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quinta-feira, 2 de março de 2017
Povo pacífico e ordeiro não faz festa
POR FAHYA KURY CASSIN
Talvez sejamos conhecidos como “povo pacífico e ordeiro”. Ou, quem sabe, seja o prefeito e outros interessados que insistem nesta cantilena para que durmamos tranquilos. Também conhecemos a nossa origem germânica, de jardins bem desenhados e casas bem pintadas, horários devidamente cumpridos nas fábricas. Ou, ainda, talvez Joinville tenha crescido (finalmente) e pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo tenham a cidade como o seu lar.
E é aí que o problema toma proporções preocupantes. Joinville não é mais a cidadezinha de um povo que sabia de onde vinha (e se orgulhava demais disso) e tinha pleno domínio sobre tudo a sua volta. Nós viemos para cá e temos outras formações, trouxemos na bagagem outras culturas e mentalidades. O joinvilense hoje é múltiplo. E não aceita mais uma cidade estagnada, absurdamente conservadora e ultrapassada.
A cidade, por exemplo, pena com a falta de lazer e cultura. Não há parques, não há eventos, não há acesso dos jovens ao básico da formação cultural, não há festas. E quando o Carnaval entrou com força no calendário da cidade, em pouco tempo tentou-se amordaçá-lo. É inadmissível que uma gestão se esforce tanto para sufocar uma manifestação cultural do tamanho do Carnaval. O Carnaval só existe para o joinvilense que tem condições financeiras de ir à praia, ao Rio de Janeiro ou viajar para outros lugares, etc.. Para a esmagadora maioria do povo da cidade resta apenas o descanso do feriadão – e por isso nem é mais visto assim, pois a terça-feira foi encarada como dia normal pelo comércio.
Esse povo que vê suas ruas, creches e casas inundarem em vinte minutos de chuva várias vezes ao ano não pode fazer festa – e também não pode reclamar, visto que é pacífico. Mas é esse povo que rejeita a mentalidade colona, que questiona, e bate (e samba) o pé. É esse povo que já está tão misturado que não se vê mais tantos olhos azuis e encanta pelas diversas tonalidades de pele. E não são mais só operários que seguem nas suas bicicletas e tamancos em ruas de barro para as fábricas do centro. Esse povo estudou e estuda, batalha e quer uma vida boa. Ele conhece a cultura de outros lugares, sabe dar valor ao seu tempo e não aceita calado os desmandos de uma elite burra e autoritária.
Tem essa gente que, como bem disse o Jordi, morre de medo de nós que viemos de fora, que não pensamos como eles e não estamos dispostos a obedecer. É o provincianismo mais raso de um povo ignorante, que luta para incutir nos recém-chegados sua forma pacífica e ordeira de mentalidade de ervilha (retirei a expressão de um comentário do texto do Jordi). Por isso, também, concordo com o Baço ao atrelar cultura e turismo como oportunidades únicas para uma cidade crescer, desenvolver-se e lucrar economicamente. Porém, vamos antes falar de Cultura. Falta um longo caminho a ser trilhado (vamos evitar o “pavimentado”, visto as enchentes).
Falta perceber que uma cidade não pode ser eternamente o dote de uma princesa e a Atlântida de uns poucos que vieram de algum lugarejo do outro lado do mundo. A cidade precisa viver hoje, para o povo de hoje, com as ideias e atendendo às necessidades de quem a constrói diariamente.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Joinville: cultura não interessa, turismo não existe
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Dei uma lida no artigo de Udo Dohler, publicado no AN, no último fim de semana. Texto enfadonho, não prende a atenção do leitor. Aliás, se fosse substituído por uma infografia era capaz de fazer a mensagem – ou a falta dela – chegar mais fácil ao cidadão. O que fica desse emaranhado de “reformas” apresentado no artigo é um enorme nada. Aliás, atrevo-me a dizer que o texto reflete a atual administração: burocrático, de eficiência questionável e sem a mínima imaginação.
Há muito para analisar. Mas vamos ficar por uma “reforma” que salta aos olhos: turismo e cultura sob o mesmo guarda-chuva. Diz o prefeito que “vão trabalhar juntos em projetos voltados à educação cultural, promoção de talentos e estímulo aos potenciais turísticos da cidade”. Para começar, parece haver pouco domínio do léxico: o que será a tal “educação cultural”? Ora, é uma expressão vazia de conteúdo. Significa... nada. Maldita semântica!
Ah... e antes que algum assessor se (re)lembre de usar o argumento de “tem que viver aqui para criticar”, deixo um aviso. Se vão falar de turismo, nada melhor que alguém capaz de vestir a pele de turista. Se vão falar de cultura, é aconselhável dar ouvidos a quem, exatamente por viver em outras latitudes, pode trazer outros contributos para a discussão. Sem provincianismos bacocos, senhores assessores. Até porque vocês não são donos da cidade.
Cultura? Joinville precisa de uma revolução cultural. E vai com décadas de atraso. Mas não se faz revoluções com agendas de eventos. É óbvio que os chamados eventos culturais fazem parte daquilo que genericamente chamamos “cultura”. Mas o conceito não se esgota aí. É preciso mudar o inconsciente social. E o primeiro passo é abandonar a caretice, o conservadorismo e os grilhões que mantêm os horizontes mentais da cidade aprisionados entre Garuva e Barra Velha. O que a Prefeitura pode fazer? Muita coisa. Como? Perguntem aos que governam, porque eles são pagos para isso.
Turismo? A situação é igualmente dramática. Stricto sensu não há turismo. O maior problema é a modéstia das ambições dos administradores da cidade. Em Joinville, o poder público nunca olhou para o setor como uma indústria. Eis a ironia: uma cidade que se orgulha de ser industrial não sabe industriar o turismo. E é um dos setores que mais cresce e gera divisas em todo o mundo. O que a Prefeitura pode fazer? Muita coisa. Como? Perguntem aos que governam, porque eles são pagos para isso.
