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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Darci de Matos e Dalmo Claro votam contra a educação catarinense. Kennedy se ausenta.

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A Udesc lançou, há alguns meses, a campanha Udesc + 0,17, um movimento que, segundo relatos da mesma, "envolvia a comunidade acadêmica para solicitar o aumento de repasse de recursos à universidade". O objetivo era "sensibilizar a classe política para a importância econômica, social e educacional da instituição para Santa Catarina". Atualmente, a Udesc recebe 2,49% da soma da arrecadação de impostos estaduais. A proposta ia ampliar o repasse, chamado duodécimo, para 2,66%, ou seja, mais 0,17%.

Em 2015, a Udesc recebeu um total de R$ 326 milhões para investimentos, custeio e folha de pessoal. De acordo com os cálculos da instituição, mais 0,17% significariam R$ 18 milhões anuais, que já entrariam no orçamento de 2017.

Porém, a lei de diretrizes orçamentárias para o ano que vem foi votada nesta semana e a proposta da UDESC não foi aprovada por 17 votos a 12. Ocorre que os 0,17% foram repassados para o Tribunal de Justiça e para o Ministério Público, "em comum acordo entre os poderes", conforme vídeo abaixo. O poder judiciário estadual certamente precisa menos desse recurso do que a UDESC, uma instituição que luta, com grandes esforços, para oferecer educação de qualidade aos seus estudantes. Lembrando, ainda, que muitos municípios do estado contam, por meio da universidade estadual, como a única opção de ensino superior público e gratuito. Santa Catarina, um estado marcado pela extrema desigualdade no acesso ao ensino superior público sofre, mais uma vez, com um grande retrocesso.

Ajudado por alguns deputados estaduais com domicílio eleitoral em Joinville.



Patrício Destro (PSB) foi o único que se envolveu na causa, ajudando a comunidade da UDESC nas articulações e cessão do gabinete para reuniões. Por outro lado, Darci de Matos (PSD), aliado do governador Raimundo Colombo (PSD), e Dalmo Claro (ex-PMDB), defensor de Darci nas últimas eleições municipais após brigas internas com Udo e seu ex-partido, votaram contra a proposta do repasse de verbas para a universidade.

Fonte: DANMA de Todos/Facebook

Se você não entendeu a gravidade da situação, quem votou contra os R$ 18 milhões de reais para a universidade votou contra melhores condições de ensino para os milhares de estudantes que dependem da instituição. A quem duvida, convido uma visita à UDESC Joinville para ver as imensas carências que os deputados ignoraram. Como a questão era um "grande acordo" (que envolvia, inclusive, o perdão das pedaladas do governador), Darci e Dalmo fizeram o jogo contrário ao desenvolvimento da educação catarinense e mostraram-se subservientes à velha política dos "acordões". Não foi a primeira vez que Darci votou contra a educação, que diga a classe do magistério estadual.

E o nosso deputado (Clari)Kennedy Nunes? Ninguém sabe, ninguém viu. Mais uma vez.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Por onde andam, o que fizeram os nossos deputados estaduais? Você sabe?

POR SALVADOR NETO






"Deputados estaduais eleitos por Joinville respondem como vão representar a cidade - Saiba como Darci de Matos, Kennedy Nunes e Patrício Destro vão se posicionar sobre prioridades na cidade”. Esse era o título da matéria do jornal A Notícia no dia 7/102014 (clique e leiaaqui os posicionamentos). Dalmo Claro de Oliveira (PMDB) assumiu o cargo após engenharia política do governador Raimundo Colombo (PSD) para recolocar peemedebistas na Assembleia Legislativa. Ele era o quarto suplente, e quando assumiu também se comprometeu com sua base eleitoral (assista aqui). Esses são hoje os deputados estaduais que deveriam estar trabalhando por você, eleitor da maior cidade de Santa Catarina. Você sabe o que eles estão fazendo por sua cidade até aqui?

