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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os fatores que levaram à vitoria de Udo

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A vitória de Udo Dohler era pouco esperada, da mesma forma que a sua candidatura, um puro boato para muitos. Os meses foram passando, e seu nome conseguiu unir um partido que há anos estava rachado. O PMDB de Joinville não encontrava um norte desde que LHS saiu da Prefeitura e foi para o Palácio d'Agronômica. Esta foi a grande vitória de Udo, pois, sem isso, não seria eleito.

Conseguiu o apoio de um partido médio da cidade (o PDT) e alguns outros, formando uma coligação modesta, longe daquelas montadas por LHS nos anos 90. Mas, com um PMDB fortalecido como há tempos não se via. A campanha começou com Udo em quarto lugar, atrás mesmo de Carlito Merss e sua péssima gestão. Com uma chapa de vereadores consistente (a qual acabou elegendo quatro pessoas) e uma propaganda eleitoral diferenciada, mostrando propostas enquanto os outros se criticavam, subiu nos índices de uma hora para a outra, passando Carlito e assustando Clarikennedy e Tebaldi, os líderes intocáveis até então.

Com os ataques diretos a Tebaldi por parte dos adversários, Udo subiu e se consolidou como a segunda força ao fim do primeiro turno. E de fato era, junto com Clarikennedy, a candidatura que mais tinha vontade de chegar ao cargo de Prefeito. Tebaldi estava sonolento e Carlito apanhava nas cordas. Leonel era a surpresa, mas não encorpou a ponto de chegar.

Udo conseguiu não cair na armadilha de revidar os ataques, principalmente aqueles que surgiram após a sua ascensão (o vídeo da mulher "amarrada" vai ficar para a história). Ao não dar mídia para seus ataques, respondendo-as, sua candidatura se consolidou como um nome que estaria no segundo turno, pois continuou mostrando propostas, e apenas isto. 

O segundo turno mostrou a inversão de estratégia do empresário, atacando diretamente o seu opositor. E foi aí que Clarikennedy perdeu. Não foi nem no aceite dos apoios de Tebaldi e Carlito. O revide aos ataques prejudicou muito a sua imagem perante o eleitorado. E essa era a única arma que restou ao Udo e a sua competente equipe (ter uma campanha rica ajuda nessas horas...), revirando todo o passado documentado da vida do deputado, e espalhando através de sua militância. Como uma bola de neve, atingiu grande parte do eleitorado. Mais uma vez, o PMDB unido fez a diferença.

Como uma boa parcela do eleitorado de Clarikennedy ainda não estava decidida sobre o seu voto (aí que se encontra o grande erro dos institutos de pesquisa, pois estes não acompanham a maleabilidade do comportamento eleitoral das pessoas), e acabou invertendo sua intenção após o revide dos ataques, e da proliferação de todo o passado revirado. Udo pode não ter sido o candidato mais coerente, e com fatos estranhos (como o da renúncia de seu salário dias antes da votação) mas sabia que o pessedista iria cair na armadilha e "dar ibope" aos ataques, evidenciando-os. O feitiço persuasivo do deputado virou contra o feiticeiro, pois não conseguiu sustentar o seu discurso incoerente demonstrado através dos ataques.

O empresário Udo, um intruso no rachado ninho peemedebista, que falava com sotaque carregado, incomodado perante os belos discursos dos adversários nos debates (muitos deles desnecessários, tema para um post futuro), representante durante anos dos empresários, indicação do coronel urbano LHS, desconhecido do povão e sem apoios substanciais no segundo turno acabou levando. O seu sucesso deve-se muito também aos erros dos outros. Carlito teve tudo na mão para se reeleger, mas não soube aproveitar. Já Tebaldi sucumbiu após anos desastrosos.

Aos aliados, cabe agora a realização de uma ótima gestão, sempre visando o melhor para a cidade. Aos adversários (principalmente Tebaldi e Carlito) é hora de repensar as atitudes E AS PESSOAS QUE OS CERCAM. Caso contrário, não terão sucesso em 2014. A cidade de Joinville tem um novo Prefeito (o primeiro nascido em Joinville desde Rolf Colin), eleito em uma campanha que entrará para a historia, duplamente: pelo baixo nível dos debates e ataques e também pela virada histórica de Udo Dohler. 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Institutos de pesquisa parecem baratas tontas

JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Você quer uma pesquisa em que o seu candidato apareça em primeiro lugar? Ou em segundo, para a coisa chamar menos a atenção? Então é só falar comigo que eu faço uns graficozinhos bacanas para a gente mostrar que o seu candidato está na frente. E ninguém vai achar que é diferente das pesquisas que andam por aí.

O leitor e a leitora podem imaginar que eu quero por os institutos de pesquisa em dúvida. Mas nem precisa, porque são eles próprios a passarem essa imagem de baratas tontas. Um diz uma coisa, outro diz outra e aí vem um terceiro desdizer tudo. E
no fim fica um claro descrédito. Parece que nenhum deles sabe o que está a fazer e são todos incapazes de identificar as intenções de voto dos eleitores. É uma tremenda confusão.

Um dia Udo Dohler aparece a liderar as intenções de voto dos joinvilenses. Daí a pouco aparece outra pesquisa que vira tudo pelo avesso e diz que Tebaldi é o preferido dos eleitores. E, claro, sempre podemos contar com a inefável Gazeta de Joinville, onde “surpreendentemente” o candidato à frente é .... (toquem os tambores em sinal de suspense)... Clarikennedy Nunes, quem poderia imaginar...


O fato é que as pesquisas divulgadas mais recentemente em Joinville só permitem uma conclusão: ou os institutos não sabem o que estão a fazer (descarto aqui a ideia de que façam pesquisas à la carte) ou então os eleitores entrevistados estão todos bêbados. Pensando bem, eis uma explicação plausível: talvez as pesquisas estejam a ser feitas na Via Gastronômica, quando a madruga já vai alta.


O mais interessante é que os candidatos - pelo menos os que tem grana - realizam as suas próprias tracking polls, pesquisas que acompanham pari passu a evolução das intenções de voto. E das que me tem chegado, é possível perceber que os resultados encontram um denominador comum. Que é diferente de muitas pesquisas.