O que diz a história da cidade? Que em Joinville o poder público nunca entendeu o significado de cultura e nunca se interessou pelo turismo como atividade econômica a sério. A cidade vive mergulhada num círculo vicioso. Afinal, como já dizia Einstein, é estupidez continuar a fazer as mesmas coisas e achar que se vai obter resultados diferentes. Não é uma mudança de organograma que produz mudanças estruturais e estruturantes. Aliás, a solução é até mais simples do que se imagina: basta saber enxergar um palmo adiante do nariz.
Quando a assunto é turismo ou cultura, Joinville é a Terra do Nunca.
É a dança da chuva.
Dei uma lida no artigo de Udo Dohler, publicado no AN, no último fim de semana. Texto enfadonho, não prende a atenção do leitor. Aliás, se fosse substituído por uma infografia era capaz de fazer a mensagem – ou a falta dela – chegar mais fácil ao cidadão. O que fica desse emaranhado de “reformas” apresentado no artigo é um enorme nada. Aliás, atrevo-me a dizer que o texto reflete a atual administração: burocrático, de eficiência questionável e sem a mínima imaginação.
Há muito para analisar. Mas vamos ficar por uma “reforma” que salta aos olhos: turismo e cultura sob o mesmo guarda-chuva. Diz o prefeito que “vão trabalhar juntos em projetos voltados à educação cultural, promoção de talentos e estímulo aos potenciais turísticos da cidade”. Para começar, parece haver pouco domínio do léxico: o que será a tal “educação cultural”? Ora, é uma expressão vazia de conteúdo. Significa... nada. Maldita semântica!
Ah... e antes que algum assessor se (re)lembre de usar o argumento de “tem que viver aqui para criticar”, deixo um aviso. Se vão falar de turismo, nada melhor que alguém capaz de vestir a pele de turista. Se vão falar de cultura, é aconselhável dar ouvidos a quem, exatamente por viver em outras latitudes, pode trazer outros contributos para a discussão. Sem provincianismos bacocos, senhores assessores. Até porque vocês não são donos da cidade.
Cultura? Joinville precisa de uma revolução cultural. E vai com décadas de atraso. Mas não se faz revoluções com agendas de eventos. É óbvio que os chamados eventos culturais fazem parte daquilo que genericamente chamamos “cultura”. Mas o conceito não se esgota aí. É preciso mudar o inconsciente social. E o primeiro passo é abandonar a caretice, o conservadorismo e os grilhões que mantêm os horizontes mentais da cidade aprisionados entre Garuva e Barra Velha. O que a Prefeitura pode fazer? Muita coisa. Como? Perguntem aos que governam, porque eles são pagos para isso.
Turismo? A situação é igualmente dramática. Stricto sensu não há turismo. O maior problema é a modéstia das ambições dos administradores da cidade. Em Joinville, o poder público nunca olhou para o setor como uma indústria. Eis a ironia: uma cidade que se orgulha de ser industrial não sabe industriar o turismo. E é um dos setores que mais cresce e gera divisas em todo o mundo. O que a Prefeitura pode fazer? Muita coisa. Como? Perguntem aos que governam, porque eles são pagos para isso.
O que diz a história da cidade? Que em Joinville o poder público nunca entendeu o significado de cultura e nunca se interessou pelo turismo como atividade econômica a sério. A cidade vive mergulhada num círculo vicioso. Afinal, como já dizia Einstein, é estupidez continuar a fazer as mesmas coisas e achar que se vai obter resultados diferentes. Não é uma mudança de organograma que produz mudanças estruturais e estruturantes. Aliás, a solução é até mais simples do que se imagina: basta saber enxergar um palmo adiante do nariz.
Quando a assunto é turismo ou cultura, Joinville é a Terra do Nunca.
É a dança da chuva.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Turismo em Joinville: a arte de arar o mar...
POR JORDI CASTAN
O José António Baço tem iniciado uma cruzada
aqui neste blog para falar de turismo, de como desenvolver ou construir uma
visão estratégica para o setor. Tem palpitado sobre a marca Joinville, ou a
marca região ou país.
Falar sobre turismo aqui é o equivalente a arar no mar. É por isso que comparo esta tarefa que o Zé tem se imposto, a uma mistura entre os trabalhos de Hércules e o de Sísifo. Acho inclusive que ele sabe que é inútil, mas mesmo assim não se furta a fazê-lo. O inútil do seu esforço e da sua pregação está diretamente ligado ao fato que aqui todo o mundo entende de turismo. E a melhor prova disso são os nomes que tem sido escolhidos para desenvolver o turismo aqui em Joinville. Quando todos entendem, ninguém escuta e o que presenciamos é um autentico diálogo de surdos.
Turismo é um negócio sério, que movimenta milhões. Aliás, o mais correto é falar de bilhões de turistas e, portanto, de muitíssimo dinheiro. Há todo tipo de turismo, do religioso muito bem explorado em Roma, Fátima, Lourdes, Jerusalém e os lugares santos. Ou em Meca, quando o público é muçulmano. Ou em Kandi, quando se trata de budistas. E assim por diante.
Temos também o turismo desportivo, que se alicerça em grandes eventos como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo, os jogos regionais, como os Pan-Americanos, Pan-Africanos ou Pan-Asiáticos. Ou, inclusive, os jogos semanais das grandes equipes do mundo, seja de futebol, do basquete, do beisebol ou do apaixonante cricket, dependendo do país e da cultura.
Aqui a ausência de uma política séria, estruturada e sistêmica de desenvolvimento de promoção do turismo como uma atividade capaz de gerar renda e emprego, além de promover a imagem da Joinville, provavelmente está muito ligada à nossa crise de identidade. Nem somos a cidade das flores, nem a das bicicletas, nem uma cidade germânica. Não só não sabemos o que queremos ser, nem conseguimos ter uma ideia precisa do que somos. Ely Diniz propõe que Joinville seja a cidade da dança. Eu gostaria que fosse a das flores. E tem quem, ignorando que a revolução industrial cobrou um pesado preço da Manchester original, insiste em defender que somos a Manchester catarinense.