Você os vê, por exemplo, batendo na mesa do governador Colombo para exigir que as obras do Estado em Joinville, como a famosa duplicação da avenida Santos Dumont, o elevado na mesma duplicada (só que não) avenida no cruzamento com a rua Tuiuti, o asfaltamento da estrada Rio do Morro na zona sul, a elevação e melhorias da rua Minas Gerais na zona leste,  aberturas das avenidas Max Colin e Almirante Jaceguay, e a grana preta prometida para pavimentação das ruas nos bairros e saúde (??), mais policiais militares e civis, entre outras obras e promessas que não acontecem nunca? Não. Publicamente então, jamais.

Escolas também esperam ação, grito, cobrança dos deputados
Você os vê reunindo a sociedade civil para organizar – de fato, não de mentirinha – para cobrar do governo estadual o que a cidade merece? Não. Os vê nas entidades sociais trazendo muitos recursos para a manutenção das mesmas, e também para obras importantes para a continuidade de atendimentos especiais como os deficientes físicos, visuais, intelectuais, downs, e tantas outras?

Diga assim, de primeira, qual o projeto de lei importante, relevante que Darci de Matos (PSD), Kennedy Nunes (PSD), Patricio Destro (PSB) e Dalmo Claro (PMDB) apresentaram, defendem ou aprovaram. Difícil não é mesmo?

Mas o que fazem os nobres deputados aparecerem? Ou é alguma eleição próxima (2016 está na porta), ou são as entidades da classe empresarial, ou a farra dos gastos com diárias, com viagens importantíssimas para a Europa, China, EUA que ninguém sabe qual benefício trouxe para Santa Catarina, e muito menos para Joinville, e também a mais recente farra descoberta com a alimentação dos nobres deputados catarinenses, entre os quais os nossos também se encontram utilizando o nosso dinheirinho suado, sofrido, que é recolhido regiamente aos cofres públicos, no caso, do estado.

Dizia o falecido senador, ex-governador Luiz Henrique da Silveira (criador de todos estes que aí estão), quando prefeito de Joinville, que a cidade era “a quinta roda da carroça”. Por isso precisaríamos eleger o governador – no caso ele, que foi eleito e reeleito – e muitos deputados.

A primeira parte conseguimos, a bancada grande não, e pior, sempre pouco efetiva nas conquistas e brigas pela cidade. Hoje, continuamos a ser a quinta roda da mesma carroça (talvez a sexta...), só que agora sob as rédeas do lageano Raimundo Colombo e sua turma. Entre os quais os nossos “representantes” Darci de Matos, Kennedy Nunes, Patricio Destro e Dalmo Claro.

Como do meu artigo anterior na sexta-feira passada no Chuva Ácida (leia aqui) quando lancei a ideia de não reeleger nenhum dos atuais vereadores na Câmara de Vereadores de Joinville para realizarmos a reforma política popular, que tal iniciarmos a fiscalizar e cobrar os nobres deputados estaduais que vivem à sombra, olhando de longe os graves problemas da cidade que os elegeu, sem esboçar indignação, força e cobrança ao Governo? Já chegaram à metade do mandato, e o que produziram? Pergunte a eles! Cobre, mande seu email, mandem em massa, mobilizem-se! Cidadania é isso.

Aqui seguem os links de suas páginas na Assembleia Legislativa de SC para sua pesquisa, e também os emails dos nobres. Faça a sua parte. Leia no início deste artigo, no link, o que eles disseram que fariam. Analisem. Eu faço a minha cobrando aqui publicamente mais ação efetiva, trabalho, conquistas de obras e recursos para a cidade que está virando um grande chão de fábrica, falido. Anotem e cobrem, encham as caixas deles, liguem:




Patricio Destro – email: não disponível no site da Alesc, pois o mesmo está licenciado...

Fiscalize, cobre, coloque a lista na porta da geladeira, exerça o seu poder.

É assim, nas teias do poder...

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Você lembra? Em 2011, Darci, Nilson e Clarikennedy usaram diárias para "visitar" Joinville

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Quatro anos passam muito rápido. Entretanto, algumas coisas que aconteceram neste período são rapidamente esquecidas, principalmente quando o assunto é política e a atuação de nossos representantes. Em 2011, nos primeiros meses do blog, publicamos documentos públicos que comprovavam o uso de diárias por deputados estaduais (neste caso Darci de Matos, Nilson Gonçalves e Clarikennedy Nunes) para "visitar" Joinville, mesmo sendo esta a cidade de residência dos parlamentares. Ou seja, uso de verba pública para estadia na cidade de residência.