Gente, eu tenho estado atento a essas coisas das pesquisas em muitos países e nunca vi uma azelhice como essa de Joinville. Em outros lugares os institutos tratam as pesquisas como coisa séria e os resultados são fiáveis (com mais ou menos margens de erro). É, inclusive, uma forma de orientar o eleitorado. Mas em Joinville parece ser a casa da Marlene... uma autêntica zona. 


Os caras estão a brincar com coisa séria (faz é tempo). E o resultado só pode ser a total descredibilização das pesquisas e dos institutos. Deixo uma dica: talvez fosse legal fazer uma pesquisa para ver em qual instituto o povo acredita. E sem esquecer de deixar a opção “nenhum”.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?

Tebaldi termina as eleições com mais ou menos de 20% da preferência dos eleitores? O José António Baço e o Jordi Castan tinham uma "teima" a esse respeito e trazem a troca de ideias para o Chuva Ácida. E você, leitor e leitora, o que acha? Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?





terça-feira, 21 de agosto de 2012

O ruim, o mau e o efeito Tiririca

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
O que explica o fato de candidatos tão desprovidos de atributos quanto Marco Tebaldi e Kennedy Nunes se manterem com certa folga à frente nas pesquisas para a prefeitura? Parece óbvio. É só tentar adivinhar o perfil dos seus eleitores. Não tenho qualquer pesquisa qualitativa em mãos, mas imagino que seja uma massa onde predominam eleitores pouco informados, pouco politizados e pouco participantes em ações cívicas. E, no caso de Tebaldi, com péssima memória. Ou não?

Ok... admito que alguém possa questionar o estereótipo. Mas vamos aos fatos. Não parece haver aí projetos de governo, apenas projetos de poder. O resultado é que esse tipo de proposta não atrai pessoas com convicções firmadas em idéias políticas bem desenhadas. Ou melhor, não há política com “p” maiúsculo. É gente que vai no oba-oba: ou torce pelo “time” do candidato ou tem interesses nos projetos de poder.

Vamos teorizar um pouquinho? A situação traz à tona um pequeno diferendo que tenho com o pessoal das esquerdas. É que ao contrário deles sempre fui contra o voto obrigatório. Acho que desqualifica a democracia (aliás, se sou obrigado a votar a coisa não é muito democrática). Sem a obrigatoriedade, acorre às urnas apenas quem se preocupa em decidir sobre questões de cidadania. O cidadão que não se interessa por “coisas da política” pode ficar em casa tranquilo a ver televisão.

A maior preocupação: o voto é coisa séria demais mais para ser deixado nas mãos de quem não quer votar. E o voto facultativo valoriza o livre arbítrio: se o cara acha que é uma chatice sair de casa para votar, então não devia ser obrigado a ir às urnas. Numa democracia representativa os absenteístas também devem estar representados. É uma evidência. Aliás, a expressão “índice de abstenção” também é estruturante para a democracia.

Podia ficar aqui a tentar dissecar a tese, mas basta a convicção de que isso faria subir o quociente de inteligência dos processos eleitorais. E isso resultaria em melhor democracia. Com o voto facultativo, algumas das distorções da política brasileira, como a eleição de muitos espertalhões e oportunistas, poderiam ser corrigidas. Pode ser uma forma de barrar o “efeito Tiririca”. Vocês, leitor e leitora, não vivem a pedir mais qualificação entre os eleitos? Eis...


Um dos argumentos em favor do voto obrigatório é que ele serve como fator de educação política. Nada a ver. O que educa é o exercício da cidadania. Um eleitor que passa quatro anos totalmente alheado da vida política da sua cidade provavelmente prefere não ir votar. Afinal, são pessoas que encaram o voto como um dever e não como um direito. E acabam por se tornar presas fáceis para discursos fáceis.

Se uma pessoa vota porque é obrigada, estamos à frente de uma distorção da lógica da democracia. E não tenho dúvidas de que, num sistema de voto facultativo, sujeitos como Marco Tebaldi e Kennedy Nunes, que pouco têm a oferecer à cidade, ficariam com a margem de manobra reduzida. E Joinville poderia estar a salvo do vexame de ter que ficar entre o ruim e o mau, como as pesquisas indicam até ao momento.

De qualquer forma, vale salientar aqui uma ressalva: o nome do jogo é democracia. 
Posso achar que os candidatos nada têm a oferecer para o bem da cidade. Mas respeito a decisão do povo, porque ela é soberana. O que não me impede de insistir na ideia. Já parece ser tempo de tentar melhorar as regras do jogo. E o voto facultativo pode ser um bom começo.


P.S.: Na Europa, o voto é facultativo na expressiva maioria dos países. E a democracia não ruiu. Apesar de que mesmo assim tem muita gente que vai votar como quem vota num time de futebol.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O juiz e o deputado Tebaldi



POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
É um evidência: as plataformas digitais democratizam a opinião e ampliam a voz de pessoas que antes não tinham lugares de expressão. Há um novo mundo, senhores. Mas tem gente que parece não ter percebido o fenômeno na totalidade. E cometem-se erros perfeitamente evitáveis: o deputado Marco Tebaldi  foi à Justiça pedir que uma montagem fotográfica, onde ele é mostrado como ficha suja, fosse retirada do Facebook.

Li um texto sobre o episódio no jornal A Notícia e duas coisas chamaram a atenção: o pedido de Tebaldi e o estilo da resposta do juiz. No caso do candidato a fica uma evidência: ele provavelmente não se importa de despender tempo em processos que à partida não surtirão efeito. E imagino que talvez os seus conselheiros não estejam muito atentos à lógica das redes sociais. Meus senhores, vou dizer: caiu na rede é peixe. Na prática, é difícil fazer a coisa desaparecer. Vocês tiram aqui, reaparece ali. Vocês tiram ali, reaparece acolá.