Enquanto há países que chegam a receber por ano mais de um turista por cada habitante, há cidades que multiplicam por seis ou mais vezes sua população com os turistas que a visitam. Gramado na serra gaúcha é um bom exemplo. Barcelona na Espanha é outro. Mas há dezenas de cidades que estão fazendo as coisas bem feitas.
Minha preocupação de leigo é que continuemos promovendo Joinville a partir de uma abordagem folclórica e tratemos o turismo como uma atividade econômica menor. Só quando recebemos visitas sentimos na pele a carência de infra-estrutura turística em que vivemos. No meu caso, um desafio adicional é achar uma lembrança de Joinville que possa levar, para fazer um pequeno agrado, a quem me recebe quando viajo ao exterior. Essa última tem se convertido numa tarefa praticamente impossível de cumprir.
Falar sobre turismo aqui é o equivalente a arar no mar. É por isso que comparo esta tarefa que o Zé tem se imposto, a uma mistura entre os trabalhos de Hércules e o de Sísifo. Acho inclusive que ele sabe que é inútil, mas mesmo assim não se furta a fazê-lo. O inútil do seu esforço e da sua pregação está diretamente ligado ao fato que aqui todo o mundo entende de turismo. E a melhor prova disso são os nomes que tem sido escolhidos para desenvolver o turismo aqui em Joinville. Quando todos entendem, ninguém escuta e o que presenciamos é um autentico diálogo de surdos.
Turismo é um negócio sério, que movimenta milhões. Aliás, o mais correto é falar de bilhões de turistas e, portanto, de muitíssimo dinheiro. Há todo tipo de turismo, do religioso muito bem explorado em Roma, Fátima, Lourdes, Jerusalém e os lugares santos. Ou em Meca, quando o público é muçulmano. Ou em Kandi, quando se trata de budistas. E assim por diante.
Temos também o turismo desportivo, que se alicerça em grandes eventos como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo, os jogos regionais, como os Pan-Americanos, Pan-Africanos ou Pan-Asiáticos. Ou, inclusive, os jogos semanais das grandes equipes do mundo, seja de futebol, do basquete, do beisebol ou do apaixonante cricket, dependendo do país e da cultura.
Aqui a ausência de uma política séria, estruturada e sistêmica de desenvolvimento de promoção do turismo como uma atividade capaz de gerar renda e emprego, além de promover a imagem da Joinville, provavelmente está muito ligada à nossa crise de identidade. Nem somos a cidade das flores, nem a das bicicletas, nem uma cidade germânica. Não só não sabemos o que queremos ser, nem conseguimos ter uma ideia precisa do que somos. Ely Diniz propõe que Joinville seja a cidade da dança. Eu gostaria que fosse a das flores. E tem quem, ignorando que a revolução industrial cobrou um pesado preço da Manchester original, insiste em defender que somos a Manchester catarinense.
Enquanto há países que chegam a receber por ano mais de um turista por cada habitante, há cidades que multiplicam por seis ou mais vezes sua população com os turistas que a visitam. Gramado na serra gaúcha é um bom exemplo. Barcelona na Espanha é outro. Mas há dezenas de cidades que estão fazendo as coisas bem feitas.
Minha preocupação de leigo é que continuemos promovendo Joinville a partir de uma abordagem folclórica e tratemos o turismo como uma atividade econômica menor. Só quando recebemos visitas sentimos na pele a carência de infra-estrutura turística em que vivemos. No meu caso, um desafio adicional é achar uma lembrança de Joinville que possa levar, para fazer um pequeno agrado, a quem me recebe quando viajo ao exterior. Essa última tem se convertido numa tarefa praticamente impossível de cumprir.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Meu sonho de Joinville
POR GUILHERME GASSENFERTH
Há algumas semanas, li um manifesto do eminente artista
joinvilense Juarez Machado, versando sobre seus desejos para Joinville. Embora
eu seja comparável ao filho ilustre da cidade somente na minha paixão pela
cidade que nos acolhe, também quero escrever uma carta aos candidatos. Melhor,
uma carta a todos os joinvilenses, porque não apenas os políticos fazem
Joinville, pelo contrário. Sem a pretensão de ser bela como a dele.
Caro joinvilense, quero dividir alguns dedos de prosa com
você. Assim como a maioria dos joinvilenses, eu não sou nascido aqui, mas amo
minha cidade. Mesmo quando viajo por poucos dias, logo sou tomado por uma
nostalgia de Joinville. É a saudade do que só se vive aqui. Saudade da minha
cidade cercada por área verde e água. Saudade do hábito de parar tudo pra tomar
um café na padaria mais próxima. Saudade de ver a bandeira do Brasil tremulando
na praça Nereu Ramos. Saudade da cor dos ônibus, do éééééégua, da limpeza das
ruas, das flores dos jardins. Mas mesmo com este mal-acabado ensaio de canção
do exílio à Dona Francisca, não me furto de perceber que a cidade tem enormes
desafios.
Joinvilenses candidatos, eis aqui o que sonho pra Joinville
e compartilho com vocês. Disse o poeta Raul Seixas que “Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Vamos
sonhar juntos?
O que acham de cidade com mais praças arborizadas, com
coretos ou palcos para apresentações culturais espontâneas? Penso também em um
parque, enorme, lindo, arborizado, com lago, com trilhas, com uma concha
acústica, com choupanas, com banheiros, com acessibilidade, com uma lanchonete,
com brinquedos pras crianças e pros adultos que não envelheceram, com quadras e
muita contemplação à natureza, à vida e às pessoas que ali circulam. É difícil,
né? E se uma empresa assumisse a bronca, criando um parque aberto com seu nome,
tipo “Parque Tigre”, ou “Parque Tupy”, ou ainda “Parque Docol”? Ou qualquer
empresa que seja, que possa comprar uma área verde e dar à cidade, ganhando com
o marketing mas também com o desenvolvimento da cidade onde está instalada? O
Haroldo concordou comigo!