Na época o assunto foi muito comentado, e o post original (que você pode ler na íntegra clicando aqui) esteve, durante muito tempo, como líder de acessos no blog Chuva Ácida.
Agora, os três tentam a reeleição para uma das 40 vagas na Assembleia. É nosso dever relembrar o caso.

***

Como diria Galvão Bueno, haja coração amigo! Pode ler o título deste post novamente se quiser. É tudo procedente, bizarro, e acontece diante de nossos olhos. Graças a um leitor assíduo de nosso blog e muito atento aos bastidores políticos (ele poderia muito bem seguir a linha do jornalismo investigativo), fiquei sabendo dessa prática na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

 Ao pesquisar as diárias que Darci de Matos, Clarikennedy Nunes e Nilson Gonçalves receberam neste ano de 2011, me surpreendi com as várias diárias para “visitas” a Joinville. Mas, tem um detalhe: é sabido e certo que eles moram em Joinville e tem aqui o domicílio eleitoral. Como classificar esta atitude? No mínimo é um mau uso do dinheiro público. E o outro detalhe: R$ 670,00 para cada diária!! Presume-se, portanto, que o deputado estadual sai de sua casa, toma café, almoça, janta e dorme num hotel de Joinville e o cidadão desembolsa esse valor todo. Não nos esqueçamos que cada um tem uma verba de gabinete gigantesca, carro com motorista, auxílios para deslocamento entre sua cidade de moradia e Florianópolis para acompanhamento das sessões, e várias outras mordomias que o título de deputado estadual impõe. E ainda tem deputado estadual que é demagogo ao ponto de defender a redução no número de vereadores.

 Os documentos oficiais da Assembleia provam tudo. Quero ver a desculpa deles agora. Não sou contra o auxílio para viagens, elas devem acontecer. Mas só para um lanche e um almoço. Ponto. Esse valor todo para uma diária é um absurdo, caro demais. E olha que nem pesquisei sobre as diárias de nossos Senadores e Deputado Federal aqui da região de Joinville.

 Abaixo seguem os prints dos documentos, e aí, cada um que tire sua conclusão. Inclusive os que acham que os integrantes do Chuva Ácida só “batem” sem fundamento e com parcialidade. E ah! Como eu gostaria de ter acesso ao obscuro mundo do Judiciário, o menos transparente dos três poderes. Quem sabe um dia, Charles... quem sabe um dia...




Observação: algumas imagens estão com link quebrado e não conseguimos recuperar. Entretanto, a consulta pelas diárias destes deputados pode ser realizada pelo seguinte link: http://transparencia.alesc.sc.gov.br/diarias.php

Observação 2: como o post foi em 2011, quando eu ainda trabalhava como comentarista político na rádio MAIS FM (103,1), as respostas de Darci de Matos e Clarikennedy Nunes foram veiculadas naquela emissora. A resposta se baseou em negativas de ambos, e creditaram o fato ao sistema da Assembleia, pois era obrigatório constar todas as cidades por onde o deputado passava. Nilson Gonçalves, à época, não se manifestou. 

Observação 3: A denúncia feita pelo blog acarretou em uma mudança no sistema de diárias. Hoje não se encontra mais a cidade de residência do deputado em qualquer relatório de diárias, e sim "região norte de SC", no caso dos deputados deste post. 

Observação 4: ao procurar pelas diárias do deputado Darci de Matos no dia de ontem, este blogueiro percebeu que todos os seus dados sumiram do sistema.

terça-feira, 25 de março de 2014

Na ALESC, Nilson Gonçalves faltou a 37% das sessões; Darci, Sandro e Clarikennedy mais de 20%

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Os deputados estaduais de Joinville e região pouco aparecem na mídia para apresentarem seus trabalhos na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), e isto é justificado se contarmos as presenças destes nas sessões ordinárias, disponibilizadas pelo portal da transparência (controlado pelo poder legislativo de SC). No levantamento feito em todas as sessões desde agosto de 2013 até a presente data, contabilizamos 81 sessões, e os deputados que representam a cidade deixam a desejar no quesito frequência.

