sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Redescubra Joinville


POR GUILHERME GASSENFERTH

Você é daqueles que quando recebe visitas de fora da cidade já sai soltando um “olha, aqui não tem nada pra fazer”? Ou ainda sugere que o visitante aproveite que está próximo e vá a Blumenau, Balneário ou Floripa?

Estes dias resolvi registrar, uma por uma, as atrações de nossa bela cidade – potenciais ou já consolidadas. E cheguei a 70 registros. Sim, 70 razões pelas quais pessoas deveriam conhecer Joinville.

Quem já teve a oportunidade de visitar a Cascata Caracol, em Canela, deve ter percebido o Parque do Pinheiro Grosso no caminho. O sujeito que quiser entrar no parque paga cinco reais para passear no mato e ver um pinheiro cujo tronco tem um diâmetro considerável (aposto um ingresso daquele parque que por aqui há várias árvores mais grossas que aquele pinheiro gaúcho!).

Nós temos um complexo de vira-lata joinvilense. Achamos que aqui não há nada de bom, que não tem o que fazer nem o que mostrar aos turistas. E mais uma vez, sabem o porquê, leitores? Porque nós, joinvilenses, não conhecemos Joinville.

Você sabe que existe uma linda igrejinha de madeira sobre um pequeno monte rodeado de hortênsias, onde você sobe ao bucólico templo num caminho entre as flores? E que nesta estradinha rural existe uma das maiores floradas de hortênsias de todo o Brasil?

O que dizer da formação natural de pedras denominada Castelo dos Bugres, acessível por uma gostosa e tranquila trilha de duas horas de caminhada a partir da Estrada da Serra Dona Francisca? Em qualquer lugar turístico isto seria uma atração. Aqui não. Aliás, qualquer outra cidade que tivesse 56% do seu território coberto por mata atlântica preservada, num total de 600 milhões de metros quadrados, ostentaria tal fato com orgulho!

Quantos de vocês leitores já foram fazer turismo rural aqui em Joinville, no Piraí, na Dona Francisca ou na Estrada Bonita? Em meio ao cotidiano urbano, muitas vezes nem lembramos que o leite que compramos veio da vaca e que o alface não nasce na prateleira do supermercado. Passe um dia no campo. É um passeio e tanto e você ainda pode comprar produtos coloniais direto do produtor. Isto é qualidade de vida!

E por que não falar do roll mops no Zeppa? E das empadas do Jerke ou do Hasselmann? E do bolinho de arraia da Mercearia Sofia? E do marreco do Serra Verde? E do pastel com caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? E do hackepeter no Sopp? E do caranguejo no Janga? E do chopp fabricado em Joinville no Opa Bier? E do strudel de maçã da XV? E a lista vai... Em Salvador, acarajé é atração turística. E dizem que quem vai pra Minas e não come um queijinho ou bebe uma cachaça não sabe o que é Minas.

Quantos outros lugares do Brasil tem uma baía maravilhosa como a nossa, onde se pode passear de barco ou jet-ski e dar uma paradinha pra comer à beira da água? Tem Vigorelli, Morro do Amaral, Vila da Glória, Espinheiros. Experimente!

Há pelo menos mais 55 atrações que você joinvilense, deve explorar. Permita-se lançar um novo olhar à nossa cidade para admirá-la ainda mais. Redescubra-a!

12 comentários:

  1. Guilherme, que maravilha. Parabéns!! Ei, bem que você poderia ser o próximo secretário de Turismo da cidade né? Com certeza tem visão para mostrar o que a cidade já tem!!! Como faço para ter acesso a essas dicas? Confesso que sou uma joinvilense desinformada. E não só eu. Antes de postar aqui, fui dar uma vasculhada no site da Fundação Turística. Nem perdi muito tempo porque além de ser confuso, estão "vendendo" mirante interditado pra turista. Aí não né???

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  2. Excelente, até ler essa matéria, eu me encaixava numa dessas pessoas que falavam que não se tem oque fazer em joinville, mudarei a partir de hoje rs.