Já a sentença do juiz Yhon Tostes surpreende pelo tom usado. Em vez da linguagem cifrada e intrincada que só os juristas conseguem produzir, vi uma sentença judicial com o estilo de um artigo de jornal. Coisa que nós, simples mortais, conseguimos entender. E, tal como se faz nos artigos de jornal, houve mesmo espaço para uma alfinetada no candidato. Escreveu o juiz, segundo o texto que li em A Notícia:

- Assim, muito embora efetivamente o representante e agora candidato a prefeito não tenha sido enquadrado em nenhuma das restrições da Lei Complementar nº 135/2010, a verdade é que, numa visão popular, não pode ser considerado como um 'ficha limpa', pelo contrário.

Atentem para o detalhe, leitores e leitoras: o juiz usou a expressão “pelo contrário”. É um statement interessante. Porque qualquer pessoa com dois dedos de testa consegue imaginar o contrário de “ficha limpa”. Certo? Ooops! Não sou eu a dizer, mas o juiz. Parece que foi um tiro no pé. Tebaldi não iria ganhar muita coisa ao tentar tirar o post do ar - pelo contrário, até porque esses posts desaparecem com o tempo - e ainda teve um juiz a dizer justamente o que ele tentava evitar.

Marco Tebaldi foi mais longe e, no seu  pedido de direito de resposta, pretendia veicular uma mensagem a dizer: “afirmo que sou candidato ficha limpa". O deputado e os seus advogados parecem não ter compreendido que essas coisas não funcionam assim nas redes sociais. Se o candidato quer dizer que é ficha limpa, ele não precisa ir à Justiça. Só tem que fazer um post com a frase. Simples.

Mas se querem um conselho, caro deputado e advogados, melhor deixarem para lá, porque há o risco de ser outro tiro no pé. Há uma coisa que a gente aprende em comunicação: a lógica do “ferro enferruja”. Ou seja, se o tema é potencialmente mau, melhor deixar quietinho. Além do mais, quem está limpo não precisa sair por aí a repetir. As pessoas acabam por perceber.

Talvez o conceito de democracia nas plataformas digitais ainda seja difícil de entranhar. As redes sociais dão voz às pessoas comuns, democratizam a opinião e põem os políticos num outro patamar. E não sou eu a dizer, mas sim o juiz na sua sentença, no seu estilo muito próprio:

- Se os comentários depreciativos são justos, se agradam ou não, é outra história! O que não se pode agora é querer censurar o direito fundamental de livre expressão.

É isso, juiz Yhon Tostes. Viva a liberdade de expressão!

P.S.: Tem um leitor a reclamar que falamos muito no candidato Marco Tebaldi. Mas é ele a gerar notícias perfeitamente evitáveis, como esta.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Volta ao mundo em 150 dias, por Tebaldi!


POR GUILHERME GASSENFERTH

(Tebaldi sem Photoshop você só encontra aqui!)
Observando os gastos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do deputado federal e candidato a prefeito de Joinville, Marco Antonio Tebaldi (PSDB), fiquei intrigado com o quanto o homem trabalha.

Consta no site da Câmara dos Deputados que de março (quando foi demitido do Governo do Estado e reassumiu a cadeira no Congresso) até julho, o homem gastou R$ 15.236,59 de “combustível e lubrificantes”.

Deixemos os cálculos para depois. Além do valor, outra coisa me intrigou. Uma empresa chamada Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim deste texto), que emite uma nota fiscal de combustível de R$ 4.201,55 em março de 2012, outras na faixa entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e uma de R$ 4009,73 em julho.


Eis aqui a cópia da tela do site da Câmara com os dois maiores gastos. Percebam que o gasto é por nota, não é acumulado do mês, senão o Auto Shopping Derivados de Petroleo Ltda também teria só uma inscrição.


Então fiquei curioso – porque o Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto)? O que faz com que Tebaldi utilize sempre o mesmo posto de combustível?

Vale dizer que segundo o regulamento da CEAP, instituído pelo Ato da Mesa nº 43 de 21/05/2009, em seu artigo 2º, inciso IX, o deputado tem direito a verba indenizatória para “combustíveis e lubrificantes até o limite inacumulável de R$ 4.500,00 mensais”. Lê-se no parágrafo único do mesmo artigo: “As despesas estabelecidas nos incisos I, VII e VIII poderão ser realizadas por assessores [...]”. Depreendo daí que as demais despesas, como a estabelecida no inciso IX, não podem ser realizadas por assessores, só pelo próprio deputado. Pode isso, Arnaldo?

Vamos aos cálculos. Seus R$ 15.236,59 de gastos com “combustível e lubrificante” representariam 5.441,63 litros de gasolina, considerando o preço por litro de R$ 2,80, um preço alto. Com 5.441,63 litros de gasolina, considerando o consumo URBANO da Pajero que ele declara como seu bem (7,4 km/l, segundo li na internet), seria possível rodar 40.268 quilômetros, o suficiente para dar uma volta inteira no globo terrestre sobre a linha do Equador (40.075 km) e ainda sobrariam de lambuja 193 quilômetros, o que daria pra uma visitinha na Secretaria de Educação de SC. Matar as saudades, sabe como é.

Na prestação de contas, raramente veem-se notas de postos em outras cidades. Portanto, o consumo majoritário de combustível é na cidade de Joinville e região, o que deixa ainda mais intrigante a quantidade de quilômetros rodados. Os quilômetros representariam mais de 1.000 viagens entre o Rio Bonito e o Paranaguamirim, para citar dois extremos. O que dá uma média de 6,66 viagens por dia, considerando dias não úteis. É a média da besta!

Se considerarmos uma velocidade média de 60km/h, o que é muito no trânsito que Joinville tem hoje em dia, Tebaldi levou 671 horas só dentro do carro. Seriam 28 dias dentro do carro 24h por dia. O homem é trabalhador, mas não tanto, né, gente? Dividindo as 671 horas pelo número de dias máximos que ele levou pra gastar isso (150 dias, cinco meses), dá 4 horas e meia por dia dentro do carro. Descobrimos o culpado pela imobilidade urbana. Larga esse carro e vai de bike, Tebaldi! :)

Ficam algumas perguntas: o que Marco Tebaldi fez com 40 mil quilômetros? Por que sempre o mesmo posto? Por que notas fiscais de valores tão elevados? Seus assessores estariam usando indevidamente recursos da Câmara dos Deputados (nossos)?