Antes de mostrar os resultados, gostaria de ressaltar que o trabalho de um deputado estadual vai além da sessão ordinária, momento onde acontecem as votações e outras importantes deliberações. Representações em funerais, acompanhamento de exames médicos da filha, e viagens particulares entram como importantes motivos para as faltas justificadas. Somado a estas, não podemos esquecer das "agendas previamente estabelecidas", campeãs entre os motivos apresentados pelos deputados da cidade. 

A sessão ordinária é o momento mais importante (apesar de não ser o único), pois ali acontecem as votações finais, onde a população pode saber de forma direta qual o posicionamento do seu representante. Também mostra como o deputado lida com seu mandato; se segue linhas partidárias ou realmente representa os interesses do povo. Ou seja, a sessão é o momento de maior exposição do processo legislativo.

Vale ressaltar que este levantamento não leva em conta viagens em missões internacionais ou demais viagens representativas. É um puro levantamento quantitativo. E, desde já, os deputados tem canal aberto no Chuva Ácida para apresentarem possíveis respostas ou contradições aos fatos aqui apresentados.

O campeão de ausências desde agosto até março é o deputado Nilson Gonçalves (PSDB), com faltas em 37,07% das sessões. Foram 30 faltas em 81 reuniões. Este número representa quase três meses inteiros de sessões. Se de agosto a março tivemos sete meses de sessões, Nilson teve uma baixíssima participação em termos de temporalidade. 

O segundo lugar fica para Sandro Silva (PPS), apesar de contabilizarmos apenas as sessões de 2014 (Sandro não participou regularmente de sessões no segundo semestre de 2013). Sua ausência foi contabilizada em 23,8% das sessões de 2014. 

Em terceiro está Clarikennedy Nunes (PSD), que faltou à 23,45% das sessões realizadas entre agosto e março. "Clari" foi o que mais faltou devido a viagens e representações oficiais para a Bolívia, o Uruguai e a cidade de São Paulo. Se isto não for levado em conta, ele é o deputado de Joinville mais presente nas sessões.

Em último (mas não muito distante dos demais) está Darci de Matos (PSD), faltante em 21,21% das sessões. Darci, entretanto, esteve ausente entre agosto e setembro, dando lugar a um suplente. Esta porcentagem de faltas não contempla o período em que seu suplente assumiu.

É inadmissível que os deputados da região faltem tanto aos momentos obrigatórios, como uma sessão. Independente do motivo, seus salários não são afetados por curtas faltas. Não é compreensível, ainda, que deputados agendem reuniões ou outras demandas justo no dia e horário de sessões, as quais possuem agenda amplamente divulgada (e com muita antecedência). O trabalhador, eleitor, e que diariamente luta para se sustentar não tem todas estas mordomias. Se possui falta injustificada, tem desconto no salário. Se falta frequentemente, é demitido.

O deputado estadual não. E ainda tem gordas diárias para utilizar quando está fora de Florianópolis em dias de sessão. Uma bonificação pelo desalinho.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não reeleja, acabe com o voto inútil

POR JORDI CASTAN


Numa lista de coisas inúteis, em que lugar colocaria os deputados estaduais que representam Joinville na Assembleia Legislativa? Quem acompanha a agenda dos nossos representantes no legislativo estadual não pode deixar de surpreender-se com a superficialidade dos seus compromissos. A agenda oficial transpira ativismo e a impressão é que se trata de uma agenda cheia de importantes compromissos. Mas uma primeira analise já permite concluir que há muito ativismo e pouco conteúdo.

Visitando clubes de mães, acompanhando ao fulano, visitando ao sicrano. Na formatura da turma do curso de biscoitos caseiros, no bingo beneficente da associação dos colecionadores de gafanhotos vesgos, participando como jurado no concurso de tiro ao alvo com estilingue.  Entregando o título de capital catarinense do tatu ao município de... ou visitando o Planalto Norte, atendendo no escritório em Joinville, no programa de rádio da 119,98 FM e assim por diante.