Sonho com uma Joinville onde seja valorizado o futebol,
porque todos nós gostamos de ver nosso tricolor campeão, mas onde também sejam
valorizados esportes menos tradicionais. Tivemos agora a Tamiris de Liz nas
Olimpíadas, tivemos bravos atletas paralímpicos, temos os Jogos Abertos de SC
(que vem pra cá em 2013)... mas temos pouco apoio. Dia desses atletas de um
time de vôlei ou basquete vendiam rifas a R$ 2,00 para poderem representar
Joinville num campeonato, porque ninguém lhes apoiava. E volto a lembrar do
potencial turístico mas também esportivo da nossa Lagoa do Saguaçu, que poderia
ser palco de competições de remo, jetski, canoagem, vela, entre outras. E
lembro do Felipe Silveira falando de que as praças precisam de outros esportes
além do skate.
Na minha cidade ideal, as calçadas são bem feitas,
acessíveis, padronizadas, com meio-fio elevado e rebaixado onde precisa ser,
possuem canteiros com flores e são limpas, muito limpas! Um espaço onde possam
caminhar com tranquilidade a senhora idosa, o cego, a trabalhadora, o pai
empurrando o carrinho do seu bebê, a cadeirante e o jovem com sua mochila a
caminho da escola. Certo, amigo Mario Silveira?
Joinville com mais árvores! Árvores, caros governantes,
nunca são demais, pelo contrário – sempre estarão faltando, sempre caberá mais.
Quero uma praça cheia de ipês-amarelos. Já pensaram que lindo espetáculo seria
descortinado uma vez por ano? Beleza efêmera mas intensa. E uma praça com
jacatirões, emanando sua beleza tricolor. E uma outra praça cheia de bougainvilleas.
E uma cheia de azáleas. Quero nossa cidade das flores abarrotada de flores para
todas as estações! Quero a cinza João Colin com árvores nas calçadas. Quero as
ruas dos bairros com mais cores, flores e verde, e menos sujeira e menos
poluição visual. Dá ou não dá, Jordi?
Se você for eleito, candidato, prometa que irá trabalhar dia
e noite para que Joinville seja uma cidade pra todos. Uma cidade onde seu
sobrenome germânico não te faça melhor que ninguém, e onde um paranaense seja
tão importante quanto um joinvilense ou um gaúcho. A cidade que a mulher, o
gay, o negro, o pobre, o ateu e os deficientes são respeitados, mas onde também
há respeito para o homem, o hetero, o branco, o rico, o evangélico e os que têm
seu corpo e mente plenos. Quero que todo joinvilense, de nascimento ou de
adoção, seja tratado como semelhante não só pelo governo, mas por toda a
sociedade. Você concorda, Emanuelle?
Gostaria de ver um enorme teatro municipal, lindo,
glamouroso, grande, com qualidade europeia. E ver o Libração, a Dionisos e
outros grupos lá! Mas também quero ver espaços de cultura nos bairros, com salas
de cinema, teatro, música. Quero a Casa da Cultura restaurada funcionando
cheia! Gosto de imaginar ver a cidade com os museus vivos, interativos. Já
pensaram que beleza o nosso Museu da Imigração com um espetáculo de som e luz
diário, à noite, mostrando o cotidiano dos imigrantes? Meu amigo Paulo da Silva
já pensou! Já imaginaram que lindo você poder sair do Museu do Sambaqui com uma
visita guiada a um sítio arqueológico onde você pode pisar e tocar em tudo?
Conseguem imaginar o visitante indo no Museu do Bombeiro e vestindo um galé e
apagando um incêndio simulado? Ideia do amigo Adriano. E o Museu da Chuva,
hein, Baço? Sonho junto contigo este sonho! Penso na Joinville onde há espaço
para a arte urbana, para o hip hop e pra música erudita, para a cultura
germânica, pra italiana, pra africana e pra brasileira! Vejo uma Joinville com
festivais de música nos bairros, com apresentações em todo o lugar.
Joinville pode ser uma cidade que é referência em dança não
só por dez dias, mas no ano inteiro. Como
já disse o Pavel, Joinville só será a cidade da dança quando os joinvilenses
dançarem. É por isso que iniciativas como o Dança nas Empresas, do Laboratório
Catarinense, devem ser disseminadas. Dança nas empresas, nas escolas, nas ruas,
nas casas, nos bailes. Germânicas, ballet, populares, gaúchas, urbanas,
clássicas. O Maycon que o diga. E quando toda a cidade estiver dançando, aí
sim, uma universidade de dança! Dança, Joinville!
Minha Joinville platônica está em todas as agências
turísticas do Brasil, como uma opção para os visitantes que queiram conhecer a
cidade fantástica que somos! Né, Serginho? Joinville tem um belíssimo potencial
turístico. A linda baía da Babitonga, a Lagoa do Saguaçu e o Rio Palmital subaproveitados.
Nossas montanhas e serra, deslumbrantes, com mata atlântica intocada, com
cachoeiras lindas, com florada de hortênsias, com trilhas místicas... e ninguém
faz nada. A zona rural, única, fantástica, pronta pra ser desvendada. Falta
mobilização nossa, não é dona Mery? Equipamentos de eventos mais adequados,
como defende o Kobe e outros, para Joinville receber mais eventos, captados
pelo amigo Giorgio e sua equipe. Candidatos joinvilenses, invistam no turismo,
pois nós temos muito potencial por aqui.
No embalo do turismo, vem a gastronomia. Nossas empadas,
nossa cerveja artesanal, o strudel de maçã, a gastronomia molecular do Poco
Tapas, a experiência de participar do Lírica Kneipe na última quarta-feira do
mês... tudo são atrações turísticas, para os joinvilenses e para os visitantes!
Com um pouco mais de criatividade e investimento podemos fazer uma revolução na
nossa cidade. E pra criatividade gastronômica, taí o Setter!