Antes que pensem que estou sendo leviano, eu tentei perguntar direto para eles. Mandei um e-mail para “dep.marcotebaldi@camara.gov.br” na terça-feira, fazendo estas perguntas aqui e algumas outras. Pedi confirmação de leitura no e-mail, que até agora (quinta-feira, 22h), não chegou. Deve ter muito trabalho por lá... E como somos bacanas, damos até direito de resposta às perguntas acima como um texto aqui no Chuva Ácida. Se quiser, claro.

Por último, tenho também uma outra ideia do que pode ser tanto gasto... Considerando que o item é “combustíveis e lubrificantes”, poderia ser o óleo de peroba considerado lubrificante? Porque deve haver um bruto estoque destes no Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto).

PS: informo também que fiz pedido formal da cópia das Notas Fiscais à Câmara dos Deputados. Aguardemos.

DIREITO DE RESPOSTA

Informo que fui procurado pelo proprietário do Posto Aliança - que não é parente do Tebaldi como alguns sugeriram que pudesse ser.

O proprietário informou que possui o posto naquela localidade há 8 anos e que sempre trabalhou com honestidade e prestando serviços com qualidade. Na conversa, ele afirmou que o posto trabalha com o preço médio praticado nos demais postos de combustíveis da cidade e que garante a qualidade de seu produto.

Informou ainda que seu serviço é abastecer e que não cabe a ele saber que uso é feito do produto que vende, com o que concordo plenamente.

Diante do caráter democrático e do senso de justiça deste blog, resolvemos dar ao proprietário o direito de responder aos questionamentos que fiz no texto.

Ele foi bastante solícito e gentil mesmo após as questões que levantei, razão pela qual está postado este adendo ao texto, o que já esclarece uma parte do que foi questionado no texto. Ficamos felizes por estarmos solucionando parte de nossas dúvidas.

Ao proprietário, peço desculpas por aborrecimentos que lhe possa ter causado.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Ainda bem que eu não votei em Raimundo Colombo


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Nas últimas semanas acompanhei o noticiário local e presenciei notícias preocupantes: crescimento de assaltos à mão-armada, furtos dos mais diversos tipos, falta de médicos na rede estadual de saúde, falta de água quente no Hospital Regional, crescimento de homicídios e tráfico de drogas. Sem esquecermos as escolas interditadas, que geralmente dão dor de cabeça para milhares de famílias joinvilenses.

Ao ver tudo isto, soltei a seguinte frase, de forma involuntária, mas que faz todo o sentido: “Ainda bem que eu não votei no Raimundo Colombo”. Há anos não acompanho um Governo do Estado tão omisso e ineficaz com as demandas de Joinville.

Respeito o modelo democrático-representativo, e sei que meu voto foi junto com a minoria. Mas não me impede de cobrar e de escrever aqui para o Chuva. Um Governador que não vem fazer uma pauta na cidade de Joinville para solucionar estas demandas supracitadas, merece o respeito? Um Governador que só aparece para reuniões na ACIJ, CDL e outras pautas industriais, mostra toda a sua falta de preocupação com a maior cidade do Estado, e que é um grande reduto eleitoral seu.

Infelizmente é um cenário que está presente há vários anos em nossa cidade, que mesmo com LHS Governador, não consegue enxergar o devido retorno para a resolução de coisas simples. Agora, se você acha que a promessa de duplicação da Santos Dumont é uma grande realização desta gestão, com certeza está pensando da mesma maneira que os empresários da cidade. Ou ainda: se a exoneração de Marco Tebaldi foi o melhor ato provido por Colombo, com certeza estamos mais afundados que o Jacaré Fritz no mangue do Cachoeira.

O sinal está dado, pois a última pesquisa Ibope mostra uma queda considerável na aprovação da gestão Colombo aqui em Joinville. Ou torna-se uma gestão voltada para as pessoas, como Colombo prometeu em sua campanha, ou assume de vez que o importante é atender o interesse dos empresários do norte de SC, que vai parecer mais fiel às suas ações.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

LHS+Tebaldi: o binômio-fantástico de Joinville



Algumas pessoas desatentas dizem que eu persigo o Tebaldi e o Luiz Henrique. Que eu só critico, que não reconheço as boas coisas de seus governos. Fazendo uma autocrítica e após muitas sessões de terapia, consegui perceber que posso estar sendo injusto com os dois ex-prefeitos, que tanto contribuíram para o desenvolvimento de Joinville.

Deste modo, resolvi dedicar um texto às boas práticas das gestões municipais de 1996 a 2008, estes doze anos dourados da história de Joinville. Elenco abaixo todas as obras e realizações do binômio-fantástico de Joinville, LHS+Tebaldi. Atenção: só entram aqui as obras importantes para a cidade, feitas com qualidade e com volume adequado de recursos, de acordo com minha opinião. Confira:



























Obrigado pela audiência. Voltem sempre! :-)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tô cansado dessa choradeira “é conseqüência da gestão anterior...”


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Da mesma forma que recentemente cansei da propaganda mascarada “volta Tebaldi” nas redes sociais e nas conversas com tucanos, desta vez eu cansei de ouvir o discurso petista de sempre usar a gestão anterior como motivo para tudo. Se há algum problema na cidade, geralmente aparece o Prefeito na mídia, ou algum simpatizante/comissionado nas redes sociais, dizendo que o problema é uma conseqüência da má gestão de quem veio antes. Está certo que as gestões anteriores foram horrorosas, mas eu, que já fiz parte da gestão petista (e não escondo para ninguém), não vejo nenhuma mudança no discurso de quando estive por lá, muitos dos quais me levaram a sair.

Desde a quebradeira nas finanças, até a instalação das luminárias da Beira-rio, usou-se a gestão anterior como muleta. O que poucos lembram, é que, ao fim do primeiro ano de gestão, todo Prefeito tem que elaborar um novo PPA (Plano Plurianual), com duração de quatro anos, para justamente corrigir algumas falhas orçamentárias e redirecionar os investimentos. Tempo para apagar o passado teve. O mais assustador neste discurso repetitivo situa-se na linha tênue com a omissão. Já escrevi aqui no Chuva em outra oportunidade e volto a repetir: se sabiam dos problemas (buraco nas finanças, patrimônio cultural às traças, asfalto podre e drenagem inexistente, só para listar alguns temas prioritários) por qual motivo, após três anos e meio de mandato, não apresentam-se as soluções encontradas?

