sexta-feira, 11 de maio de 2012

A UFSC Joinville fez tudo errado e ainda queria bajulação?


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Na semana passada, após quatro anos, finalmente tivemos o lançamento das obras da UFSC Joinville (leia-se também por UFSC Norte, UFSC-dos-prédios-alugados ou UFSC-de-um-curso-só). Analisando os discursos proferidos no evento, e as entrevistas concedidas aos jornais locais, parece que houve muita mágoa com as cobranças e questionamentos feitos por setores da sociedade joinvilense. Ainda bem que estas dúvidas surgiram, pois tudo foi feito da pior forma possível, e até hoje pagamos o preço por tais remendos.

Será que os diretores não lembraram que o terreno escolhido para abrigar a Universidade está em uma localização péssima, em um espaço alagadiço, às margens de uma rodovia com alto movimento, e comprado por valores absurdos? Ou a necessidade de compra do terreno do Sinuelo, bem como a terraplanagem, surgiu do nada? Ou pior: esqueceram que ali teríamos o quase esquecido contorno ferroviário?

Parece também que a mágoa existiu quanto à escolha dos cursos. Quando uma parcela da sociedade começou a questionar se realmente eram cursos que atendiam as demandas de ensino da região, a direção encarou como algo próximo à ofensa. Esqueceram-se que rasgaram a Constituição quando não debateram com a sociedade. Esqueceram-se que, apesar da autonomia didática de uma instituição deste porte, contemplaram a necessidade da ACIJ e criaram um curso com uma ementa estranhíssima.Quando o Ministério Público Federal questionou juridicamente (e a Câmara de Vereadores, em forma de audiência pública) estes fatos, a sensação da direção da UFSC era de que os questionadores eram contrários à vinda desta Universidade. Queriam bajulação? Que a sociedade joinvilense os ovacionasse? Os problemas surgiram pelas “gambiarras” da própria UFSC, da Prefeitura e do Governo do Estado. Por que em Chapecó, por exemplo, antes da Instalação da Universidade Federal da Fronteira Sul, a sociedade foi ouvida em audiências públicas? E ainda: por qual motivo as coisas andaram rapidamente por lá, enquanto que aqui tudo está em passos de tartaruga (as aulas de fato nas dependências próprias da UFSC Joinville começarão somente em 2014)?

Agora a UFSC Joinville quer oferecer mais cursos. Finalmente entenderam o recado, anos depois. Mas não se engane caro leitor: a UDESC Joinville também já teve esta promessa, e bem... o resultado está lá no Campus Universitário para quem quiser conferir. A ampliação dos cursos na curva do arroz vai depender de verbas federais ainda não garantidas, etc. E também só agora perceberam que a Engenharia da Mobilidade não irá entender nada da mobilidade de um local sem diálogo com outros campos do conhecimento. Parece que o filme da UDESC na década de 60 está se repetindo com a UFSC Joinville em pleno século XXI. Ser futurólogo é fácil, dizendo que vão ampliar aqui e acolá, mas se esquecem do pífio presente, apesar do alívio momentâneo de alguns.

5 comentários:

  1. Charles acredito que os 7 cursos agrupados em só foram assim reunidos para viabilizar turmas auditório com mínimo de recursos. Tivessem optado pelas ditas engenharias tradicionais poderiam ser questionados pela mesma oferta presente em instituições privadas e uma pública.

    Questiono como questionava a UDESC há 2 décadas a falta de cursos noturnos.

    Uma instituição federal autônoma com verba anual de 1 bilhão de reais ( quase uma Joinville), não precisaria mendigar terreno e querendo poderia transferir novas turmas de muitos cursos para nossa região em curto espaço de tempo , melhorarando assim a logística discente.

    Seu enfoque me parece correto de que a UFSC em Joinville assemelha-se a estelionato com cronograma tocado em conjunto ao cronograma eleitoral.

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  2. 4 anos que não trarão saudades para Joinville. Em quase todos os aspectos.

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  3. Charles,
    Tu acreditas mesmo que este pessoal tem a humildade suficiente para reconhecer a quantidade de bobagens que fez?
    Eu acho que não. Estão contentes e acham que somos nos que estamos em divida com eles

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  4. Humildade é algo que não se vê por aqui.

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  5. Cara, que texto ridículo. Vai te informar melhor ao invés de falar merda.

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