Caros candidatos, não esqueçam que Joinville não é uma ilha.
Temos cidades à nossa volta, e como maior cidade da região, temos a obrigação
de chamá-los para planejarmos juntos nosso crescimento e desenvolvimento. Não
dá pra pensar em saúde, desenvolvimento econômico ou transporte coletivo sem
sentar com Araquari. Não se deve pensar em turismo sem envolver São Chico! Ou
educação superior sem conversar com todos os vizinhos. É preciso capitanear e
liderar o processo de integração regional. Tenho certeza que o Charles
concorda!
Na área da saúde, eu gostaria de ver Joinville atuando
preventivamente. Pelo menos dobrando a cobertura do Programa de Saúde da
Família, investindo ainda mais em saneamento básico (que é bem mais que esgoto,
como me informou o Gollnick), melhorando a alimentação nas escolas, prosseguindo
no investimento em fitoterápicos que a Prefeitura iniciou, incentivando a saúde
na educação e informando a população. Mas quando a saúde reativa for necessária,
que os órgãos todos conversem e estejam preparados para atender melhor o
cidadão. Nós, cidadãos, é que temos que ser a prioridade de qualquer sistema de
saúde. Se o Regional tem quatro aparelhos de qualquer coisa funcionando e o São
José está sem, o cidadão não pode pagar por isso. Cabe aos governantes
articularem o atendimento para que a sociedade seja mais saudável. Não é tão
difícil, não precisa investir um centavo a mais, é só gerir bem o recurso e pensar
bastante.
Não só eu, todo o joinvilense quer um sistema de mobilidade
melhor. Sonho com um transporte coletivo tão bom que eu nem precise pensar em
deixar o carro na garagem pra sair de ônibus. E tem gente boa pra ajudar a
pensar neste assunto, olha o Romney aí. Ônibus confortável, sem solavancos, sem
ruídos excessivos, com temperatura adequada, que ande sem chacoalhar os
ocupantes como o Norte Sul na Rua Blumenau. Quero um transporte integrado com
bicicletas, que eu possa descer no terminal, emprestar uma bike pra fazer o que
eu quero. E falando em bikes, queremos ciclovias descentes, com início, meio e
fim! Se não dá pra fazer nas avenidas, escolham as ruas mais calmas pra
implantar a ciclovia. Mas façam! E concordo que a prioridade deva ser o
coletivo, mas não esqueçam da estrutura viária. Felizmente vão duplicar a
Santos Dumont, mas vejam também a zona Sul, que está com sérios gargalos,
principalmente na Monsenhor Gercino e na Guanabara. Na XV já estão mexendo.
Não devemos esquecer do transporte intermunicipal.
Integração com Araquari já passou da hora! E quando a viagem é mais longa,
queremos o aeroporto decente, com pista mais comprida, ILS e boa frequencia de voos.
E a rodoviária mais confortável, com mais facilidades aos usuários.
Queremos uma cidade sustentável, e sustentabilidade é
social, econômico e ambiental, juntos! Uma cidade aberta ao empreendedorismo,
para empresas que nascem aqui e para as que vêm de fora. Como seria legal criar
aldeias colaborativas nos bairros, espaços multiuso que serviriam para
incubadoras de microempresas e empreendedores individuais, aquecendo a economia
e gerando empregos. Do ponto de vista ambiental, que tal incentivarmos a
produção orgânica nos agricultores? E implantar já tratamento de esgoto nas
bacias hidrográficas? E cuidar muito para que os 60% de área de mata atlântica
preservada permaneçam assim?
Embora tenha ligação com o parágrafo anterior, que trata da
sustentabilidade, até pulei uma linha pra dar ênfase nas questões sociais. Joinville
tem muita pobreza, muita miséria e muita gente passando sérias dificuldades.
São quase 5 mil pessoas que vivem à custa de bolsa família, além de outras situações
de vulnerabilidade social grave. É preciso fazer um pacto entre o governo, as
entidades do terceiro setor e a sociedade para amenizar a situação terrível a
que alguns joinvilenses estão expostos.
Mas sem sombra de dúvida, meus caros joinvilenses, nossa
maior luta, nossas energias e nosso esforço devem ser canalizados para a
educação. Falamos de saúde, e a saúde começa na escola, com ensino de higiene e
asseio, além da conscientização sobre assuntos relacionados. De que adianta
limpar os rios se os estudantes não estiverem conscientizados a partir da
educação ambiental? Como melhorar o turismo sem qualificação das pessoas que
operam os bares, hotéis, restaurantes, equipamentos, taxis? De que adianta
falar de cultura se não ensinarmos nossos pequenos a gostarem de teatro,
música, cinema, artes plásticas? Como falaremos de respeito ao agricultor sem
ensinarmos a cultivar uma horta?
A educação é a chave pro progresso, pro desenvolvimento, pro
caminhar rumo à sociedade equilibrada e justa. É preciso valorizar a carreira
do professor, tanto para retribuir o que eles fazem por nós, quanto para atrair
profissionais ainda mais qualificados. Temos que estruturar melhor as
bibliotecas e estimular seu uso, para que nossos cidadãos adquiram o gosto pela
leitura. É preciso buscar uma educação não voltada para o vestibular, mas para
a vida. Isto exige inserir disciplinas como direito, economia básica,
preparação para o trabalho, ética, administração, além do fortalecimento do
ensino de idiomas e de matérias ligadas à cultura. Disse Nelson Mandela: “a
educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo”.
Gostaria de ver nossas escolas municipais sendo referências
nacionais de ensino não só porque as escolas brasileiras são ruins, mas porque
as nossas são de fato boas. Escolas com arborização, com estrutura adequada,
com conforto para os estudantes, com bom ensino, com apoio técnico-pedagógico
eficaz, com proposta pedagógica inovadora. Escolas onde ocorrem debates, onde
se ensina a aceitar as diferenças e a tolerar, onde a vida comunitária inicia.