É no mínimo curioso saber que as realizações mais exaltadas pela gestão Carlito foram obras planejadas nas gestões anteriores! As escolas inauguradas recentemente são frutos de 2007 e 2008. As praças da Rua do Bera (e que muitos enchem a boca pra dizer que é um parque), saíram de um convênio com o FONPLATA há muitos anos. O esgotamento também na mesma situação. Está certo que muitas coisas estavam travadas e esta gestão destravou, mas por qual motivo as coisas ruins têm como culpada a gestão anterior, e as coisas boas (conseqüências da mesma gestão anterior) são obras de “quem faz mais”?

Estou cansado dessa incoerência no discurso. É fácil, cômodo e omisso me apropriar só do que me faz bem, e jogar as coisas ruins para a propriedade dos outros. É muito legal também encher as ruas de luminárias e novo paisagismo, asfalto novo e internet wi-fi e dizer que Joinville está bem cuidada. Ou, pior: dizer que as coisas não foram feitas devido à minoria na Câmara de Vereadores (por pior que seja a atual legislatura) e por pressões populares (como no caso da LOT e do Conselho da Cidade).

Da mesma forma que o “volta Tebaldi” ou o “culpa do Carlito”, os adeptos do “mas na gestão anterior” estão preocupados, e querem, com a repetição, impregnar um discurso. Todos acabam com a paciência de qualquer um. Enquanto isso, ao invés de apontarmos para quem realmente “fez mais”, estamos tentando identificar “quem fez menos”. Joinville está com sua bússola virada, a qual está longe de apontar um norte.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ao dizer “não”, Clarikennedy caiu na armadilha


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Muitas pessoas já estão atentas para as Eleições 2012, principalmente após os últimos movimentos dos partidos, os quais apimentaram demais o cenário da disputa para a Prefeitura, servindo a todos os interessados uma deliciosa omelete de ovos de ornitorrinco (utilizei-me da análise de ontem do Baço) com salada de comunistas e progressistas para sobremesa. Entretanto, o último fato gerou um grande burburinho nos papos dos bolhas, da periferia joinvilense e dos integrantes do Chuva Ácida: Clarikennedy Nunes (PSD) disse não ao convite do todo poderoso Luiz Henrique da Silveira e rejeitou ser vice de Udo Dohler.

O deputado gritou aos quatro ventos nas redes sociais que tem um projeto de se eleger Prefeito (e é o seu único projeto de vida partidária), mas “esqueceu” de dizer que o seu partido ainda não decidiu nada (todos os partidos decidem seus rumos até o dia 30 de junho), sem contar que ele não possui maioria no diretório municipal do PSD. E mais: o PSD diz amém a tudo que o governador Colombo solicita. Darci de Matos, o outro postulante do PSD, desistiu faz algumas semanas de ser candidato, por dois motivos: 1) é aliado histórico de Marco Tebaldi (o pré-candidato do PSDB) e 2) o PSD (leia-se: Colombo) fará de todo o possível para isolar o tucano, até como continuação da fritura feita desde a época de Secretário da Educação. Creio em um acordo prévio entre Colombo e LHS, levando o PSD para o PMDB.

Considerando tais fatos, Clarikennedy pode estar no meio de um grande fogo amigo e de uma fantasia sem fim. De um lado da mesa está o Governador que fará de tudo para derrubar Tebaldi (e conchavar com LHS), e do outro, Darci, que vai jogar de acordo com as cartas mais altas postas no jogo. Ao dizer não para este convite de LHS, um novo nome pode surgir para atrapalhar os planos do jornalista-deputado. Já pensaram na possibilidade do PSD se juntar ao PMDB com um Patrício Destro de vice? Sobraria a LHS – em mais uma de suas manobras - dar a (in)direta para aquele que rejeitou o convite, isolando-o e jogando-o contra seus companheiros de partido, retomando o controle total da política local.  Ao Colombo, felicidade, pois conseguiria o seu maior objetivo em terras joinvilenses e forçaria uma coligação inexpressiva aos tucanos.

Clarikennedy, ao fazer barulho sobre a sua decisão, pode estar se condenando em 2012. O projeto pessoal de chegar à Prefeitura é muito frágil se elencarmos os atores políticos e seus interesses em comum. Claro que, ainda temos Carlito, Novaes, Camasão, Coelho, Xuxo... e muita coisa pode acontecer até as convenções do fim de junho. Mas, fica o recado: com LHS e Colombo no controle, qualquer outro projeto pessoal de ascendência ao poder é minado.

PS. Uma futurologia boba: Clarikennedy, ao se ver deixado de lado pelo PSD, romperia (assim como fez com o PP) e apoiaria Tebaldi? Veremos!

terça-feira, 22 de maio de 2012

O palco preferido das bizarrices eleitoreiras


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Estamos acompanhando, mais uma vez, um fato muito comum na história desta cidade: o Centro como palco de alguma intervenção polêmica da Prefeitura, com vistas a ser retumbante até as eleições. A pequena ponte em frente ao Fórum e as imponentes luminárias na Avenida-feita-para-especulação-imobiliária-dos-terrenos-daquele-famoso-empresário são os novos capítulos desta longa novela. Enquanto isso, a periferia da cidade cresce territorialmente e a cada dia fica mais carente da atenção do poder público.

As luminárias podem iluminar blá-blá-blá, ou dar segurança para a turma da bolha caminhar e dizer que é da geração saúde, mas o grande fato consiste em que a gestão Carlito utiliza-se de artimanhas que os seus antecessores também usaram: criar obras pontuais no Cento com eficiências duvidosas, e as utilizando ideologicamente como essenciais para toda a cidade. E como o Centro é a região da cidade com maior visibilidade da mídia e da população em geral, torna-se o palco preferido das bizarrices ou das conspicuidades.

