POR JORDI CASTAN
Felipe Silveira escreveu, neste espaço, um post
sobre a qualidade do jornalismo local. O seu texto questionava o tipo de
jornalismo que se faz por aqui e alertava para o risco que representa este tipo
de jornalismo. O texto era abrangente, envolvendo desde o jornal impresso aos
programas de televisão locais e, inclusive, o rádio.
Confesso que mesmo não sendo uma área sobre a
que tenha muito conhecimento, o texto do Felipe me instigou a me aprofundar no
tema e fiz alguns descobrimentos que gostaria de compartilhar com vocês.
O primeiro é que bom jornalismo, ou
simplesmente jornalismo, só pode ser feito com bons jornalistas. Há sim
jornalistas bons, sérios e que não se prostituem. É injusto colocar a
todos no mesmo saco. Se nos referimos à mídia impressa, facilmente consigo
identificar mais de uma dezena dos que escrevem bem, são imparciais, têm alguma coisa para
dizer e escutam os dois lados antes de publicar um texto. Estão nos jornais
diários e os seus leitores sabem a quem estou a me referir.
Na TV local a coisa ficou bem pior, porque há
claramente uma radialização da televisão. A maioria dos que não fazem mais do que ler notícias de jornal e releases no rádio, agora também o fazem na
televisão. Importamos na televisão local os vícios e mazelas da rádio local,
sem incorporar nenhuma das suas virtudes desse meio, que não são poucas. Ficamos, portanto, com o pior dos dois mundos.
Mas a grande descoberta nesta minha
investigação, feita de forma completamente amadora, é que se há programas e
principalmente profissionais ruins, chamá-los de jornalistas seria uma ofensa
aos verdadeiros profissionais. Mas há publico e principalmente
anunciantes para estes gigolôs das ondas. Por um lado, as emissoras de rádio e
televisão têm assumido o papel de motéis, alugando espaço por hora. Entregam os seus horários mais nobres a estes bucaneiros da notícia, achacadores de
anunciantes e, principalmente, deturpadores da verdade.
Quem forma opúblico que sustenta este
modelo de jornalismo perverso? Sem público esta praga se extinguiria
rapidamente e, ao contrário, vemos que viceja e prospera, sem traços que possa minguar e
acabar no curto prazo. Um dos grupos que se formou recentemente em Joinville é
o OAG (Ouvintes Anônimos do Gebaile) grupo de apoio aos que não podem deixar de
escutar os programas de rádio ou de televisão destes profissionais.
O grupo, que se reúne numa conhecida casa de shows na zona sul da cidade, oferece apoio e ajuda psicológica aos que querem deixar de escutar este tipo de programas mas não tem a força de vontade para fazê-lo. O grupo tomou o nome de um conhecido formador de opinião que se converteu num dos maiores ícones deste tipo de programação - ainda que reúna também ouvintes de outros programas radiofônicos e televisivos. Conta com o apoio profissional do coletivo “Psicólogos sem Fronteiras” e do coletivo “Dependentes Compulsivos de Telelixo”.
O grupo, que se reúne numa conhecida casa de shows na zona sul da cidade, oferece apoio e ajuda psicológica aos que querem deixar de escutar este tipo de programas mas não tem a força de vontade para fazê-lo. O grupo tomou o nome de um conhecido formador de opinião que se converteu num dos maiores ícones deste tipo de programação - ainda que reúna também ouvintes de outros programas radiofônicos e televisivos. Conta com o apoio profissional do coletivo “Psicólogos sem Fronteiras” e do coletivo “Dependentes Compulsivos de Telelixo”.
O primeiro
passo para superar a dependência é reconhecer que existe um problema. O
psicólogo Sigmundo Fróide, um dos pioneiros no combate a este tipo de doença,
declarou que: “o seu efeito é mais perverso que o da maioria das drogas
conhecidas e o seu impacto negativo sobre a família e as relações pessoais é
mais duradouro e as recaídas são frequentes.”
Graças ao apoio que os dependentes estão
recebendo, da divulgação que está sendo feita e, principalmente, porque o tratamento
passou a ser incluído nas doenças cobertas pelo SUS é cada dia maior o número
de pessoas que admitem publicamente que ouvem ou vem estes programas. Por isso
tem aumentado a participação nas reuniões dos grupos de
auto-ajuda, que iniciam as reuniões dizendo: “Meu nome é Jordi e eu assisto ao Beto
Gebaili”.
A partir deste instante se abre uma porta para a esperança de uma cura, que será o resultado de um esforço longo e doloroso. Haverá alternância de crises de abstinência e momentos de lucidez. Superar esta situação difícil requerer o apoio da família, dos amigos e, principalmente, uma enorme força de vontade e de espírito de superação. A prova final para superar o vício é quando o dependente se apresenta na reunião dizendo: “Meu nome é Jordi e já li um gibi”
A partir deste instante se abre uma porta para a esperança de uma cura, que será o resultado de um esforço longo e doloroso. Haverá alternância de crises de abstinência e momentos de lucidez. Superar esta situação difícil requerer o apoio da família, dos amigos e, principalmente, uma enorme força de vontade e de espírito de superação. A prova final para superar o vício é quando o dependente se apresenta na reunião dizendo: “Meu nome é Jordi e já li um gibi”