Uma escola onde os pais também participam do processo não só nas reuniões de
pais, mas aprendendo junto, usando a biblioteca, os laboratórios, debatendo
junto.
Quero que a escolinha lá do Cubatão ou do Quiriri tenham o mesmo
ensino que a escola do Paranaguamirim ou do Jardim Iririú. Que os projetos
especiais de ensino integral sejam disseminados por todas as escolas. E antes
que tablets, queremos professores motivados, dispostos a compartilhar seu conhecimento
com os estudantes! Queremos ensino que seja interessante para o estudante da
geração Y, e que a escola entenda este processo!
Nossa Joinville precisa de professores e estudantes melhores
para que os candidatos do amanhã sejam qualificados, mas principalmente para
que os eleitores sejam qualificados.
Este é um pedaço do meu sonho de Joinville. Nossa cidade
igualitária, educada, sustentável, limpa, com qualidade de vida, motivo de
orgulho pra sua gente, com oportunidades para todos e a melhor cidade para se
viver no Brasil. Joinvilense candidato, deixe seus interesses pessoais de lado
e faça o melhor por nossa cidade. Joinvilense eleitor, demonstre seu amor por
Joinville e vote com consciência e qualidade, escolhendo quem representa de
fato o melhor pra nossa cidade!
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eleições em Joinville,
Guilherme Gassenferth,
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saúde,
turismo
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Redescubra Joinville
POR GUILHERME GASSENFERTH
Você é daqueles que quando recebe visitas de fora da cidade
já sai soltando um “olha, aqui não tem nada pra fazer”? Ou ainda sugere que o
visitante aproveite que está próximo e vá a Blumenau, Balneário ou Floripa?
Estes dias resolvi registrar, uma por uma, as atrações de
nossa bela cidade – potenciais ou já consolidadas. E cheguei a 70 registros.
Sim, 70 razões pelas quais pessoas deveriam conhecer Joinville.
Quem já teve a oportunidade de visitar a Cascata Caracol, em
Canela, deve ter percebido o Parque do Pinheiro Grosso no caminho. O sujeito
que quiser entrar no parque paga cinco reais para passear no mato e ver um
pinheiro cujo tronco tem um diâmetro considerável (aposto um ingresso daquele
parque que por aqui há várias árvores mais grossas que aquele pinheiro gaúcho!).
Nós temos um complexo de vira-lata joinvilense. Achamos que
aqui não há nada de bom, que não tem o que fazer nem o que mostrar aos
turistas. E mais uma vez, sabem o porquê, leitores? Porque nós, joinvilenses,
não conhecemos Joinville.
Você sabe que existe uma linda igrejinha de madeira sobre um
pequeno monte rodeado de hortênsias, onde você sobe ao bucólico templo num
caminho entre as flores? E que nesta estradinha rural existe uma das maiores
floradas de hortênsias de todo o Brasil?
O que dizer da formação natural de pedras denominada Castelo
dos Bugres, acessível por uma gostosa e tranquila trilha de duas horas de
caminhada a partir da Estrada da Serra Dona Francisca? Em qualquer lugar
turístico isto seria uma atração. Aqui não. Aliás, qualquer outra cidade que
tivesse 56% do seu território coberto por mata atlântica preservada, num total
de 600 milhões de metros quadrados, ostentaria tal fato com orgulho!
Quantos de vocês leitores já foram fazer turismo rural aqui
em Joinville, no Piraí, na Dona Francisca ou na Estrada Bonita? Em meio ao
cotidiano urbano, muitas vezes nem lembramos que o leite que compramos veio da
vaca e que o alface não nasce na prateleira do supermercado. Passe um dia no
campo. É um passeio e tanto e você ainda pode comprar produtos coloniais direto
do produtor. Isto é qualidade de vida!
E por que não falar do roll mops no Zeppa? E das empadas do
Jerke ou do Hasselmann? E do bolinho de arraia da Mercearia Sofia? E do marreco
do Serra Verde? E do pastel com caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? E
do hackepeter no Sopp? E do caranguejo no Janga? E do chopp fabricado em
Joinville no Opa Bier? E do strudel de maçã da XV? E a lista vai... Em
Salvador, acarajé é atração turística. E dizem que quem vai pra Minas e não
come um queijinho ou bebe uma cachaça não sabe o que é Minas.
Quantos outros lugares do Brasil tem uma baía maravilhosa
como a nossa, onde se pode passear de barco ou jet-ski e dar uma paradinha pra
comer à beira da água? Tem Vigorelli, Morro do Amaral, Vila da Glória,
Espinheiros. Experimente!
Há pelo menos mais 55 atrações que você joinvilense, deve explorar.
Permita-se lançar um novo olhar à nossa cidade para admirá-la ainda mais. Redescubra-a!
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Joinville pode ser a cidade turística do Brasil!
POR GUILHERME GASSENFERTH
Calma, não aconteceu nada de diferente. Nenhuma notícia nova. É apenas uma constatação... O potencial turístico é enorme, e vou enumerar reivindicações na área aos candidatos a prefeito de Joinville. São apenas coisas que eu, um leigo, percebo. Há muito mais coisas.
Provavelmente eu escutarei: “não é viável”, “não dá voto”, “não tem dinheiro”. De desculpismo eu já estou farto. Quero ver nossos gestores pensando com criatividade, inovação, fora da caixa e pensando em como fazer, não em porque não vai dar certo.
Segue a lista de ideias e sugestões:
1. Mais atenção pro litoral joinvilense. A Vigorelli é alvo de chacota, mas mesmo sem infraestrutura alguma apresenta opções muito bacanas de comer frutos do mar – e com deslumbrante visual. É igual no Morro do Amaral. Comer um camarão ou filezinhos de peixe-espada, bebendo uma cerveja gelada, olhando a baía da Babitonga ladeada pela Mata Atlântica é um prazer que não tem fim.