Wittich Freitag alterou o perfil dos passeios do Centro em uma de suas gestões, e na outra inaugurou a nova Prefeitura; Luiz Gomes (aquele que prometeu limpar o Cachoeira) criou um teatro que quase morreu na casca se não fosse LHS se apoderar dele e transformar  na maior ilusão eleitoreira já feita por um prefeito na história dessa cidade (se você ainda não matou a charada, digo que é o Centreventos, aglutinação que assassinou a língua portuguesa e ilude muitos ingênuos, os quais pensam que a cidade é ótima por causa daquilo). Pedro Ivo rasgou o centro para abrir a JK, e Brustlein criou a “companhia de embellezamento” para valorizar as suas terras próximas ao rio Cachoeira. Não foi o suficiente para igualar Carlito aos outros? E a Rua das Palmeiras, aberta para acalmar uma população sofrida e que acreditou na possibilidade de ser comune a uma realeza? E a cobertura de cinza que Tebaldi promoveu nas praças da região central, derrubando árvores, abrindo a Rua do Príncipe e matando a vida do comércio ambulante? E o Flotflux? Agora deu?

O discurso sempre foi o mesmo, pois todos tentaram passar a ideia de que investir no centro era investir na cidade. Ao valorizar o centro, estaria valorizando a cidade. A periferia (termo que teve seu uso proibido durante anos aqui em Joinville) sofre com escolas fechadas, RUAS MAL ILUMINADAS, insegurança, transporte coletivo precário, etc. Tudo jogo. Tudo história pra joinvilense dormir. E o mais delicioso: os críticos de ora, sempre serão os pais das bizarrices de outrora. Por fim, os técnicos que legitimam tudo isso são os de sempre! O ciclo é cíclico, e vice-versa.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tebaldi se enrola na justiça de novo, por suspeita de superfaturamento quando era Secretário


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Mais uma vez os leitores do Chuva Ácida ajudam a mostrar as supostas irregularidades e imoralidades dos nossos políticos. Da mesma forma que aconteceu com o escândalo das diárias, novamente um leitor (não vamos citar a fonte,  é óbvio, porém podemos garantir que é uma pessoa apartidária), ao checar o site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, encontrou mais uma suspeita de corrupção do ex-Prefeito de Joinville e Deputado Federal Marco Tebaldi,na época em que atuava como Secretário da Educação do governo Raimundo Colombo .

Desta vez, uma ação popular cível em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis (processo nº 023.12.014409-6) cita Tebaldi e seu ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico na Prefeitura, Raul Bergson, por um suposto superfaturamento na aquisição, com dispensa de licitação, de licenças de softwares através da empresa Geha Comércio de Sistemas de Informática Ltda, num contrato com valor total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais).

Ao consultar o site da empresa citada (www.horario.com.br) encontramos de fato várias Prefeituras e Escolas da região como suas clientes. A empresa, ao que parece, atua no ramo da educação há muitos anos. Entretanto, como consta nas decisões judiciais, a Geha não participou de processo licitatório, bem como vendeu as licenças por um preço muito maior do que o praticado pelo mercado, e do que ela própria já havia vendido para outros clientes.

O documento de fl. 37, que se refere ao aviso de inexigibilidade de licitação, publicado no Diário Oficial do dia 26/01/2012, indica que foram adquiridas 1300 (mil e trezentas) licenças ao custo total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais). 
Ou seja, cada licença custou aos cofres públicos R$ 850,00. 
Com efeito, as provas juntadas aos autos permitem extrair razoavelmente que o preço praticado no contrato celebrado foi extorsivo, muito acima dos valores praticados no mercado e até mesmo ao cobrado pela GEHA em outros contratos. 
À fl. 72 e 88, vê-se que há aproximadamente um ano e meio atrás (setembro/2010), a empresa GEHA foi classificada em licitação no Município de Campinas, para conceder a licença do mesmo software de que aqui se trata, pelo valor de R$ 500,00 licença/ano. 
Em outubro de 2009, GEHA apresentou proposta de R$ 400,00 por licença/ano, para o mesmo Município de Campinas (fls. 55 e 71). 
Já às fls. 89/95, a empresa GEHA cobra do município do Rio de Janeiro, pelo mesmo software, de R$ 200,00 a R$ 300,00, entre os anos de 2004 a 2011. 
À fl. 143, verifica-se que a empresa WWK vende a licença de uso de software semelhante pelo valor anual de R$ 146,00. 
Ora, é manifesto que o contrato realizados pelos requeridos foi demasiadamente lesivo ao Estado de SC. 
Importante destacar que como a Secretaria de Estado da Educação almejava adquirir 1.300 licenças, em razão desse elevado número, haveria uma margem mais confortável para ambos os contratantes negociarem desconto nos valores.
Todavia, parece que a avidez da empresa contratada e a péssima negociação conduzida pelos administradores público determinou que o Estado de SC pagasse o dobro pelo mesmo serviço prestado em outras localidades. 
 
Isso reclama resposta jurisdicional imediata, para que os malefícios do ajuste não tomem proporções ainda maiores. (Decisão de 13 de março de 2012)


Após a interposição de agravo de instrumento por parte da defesa, o Juiz Luiz Fornerolli manteve a decisão, inclusive com alguns apontamentos:

As razões lançadas pelo agravante bem como os documentos que amparam o recurso são relevantes, tornando questionável o que fora deduzido junto à inicial. Entretanto, a demanda não está alicerçada tão-somente no superfaturamento dos preços, mas também na ilegalidade da contratação direta levada a cabo. Logo, ainda que de modo relativo, presume-se que a dispensa indevida da licitação fomentou lesão ao erário, saí a necessidade da manutenção da indisponibilidade de bens, ao menos até que estas questões sejam suficientemente esclarecidas na instrução processual. A existência de softwares similares no mercado, ao menos por ora, faz presumir que o estabelecimento da competição era necessário. Todas essas questões, mormente em vista das peculiaridades técnicas que giram em torno dos programas envolvidos, deverão ser esclarecidas em momento oportuno. À vista disso mantenho a decisão atacada. Aguarde-se o cumprimento das diligências citatórias. Intime-se. (Decisão de 10 de abril de 2012)

Ainda não há nada em definitivo (apenas a suspensão do contrato com a Geha e a indisponibilidade dos bens dos réus), mas o fato é que Marco Tebaldi está mais uma vez sendo investigado – junto com um ex-Secretário da Prefeitura de Joinville, enquanto que a educação catarinense pede socorro. Lembramos também que, este não é um espaço jornalístico, mas todos os citados têm o direito de resposta, caso entendam conveniente. Também não cabe ao governo Raimundo Colombo “lavar as mãos” para este caso só porque não conta mais com Tebaldi. O Chuva Ácida estará de olho neste processo, e agradecemos desde já aos leitores que acreditam no nosso blog como um espaço de denúncias e de respeito ao bem público.

