POR GUILHERME GASSENFERTH
Como os habituées do Chuva Ácida são esclarecidos e
inteligentes, talvez seria desnecessário explicitar os fatos que fizeram
originar este texto, mas dou-me o direito. Na semana passada, o editor-chefe do
Jornal da Cidade (esforcei-me para manter as maiúsculas no nome), João
Francisco da Silva, homem esclarecido, letrado, vivido e experiente, cometeu o
que deve ter sido o mais lamentável equívoco de seus quatro decênios a serviço
da pena jornalística. Referiu-se ao beijo gay veiculado na propaganda do
candidato a prefeito de Joinville pelo PSOL, Leonel Camasão, com as seguintes
palavras: “Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel
Camasão, do PSOL. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o
nariz à mesa”. Ele prossegue, mas eu vou lhes poupar.
Eu não escreveria a respeito. Aliás, eu havia prometido a
mim mesmo não escrever mais sobre temas polêmicos no blog, mas aí o caso tomou
uma proporção que me forçou a emitir opinião – na condição não apenas de gay, mas
de defensor dos direitos humanos, de cidadão antenado e de joinvilense
envergonhado.
Para ser sincero, eu preferiria ver alguém defecando em
público, ou ainda mesmo que alguém assoasse o nariz nas minhas próprias vestes
do que ter lido o que li – proferido por alguém que até ali admirara. Embora eu
seja absolutamente favorável à veiculação do beijo gay – não só na campanha,
mas sempre que se quiser retratar o assunto – não é sobre isso que escreverei.
A infeliz declaração do João Francisco ecoou na sociedade
joinvilense e, como um sonar, fez detectar três tipos de pessoas – indiferentes,
reacionários e revoltados com a declaração. Aos primeiros, meu lamento. Disse
Weber: “neutro é quem já se decidiu pelo mais forte”. Aos segundos, meu
desprezo. Um ósculo de Judas a vocês. E aos terceiros, minha admiração,
solidariedade e apoio. Estes revoltados fizeram um estardalhaço que retumbou em
âmbitos maiores que nosso feudo de vinte e cinco léguas quadradas e ganhou o
país. João Francisco e o Jornal da Cidade (já falei algo das maiúsculas?)
ganharam manchetes em rede nacional, que produziram vergonha alheia nos
joinvilenses mais esclarecidos. Até mesmo o deputado federal Jean Wyllys
(PSOL-RJ), eleito segundo melhor congressista brasileiro, pronunciou-se a
respeito, repudiando a forma com que o João Francisco falou e classificando a
atitude do Leonel Camasão como “pedagógica”. Concordo.
Até o momento acima, eu havia ficado tão inerte quanto o são
os sete neurônios da cabeça do Gebaili. Mas aí li na quarta-feira a versão do Jornal da Cidade disponibilizada na internet e quedou impossível a minha ausência de manifestação, tendo a oportunidade de
escrever às sextas aqui no blog.
O João Francisco não arredou de sua avaliação rasa e fétida
qual as águas do Cachoeira em maré baixa e reiterou sua permanência na caverna
de Platão, mantendo as palavras de sua missiva embotada de opinião jurássica. Ele
diz ter confrontado “generais, juízes e delegados de polícia”, mas claramente
faltou o embate com a razoabilidade e a inteligência. Porém ainda vejo esperança
em dias melhores e na sua redenção. O homem deve ter tomado um vinho tão ruim
que lhe azedou as ideias.
Já o Antonio Alberto Gouveia Gebaili (chamá-lo de Beto
poderia denotar uma eventual intimidade, cuja inexistência me é grata) escreveu
um “amontoado de palavras” que ganhou minha atenção pela estultice e admirável
falta de senso de autocrítica e amor à honra. Que ele é parvo e oco, toda a
cidade já sabia. Mas é como disse uma amiga, o “amontoado de palavras” serviu
para nos apercebermos de seu único talento: a incrível capacidade de proferir
tantas sandices por lauda. As palavras, pobrezinhas, deveriam ter o direito de
se recusarem a trabalhar para alguns.
