuais, aquecendo a economia e gerando empregos. Do ponto de vista ambiental, que tal incentivarmos a produção orgânica nos agricultores? E implantar já tratamento de esgoto nas bacias hidrográficas? E cuidar muito para que os 60% de área de mata atlântica preservada permaneçam assim?

Embora tenha ligação com o parágrafo anterior, que trata da sustentabilidade, até pulei uma linha pra dar ênfase nas questões sociais. Joinville tem muita pobreza, muita miséria e muita gente passando sérias dificuldades. São quase 5 mil pessoas que vivem à custa de bolsa família, além de outras situações de vulnerabilidade social grave. É preciso fazer um pacto entre o governo, as entidades do terceiro setor e a sociedade para amenizar a situação terrível a que alguns joinvilenses estão expostos.

Mas sem sombra de dúvida, meus caros joinvilenses, nossa maior luta, nossas energias e nosso esforço devem ser canalizados para a educação. Falamos de saúde, e a saúde começa na escola, com ensino de higiene e asseio, além da conscientização sobre assuntos relacionados. De que adianta limpar os rios se os estudantes não estiverem conscientizados a partir da educação ambiental? Como melhorar o turismo sem qualificação das pessoas que operam os bares, hotéis, restaurantes, equipamentos, taxis? De que adianta falar de cultura se não ensinarmos nossos pequenos a gostarem de teatro, música, cinema, artes plásticas? Como falaremos de respeito ao agricultor sem ensinarmos a cultivar uma horta?

A educação é a chave pro progresso, pro desenvolvimento, pro caminhar rumo à sociedade equilibrada e justa. É preciso valorizar a carreira do professor, tanto para retribuir o que eles fazem por nós, quanto para atrair profissionais ainda mais qualificados. Temos que estruturar melhor as bibliotecas e estimular seu uso, para que nossos cidadãos adquiram o gosto pela leitura. É preciso buscar uma educação não voltada para o vestibular, mas para a vida. Isto exige inserir disciplinas como direito, economia básica, preparação para o trabalho, ética, administração, além do fortalecimento do ensino de idiomas e de matérias ligadas à cultura. Disse Nelson Mandela: “a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.

Gostaria de ver nossas escolas municipais sendo referências nacionais de ensino não só porque as escolas brasileiras são ruins, mas porque as nossas são de fato boas. Escolas com arborização, com estrutura adequada, com conforto para os estudantes, com bom ensino, com apoio técnico-pedagógico eficaz, com proposta pedagógica inovadora. Escolas onde ocorrem debates, onde se ensina a aceitar as diferenças e a tolerar, onde a vida comunitária inicia. Uma escola onde os pais também participam do processo não só nas reuniões de pais, mas aprendendo junto, usando a biblioteca, os laboratórios, debatendo junto.

Quero que a escolinha lá do Cubatão ou do Quiriri tenham o mesmo ensino que a escola do Paranaguamirim ou do Jardim Iririú. Que os projetos especiais de ensino integral sejam disseminados por todas as escolas. E antes que tablets, queremos professores motivados, dispostos a compartilhar seu conhecimento com os estudantes! Queremos ensino que seja interessante para o estudante da geração Y, e que a escola entenda este processo!


Nossa Joinville precisa de professores e estudantes melhores para que os candidatos do amanhã sejam qualificados, mas principalmente para que os eleitores sejam qualificados.

Este é um pedaço do meu sonho de Joinville. Nossa cidade igualitária, educada, sustentável, limpa, com qualidade de vida, motivo de orgulho pra sua gente, com oportunidades para todos e a melhor cidade para se viver no Brasil. Joinvilense candidato, deixe seus interesses pessoais de lado e faça o melhor por nossa cidade. Joinvilense eleitor, demonstre seu amor por Joinville e vote com consciência e qualidade, escolhendo quem representa de fato o melhor pra nossa cidade!