terça-feira, 8 de novembro de 2016

Quantos leitos de UTI? Os mesmos que nos anos 90...












POR JORDI CASTAN

Você acreditou que a saúde estava bem e que tinha melhorado nesta gestão? Meu conselho é que não acredite em mitômanos e não fique doente até finais de 2018. E torça para não precisar da UTI porque pode descobrir, da pior maneira, que foi iludido pela propaganda eleitoral. Eis o fato: Joinville tem hoje o mesmo número de leitos que 25 anos atrás. 

No primeiro mandato, Udo Dohler foi eleito com o discurso de seu perfil e experiência como gestor e seu conhecimento da área da saúde. O eleitor acreditou e votou nele. Nem a saúde está melhor, nem a sua gestão pode ser considerada modelo ou referência. No tema da saúde, um bom exemplo das mentiras contumazes é o numero de leitos de UTI. Alguém sabe ao certo quantos novos leitos foram criados entre 2012 e 2016? Foram 14, 16 ou 18? Na gestão Udo Dohler, o Ministério Público cobrou o aumento de leitos de UTI e a romaria de secretários de saúde teve muito a ver com a pressão do MP por melhoras numa área crítica da gestão municipal. 

Com sorte só em 2018 aumentará o numero de leitos de UTI. A realidade hoje é que tanto no São José, HMSJ como no Regional HRHDS há o mesmo número de leitos de UTI que na década de 90. Isso mesmo. Uma situação vergonhosa e que escancara a série de péssimas administrações municipais que temos sofrido. Está prevista, para a próxima semana, o lançamento da licitação para aumentar de 10 para 20 o número de leitos de UTI no regional, uma obra que está prometida desde 2012.  

No Hospital São José, o prazo para passar dos 14 leitos de UTI atuais para os 29 previstos venceu no ano passado. A administração municipal tem dificuldade em cumprir prazos. Entregar obras na data prevista é algo que não se vê por aqui. Apesar da pressão do MP, o edital só será lançado na próxima semana e a obra deve se estender por todo o ano de 2017, com entrega prevista só para 2018. Ainda bem que o prefeito entende de saúde e de gestão. Já imaginou se não fosse esse seu forte? Administração do tempo deve ter sido outra das aulas que o prefeito gazeteou.

Os mentirosos contam com uma ferramenta formidável para espalhar as suas mentiras: a credulidade dos inocentes. Tivemos um show de mentiras na campanha eleitoral e o resultado foi que o mais mentirosos venceram. A culpa não é só dos mentirosos profissionais, porque o eleitor gosta de ser enganado. Prefere acreditar no que quer acreditar, do que na verdade. Aqui nenhum político se elegeria falando a verdade. A verdade é desconfortável e preferimos mentiras piedosas, desde que bem contadas.

Se analisarmos a campanha vencedora em Joinville teríamos uma longa lista de mentiras repetidas até ser convertidas em verdades. No melhor estilo Goebels, o gênio da propaganda nazista que levou Hitler ao poder e o povo alemão a acreditar piamente na sua máquina de propaganda.  

8 comentários:

  1. Se usar a mesma estratégia usada nos CEI's, ele vai serrar cada leito pela metade e dizer que dobrou a quantidade de leitos.

    ResponderExcluir
  2. Joinville é um caso a ser estudado. Cidade operária votando no patrão. Nessas horas lembro do saudoso Tim Maia, que dizia " só no Brasil que pobre é de direita". Mas creio que o eleitor joinvilense tem uma visão messianica a respeito do Udo, e claro, obtusamente errada. Afinal, em suas mentes infantilizadas, Udo é alemão, tem mãos limpas, é empresário e acorda cedo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É que quem votou no “operário” nos últimos 13 anos sabe a merda que pode acontecer, então é preferível votar no patrão mesmo.

      Excluir
  3. Não querendo ser chato, Jordi. Nem mesmo dizer que UDo fez boa gestão na área da saúde, ou que temos leito de Uti suficiente.Pois penso , justamente o contrario, que UDo fez uma péssima gestão nessa área,e que temos pouco leito de UTI. Mas de onde vem esse número? Pois tivemos nesse período a construção do hospital infantil, que abocanhou o atendimento do HMSJ e do regional no atendimentos de crianças que era feito nesses locais.

    ResponderExcluir
  4. Pois é, desde a década de 90 passaram pela PMJ L. H. da Silveira, o Teobaldo, o amigão do Lula e alemão empreendedor e, segundo o autor, o número de leitos de UTI continua o mesmo. Levando em consideração a matiz de siglas e ideologias políticas que passaram pela cidade desde aquela época até hoje, percebe-se que esse problema não tem muito a ver com a vontade política em si, mas com a falta de recursos destinados à saúde, sobretudo numa crise sem precedentes.

    ResponderExcluir
  5. Bom mesmo é o amigo do Aldo Hey Neto. Não lembra?? dá um google.

    ResponderExcluir
  6. Apenas para registrar, o Regional tem hoje 20 leitos de UTI (eram 10 na década de 90 e foram criados mais 10 em 2009). A nova UTI terá mais 20 leitos (está que foi citada a licitação). Mas ainda assim continuará sendo pouco, assim como os demais leitos...

    ResponderExcluir
  7. Se o problema da saúde de Joinville fosse apenas o número reduzido de UTIs talvez não fosse tão ruim. Ocorre que a penúria existe em todos os segmentos: atenção primária, consultas, exames, etc.

    ResponderExcluir

O comentário não representa a opinião do blog; a responsabilidade é do autor da mensagem