terça-feira, 22 de maio de 2012

O palco preferido das bizarrices eleitoreiras


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Estamos acompanhando, mais uma vez, um fato muito comum na história desta cidade: o Centro como palco de alguma intervenção polêmica da Prefeitura, com vistas a ser retumbante até as eleições. A pequena ponte em frente ao Fórum e as imponentes luminárias na Avenida-feita-para-especulação-imobiliária-dos-terrenos-daquele-famoso-empresário são os novos capítulos desta longa novela. Enquanto isso, a periferia da cidade cresce territorialmente e a cada dia fica mais carente da atenção do poder público.

As luminárias podem iluminar blá-blá-blá, ou dar segurança para a turma da bolha caminhar e dizer que é da geração saúde, mas o grande fato consiste em que a gestão Carlito utiliza-se de artimanhas que os seus antecessores também usaram: criar obras pontuais no Cento com eficiências duvidosas, e as utilizando ideologicamente como essenciais para toda a cidade. E como o Centro é a região da cidade com maior visibilidade da mídia e da população em geral, torna-se o palco preferido das bizarrices ou das conspicuidades.

Wittich Freitag alterou o perfil dos passeios do Centro em uma de suas gestões, e na outra inaugurou a nova Prefeitura; Luiz Gomes (aquele que prometeu limpar o Cachoeira) criou um teatro que quase morreu na casca se não fosse LHS se apoderar dele e transformar  na maior ilusão eleitoreira já feita por um prefeito na história dessa cidade (se você ainda não matou a charada, digo que é o Centreventos, aglutinação que assassinou a língua portuguesa e ilude muitos ingênuos, os quais pensam que a cidade é ótima por causa daquilo). Pedro Ivo rasgou o centro para abrir a JK, e Brustlein criou a “companhia de embellezamento” para valorizar as suas terras próximas ao rio Cachoeira. Não foi o suficiente para igualar Carlito aos outros? E a Rua das Palmeiras, aberta para acalmar uma população sofrida e que acreditou na possibilidade de ser comune a uma realeza? E a cobertura de cinza que Tebaldi promoveu nas praças da região central, derrubando árvores, abrindo a Rua do Príncipe e matando a vida do comércio ambulante? E o Flotflux? Agora deu?

O discurso sempre foi o mesmo, pois todos tentaram passar a ideia de que investir no centro era investir na cidade. Ao valorizar o centro, estaria valorizando a cidade. A periferia (termo que teve seu uso proibido durante anos aqui em Joinville) sofre com escolas fechadas, RUAS MAL ILUMINADAS, insegurança, transporte coletivo precário, etc. Tudo jogo. Tudo história pra joinvilense dormir. E o mais delicioso: os críticos de ora, sempre serão os pais das bizarrices de outrora. Por fim, os técnicos que legitimam tudo isso são os de sempre! O ciclo é cíclico, e vice-versa.

8 comentários:

  1. Perfeito e com título para ser lembrado por muitos anos.

    A imprensa acredito que continuará achando que o "centro central" tem importância além da efetiva.

    Comércio e serviços destinam seus investimentos pensando na logística de seus clientes para os "centros dos bairros".

    A visibilidade desejada pelos populistas caminha (de carro) pela maior e melhor "rua" de Joinville onde a prefeitura não mete a mão porque é administrada pela Autopista Litoral Sul.

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  2. Muito bom Charles, parece que enfim um comentário IMPARCIAL surgiu sobre as obras pré-eleitoreiras.
    Depois do festival de ataques e ironias que desencadeou o post sobre as luminárias, só por que ousaram discutir o gosto das mesmas, o seu custo, contratação e projeto, me atrevo a concordar contigo: o mundo é redondo e as coisas são cíclicas. Nenhuma novidade no front até agora. Coitados de nós na hora de apertar o botão.

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  3. É hipoteticamente impossível, ou não...
    E se as cidades que alcançassem um número X de habitantes, fossem divididas em sub-prefeituras? Não seria mais fácil detectar os problemas e priorizar as soluções?
    Isso deve existir em algum lugar, ou talvez eu tenha falado besteiras. Mas, sonhar ainda se pode...
    Zé Bolacha.

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    1. No Voto Distrital o eleitor escolhe entre os candidatos a vereador do seu distrito ou bairro.

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  4. Interessante, me fez pensar que em quatro anos de governo Carlito o Bairro Fátima não obteve nenhuma melhoria... Luiz Henrique, me desculpe falar Charles Henrique, fez muito pelo fátima em sua primeira gestão, Urbanizando toda região do areião como costumava chamar-se aquela área logo após a ponte do terminal a esquerda... bom de que forma desde então ficamos esquecidos...

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  5. Sugestão de Texto : Mais uma vez enrolaram os funcionários da Busscar adiaram a assembléia !!
    querem esvaziar a próxima e empurrar o plano goela abaixo...!!!

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    1. Não podemos nos meter no "contrato" com Marcopolo/Caio ainda mais em ano de eleição onde mais algumas parcelas serão pagas

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  6. "Se iluminação fosse sinônimo de segurança, não haveria assalto durante o dia."
    Segurança se faz com policiamento e adensamento da cidade, ocupando as áreas vazias - inclusive desta avenida.

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