É importante advertir que este texto não é direcionado ao Gebaili.
Não tenho a pretensão de atirar pérolas ao porco, nem de semear entre os
espinhos da imbecilidade. Tampouco eu gostaria de gastar palavras com alguém
que não tem capacidade para compreendê-las. E ainda, como disse outro amigo, eu
não falo a língua das antas para comunicar-me adequadamente com o virtual
receptor da mensagem. Mas julguei importante colocar opinião neste caso que acabou
por reverberar pela sociedade.
Não quero fazer juízo da opinião de Gebaili sobre a causa
LGBT ou das suas bobagens travestidas de falsificada honradez porque não vale a
energia gasta. Mas a falta de ética e decoro humano é flagrante quando Gebaili refere-se
à relação de uma comunicadora da cidade com seu pai. Vomita indignidade ao
escrever: “permite que seu pai enfrente muitas necessidades financeiras, o
fazendo passar por grandes humilhações na nossa sociedade!!! Alguém, que um dia
retirou esta pobre figura de um cesto de vime que se encontrava no canto de uma
creche, e que ninguém queria!!!”. É a coisa mais repugnante que já li na história
da comunicação joinvilense. O tipo de
argumentação baixa que ele usa evidencia que a única coisa que o distingue dos demais
animais irracionais é o polegar opositor à mão, que infelizmente lhe deu a
capacidade de pinça que lhe permite segurar uma caneta. O processo de erosão
moral e intelectual que se inicia no cérebro parece ser irreversível e
impiedosamente degenerativo.
João Francisco e demais reacionários: ninguém quis retirar
de vocês o direito de julgar e até mesmo de manifestar-se contra a exibição do
beijo gay. Aliás, nós, ativistas LGBT, consideramos este debate importante e
até entendemos a importância de haver um contraponto às ideias por nós
defendidas. O grande deslize foi a forma como foi feito.
Eu, que evidentemente já beijei alguns homens, o fiz com
tanto amor e afeto como os heterossexuais o fazem. Para mim, é um belo gesto de
humanidade e carinho. Felizmente, nunca vi nenhuma manifestação contrária à
exibição de um beijo heterossexual que seja tão inocente quanto o veiculado
pelo PSOL. Dizer que o ato que eu pratico é tão asqueroso quanto defecar em
público ou assoar o nariz à mesa é ultrajante, João. É um comentário carregado
de visível preconceito e de nociva discriminação.
Você poderia tê-lo feito de
forma totalmente respeitosa e condizente com sua biografia, mas num ato impensado
– quero crer – preferiu trilhar a senda ímpia do extremismo.
Para finalizar, não posso deixar de enxergar um lado
positivo em toda esta história. Além da muito válida contribuição a este debate
trazida pelo candidato Leonel Camasão, a reação que ultimamente se vê no Brasil
quando o assunto é direitos LGBT já era por alguns esperada. Estamos
conquistando direitos (não queremos ser melhores ou maiores, apenas iguais). Já
podemos ter união civil estável, adotar, incluir parceiros(as) na previdência e
nos planos de saúde. Políticas antidiscriminatórias espalham-se pelo país todo.
Como está escrito na foto que bati em minha viagem a Buenos Aires e escolhi para iniciar esta postagem, “direitos não
se pedem, se tomam”. E não sem sangue, suor e lágrimas.
Quando é preciso purificar, limpar, dedetizar, joga-se
inseticida em um ninho de insetos. Para as ideias dos conservadores, agrupados em ninhos,
os direitos gays são como o inseticida. Com o advento das conquistas da
tolerância, é natural que as baratas estejam à solta, voando e dando rasantes.
Mas logo o veneno fará efeito e elas vão morrer.
"(...) A infeliz declaração do João Francisco ecoou na sociedade joinvilense e, como um sonar, fez detectar três tipos de pessoas – indiferentes, reacionários e revoltados com a declaração. Aos primeiros, meu lamento. Disse Weber: “neutro é quem já se decidiu pelo mais forte”. Aos segundos, meu desprezo. Um ósculo de Judas a vocês. E aos terceiros, minha admiração, solidariedade e apoio. (...)"