Minha proposta é bem simples. Cite uma única ação de um deputado estadual eleito por Joinville que tenha contribuído para melhorar a vida do joinvilense. Ficou difícil? É... não é fácil. A vida dos nossos deputados se converte num fim em si mesmo. O único objetivo é o de se eleger na próxima eleição. Poder continuar mamando nas tetas do poder público e montar uma estrutura de cabos eleitorais, pagos com os nossos impostos, para que transvestidos de assessores se dediquem diuturnamente a pavimentar o caminho para a próxima disputa eleitoral.

A estrutura de recursos - gabinete, computadores, veículos, diárias e funcionários - colocada à disposição para cada deputado representa uma máquina poderosa e cria uma vantagem desproporcional nas eleições. Porque deixa os outros candidatos numa situação muito mais difícil e faz com que  a reeleição dos atuais seja muito mais provável, tornando a renovação da Assembleia Legislativa uma tarefa difícil e complexa.

Se estas vantagens ainda não fossem suficientes para garantir a reeleição, os nossos deputados estaduais dedicam boa parte do seu tempo produtivo a articular, e principalmente a desarticular ou torpedear, qualquer candidatura que possa vir a representar uma ameaça para o seu futuro político.

Assim o eleitor encontra a cada quatro anos um quadro político em que os nomes que se apresentam são os mesmos sempre e os partidos não permitem que novos nomes, com real potencial, tenham possibilidades de concorrer. Trocas de partidos, alianças com inimigos históricos e todo tipo de jogo rasteiro são válidos para alcançar os objetivos de ganhar mais uma eleição e permanecer no poder por um novo quadriênio.


Para evitar a perpetuação desta corja no poder indefinidamente, uma alternativa que ganha corpo é a de não reeleger estes candidatos que estão aí. Propor uma renovação significativa da representação de Joinville em Florianópolis. Iniciemos aqui a campanha: “Ponha o seu deputado estadual a trabalhar, não o reeleja”. Fica a dúvida de quantos deles passariam num processo de seleção no setor de RH de alguma empresa local, para um cargo com um salário semelhante ao que recebem atualmente.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Nilson Gonçalves e sua inércia


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Muitas vezes nos esquecemos que a cidade de Joinville tem três representantes na Assembleia Legislativa. Além de Clarikennedy e Darci de Matos, também temos (e há muito tempo) Nilson Gonçalves. Este último, por sua vez, de tão apagado e inerte às demandas da cidade, é praticamente esquecido.

O comunicador Nilson que surgiu na segunda metade dos anos 80 era combativo e sempre se posicionava perante aos anseios comunitários. Porém, desde que se elegeu vereador em 1996 vem perdendo a sua força e acomodando-se nos programas assistencialistas e arrecadadores de voto, bem como atrás do microfone e das câmeras de TV. Só aparece quando é extremamente pressionado, ou quando há uma “comoção geral”, como aconteceu no caso da PEC dos bombeiros voluntários.

Com um potencial gigantesco no começo dos anos 2000 para arrecadar votos, Nilson perdeu a oportunidade de tentar uma vaga na Câmara dos Deputados e ser favorito para a sucessão de Marco Tebaldi. Distanciou-se da cúpula partidária e se vê diante de uma significativa queda dos votos em urna, se compararmos as três eleições  que disputou entre 2002 e 2010. Nilson, infelizmente, está como outros caciques da política catarinense, que se apoderaram de seus espaços na Assembleia e mantêm a mesma linha de atuação há anos. Não nos esqueçamos que estão amparados em um salário perto de R$20mil mensais, com muitos assessores e gordas diárias.

A pergunta que faço neste blog: quais as principais ações de Nilson como deputado, além da concessão de subvenções sociais e reconhecimentos de utilidade pública expedidos? Ou ainda, por qual motivo seus espaços na mídia não são mais combativos, como no início da carreira política, e são meras descrições dos crimes que por aqui ocorrem? As pessoas gostavam do Nilson questionador, e não do Nilson acomodado. E ainda, o silêncio ao ponto de inércia sobre Joinville? Sem contar o escândalo que mudou o rumo das eleições em 2008 e que até hoje não está bem elucidado (pela mesma inércia e falta de posicionamento).