1.1 Vocês sabiam que tem um bar flutuante em Joinville, onde você pode deliciar-se bem no meio da baía (em verdade, no meio do Rio Palmital, que confunde-se com a Baía)? Veja que beleza:
1.2 Não dá pra pavimentar o acesso? Asfalto, paver, lajota, sei lá. Fazer uma calçadinha? Colocar decks que respeitem a Natureza? Iluminação pública decente? Mais linhas de ônibus? Levar água encanada, esgoto e energia elétrica pros moradores e estabelecimentos? Melhorar o atendimento nos restaurantes?
2. Mais atenção pra Baía da Babitonga e Lagoa do Saguaçu. Vamos aproveitar melhor nossas águas? Uma vez eu vi o campeão mundial de jet ski, Alexander Lenzi, fazendo manobras e piruetas ao lado do Iate Clube de Piçarras, num espaço de água minúsculo. Isto despertou em mim a possibilidade de investirmos em esportes náuticos na Babitonga. Competições esportivas como remo, canoagem, jet ski, esqui aquático, entre outros, poderiam acontecer na nossa bela Babitonga. Dá pra construir uma arquibancada? Passeio de pedalinho?
2.1 E que tal incentivar as marinas do rio Cubatão e da Lagoa do Saguaçu? Fazendo com que gente de todo o país guarde suas embarcações por aqui?
3. Aproveitar a maior biodiversidade do Brasil. Será que não tem como aproveitarmos para explorar turisticamente (e ajudar a conservar e preservar) a maior biodiversidade do Brasil, representada pela combinação da mata atlântica, manguezais e baía da Babitonga?
3.1 Um parque do mangue, intermunicipal, com trilhas suspensas sobre o mangue, educação ambiental, quem sabe aquários naturais submersos, oceanário, demonstração do trabalho com as espécies marinhas – como no projeto Tamar, mergulho, incluindo manejo sustentável da pesca e do extrativismo marítimo, entre tantas outras possibilidades.
4. Mais atenção pro interior joinvilense. Os turistas e os joinvilenses adoram fazer coisas diferentes, e ressentem-se que tem poucas opções na cidade. Pouca opção uma ova! Nossas estradas rurais são um convite ao encantamento, principalmente para quem é de grandes centros e não conhece.
4.1 A Estrada Bonita é um exemplo, onde é possível conhecer as propriedades, verificar o processo produtivo e comprar produtos coloniais (turistas adoram estas coisas), andar de trator, ver como é um peru, uma vaca, uma galinha, um pato (sim, tem gente que não conhece estes animais)... Tudo emoldurado pela bela Serra do Mar, exuberante e verdejante.
4.2 Vamos incluir passeios de carroça!
4.3 Vamos incentivar a agricultura orgânica e abrir as fazendas pra visitação!
4.4 Vamos incluir a colheita turística, onde o turista ou visitante pode ele próprio colher das culturas produtivas dos sítios!
4.5 Vamos mostrar as lindíssimas pontes cobertas, especialidade da minha querida amiga Brigitte Brandenburg.
4.6 Vamos levar o turista pra gastronomia rural. Tante Berta, Serra Verde, Rio da Prata, Max Moppi, Hübener, entre outros.
4.7 Vamos dar estrutura para nossas belas estradas: Blumenau, Anaburgo, Piraí, Quiriri, da Ilha, Mildau, do Pico, entre outras.
4.8 Como aproveitar os saltos do Cubatão e do Piraí? Tem muita cidade ganhando em cima de cachoeiras bem menores.
4.9 Nosso interior é lindo, bucólico, cheio de rios, cachoeiras, bonitas paisagens, mas é abandonado.
5. Mais atenção pra serra joinvilense. Que cidade abençoada! Tem litoral, serra, interior e cidade. A subida pro Castelo dos Bugres, agradabilíssima, serve para todas as idades, são duas horas de caminhada tranqüila e a vista é deslumbrante. Vamos explorar isto (com respeito ao meio-ambiente, é claro!).
5.1 Vamos mostrar pro turista de aventura o nosso Monte Crista (reitero, com controle e usando isto como mais um recurso de preservação e proteção ambiental).
6. Equipar os equipamentos. Os camarins e os banheiros do Centreventos não têm chave. Imaginem receber palestrantes internacionais e ter que ficar cuidando na porta do banheiro para ninguém entrar. Desagradabilíssimo. Nossos grandes equipamentos foram feitos às pressas, sem muito cuidado com acabamento e qualidade de obra. É por isso que a acústica do Centreventos é horrível, é por isso que tem goteira nas feiras realizadas no Expocentro Edmundo Doubrawa, é por isso que espaços para feiras e eventos como o Megacentro Wittich Freitag e o Expocentro não tenham climatização.
6.1 A proposta é investir uma parte do faturamento obtido pelo aluguel na própria estrutura, mantendo-a e, principalmente, melhorando-a.
6.2 Será que ainda precisa pegar alvará pra fazer evento no Centreventos? Isto é ridículo.
6.3 E eu estou falando apenas de coisas simples, quem organiza eventos tem uma série de reivindicações mais técnicas que eu desconheço. Se queremos ser uma cidade de eventos, vamos fazer por merecer.
7. Cuidar de nossos museus. O Museu do Sambaqui é referência internacional em arqueologia. Tá fechado! Poderia oferecer além da visitação no Museu, um passeio por algum sambaqui, para que as pessoas conheçam ao vivo. É muito mais divertido. Já pensaram que legal? Pode ser no Parque Caieira, o do Parque da Cidade ou até no Parque do Mangue que eu proponho no item 3.1. Ou em qualquer um, desde que tenha estrutura.
7.1 O Museu de Arte tem uma das construções mais antigas da cidade... vamos reativar o antigo bar do Museu, transformá-lo num café? E que tal realizar mais exposições?