ResponderExcluirOu seja, quem tem um ponto de vista diferente do seu (um tanto, digamos, "progressista") não presta... é isso?!
Marcelo.
para constar, não concordo ou defendo as pessoas criticadas no texto, pelo contrário, com relação a um dos mencionados acho que um animal não merece a comparação, foi só uma constatação como leitor imparcial.
ExcluirMarcelo.
Marcelo, obrigado pelo comentário.
Excluir6 parágrafos abaixo deste eu faço uma defesa do contraponto e da opinião diferente.
Mas especificamente quem concordou com o texto dele (comparando a defecar ou assoar o nariz), sim, estes não prestam.
Se simplesmente forem contra o beijo mas defenderem a opinião com civilidade e respeito, OK.
Triste que algumas pessoas ainda achem melhor o cheiro da merda que o aroma do carinho. Parabéns pelo ótimo texto, Guilherme.
ResponderExcluirObrigado :)
ExcluirComo defensor dos animais, não gostei da comparação entre o Gebaile e a Anta.
ResponderExcluirJonas,
ExcluirOportuno e correto o seu comentário. Foi uma comparação injusta.
As antas merecem mais respeito e consideração, afinal.
ExcluirMas o que está em análise contextual é o beijo gay em horário eleitoral (gratuito). Será que o PSOL foi criado por seus mentores para isto? Temos que abrir nossas mentes, para que as mudanças legais e da sociedade aflorem em nossa sociedade, contudo há momentos mais adequados para mostrar nossas diferenças em público. Que cada um faça o que bem entender, nos limites de seus direitos.
ResponderExcluir"...no limite de seus direitos." O meu limite vai até onde começa o seu. O que foi feito que feriu o SEU direito? VSF!
Excluirdombolsco, seu comentário não fez sentido.
ExcluirA televisão, o rádio e os jornais querem nos empurrar garganta abaixo certas coisas, não tenho nada contra duas pessoas do mesmo sexo, mas por favor, antes de mais nada, se respeitem... A Família acabou...
ExcluirDombosco, agradeço seu comentário respeitoso, mas também respeitosamente discordo. Seus direitos não são em nada afrontados pela exposição de imagem. Se você é contra beijos na TV, ok. Se é contra os beijos gays, aí é um problema, pois é preciso agirmos com igualdade.
ExcluirObrigado pela visita.
Sério, você realmente acha que uma campanha eleitoral não é o momento mais adequado para "mostrar nossas diferenças em público"? E qual seria então este momento?
ExcluirMas o que está em análise contextual é o beijo gay em horário eleitoral (gratuito). Será que o PSOL foi criado por seus mentores para isto? Temos que abrir nossas mentes, para que as mudanças legais e da sociedade aflorem em nossa sociedade, contudo há momentos mais adequados para mostrar nossas diferenças em público. Que cada um faça o que bem entender, nos limites de seus direitos.
ResponderExcluirE mais uma ponderação sobre esta frase de Weber... Disse Weber: “neutro é quem já se decidiu pelo mais forte”. Por ele (Weber) ter dito ou escrito tal frase, isto não quer dizer que é verdadeira este posicionamento humano. Quantas vezes somos contra muitas idéias e ações de nossos superiores e mandatários e por diversos motivos não nos manifestamos. Frases soltas e repetidas de outros autores, servem para defesa de nossos pensamentos, mas podem ser apenas temporais pela subjetividade contextual.
Assim como esse seu comentário intrinsecamente preconceituoso.
ExcluirPutz, a igreja dando a sua enorme e útil contribuição sobre sexualidade.
ExcluirE o gebaili não merece também um enquadramento do MPE? Para mim ele não só reforçou o primeiro texto como foi mais profundo na discriminação e intolerância.