A cidade perde e muito com esta fraca representação, seja numérica ou qualitativa. Na Assembleia presenciamos, além deste inerte, um deputado incoerente (o qual diz não precisar do voto dos professores, mas vive andando pelas escolas pedindo voto) e outro obcecado pelo poder (faz de tudo, inclusive trocar várias vezes de partido, para poder chegar onde almeja).  Por fim, ou o deputado Nilson não tem uma equipe eficiente, que propague as suas realizações, ou o gostinho delicioso da inércia bateu forte ali nas bandas da Casa Amarela. Tudo isso é perigoso, e pode arruinar a carreira de um ex-fenômeno de votos. E ah, serve de recado para alguns comunicadores que estão trilhando pelo mesmo caminho...

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A rainha da Inglaterra é mais barata que os deputados catarinenses

POR GUILHERME GASSENFERTH

Em sua viagem para Madri, o deputado Kennedy Nunes mostrou pelo Twitter uma foto de um protesto anti-monarquia. Segundo o deputado, os manifestantes reclamavam que a monarquia custava cerca de 500 milhões de euros por ano. Em seguida, um “twitteiro” me alertou: quanto custará a Assembleia Legislativa?

É claro que eu sei que uma coisa não tem nada a ver com a outra. As funções são diferentes, o tamanho da população é bem distinto, a economia é muito distinta (PIB catarinense de US$ 70 bilhões contra US$ 1.536 bilhões lá), mas principalmente porque a cultura é totalmente diferente. Comparar Europa e Brasil é esquisito.

Mas achei interessante. Quanto custaria a nossa Assembleia Legislativa? 500 milhões de euros é pouco ou muito perto de nossa Assembleia? Resolvi pesquisar, achando que a coroa espanhola custaria muito mais que nossa Assembleia. Parece que me enganei.

Primeiramente, em nenhum lugar encontrei informações precisas sobre o custo da monarquia espanhola, mas todas elas remetiam a custos inferiores a dez milhões de euros por ano, o que significa dizer menos de 25 milhões de reais. Repito, por ano. Mas também encontrei uma notícia interessante e que é praticamente impossível de ser estampada em manchetes tupiniquins. O rei Juan Carlos solicitou ao primeiro-ministro que a verba repassada à Coroa fosse diminuída. E aí, leitor, já viu algo semelhante ocorrer no Brasil? Quantas vezes vemos algum político pedir diminuição do salário?

Pesquisando sobre monarcas, recebi a informação de que a monarquia britânica era a mais custosa da Europa. Podemos imaginar. O Reino Unido é uma potência econômica mundial, u ex-império global, com uma monarquia cujo luxo não é novidade para ninguém. Informações oficiais mostram expensas de cerca de 40 milhões de libras esterlinas por ano – aproximadamente 116 milhões de reais. Um grupo anti-monarquista chamado Republic diz que as despesas com a manutenção da monarquia (e todos os seus luxos) custa aos british taxpayers entre 390 a 540 milhões de reais ao ano. Considerando que o autor destes cálculos esforçou-se para supervalorizá-los, podemos considerar que a coroa britânica – a mais cara da Europa – custe no máximo um valor como este.

E a nossa Assembleia Legislativa? Segundo as informações da execução orçamentária de Santa Catarina, os recursos executados pela ALESC em 2011 foram da ordem de 346,5 milhões de reais. O triplo das despesas oficiais (sem gastos com segurança) da monarquia sediada no Palácio de Buckingham e um pouco menos que as extra-oficiais. Mas a nossa Assembleia Legislativa é MUITO mais cara que a Coroa espanhola, no mínimo 13 vezes mais cara.

A chefe de Estado da Inglaterra, Canadá, Austrália, Irlanda, Escócia e outros 11 países, custa no máximo 540 milhões de reais. Cerca de 9 reais por britânico (considerando só os habitantes do Reino Unido), ou ainda 4 reais por habitante de um país que reconhece Elizabeth II como sua chefe de Estado. Reitero que estou usando os valores máximos, mas que podem ser bem menores.