7.2 No Museu da Imigração, é possível criar um espetáculo de som e luz, que em algumas noites conte a história da imigração por meio de projeção de imagens, ou sombras, combinadas com som, e quem sabe até atores de verdade, num bonito espetáculo ao ar livre, onde se poderia usar a própria Rua das Palmeiras e todo o espaço do Museu. Algo no estilo que há no Museu Imperial, um museu-primo do nosso, uma vez que o nosso além de também ser nacional, divide com o de Petrópolis parte da mobília da família real brasileira. Hoje em dia, museu bom é o museu interativo. E passeios de charrete nas quadras em volta da do Museu? Não seria bacana? Pelo menos aos fins de semana. Sabiam que o Conde D’Eu, marido da Princesa Izabel, da sacada do Museu discursou aos joinvilenses? Não, né? O Museu poderia abordar isso, mas se omite.
(A maior parte destas ideias é de autoria do amigo Paulo Roberto da Silva).
7.3 E o Museu de Bicicleta poderia atrair bastante gente, se fosse interativo. E, claro, se tivesse uma sede. E ainda tem o dos Bombeiros... na cidade com a corporação mais antiga de bombeiros voluntários do Brasil, com 120 anos a se completarem em 2012. Isto também atrai.
7.4 Eu até pensei em sugerir a criação do Museu da Cerveja na Antarctica, mas propor novos museus nessa cidade pode parecer piada. O Baço tem ainda a ideia do Museu da Chuva. É inusitado, mas não tem lugar melhor neste país pra este Museu. Parece não ser muito palpável, mas se o melhor museu do Brasil é o da Língua Portuguesa, em SP (recomendo!), por que não da chuva? E eu tenho uma ideia de um grande museu por aqui, mas que vou manter em segredo. Mas é bem legal!
8. Investir mais no embelezamento da cidade. Enterrar a fiação das vias de acesso e do Centro.
8.1 Plantar flores por todas as vias de acesso e as principais do centro.
8.2 Incentivar melhor o “Adote o Verde” ou como se chame o programa atualmente.
8.3 Investir na Rua do Príncipe, promovendo em conjunto com os lojistas a despoluição visual da via, a exemplo de Casa Sofia e Lojas Salfer.
8.4 Cuidar da Rua das Palmeiras (não ia ser um boulevard?).
8.5 Mais arborização.
8.6 Mais flores.
9. Consolidar a polarização regional. Temos diversas opções turísticas em cidades como São Francisco do Sul, Garuva (turismo de pesca muito promissor), Campo Alegre e São Bento do Sul. Joinville poderia aproveitar a condição de cidade com mais estrutura de turismo receptivo e promover passeios para estas cidades, durante o dia, mas com o turista baseado por aqui. É uma estratégia inteligente, que ajuda as cidades vizinhas e aumenta o tempo de permanência do turista por aqui.
10. Transformar os pontos em atrações turísticas. Turista adora qualquer coisa que você disser que é bacana, importante, histórico. Mas qual é o aproveitamento que nós fazemos disto?
10.1 Cadê o café colonial no nosso Moinho? O que dá para incrementar na Expoville?
10.2 Vamos potencializar a visitação no Bolshoi!
10.3 Vamos informar para os visitantes que no nosso Mercado Municipal, ali naquela praça, houveram combates da Revolta Federalista, com vários mortos! E me parece que dali saíram nossos combatentes para a Guerra do Paraguai. É isto, Paulo Roberto da Silva? E ninguém informa isso no Mercado Municipal, que, aliás, tem um bolinho de arraia que é uma atração por si só.
10.4 Por que na Estação Ferroviária não tem uma menção ao presidente Afonso Pena, o primeiro a visitar Joinville, que declarou então que “Joinville é o jardim do Brasil”, em 1906? Não tem nada, absolutamente nada. E turista gosta disto.
10.5 Vamos aproveitar melhor nosso lindo Morro do Boa Vista. Nosso Zoobotânico poderia ser muito melhor explorado. Vejam o parque Unipraias, em Balneário. Não tem como construir uma daqueles brinquedos que parece uma montanha russa pelo meio da mata? É demais! E o mirante, não pode ter um teleférico? Se o teleférico fosse pros dois lados, ligando o terminal do Boa Vista ao Centro, poderia ser até um meio de transporte. E um restaurante panorâmico lá em cima?
11. Investir em cabeças pensantes. Esta cidade provinciana carece de gente que saiba pensar fora da caixa. Que tenha sacadas brilhantes. Que resolva as coisas com criatividade. Contratem um profissional qualificado para transformar Joinville num pólo turístico de primeira qualidade. Que construa o que me refiro no item 13.
12. Treinamento, pelo amor de Deus! Nossos atendentes são muito mal treinados. Garçons, recepcionistas, taxistas, PMs, atendentes em geral. Cada joinvilense deve saber ser um guia turístico, mas estes em especial. É preciso investir maciçamente em treinamento, não só pelos turistas, mas também – talvez principalmente – por nós joinvilenses.
13. Investir na marca Joinville. O que é a marca Joinville? Eu não sei, mas tem quem possa ajudar melhor nisso. O Baço tem umas ideias muito bacanas a esse respeito. E outros também.
13.1 Temos que associar o nome Joinville ao que queremos. Eventos? Joinville. Turismo? Joinville. Serra e mar na mesma cidade? Joinville. Dança? Joinville. Bons museus? Joinville (doeu escrever isso). Cidade bonita, limpa e organizada? Joinville. Uma bela baía? Joinville. Biodiversidade? Joinville. Comida típica? Joinville. Arquitetura enxaimel? Joinville. Produtos coloniais e turismo rural? Joinville. Cachoeiras? Joinville. Turismo de bicicleta? Joinville. Trilhas na mata? Joinville. Mangue? Joinville. Arqueologia? Joinville.

Nosso potencial é gigante. Precisamos de uma Joinville mais turística para os visitantes da cidade e os de fora. Turismo é a indústria limpa. Gera empregos, aumenta a arrecadação, melhora a cidade. Precisamos pensar e trabalhar muito, mas é possível chegar lá.
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