Excluir"Mostrar nossas diferenças"? Que diferenças, cara-pálida? As que estão interditadas pelo moralismo religioso? O mundo civilizado tem uma norma: "todos diferentes, todos iguais".
ExcluirNão se manifestar não é a mesma coisa que ser neutro. Aliás, você mesmo diz isso ao afirmar que "quantas vezes somos contra...". Ser contra já é tomar uma posição em relação a alguma coisa, certo?
ExcluirGuilherme, tenho orgulho de ser teu amigo! Parabéns pelo texto! Excelente!
ResponderExcluirObrigado, Fredi. Vindo de alguém que eu gosto tanto tem um grande peso. :)
ExcluirÓtimo texto !
ResponderExcluirSó queria entender porque o autor, favorável a causa LGBT, votou no Serra o candidato dos homofóbicos.
Você na época não sabia disso ?
Luiz, obrigado pelo comentário.
ExcluirEmbora sua pergunta nada tenha a ver com o texto, eu votei no Serra porque o Brasil é muito mais do que minha sexualidade. Há outras questões no país muito mais importantes para a coletividade, como educação, saúde e infra-estrutura.
Além do mais, não sei por que você afirma que o Serra é candidato dos homofóbicos. E nem por que vc guardou esta informação de que eu votei nele e nem por que trouxe à tona.
Estou aprovando o governo Dilma, mas em boa parte graças à adoção de pautas da agenda social democrata como as concessões de aeroportos e rodovias.
De todo modo, não se pode dizer que Dilma é um exemplo de governo justo no combate à homofobia. Ela usou o kit de combate à homofobia como moeda de troca para negociar, ela sim, com os homofóbicos, buscando evitar a crucificação do Palocci. Em vão, mas não saiu barato para a educação brasileira e para o aumento da tolerância.
Luiz, obrigado pelo comentário.
ExcluirEmbora sua pergunta nada tenha a ver com o texto, eu votei no Serra porque o Brasil é muito mais do que minha sexualidade. Há outras questões no país muito mais importantes para a coletividade, como educação, saúde e infra-estrutura.
Além do mais, não sei por que você afirma que o Serra é candidato dos homofóbicos. E nem por que vc guardou esta informação de que eu votei nele e nem por que trouxe à tona.
Estou aprovando o governo Dilma, mas em boa parte graças à adoção de pautas da agenda social democrata como as concessões de aeroportos e rodovias.
De todo modo, não se pode dizer que Dilma é um exemplo de governo justo no combate à homofobia. Ela usou o kit de combate à homofobia como moeda de troca para negociar, ela sim, com os homofóbicos, buscando evitar a crucificação do Palocci. Em vão, mas não saiu barato para a educação brasileira e para o aumento da tolerância.
Vou processar o Guilherme.
ResponderExcluirAssinado: Anta
Não iria comentar, mas para evitar uma conclusão preconceituosa motivada pela frase de Weber que almeja decidir o que pensam as pessoas, aqui comento.
ResponderExcluirQualquer opinião pode ser emitida de modo cordial e educado, faz bem quem procura assim se manifestar.
Quanto ao citado deputado, acho que aqui vale como comentnei a respeito dos prêmios de São Lula e Beato Charlot. O fato de alguém ser escolhido por um grupo como o melhor ou destaque, não significa nem minimamente que realmente seja.
Parabéns pela abordagem ao tema pois a repercussão é assunto mais importante que o fato do simples beijo.
Obrigado, Dirk.
ExcluirParabéns Guilherme! Brilhante como sempre!
ResponderExcluirFico feliz com a audiência paulistana. Obrigado, Anna Márcia! :)
ExcluirGui, gostei de verdade... Mas não só por teres trago o tema para a discussão, mas principalmente pela beleza do teu texto. Aí a gente pensa, o que nos difere ou nos torna iguais, conservadores? Vocês tem certeza de que é a orientação sexual? Penso e aposto que o motivo é outro. O que nos torna iguais ou diferentes é a capacidade de raciocínio, tolerância (claro) e inteligência (que não está ligada NECESSARIAMENTE com o quanto você pode estudar, o que você estudou e quais eram suas notas). Um brinde à inteligência... sempre bem vinda e inspiradora!