Já os 40 deputados catarinenses custam para nós, contribuintes, 55 reais por ano. 6 vezes menos que a luxuosa Rainha Elizabeth II custa aos britânicos para servir-lhes como soberana e chefe de Estado. São quarenta reizinhos com seus iPads novinhos e diárias de R$ 670 pra viagens pra própria residência.

Outra diferença substancial está nos índices de aprovação. Lá, mais de 70% dos britânicos gostam da rainha e desejam que ela continue como sua soberana. Aqui não encontrei estatísticas oficiais, mas faça você mesmo a pesquisa: pergunte a 100 amigos seus – você gosta da atuação de nossos deputados estaduais e deseja que eles continuem lá? Pronto. Sugiro contar as respostas positivas, dará bem menos trabalho.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

iPads para os Deputados Estaduais. Computadores ultrapassados para as Escolas Básicas.

POR CHARLES HENRIQUE

Há alguns dias algo vem me martelando a mente. E mais uma vez, vem lá da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina:

“Na volta dos deputados estaduais ao trabalho, nesta terça-feira, cada um deles vai ganhar um iPad para trabalhar. Os equipamentos foram comprados pela Assembleia Legislativa, que gastou R$116 mil na compra de 45 aparelhos e capas protetoras. […] A intenção, segundo a instituição, é facilitar o acompanhamento da tramitação de processos por parte dos parlamentares, reduzindo a circulação de documentos em papel.” (Grupo RBS, 6/2/2012)

Sobre esta importante aquisição para os nobres legisladores, temos dois pontos a debater: 1) a eficiência de um iPad para o dia-a-dia do deputado e 2) o custo financeiro.

(Foto: Divulgação ALESC)

Um deputado estadual já ganha um salário muito gordo (20 mil reais) e tem uma verba de gabinete estratosférica, com uma quantidade maior ainda de assessores, sem contar as diárias de 670 reais como já denunciamos aqui no Chuva. Será que mesmo assim o deputado precisa ganhar um iPad, visto que sua renda mensal é tão pouca, e que este item indispensável tem que ser comprado em massa, simbolizando um “presente”? O plenário é todo informatizado, os gabinetes também. Deputados não cansam de twittar de seus celulares mega potentes. E agora todos têm um iPad. Tá bom, fui convencido...

Por outro lado, este indispensável item custará em média 2.500 reais (R$116.000/45 = R$2.577,78). Este é o preço de mercado do iPad mais avançado que está a venda, com wi-fi, 64GB, e acesso 3G. Tudo tem que ser do mais top, não é?

(Foto: Divulgação ALESC)

Em contrapartida, as escolas do Estado de Santa Catarina sofrem. E não vi nenhum deputado catarinense cobrar do Governo do Estado uma melhor política de inclusão digital nas escolas, bem como a compra de tablets (para as crianças aqueles tablets sem qualidade, por favor!) que favoreçam um diálogo maior de nossa juventude com a tecnologia mais avançada. Os computadores que aparecem por aqui são aqueles baratinhos, com a tecnologia mais simples possível, e professores de informática mal treinados, e, por fim, sem um responsável pela manutenção dos aparelhos. Deixam acumular uma quantidade significativa de aparelhos estragados, para aí sim licitar o conserto.

(Foto: Divulgação ALESC)

Não está na hora dos deputados olharem para Santa Catarina de outra forma?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Qual a resposta dos deputados sobre as diárias?

POR CHARLES HENRIQUE

Na semana passada mostrei na rádio MAIS FM e também aqui no Chuva Ácida o mau uso do dinheiro público que os três deputados estaduais de Joinville (Nilson, Clarikennedy e Darci) praticavam, principalmente em relação às diárias. Cada um destes deputados citados ganhou uma ou mais diárias para “visitar” Joinville. A denúncia repercutiu e virou o assunto da semana na cidade de Joinville, batendo inclusive todos os recordes do Chuva Ácida.

