POR JORDI CASTAN
Escrevo com os resultados ainda quentes. E a pergunta é quem
ganha e quem perde depois de abrir as urnas. Nada de fazer adivinhação só uns
comentários e o tempo dirá qual o percentual de erro ou de acerto.
QUEM GANHA
Udo Dohler - Sem dúvida, o grande vencedor é o prefeito Udo Dohler.
Carregou o PMDB nas costas. O PMDB que tinha quatro vereadores agora tem cinco
e fez os vereadores mais votados. Dois dos eleitos são ex-secretários
municipais. O prefeito sai fortalecido deste pleito.
Fernando Krelling - Foi o vereador mais votado da história de
Santa Catarina. Uma nova liderança que será bom acompanhar de perto. Será o próximo
presidente da Câmara de Vereadores e tem um futuro promissor se não for
torpedeado pelos barões do PMDB histórico, antes de empreender voo.
PMDB - Ainda o PMDB de Udo saiu renovado, pois dos cinco vereadores três são novos. Para quem defende a renovação na política local mais uma boa
notícia.
Jéssica Michels - a simpática e espevitada candidata do PSOL mostrou que há espaço para fazer uma campanha com criatividade e poucos
recursos. Só não se elegeu porque seu partido não alcançou o coeficiente
eleitoral mínimo para eleger um vereador.
Causa animal - A causa animal também saiu fortalecida. Fazer foto com
cachorrinho em braços e se apresentar como defensor da causa animal dá mais
votos que ser defensor dos direitos humanos, das minorias ou do meio ambiente.
Este pessoal tem voto “pra cachorro”. A Joinville que vota contra o corredor ecológico
do Bugio Ruivo é a mesma que elege dois vereadores que defendem a causa animal.
Marilisa Boehm - Foi a melhor surpresa desta eleição. Se
tivesse sido cabeça de chapa, o resultado poderia ter sido outro.
Renovação - Quem defendia a renovação no Legislativo, porque a renovação foi de quase 60%. Se consideramos a enorme vantagem que representa buscar a reeleição este dado ganha mais peso. Menos da metade se reelegeram.
QUEM PERDE
Ainda há que esperar o resultado do segundo turno, mas o
modelo republicano sai mais frágil a cada nova eleição. Só com um grande
esforço é possível imaginar este Legislativo fiscalizando o próximo Executivo.
PT - Perdeu o Partido dos Trabalhadores, que não elegeu nenhum vereador. Ficou longe,
muito longe aquele PT que já teve 3 ou 4 vereadores e administrou Joinville. É provável
que acabe menor que o PSOL.
PP - É outro que saiu destas eleições muito menor do que
entrou. Outro partido que não elegeu nenhum vereador. Mesmo tendo candidato na majoritária
fez menos de 2% dos votos. Pouco muito pouco.
Marco Tebaldi - Chegou a estar em segundo nas pesquisas. As
urnas mostraram que não tinha fôlego para aguentar toda a corrida. Foi desinchando
à medida que a eleição foi avançando. O resultado alcançado e a sua situação
política o deixam numa posição muito delicada e que impacta diretamente o seu
partido.
PSDB - O partido dos tucanos também sai menor do que entrou.
Maycon Cesar, Bisoni, Adilson Mariano e João Carlos Gonçalves
são nomes que não estarão no próximo legislativo. Sem eles a Câmara ficara mais monótona e perderá emoção.
SEGUNDO TURNO
O segundo turno é uma nova eleição. As regras do jogo mudam,
o tempo de propaganda é o mesmo para os dois candidatos. Joinville terá que
escolher entre o candidato “honesto” - que não faz - e a incógnita que representa o
deputado estadual que converteu seu desejo de governar Joinville numa cruzada
pessoal. Se mostrar a competência mostrada até agora na aplicação dos
ensinamentos bíblicos e repete os milagres citados por Mateus15:32-39,
Joinville pode ter muito a ganhar. Se unir ao milagre da multiplicação a
virtude da generosidade e do desprendimento o resultado será bom para todos.