ResponderExcluirObrigado, Lô :)
ExcluirParabéns! Falou bonito Guilherme. Queria ter um filho assim ............. (não que eu tenha idade pra isso) hahahahah
ResponderExcluirValeu, Sérgio!
ExcluirAs mentiras que são contadas todos os dias no horário eleitoral é que deveriam gerar repúdio e indignação. Acredito que o João fez um comentário infeliz. Pena que não soube ser inteligente e se desculpar. Tomou proporções inesperadas. Não se fala de outra coisa. Lamento por ele. A multa será pesada. Não queria assistir a isso. Seria muito melhor vê-lo se desculpar. Só que é o seguinte. O mesmo beijo, mordida de lábios, se fosse hétero, teria gerado tudo isso? Claro que não né. Acho que a discussão sobre isso é válida. Eu mesma me pus a pensar sobre o que sinto ao ver essa imagem. Gente, fala sério. É horrível ter que admitir isso mas muita gente pensa como o João. Mas ninguém olha pra si e não admite. Que vergonha. Acorda sociedade. O amor incondicional não tem sexo. Ele é simplesmente amor!
ResponderExcluirExcelente texto, Guilherme! Mas ainda que me cause profundo lamento me deparar com posicionamentos como o do João Francisco e, principalmente, o do Gebaili, é reconfortante saber que tais "reacionários" ainda formam uma minoria. Em contrapartida, também me preocupo com a indiferença (aqui, ressaltando, não se trata da opinião de um beijo gay em campanha eleitoral - mas falarei sobre isso adiante - e sim de achar que está tudo bem alguém escrever um texto como aquele do Gebaili). Assim como você fez referência à Weber, posso também citar Martin Luther King para dar azo à sua afirmação: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons". Eu não sei se muitos se calam por medo ou simplesmente por preguiça (ainda prefiro pensar que não é por concordância), mas esse é um daqueles poucos momentos que a manifestação das pessoas nas redes sociais (porque acredito que é esse o foco no momento) pode realmente fazer algum tipo de diferença. E, para isso, não importa se a pessoa é gay ou hetero, basta que ela pense e tenha um pouco de bom senso para perceber que, na sociedade que vivemos, é inaceitável conviver com sentimentos de ódio, intolerância, desrespeito e indignidade. Isso é coisa do século XX, se é que me entendem.
ResponderExcluirPor fim, gostaria de transcrever aqui como me manifestei no facebook quando li o texto do Gebaili:
"Percebam um padrão nos discursos homofóbicos (ou disfarçadamente "pró-heterossexualidade"): o apelo emocional diante da visão/exposição de uma criança. Ora, se a criança pergunta sobre dois homens se beijando, é tão natural quanto se perguntasse "o que acontece depois que a gente morre?" ou "por que o céu é azul?". A criança é curiosa por natureza e o papel de esclarecimento do mundo que ela vive, num primeiro momento, é dos pais. Assim, se os pais dia após dia transmitirem para a criança sentimentos de intolerância, medo e repressão acerca da sexualidade das pessoas, por óbvio ela irá se assustar (para não falar dos efeitos colaterais desse tipo de atitude mais à frente). Não seria tão mais fácil dizer "porque os dois se gostam, assim como papai e mamãe se gostam, mas agora vai brincar com suas bonecas ou seus carrinhos porque isso é assunto para quando você ficar um pouco mais velha"?
Eu sei que muitos discordam de mim, mas eu não enxergo isso de outra maneira senão de uma grande lacuna no lugar onde a pessoa deveria possuir um sentimento chamado de "empatia"."
O que mais gosto do Chuva Ácida é que às vezes surgem comentários tão bons ou melhores que nossos textos. Valeu, Fátima!