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  3. Guilherme, acho que a população confunde falta de infraestrutura com falta de lugares para visitar.
    O que tira a "vontade" de visitar tais lugares é a falta da "infra" que compõe um ponto turístico.

    Confesso que antes de ingressar nos pedais eu conhecia muito pouco das regiões rurais de Joinville, hoje conheço lugares lindos como o Rio do Júlio, Estrada Palmital, Caminho Curto, etc.

    Temos muitos lugares para visitar, porém, falta o básico. Um exemplo é o Morro do Amaral que poderia ser muito explorado como ponto turístico mas...

    Abraço!

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  4. Quando trabalhei num grande hotel em Joinville, fiz as vezes de guia turístico. Confesso que mesmo trabalhando em hotel, me perdi ao mostrar os pontos turísticos e lugares a serem visitados. Não há folders, guias ou qualquer coisa parecida com indicação de passeios pela cidade. E os poucos que tem, são evasivos. Também não há local específico para estacionamentos de veículos de grande porte, tudo muito primário. E a gente que já andou por aí, sabe muito bem que Joinville tem potencial e lugares maravilhosos para serem vistos. Mas parece que o foco é só a via Gastronômica. Acham que todos querem encher a pança (e caro por sinal) e encher os cornos. Precisamos de uma Secretária de Turismo pró-ativa, com ideias brilhantes e fáceis. Porque para mostrar o bonito, não é preciso ideias mirabolantes, é só mostrar o caminho. Quem sabe, um dia aprendemos.
    AW

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    1. Sim, é o que eu falei acima. Sobra lugar e falta "infra" isso inclui o que você falou sobre folders, estacionamento, etc.

      E o pior é que não vi, até agora, nada relevante em termos de propostas dos candidatos para o turismo. Quando será que vão acordar?

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  5. Parabéns Gui, adoro seu ponto de vista! Sem dúvidas, seus textos trazem à tona nossa reflexão crítica, fiquei encantada.

    Camilla

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  6. Conheço quase todos estes lugares citados,talvez por isso sou tão apaixonada por essa cidade.Apenas reforçando, no Morro do Amaral a Angela faz um Robalo maravilhoso que alegra o estomago e, associado a beleza do local com paisagem bucólica e única de uma pequena comunidade, traz uma leveza a alma.
    Vamos apreciar essa natureza exuberante que Joinville nos oferta.

    Parabéns Guilherme !

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    1. Também a recém reformada, por projeto do Rotary, Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus, a mais antiga de Joinville ( anterior a 1851)

      Foto: http://twitpic.com/aujid0

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  7. Eu concordo com o Guilherme. Mas, enquanto turista reincidente, acho que a mobiidade do turista é um problema sério. O táxi é caro, o ônibus é ineficiente e as locadoras de carro tem burocracias que não lembram ao diabo.

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  8. Conheço a maioria desses lugares, são lindos e sempre que posso convido alguém para ir comigo e conhecer, tem muito lugar e mais do que isso, muita gente que nem imagina que eles existem. Me lembro que um dia levei uma amiga que é gaúcha, mas mora em Floripa, na Vigorelli e ela achou o lugar o máximo, disse que é muito mais bonito que muitos pontos turísticos da Capital.

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    1. Ta louco, sua amiga deve morar na favela em Floripa pra achar a Vigorelli o paraiso

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  9. Talvez seja necessário o olhar do estranho, do forasteiro para ver o que o cotidiano deixa passar... Vi muita coisa linda em Joinville, não só na arquitetura mais antiga, mas principalmente no entorno, que como você ressaltou, guarda a Mata Atlântica em sua beleza original. E onde ela falta, lá estão as flores. Outra coisa ainda... O povo, como o meu povo mineiro, não se abre duma vez. Mas É hospitaleiro e agradável. Um belo lugar, já parei aí mais de uma vez. E voltarei, com calma.

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