POR JORDI CASTAN
O José António Baço tem iniciado uma cruzada
aqui neste blog para falar de turismo, de como desenvolver ou construir uma
visão estratégica para o setor. Tem palpitado sobre a marca Joinville, ou a
marca região ou país.
Falar sobre turismo aqui é o equivalente a arar no mar. É por isso que comparo esta tarefa que o Zé tem se imposto, a uma mistura entre os trabalhos de Hércules e o de Sísifo. Acho inclusive que ele sabe que é inútil, mas mesmo assim não se furta a fazê-lo. O inútil do seu esforço e da sua pregação está diretamente ligado ao fato que aqui todo o mundo entende de turismo. E a melhor prova disso são os nomes que tem sido escolhidos para desenvolver o turismo aqui em Joinville. Quando todos entendem, ninguém escuta e o que presenciamos é um autentico diálogo de surdos.
Turismo é um negócio sério, que movimenta milhões. Aliás, o mais correto é falar de bilhões de turistas e, portanto, de muitíssimo dinheiro. Há todo tipo de turismo, do religioso muito bem explorado em Roma, Fátima, Lourdes, Jerusalém e os lugares santos. Ou em Meca, quando o público é muçulmano. Ou em Kandi, quando se trata de budistas. E assim por diante.
Temos também o turismo desportivo, que se alicerça em grandes eventos como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo, os jogos regionais, como os Pan-Americanos, Pan-Africanos ou Pan-Asiáticos. Ou, inclusive, os jogos semanais das grandes equipes do mundo, seja de futebol, do basquete, do beisebol ou do apaixonante cricket, dependendo do país e da cultura.
Aqui a ausência de uma política séria, estruturada e sistêmica de desenvolvimento de promoção do turismo como uma atividade capaz de gerar renda e emprego, além de promover a imagem da Joinville, provavelmente está muito ligada à nossa crise de identidade. Nem somos a cidade das flores, nem a das bicicletas, nem uma cidade germânica. Não só não sabemos o que queremos ser, nem conseguimos ter uma ideia precisa do que somos. Ely Diniz propõe que Joinville seja a cidade da dança. Eu gostaria que fosse a das flores. E tem quem, ignorando que a revolução industrial cobrou um pesado preço da Manchester original, insiste em defender que somos a Manchester catarinense.
Enquanto há países que chegam a receber por ano mais de um turista por cada habitante, há cidades que multiplicam por seis ou mais vezes sua população com os turistas que a visitam. Gramado na serra gaúcha é um bom exemplo. Barcelona na Espanha é outro. Mas há dezenas de cidades que estão fazendo as coisas bem feitas.
Minha preocupação de leigo é que continuemos promovendo Joinville a partir de uma abordagem folclórica e tratemos o turismo como uma atividade econômica menor. Só quando recebemos visitas sentimos na pele a carência de infra-estrutura turística em que vivemos. No meu caso, um desafio adicional é achar uma lembrança de Joinville que possa levar, para fazer um pequeno agrado, a quem me recebe quando viajo ao exterior. Essa última tem se convertido numa tarefa praticamente impossível de cumprir.
Falar sobre turismo aqui é o equivalente a arar no mar. É por isso que comparo esta tarefa que o Zé tem se imposto, a uma mistura entre os trabalhos de Hércules e o de Sísifo. Acho inclusive que ele sabe que é inútil, mas mesmo assim não se furta a fazê-lo. O inútil do seu esforço e da sua pregação está diretamente ligado ao fato que aqui todo o mundo entende de turismo. E a melhor prova disso são os nomes que tem sido escolhidos para desenvolver o turismo aqui em Joinville. Quando todos entendem, ninguém escuta e o que presenciamos é um autentico diálogo de surdos.
Turismo é um negócio sério, que movimenta milhões. Aliás, o mais correto é falar de bilhões de turistas e, portanto, de muitíssimo dinheiro. Há todo tipo de turismo, do religioso muito bem explorado em Roma, Fátima, Lourdes, Jerusalém e os lugares santos. Ou em Meca, quando o público é muçulmano. Ou em Kandi, quando se trata de budistas. E assim por diante.
Temos também o turismo desportivo, que se alicerça em grandes eventos como os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo, os jogos regionais, como os Pan-Americanos, Pan-Africanos ou Pan-Asiáticos. Ou, inclusive, os jogos semanais das grandes equipes do mundo, seja de futebol, do basquete, do beisebol ou do apaixonante cricket, dependendo do país e da cultura.
Aqui a ausência de uma política séria, estruturada e sistêmica de desenvolvimento de promoção do turismo como uma atividade capaz de gerar renda e emprego, além de promover a imagem da Joinville, provavelmente está muito ligada à nossa crise de identidade. Nem somos a cidade das flores, nem a das bicicletas, nem uma cidade germânica. Não só não sabemos o que queremos ser, nem conseguimos ter uma ideia precisa do que somos. Ely Diniz propõe que Joinville seja a cidade da dança. Eu gostaria que fosse a das flores. E tem quem, ignorando que a revolução industrial cobrou um pesado preço da Manchester original, insiste em defender que somos a Manchester catarinense.
Enquanto há países que chegam a receber por ano mais de um turista por cada habitante, há cidades que multiplicam por seis ou mais vezes sua população com os turistas que a visitam. Gramado na serra gaúcha é um bom exemplo. Barcelona na Espanha é outro. Mas há dezenas de cidades que estão fazendo as coisas bem feitas.