ExcluirNão há de quê ;)
ExcluirE agradeço o elogio, mas não poderia ficar inerte diante de tal situação e o seu texto merece todo o apoio. Bjs
. (ponto - falou tudo)
ExcluirArno Kumlehn
ResponderExcluirNa posição de Denise Deschamps - "A homofobia hoje é como uma “peste emocional” que deve ser combatida de todas as formas, sob pena de continuarmos construindo uma sociedade apoiada em valores normativos excludentes, não acolhendo a diversidade que fala do humano, de tudo que se move em direção a uma construção do diferente como parte do que forma o tecido social," encontrei a FALA DO HUMANO , cujos desejos penso iguais em todos, ser feliz e viver plenamente sua existência. O modelo prisional da masculinidade e feminilidade ficcional imposta na matriz heterossexual considera a homo e a bissexualidade desvios de conduta.
Era 1968, eu com oito anos de idade, meu pai estava bravo , falava alto, brigando com minha irmã e minha , meu jogando as roupas da minha irmã pela janela. Motivo da raiva do meu pai: Ele soube que minha irmã, na época com quinze anos de idade, estava "usando mini-saia". Meu gritava frases do tipo: é o fim do casamento, fim da instituição, família, falta respeito às crianças, etc...
ResponderExcluirAconteceu nos anos seguintes que a "mini-sai venceu", foi adotada pela sociedade, a família acabou ?
Era 1968, eu com oito anos de idade, meu pai estava bravo , falava alto, brigando com minha irmã e minha , meu jogando as roupas da minha irmã pela janela. Motivo da raiva do meu pai: Ele soube que minha irmã, na época com quinze anos de idade, estava "usando mini-saia". Meu gritava frases do tipo: é o fim do casamento, fim da instituição, família, falta respeito às crianças, etc...
ResponderExcluirAconteceu que a "mini-sai venceu ", foi adotada pela sociedade, perguntemos: a família acabou ?
Da mesma forma o beijo gay, um avanço que assusta conservadores e reacionários.
Se cumprimente com aperto de mão, com beijo no rosto , na Rússia com beijo na boca, é costume, não causa nenhum "fim da família".
Parabéns pelo texto e pela qualidade da resposta. Vamos nos respeitar. Vamos aprender a nos colocar numa sociedade em mudança sempre.
ResponderExcluirÓtimo Texto! Quem acha que a simples manifestação de um afeto como um beijo é como defecar em público, só pode ter merda no coração.
ResponderExcluirPenso que toda polêmica causa sentimentos diversos, e que tudo o que acontece ao nosso redor faz com que tenhamos olhos para os dois lados, o ônus e o bônus.O ônus pelo lado horrível do preconceito,o bônus privilegia o pensamento,sim porque nos faz refletir o porquê dessas manifestações rancorosas fazendo com que pessoas que se sentem donas da verdade expressem toda sua revolta de forma tão grotesca.
ResponderExcluirQue esse episódio sirva de alerta,e nos faça pensar sobre esse
preconceito, pois tenho a certeza que quando ele não mais existir teremos um futuro promissor de uma verdadeira sociedade.
Guilherme, parabéns pela tua maneira de pensar.
Como é bom ler um texto bem escrito, com tiradas deliciosas e ferinas. Como bom reacionário (do seu ponto de vista - preconceituoso, do meu ponto de vista) não vou rebater vários pontos de seu texto em homenagem à qualidade do mesmo e à satisfação que me proporcionou a leitura. Digo só uma coisa: tenho vários amigos gays por quem tenho a maior admiração, mas abomino a militância gay que quer nos impor seus valores goela abaixo. Na verdade, tenho ojeriza por todas as militâncias, sempre totalitárias, reducionistas e auto-referenciadas. Quanto aos extremismos, verbais, físicos, políticos ou intelectuais, alio-me à sua tropa de dedetizadores.
ResponderExcluirÁlvaro, obrigado pela costumeira visita.
ExcluirAgradeço muito seu elogio à forma do texto!
E lamento por seu ponto de vista.
Além de estar com preguiça de tentar, penso que por mais que eu mostrasse a mais lógica das argumentações você permaneceria inflexível em sua opinião.