PS: A defesa entrou com um efeito suspensivo sob o bloqueio dos bens, mas teve o pedido negado. O processo continua tramitando...

terça-feira, 27 de março de 2012

Tô cansado dessa choradeira “volta Tebaldi”

       POR CHARLES HENRIQUE

     
Faz muito tempo que não falo de política partidária por aqui. Foi de propósito. O cenário nos últimos meses vem me enojando muito. Algo que compõe isso tudo é a choradeira dos tucanos e simpatizantes, anti-PT e anti-Carlito (estes dois últimos são grupos totalmente distintos) para que o ex-Prefeito, ex-Secretário de Educação e meio Deputado Federal Marco Tebaldi seja candidato pelo PSDB nas eleições 2012. O coro “volta Tebaldi” é comparável ao esquecimento da população brasileira na hora de apertar os botões da urna eletrônica.

Tebaldi, que saiu queimado da Secretaria de Educação, foi recebido com um pétit-comité que não existiria em nenhum lugar de Santa Catarina. Só em Joinville mesmo. Com essa festinha veio o bombardeio nas redes sociais de um “volta Tebaldi”, “quero Tebaldi de volta” e até uma declaração de amor: “Tebaldi, não sei viver sem você”... e este discurso foi impregnado nas entrelinhas de alguns radialistas e apresentadores de TV. Claro, são todos amigos que querem voltar para o lado de lá do balcão.

Mas pedir para o ex-Prefeito voltar, além de representar o retrocesso da volta de um grupo político que há anos estava no poder (e que perdeu espaço após o fim dos 8 anos de LHS no Governo Estadual), é pedir para Flotflux voltar, juntamente com o Boulevard Cachoeira, abertura da Rua do Príncipe, o paver nas praças, a TLL anual, a tarifa de varredura, Secretário da Saúde preso, a venda da conta-corrente do funcionalismo público e todos os demais escândalos e incompetências que a sua gestão teve de 2002 a 2008. Está certo que tivemos ganhos como a municipalização do serviço de água e esgoto, e mais certo ainda que a gestão Carlito é um grande cabo eleitoral da oposição, mas o PSDB seria muito mais digno se lançasse uma proposta nova para a cidade, juntamente com um nome diferente.

Tô cansado da memória curta e da choradeira desse povo que quer voltar mais do que o próprio Tebaldi. Mais cansado ainda dos nomes que surgem como pré-candidatos, vazios e sem propostas. Nós já temos uma representação fraca em Brasília, e, sendo assim, não seria melhor pedir um “volta Tebaldi para Brasília?”. Tem uns que pedem um “volta Tebaldi para Erechim”, mas, não é o meu caso. Talvez as praças (ou frigideiras em dia de verão) da Rua do Bera (projetadas na gestão Tebaldi) sirvam para o show beneficente em prol da compra  das passagem de volta do Deputado para os pampas. Ta aí a dica para os petistas que adoram aquele marco do urbanismo local.

PS. Meu dedo tá coçando pra apertar o branco em Outubro. Tenho esperança de não realizar tal ato.

quarta-feira, 7 de março de 2012

A educação de Santa Catarina pede socorro!

POR GUILHERME GASSENFERTH

Carlos Gouvêa* tem 16 anos e é surdo. Ele sonha em ser designer e é um aluno aplicado, tanto que aos 16 já está no 3º ano do Ensino Médio. Mas ocorre que infelizmente ele não está frequentando a escola porque o Governo do Estado de Santa Catarina não provê atendimento à sua necessidade mais básica e garantida por lei: os professores não falam sua língua. Não há intérpretes da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Para Carlos, não faz sentido deslocar-se todos os dias até a escola Celso Ramos sem que possa entender o que está sendo comunicado. Ele quer estudar, mas o Estado não quer vê-lo em sala de aula.

A Lei prevê intérpretes onde houver surdos, mas o Estado de Santa Catarina não está respeitando isto. Pessoalmente, eu telefonei para a GERED nesta terça-feira e perguntei sobre esta situação. A funcionária diz que não há profissionais capacitados. Será mesmo assim? Por questões óbvias não divulgarei o nome, mas há uma profissional capacitada, habilitada, que já foi intérprete no Estado e não está em sala de aula, não está ganhando salário desde o fim de 2011 e não foi chamada até agora porque “não há vagas”. Falta orçamento ou vergonha na cara?

Carlos não ficou surdo no fim de 2011. Ele é e sempre foi surdo. E a GERED já sabia, em 2011 e em qualquer outro ano, que deve contratar intérpretes de LIBRAS todo início de ano. Por que não se preparou para isto no fim do ano passado? Por que não reservou orçamento? Por que não treinou mais professores para serem bilíngues e poderem ensinar em Libras e em português ao mesmo tempo? Faltou planejamento ou vontade?

Mas Carlos não é o único estudante que sofre com a incompetência e inércia da Secretaria de Educação de Santa Catarina, comandada até semana passada pelo pré-candidato a prefeito de Joinville, Marco Tebaldi, e atualmente por Eduardo Deschamps.

Outras situações fazem a educação de Santa Catarina clamar por socorro e fazem nosso belo Estado passar vergonha nacional.

Em 2012, os estudantes da rede estadual de ensino não receberão uniformes. O motivo alegado por Tebaldi é que o dinheiro que até então ia para os uniformes servirá para pagar as despesas das conquistas dos professores após a greve de 2011. Parece querer colocar a sociedade contra os professores, que são os menores culpados de tudo. Muito bem, Sr. Tebaldi. Sugiro que aproveitem e cortem também os livros!

