POR GUILHERME GASSENFERTH
A primeira vez que ouvi falar nas salas modulares que a
Prefeitura Municipal de Joinville instalou em algumas escolas, torci o nariz.
Já pensei em palavras como “gambiarra”, “enjambração” e outros adjetivos que
significam uma coisa feita sem muito esmero.
Em seguida, percebi nas redes sociais que não era só eu.
Outras pessoas criticando, dizendo que “assim é fácil” acabar com o turno
intermediário. Aliás, mais uma vez parabéns à equipe do Carlito por empenhar-se em acabar com isto de uma vez por todas.
Como é fácil criticar sem conhecer, resolvi ir até a escola Nilson Bender (foto acima), no bairro Paranaguamirim, e conhecer in loco uma sala modular. Assim, cheguei à conclusão de que as
salas de aula modulares não são uma ideia má. Pelo contrário!
Nós não estamos ainda acostumados a um novo paradigma demográfico,
que é a redução do número de crianças. Segundo o IBGE, Joinville tem 86.892
jovens com idades entre 10 e 19 anos, mas apenas 69.539 com idades entre 0 e 9
anos. Significa dizer que desconsiderando
variações advindas de migração (que podem ser tanto positivas quanto negativas),
teremos 17 mil jovens a menos para estudar dentro de alguns anos...
Se uma sala de aula convencional funcionar de manhã, de
tarde e à noite, ela abrigará no máximo 150 alunos. Isto significa dizer que no
mínimo 113 salas de aula estarão obsoletas em alguns anos... E o governo
precisará planejar como otimizar o número de professores, diretores, material
escolar, e assim por diante. É fato que poderemos reduzir o número de
diretores, de orientadores, de técnicos-administrativos, entre outros! \o/
Se pensarmos em um horizonte temporal um pouco maior, as
escolas serão em grande número desnecessárias. Se uma grande escola possui 20
salas, pelo menos 5 grandes escolas poderão ser fechadas em poucos anos. É
óbvio que se pode dar outros usos, como utilizá-la para a educação infantil, ou
como centro comunitário, ou coisa similar... mas como escola, não será mais
necessária.
E aí entra a viabilidade da sala modular. Pode-se colocá-la
na escola que estiver precisando. Tira-se daqui e coloca-se lá. Pronto. Uma
sala equipada, inclusive com ar-condicionado, que pode ser removida. O bairro Glória
tá com poucas crianças? Tira a sala e leva pro Ulysses Guimarães. Pronto,
simples assim.
Os equipamentos modulares podem servir até mesmo para
abrigar salas normais para outros órgãos da prefeitura. Aos corneteiros de
plantão, recomendo que conheçam pessoalmente antes de reclamar.
Os corneteiros de plantão só acreditam no que querem acreditar. Abestadinho do PT
ResponderExcluirBoa idéia, só não entendi a matemática do IBGE. Sempre achei que o número de jovens estava aumentando.
ResponderExcluirA idéia é excelente, principalmente a parte da moblidade das salas, que o digam os pais dos ex-alunos do turno intermediário... Pena que algumas pessoas fecham os olhos para as boas idéias, simplesmente por diferenças partidárias....
ResponderExcluirA indústria dando mais uma grande contribuição para a sociedade
ResponderExcluirO número de jovens aumenta, mas em bairros diferentes. Depois de consolidado, a população jovem daquele bairro tende a diminuir. Novos bairros são formados e a população jovem lá aumenta. E assim vai.
ResponderExcluirQto ao comentário do anônimo acima, sugiro que se alegre com fatos bons e indiscutíveis, mesmo que a ideia não tenha vindo do partido dele. Pq melhoria na qualidade de vida não depende de partido, depende de boa gestão. E isso, meu caro, pode esbravejar qto quiser que o reconhecimento é nacional.
Guilherme: Parabéns pelo texto.
Após anos de turno intermediário, o seu fim só veio por intermédio de salas modulares .. A grande sacada de marketing do governo é dizer acabou o problema ... Vale lembrar que as salas de aula são apenas para uma medida emergencial, e não substituem a qualidade das tradicionais feitas de concreto.
ResponderExcluirEm Guaramirim, também foram instaladas salas de aula modulares, e os diretores e professores reclamaram da manutenção que as novas salas trazem, com goteiras frequentes, o desgaste da pintura rapidamente e as portas das salas cedendo. De acordo com eles " a solução não é a mais ideal, porém a manutenção é bem mais rápida ". Sendo assim, a idéia é boa para situações emergenciais, porém não é uma solução definitiva.
Emerson,
ExcluirSou o responsável pela criação/fabricação/comercialização das salas modulares instaladas em Guaramirim/Camboriú/Joinville, etc. Gostaria de observar que as instalações de Guaramirim foram as primeiras e, como todo produto pioneiro, pode até ter imperfeições. Manutenção e correção não têm faltado a estas unidades. Aquelas instaladas em Joinville são duas gerações mais avançadas e incorporaram muitas melhorias.
Independentemente de partidos ou governos, soluções deste tipo são propostas para solucionar problemas localizados e nunca foram propostas por ninguém como substituição às construções tradicionais.
Cabe lembrar que, mesmo nestas, sem muita dificuldade, encontramos inúmeros problemas de falta de qualidade, resultando em necessidade de manutenção as vezes muito freqüente.
Colocamo-nos à disposição de qualquer cidadão para esclarecimentos sobre as salas em questão.
Att. André
Guilherme,
ResponderExcluirParabens pelo texto. Só para lembrar, o turno intermediario ainda nāo foi erradicado de Joinville.
Se com as salas modulares se consegue acabar com esta chaga será uma vitoria desta administraçāo.
pelo que sei o fim do turno ficou para Agosto !
ResponderExcluirsó que a propaganda começou a tempo...
Divulgar obras inconclusas como entregues é uma pratica comum de politicos em campanha.
ResponderExcluirLembro do navio da transpetro que nunca navegou, dos PAs, das escolas...e agora parece que tambem o turno intermediario.
Quem sabe um dia estas malandragens acabem, até la é bom denunciar.
Bem frisado Jordi, SE acabar com turno intermediário será um grande mérito, porém ainda não está tudo pronto...
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