Minha preocupação de leigo é que continuemos promovendo Joinville a partir de uma abordagem folclórica e tratemos o turismo como uma atividade econômica menor. Só quando recebemos visitas sentimos na pele a carência de infra-estrutura turística em que vivemos. No meu caso, um desafio adicional é achar uma lembrança de Joinville que possa levar, para fazer um pequeno agrado, a quem me recebe quando viajo ao exterior. Essa última tem se convertido numa tarefa praticamente impossível de cumprir.
Excelentes colocações Jordi.
ResponderExcluirTb acho que deveriamos ser a cidade das flores.
Realmente a falta de identidade nos deixa de mãos atadas qd vamos levar uma lembrança pra alguém, eu geralmente levo um chocolate caseiro...
Qt ao nome que ficará a frente do turismo na próxima gestão é no minimo curioso ouvir o nome de Serginho Ferreira proprietário da empresa Heat Eventos ser comentado como o nome escolhido pelo partido para a pasta, pelo jeito Udo Dohler irá governar para os empresários, e se o nome se confirmar, teremos um retrocesso violento na área de turismo.
Aguardemos o desfecho e rezamos para isto nao se concretizar.
Perfeito Jordi.
ResponderExcluirTambém voto em "Cidade das Flores". Até porque dá um curioso contraponto com a poluição lançada ao ar pelos fornos da "Manchester".
A propósito, desde que me conheço por gente (e bota tempo nisso), nossas preocupações ecológicas tem sido basicamente com a poluição do rio Cachoeira. Mas até agora não vi uma única linha ser escrita quanto à poluição do ar de Joinville. Nem pela Fundema.
Voltando ao turismo, é realmente uma batalha inglória. Mas se quisermos realmente pensar com seriedade no assunto, a primeira coisa que temos que fazer é "arrumar a casa" que anda muito muito muito bagunçada. Só depois disso poderemos pensar em convidar visitas. Até por uma questão de educação.
Perfeito Nelson. Temos que começar arrumando a casa. Joinville quer ser a cidade disso e daquilo, mas nao tem sequer calçadas decentes. O que nao entendo, é que cidades com muito menos poder e dinheiro estao nos dando um banho. Para ficar num exemplo bem simples, pegue a reurbanizada terceira avenida em Balneario Camboriu e procure por um buraco na calçada, um canteiro com grama por cortar, um grao de areia. Nada. Tudo certo e bonito e limpo como manda o figurino. É uma estupidez que a mair cidade do estado, nao tenha nada nem parecido. E aparentemente, tambem nao há ninguem que se incomode com isso. Esse deve ser o nosso problema. Usamos a cidade para trabalhar e quando queremos ver algo bonito, vamos a outro lugar.
ExcluirIvan
Ivan, você acaba de me fazer economizar meu tempo. Basta copiar e colar o seu comentário. Excelente ponto de vista.
ExcluirAo chegar por aqui, à cerca de dez, encantei-me com as flores de Jacatirão em meio a mata. A Costa Rica, país Centro americano, investe na divulgação de suas preservadas matas, O Rio de Janeiro difunde a marca de cidade com maior índice de mata urbana do mundo.
ResponderExcluirPorque não explorar também este lado de nossa cidade? Isto somado aos encantos da Babitonga,(Baby Tong) poderia tornar a região como importante ponto turístico. Parafraseando aquele derrotado candidato; - Dá pra fazer!
Voto em "Cidade das Flores", mas sei que a identidade hoje é de "Manchester Catarinense".
ResponderExcluirSomos mais conhecidos pela riqueza gerada pela atividade industrial. Temos diversos polos produtivos como referencia nacional. Existe a facilidade de encontrar itens de reposição para máquinas extremamente diversificadas a disposiçãoem nosso comércio. Prestadores de Serviços atendendo o estado todo e muitas outras UFs.
Enfim a Indústria identifica Joinville, mas tal como as flore pode perder seu brilho se não for cultivada com amor por uma parte significativa de nós.
Desculpem, cliquei em "publicar" antes da correção e devida conclusão que segue.
ResponderExcluirO turismo em Joinville tem potencial enorme, bons exemplos existem e novos surgem a cada dia. Quanto mais a atividade voltada para o turismo profissionalizar-se como a indústria , melhor para os empreendedores e toda a sociedade.
Caros. Gostaria de dizer que, segundo as minhas concepções, uma "marca-cidade" não é apenas para o turismo. É um processo mais complexo e a implantação pode demorar muito tempo. É preciso ter uma visão empresarial, de marketing, e hoje você não tem que inventar muito. É só seguir as boas práticas (processo que atende pelo singelo nome de benchmarking). Se querem um exemplo do que pode ser feito, deem uma olhada aqui. http://www.marketingmanchester.com
ResponderExcluirJordi, parabéns pelo texto. Mas acho que não há marca boa que venda um produto ruim. Joinville é uma cidade que recebe pessoas a trabalho e sem ter uma estatistica a mão acho que 90% tem esta caracteristica. O que um turista 'normal' fará em joinville? Visitar a rua das palmeiras? museus? Num dia, folgado, se faz isto. Shows? Lembranças? Mercado público? Flores? antes de Joinville ter uma marca precisa ter um produto.
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