A
guerra política pelo poder mexe com o país, e acirra os ânimos de governistas e
oposicionistas. O povo, bem, o povo busca entender o que acontece fato, para
compreender o que se passa...
Nas
Teias do Poder, falamos mais. Falamos sobre Cunha, PMDB, Colombo, Udo, e mais
algumas coisas.Vamos a mais fios da teia:
Tchau
Cunha – Brasília produz figuras
políticas nocivas que o povo nem sequer imagina como nascem, crescem, se
desenvolvem e tomam o poder. Eduardo Cunha, do PMDB, ainda presidente da Câmara
dos Deputados, é uma delas. Seu histórico de envolvimentos com desvios vem desde
a época Collor e PC Farias. Com base nos dutos criados a partir dos cofres
públicos em alianças com grandes empresas e empreiteiras, chegou a chantagear a
Presidência da República, parlamentares e até o STF. Escrúpulos? Ele não tem
nenhum.
Tchau
Cunha 2 – Finalmente o
procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a destituição de
Cunha da Presidência da Câmara. Atrasadíssimo! Diante das manobras claras de
Cunha para intimidar, protelar, burlar o processo contra ele no Conselho de
Ética, e impulsionar o processo de impeachment contra Dilma, o pedido já era
para ter sido feito há dois meses. Agora, os eminentes ministros do STF avisam:
só em fevereiro de 2016. Enquanto isso se dane o Brasil.
PMDB
arranhado – O partido
fiador da retomada da democracia – claro, também o único autorizado pela
ditadura a funcionar à época – derrapou feio nas últimas semanas. O
vice-presidente, e presidente do partido, Michel Temer, mostrou o jeitinho
golpista, disfarçado, claro. Agiu nas sombras, e com cartinhas chorosas, para
desestabilizar o governo do qual faz parte e foi eleito. O desejo? Assumir a
Presidência sem sequer um voto. E colocar em marcha um plano neoliberal
idêntico ao aplicado no país entre 1994 e 2002. Nem o Brasil, nem o PMDB,
merecem.
PMDB
arranhado 2 – Rachado, um lado com
Temer, e do outro com Renan Calheiros e Picciani e governadores, o PMDB trava
uma guerra intestina com seus quadros. O mais incrível é servir de ponte para
um golpe branco para assumir outra aliança com tucanos, democratas (?) e outros
menos votados, que não ganham eleições presidenciais no voto há quatro pleitos.
Dizem, nos corredores de Brasília, que por trás disso tudo estão as “liberdades
demais” ao Ministério Público Federal, Polícia Federal, nas investigações.
Hummmm. Pelo que se vê na Lava Jato, faz sentido. Será?
Tchau
Levy – Ungido por setores
econômicos – bancos mais precisamente – o ministro da Fazenda Joaquim Levy
chegou ao governo Dilma para dissolver a crise econômica que assumia grandes
proporções. Com viés neoliberal, Levy aplicou algumas receitas, outras o
Congresso não ajudou a aprovar por conta do clima “quanto pior, melhor para
derrubar a Dilma”. O fato é que não deu certo, pois não brecou a inflação, não
impediu a redução da atividade econômica, e jogou o governo Dilma contra os
movimentos sociais e a maioria da população que a elegeu. Deve sair após o
Natal. Vem aí um nome mais político, para a retomada do desenvolvimento.
Colombo
– Hábil na comunicação,
e no manejo da máquina publica para garantir um governo sem encrencas, Raimundo
Colombo fecha mais um ano impedindo que a briga entre seu partido, o PSD, e o
PMDB, se amplie a ponte de inviabilizar a convivência. Assinando convênios a
torto e a direito, mas efetivando poucos deles, o lageano vai cozinhando todos
em banho maria. No plano federal, com Dilma, mas sem muitas falas efusivas –
sem dinheiro federal não governaria como hoje. Em SC, deixa seus partidários
anti-Dilma descerem a lenha. E assim pavimenta seu caminho ao Senado em 2018.
Com o PMDB. Anotem.
Colombo
e Udo – A relação se mantém porque antes
de Prefeito, Udo Döhler é empresário, e como tal, representa a classe, a ACIJ,
etc, etc. Mesmo contrariado com a falta de mais presença do governo do Estado
nas obras e ações de seu governo, o Prefeito é pragmático e busca não criar um
inimigo, tanto para os negócios, quando para a política. Afinal, o PSD, partido
de Colombo, vem com Darci de Matos na disputa, e com todo o apoio do deputado
estadual Gelson Merísio (PSD), presidente do partido, da Assembleia, e com olho
grande no Governo do Estado em 2018. Mas a dupla ColombUdo, UdoLombo, para a
cidade inteira, não funcionou ainda.