Gostaria muito de agradecer a todos que compartilharam e replicaram a informação, e também aos que cobraram uma resposta dos deputados envolvidos. O Chuva Ácida não é um meio jornalístico (é um lugar de opiniões sobre os fatos), mas sempre abrirá o espaço para as defesas de quaisquer citados nos posts. Só o deputado Darci me procurou (deu a mesma versão que esta na matéria). O restante, só indiretas via twitter ou recados via assessoria.

Pois bem, a rádio MAIS FM fez uma reportagem com os deputados, ouvindo a versão deles. O link está no final deste post. Agora cabe a cada um pesquisar, refletir e tirar suas próprias conclusões sobre este dinheiro que é nosso. E você leitor, pode ter certeza: estamos de olho (e o Ministério Público também)!

Ouça a reportagem do departamento de jornalismo da MAIS FM: http://is.gd/3ZVDLc

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Deputados joinvilenses ganham diárias para “visitar” Joinville



POR CHARLES HENRIQUE

Como diria Galvão Bueno, haja coração amigo! Pode ler o título deste post novamente se quiser. É tudo procedente, bizarro, e acontece diante de nossos olhos. Graças a um leitor assíduo de nosso blog e muito atento aos bastidores políticos (ele poderia muito bem seguir a linha do jornalismo investigativo), fiquei sabendo dessa prática na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.

Ao pesquisar as diárias que Darci de Matos, Clarikennedy Nunes e Nilson Gonçalves receberam neste ano de 2011, me surpreendi com as várias diárias para “visitas” a Joinville. Mas, tem um detalhe: é sabido e certo que eles moram em Joinville e tem aqui o domicílio eleitoral. Como classificar esta atitude? No mínimo é um mau uso do dinheiro público. E o outro detalhe: R$ 670,00 para cada diária!! Presume-se, portanto, que o deputado estadual sai de sua casa, toma café, almoça, janta e dorme num hotel de Joinville e o cidadão desembolsa esse valor todo. Não nos esqueçamos que cada um tem uma verba de gabinete gigantesca, carro com motorista, auxílios para deslocamento entre sua cidade de moradia e Florianópolis para acompanhamento das sessões, e várias outras mordomias que o título de deputado estadual impõe. E ainda tem deputado estadual que é demagogo ao ponto de defender a redução no número de vereadores.

Os documentos oficiais da Assembleia provam tudo. Quero ver a desculpa deles agora. Não sou contra o auxílio para viagens, elas devem acontecer. Mas só para um lanche e um almoço. Ponto. Esse valor todo para uma diária é um absurdo, caro demais. E olha que nem pesquisei sobre as diárias de nossos Senadores e Deputado Federal aqui da região de Joinville.

Abaixo seguem os prints dos documentos, e aí, cada um que tire sua conclusão. Inclusive os que acham que os integrantes do Chuva Ácida só “batem” sem fundamento e com parcialidade. E ah! Como eu gostaria de ter acesso ao obscuro mundo do Judiciário, o menos transparente dos três poderes. Quem sabe um dia, Charles... quem sabe um dia...




Obs: esses prints são de relatórios referentes a algumas semanas de setembro/2011 e ainda há muita coisa para se pesquisar nas diárias de nossos deputados estaduais.
Atualização: alguns leitores não estão conseguindo visualizar as imagens. Aqui vão os links diretos dos documentos, agradecendo desde já pelo toque:
http://www.brimg.info/uploads/4/ad7509bd80.png
http://www.brimg.info/uploads/4/12bf980e00.png
http://www.brimg.info/uploads/3/8566f1dd69.png
http://www.brimg.info/uploads/1/0c76ce18b1.png
Atualização 2: A rádio MAIS FM, veículo para o qual trabalho (e dei a informação em primeira mão) já ouviu a versão dos deputados. Mais informações em breve aqui pelo blog ou também na 103,1FM.
Atualização 3: O deputado Darci me ligou pessoalmente agora há pouco (perto das 15hrs) e me garantiu que ele não pega diárias para Joinville, e a cidade de Joinville aparece no relatório por efeito administrativo e ser o seu "ponto inicial" da viagem.
Atualização 4: a Rádio MAIS FM vai publicar amanhã os áudios com as respostas dos deputados. Comentarei resposta por resposta. 7h15 na MAIS FM 103,1.