O bom disso tudo é que sabemos discordar com elegância e respeito.
Um abraço!
Excelente exemplo. Assim que deveria ser. Ninguém precisa concordar com ninguém. Nem fazer de conta que concorda só para não contrariar. O respeito à opinião dos outros é um excelente exercício de amor incondicional. Parabéns meninos!!
ExcluirGostei da opinião do Álvaro e da posição do Guilherme. É assim que tem que ser. Parabéns às pessoas que conseguem raciocinar como eles.
ExcluirAW
Cada um chora por onde tem saudades.
ResponderExcluirNossa!
ExcluirPARABÉNS pelo texto Guilherme, precisa mecher com essa corja de imbecis sim, eles acreditam que manifestam a opiniao da cidade inteira com sua grande estupidez,é preciso parar com isso já, essa cidade tem que deixar de ser provinciana e preconceituosa
ResponderExcluirComo já te falei pessoalmente, gostos dos teus textos pelos comentários abalizados, sem exageros. Tanto que não se torna uma resposta aos textos destes dois outros sujeitos, mas sim a expressão de uma opinião.
ResponderExcluirElogios seus têm grande valor pra mim. Obrigado!
ExcluirParabéns, Guilherme! Excelente texto, é fantástica a lucidez da tua escrita e do teu humor ácido!
ResponderExcluirOi Gui, fico na dúvida se gosto mais do seus textos ou das respostas que dá aos comentários..
ResponderExcluirQuanto ao beijo adorei foi a observação da minha mãe: "não vejo nada demais nesse beijo, não sei porque tanto auê por causa disso", você a conhece, é uma senhora de 66 anos.
Já do povo com menos de 40 ouvi muito comentário preconceituoso.
Parabéns pela coragem de sempre. Invejo e você sabe, seu talento para escrever!
Henri
Minha mãe, se viva estivesse, no alto dos seus 81 anos diria apenas: "Porrrra, que que tem dois homens se beijando? Se são namorados eles podem"! Mas tinha que ser namorados, ela era das antigas.
ResponderExcluirAW
Muita boa, AW. Mesmo muito boa.
ExcluirTexto irretocável: sincero e sensível. Perfeito, Guilherme, simplesmente perfeito.
ResponderExcluirO jornalismo moderno tem uma coisa a seu favor. Ao nos oferecer a opinião dos deseducados, ele mantém-nos em dia com a ignorância da comunidade. (O.W) Vi isso nos dois lados. Sds..
ResponderExcluirPuxa! Você exprimiu o que eu também senti sobre esse assunto mas não conseguia fazê-lo. Não conheço esse sr. Francisco, mas me indaguei como uma pessoa sendo jornalista, tendo uma posição que contribui para formação de opinião pública pode pensar e pior ainda manifestar tal concepção tão bárbara, tão desumana. É pra gente nunca esquecer o Hitler numa hora dessas.
ResponderExcluirMeu caso embora não seja tão grave, mas que também feriu meus princípíos na minha profissão foi abrir o face e dar de cara com um vídeo do vereador a quem respeito muito pela idade e simplicidade, porém na posição em que está não poderia dizer isso nunca: que a educação infantil não precisa de professor, que qualquer pessoa pode educar crianças nas escolas infantis... pelejamos muito pra sair do nível de assistencialismo para o status de educação, para escutar isso, e creche aos finais de semana e noite. Hoje pela manhã escutei outra pérola: Grupos da terceira idade podem trabalhar com os alunos que ficarem no contraturno da educação em horário integral, nada contra os idosos, mas alguém os cosultou se querem isso? E além, o tempo integral é para aumentar a qualidade do ensino, é pra aprofundar conhecimento e não para fazer da escola um local para os alunos passarem tempo, se ocupar... não sei o que você pensa sobre isso mas se puder escrever algo sobre. Adoro sua forma de exprimir seus sentimentos e opiniões.
Grande abraço
Sou Rosane, professora e irmã do Sandro Schmidt.