Udo
mãos limpas – A declaração
do prefeito Udo Döhler ao jornal A Notícia esta semana foi um tiro que acertou
muita gente. Disse ele: — Limpamos a máquina pública. Nos deparamos aqui com um
cenário assustador de corrupção e desvios de conduta. A primeira vítima, e
talvez a mais atingida, a classe dos servidores públicos municipais. A
afirmação do Prefeito é grave, pois aponta que havia, ou há, ou houve há muito
tempo, muita roubalheira e desvios! O que respondem os servidores? Vão aceitar
a pecha? Mas, o tiro também pode ser no pé. O que foi feito para essa “limpeza”
ter se efetivado? Só agora Udo afirma isso? O que pensam Carlito Merss, Marco
Tebaldi, e até quem trabalhou com Luiz Henrique em seus dois mandatos e hoje
estão com Udo no governo? Será que teremos um discurso a.U. e d.U. para a
campanha?
Udo
gestor – Na mesma entrevista, o Prefeito
diz: — Quando me perguntarem qual a principal realização da minha gestão, vou
dizer que foi ter modernizado e otimizado a gestão pública, ter devolvido as
crianças às suas escolas, e ao povo os seus espaços de lazer e entretenimento.
Estamos fazendo uma gestão honesta e focada no cidadão — disse Udo. Você também
vê a cidade com os olhos do gestor Udo Döhler? Devolver crianças às escolas? Ao
povo seus espaços? Será que falamos da mesma cidade? A que vivemos está perdida
em buracos nas ruas, com praças e áreas de lazer abandonadas e com mato a
cobrir seus espaços, e nos bairros... bem, nos bairros... nada.
Udo
gestor 2 – O jornalista
entrevistador não aprofundou as questões, ficou na superfície. Mas o Prefeito
não falou sobre sua principal bandeira e forma de ver a administração pública.
“Não falta dinheiro, falta gestão”. Foi nessa bravata que Udo ganhou os
corações dos eleitores na reta final contra Kennedy Nunes. E também na fama de
grande gestor da saúde. Hoje, a saúde está igual, a gestão atrasa fornecedores,
não há pavimentação, obras fundamentais não saem do papel, as que existiam
estão paralisadas, e o que diz Udo hoje? Falta dinheiro. Fomos enganados?
Udo
2016 – O Prefeito também diz estar
preparado para as eleições do ano que vem. Realmente é invejável a sua saúde.
Mas politicamente, terá mesmo essa força toda? Sem seu idealizador, mentor e
guru na politica, Luiz Henrique da Silveira, terá a mesma capacidade de
articulação, raciocínio e estratégia? O PMDB marchará unido com ele, ou muitos
quadros preteridos por Udo estarão torcendo – e trabalhando – por outro nome?
Xuxo (PP), Carlito (PT), Tebaldi ou Paulo Bauer (PSDB), Rodrigo Bornholdt
(PDT), Adilson Mariano ou Camasão (PSOL), Darci de Matos (PSD), serão
adversários de peso. E pode vir ainda um grande desafeto de 2012: Kennedy
Nunes. Haja preparo. E resultados para mostrar, que hoje, convenhamos, são
pífios.
Novo
comando - Assim como em
todas as províncias, Joinville não fica longe quando o assunto é troca do
delegado regional de polícia, o antigo xerife da cidade. Afinal, não há cidade
onde o bispo, o delegado e o prefeito não tenham seu devido poder. Após longos
nove anos, Dirceu Silveira deixa o cargo de Delegado Regional de Polícia.
Assume Laurito Akira Sato, que já trabalhou na cidade antes, e também com
Dirceu. A mudança foi sentida por quem sai - não esperava - e comemorada por
muita gente. O antigo delegado deixou marcas nem tão boas na sua gestão, como
nos erros nos casos Maníaco da Bicicleta e Oscar do Rosário. O que virá agora,
veremos. Se a segurança mudar de fato, sem factóides, e prevenção dos crimes,
ótimo. É o que a cidade espera. Mas sintomática foi a reação de setores da
força econômica: não gostaram. Mistério.
É
assim, os fios da teia nas teias do poder.