Em Joinville, o Estado tem enfrentado fechamentos de escolas por problemas de estrutura, em ações promovidas pela Vigilância Sanitária. As Escolas Francisco Eberhardt, Maria Amin Ghanem e Plácido Olímpio de Oliveira ainda estão fechadas. Para os 1.900 estudantes destas escolas, não há uniformes, nem salas de aula e nem intérpretes, se houver alunos surdos. Como é que a Secretaria de Educação ia saber que as escolas precisavam de reformas? Foram só 14 escolas notificadas em 2011, dentre 43. E os problemas nem são tão graves assim! Banheiros sem portas, lâmpadas queimadas, telhado abaulado, infiltrações... e as goteiras nas salas de aula? Tudo bem, quase não chove em Joinville.

Já se sabe que sem educação, todos os indicadores sociais ou econômicos pioram. E SC, que poderia ser mais uma vez uma honrosa exceção nos maus índices socioeconômicos nacionais, destaca-se negativamente na educação. O governador Colombo dá tanta atenção ao professor que foi até Brasília defender que o Piso Nacional do Magistério fosse alterado... pra baixo! Enquanto o Governo Federal estipulou o piso no já vergonhoso valor de R$ 1.451, Colombo faz lobby pra que o valor baixe para subsaarianos R$ 1.264,15.

Mas há uma explicação. Como é que Santa Catarina vai poder bancar este exagerado salário aos professores, quando há 36 secretários regionais e seus respectivos cabideiros para sustentar, em cidades tão expressivas como Quilombo, Seara ou Palmitos?

Vocês conhecem a expressão “sentir vergonha alheia”? O engenheiro-sanitarista Marco Tebaldi administrou a Secretaria de Educação de SC até semana passada e agora surge como virtual pré-candidato a prefeito em Joinville. Preciso dizer algo?

Além de Carlos Gouvêa, os demais estudantes surdos e sem intérprete, os que ficaram sem uniformes, os que estão sem aulas e os professores que assistem à batalha de Colombo pela redução de seus salários agradecem imensamente a Marco Tebaldi e Raimundo Colombo pelos presentes que deram a Joinville neste dia 9 de março. Viva Joinville!

*Carlos Gouvêa é o nome fictício de um rapaz que eu conheço e está buscando alguma alternativa para levar adiante seu sonho de estudar e ir para a faculdade.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

10 avaliações sobre a última pesquisa eleitoral

POR CHARLES HENRIQUE

O grupo RBS divulgou neste último domingo uma pesquisa do Instituto Mapa para prefeito de Joinville nas eleições 2012. Estamos a um ano das eleições, ainda falta muita água rolar embaixo da ponte, mas algumas avaliações podemos fazer. A pesquisa foi realizada com 602 eleitores e tem 4 pontos percentuais como margem de erro. Vamos então ao que interessa:
  1. Carlito Merss (PT) está em maus lençóis! 3,3% das intenções na pesquisa espontânea, média 3 na avaliação de seu governo, oscilação entre 5,1% e 6,3% nos 4 cenários estimulados pela pesquisa, 72% de rejeição e apenas 10% de avaliação positiva acendem uma luz laranja (daqueles laranjas BEM fortes) nos bastidores petistas. Nem Luiz Gomes, prefeito muito contestado também, teria estes índices a um ano de terminar o mandato;
  2. Marco Tebaldi (PSDB) está mal também. O segundo político mais rejeitado da pesquisa (20,3%) e a terceira colocação nos dois cenários estimulados em que participa (atrás dos candidatos do PSD e PMDB) e uma intenção de voto espontânea baixíssima (perde até para Carlito) botam água no chopp do tucano em sua meia-vontade de voltar à Prefeitura. Deste modo, PSDB vai de PSD? Ivandro também não decolou;
  3. Doutor Xuxo (PR) pode ter nos números o seu grande aliado para negociar a vaga de vice em alguma chapa. Não tem tanta rejeição como os outros (12%) e aparece na frente de Carlito em todos os cenários. O problema é a executiva nacional, que é fechada com o PT.
  4. Sandro Silva (PPS) está na mesma situação que Xuxo. Mas, se PSDB fechar com PSD, e PR fechar com PT ou PMDB, por exemplo, o que “sobraria” para os não-tão-socialistas-assim?
  5. A indefinição do PDT em apoiar Carlito ou sair do governo de vez tem atrapalhado Rodrigo Coelho, que não decolou muito nessa primeira pesquisa, em todos os cenários. O pedetista, por ser um nome novo, tem baixa rejeição (5,6%);
  6. Luiz Henrique (PMDB) ainda é mais lembrado que Carlito e Tebaldi na pesquisa espontânea. Isso mostra a força do nome LHS;
  7. Darci de Matos (PSD) aparece bem, assim como em 2007, um ano antes das eleições de 2008 que elegeram Carlito. Nos dois cenários aparece muito a frente de Udo Dohler (35% e 31,9%) e larga na frente com relativa folga. Quem deve estar “roendo as unhas” após esta pesquisa é o seu “amigo” de partido...;
  8. Clarikennedy (PSD) está bem na estimulada (é primeiro colocado com 8,1%), mas, quando bate de frente com Udo Dohler (PMDB) nos deparamos com um empate técnico. Ainda tem a rejeição mais alta após Carlito e Tebaldi (“bater” na gestão tem suas consequências...). É sempre bom lembrar que o candidato do PSD será definido a favor do nome que estiver na frente das pesquisas. Aqui vai o meu palpite: por mais que Kennedy esteja bem, o candidato será Darci em 2012. Palpite é palpite...
  9. E o “tio” Udo hein? O PMDB caiu em seus braços, e seu nome, de tão forte que é, já está na boca do povo. Terceiro colocado na espontânea, e segundo colocado em todos os cenários estimulados! E a rejeição muito baixa para um nome do PMDB, atrás de todos os outros principais candidatos. Pois é, parece que o discurso “gestor”, “empresário”, etc etc, que vimos tanto nos anos 60, 70, 80 e 90 vai voltar. Mas, engraçado... o PMDB foi o partido que mais tentou quebrar este discurso antes da redemocratização. A política dá voltas...
  10. Os partidos médios e pequenos ainda não criaram raízes na cidade.