Diz-se que o inferno esta cheio de boas intenções. Se fizermos
caso do refrão, a nossa Câmara de Vereadores está cada dia mais parecida com o inferno
de Dante. Não passa dia sem que os nossos vereadores surjam com algum novo projeto
coalhado de boas intenções. Pena que na maioria das vezes as boas intenções
tragam junto interesses menos bem intencionados.
O vereador Manoel Bento (PT) ressuscitou a Lei Cardosinho, famosa por permitir a regularização das construções irregulares. É uma anistia
que tinha como objetivo beneficiar os bem intencionados que, por
desconhecimento, houvessem cometido alguma irregularidade. Mas que acabou se
convertendo num prêmio à esperteza e, em alguns casos, à malandragem dos que a sabendas burlaram a lei.
A proposta do vereador Bento é ainda mais ousada que a anterior e incorpora algumas novidades. A mais interessante delas é a possibilidade de
regularização de prédios construídos em desacordo com a LC 312/2010, que é a
Lei de Uso e Ocupação do Solo e rege as construções de Joinville. Somente os
imóveis construídos até agosto de 2011 são passíveis de se enquadrar nessa lei.
O pior nem é a proposta de emenda em si, embora seja
praticamente impossível não identificar no texto uma boa lista de segundas
intenções. A pior é o valor a ser cobrado para poder regularizar. O vereador
Bento, tomado pela bondade e generosidade que lhe é peculiar, colocou na primeira
minuta que para prédios acima de 8.000 metros quadrados, por exemplo, o valor a
ser cobrado seria de apenas 10,10 UPMs (aproximadamente R$2.500,00). O valor
chamou a atenção pelo irrisório e o próprio vereador entendeu que deveria ser aumentado. Ele tentou. Não deu. Paciência.
Não é preciso ser muito observador para enxergar que a regularização de prédios acima de 8.000 metros quadrados por este pífio valor deve
ter outra motivação que não a bondade do vereador. Aliás, prédios acima de 8.000
metros quadrados nem deveriam ser contemplados numa lei destas características.
São prédios construídos com projeto arquitetônico, assinados por engenheiros e
arquitetos que, por formação, têm obrigação de conhecer a legislação e de
cumpri-la. Não há, nesse caso, como alegar desconhecimento da legislação, Ou será
que há?
Uma vez evidenciado o ridículo do valor proposto na proposta
original e feitas as correções ao valor, continua ficando claro que há um evidente
interesse do legislador em facilitar a vida de alguns construtores que andaram
fazendo algo fora das leis. Será que o papel do vereador não deveria ser o de
fazer cumprir as leis que ele mesmo votou e aprovou? O vereador Bento é experiente
e conhece bem a LC 312/2010. Afinal, ele próprio a aprovou no seu anterior mandato na Câmara
de Vereadores. Estranho que agora apresente um projeto mais permissivo que
tem como objetivo claro de legitimar as ilegalidades cometidas contra as leis em
vigor.
O projeto ainda não foi aprovado. Está tramitando na
Comissão de Urbanismo, mas é quase unânime entre engenheiros e arquitetos que
esta lei tem a finalidade de tornar lícito algo ilícito. Partindo dessa lógica,
de que adiantam as leis? Descumpre-se e mais para a frente algum vereador sugere
uma forma de corrigir o erro feito conscientemente.
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Neste caso seria bom que o vereador Manoel Bento, que transita com tanta facilidade nos temas que envolvem urbanismo, zoneamento e uso e ocupação do solo, respondesse aos eleitores quais os interesses que estão em jogo? A quem interessa essa lei? Quem serão os beneficiados? Não deve haver muitos prédios com mais de 8.000 metros quadrados que precisem ser regularizados. Ou será que há? E, se houver, quem estava fazendo a fiscalização e não percebeu? Ou, ainda, o que Joinville ganha com esse projeto de lei?
Seria bom ficar de olho na tramitação deste projeto e nos
interesses a que realmente busca atender e a quem vai beneficiar. O inferno esta cheio de boas intenções. Mas a nossa Câmara de Vereadores o
supera. Afinal, como diz Dante, "ó, vós que entrais, abandonai toda a esperança..."
Ó. Mudou o disco.
ResponderExcluircalma segunda feira que vem ele toca a aquela musica do " do Udo" sabe aquela da disco da LOT.
ResponderExcluirSegunda feira o tema será os radares...
ExcluirSe aqui fosse o Brasil diria que eh e velha tática de criar dificuldades pra vender facilidades. Ainda bem vivemos na Dinamarca....
ResponderExcluirDe radar ele entende. Já teve na Conurb. Vai falar mais do menos. Arrecadar, em vez de educar e blá, blá, blá. Anda na lei que a lei não te pega.
ResponderExcluirO vereador faz um projeto esdruxulo e os comentários questionam o autor do post. Entendi.
ResponderExcluirAssessores trabalhando dobrado.
Em Brasília cada um paga um deputado pra criar uma leizinha talz,,, aí rola um pixuleco, um mensalão, petrolão, agora um eletrolão, Aqui em Dona Francisca onde só tem xende te orixem izo nón acondéce. Aliás, nada acondéce.
ResponderExcluirEm Brasília cada um paga um deputado pra criar uma leizinha talz,,, aí rola um pixuleco, um mensalão, petrolão, agora um eletrolão, Aqui em Dona Francisca onde só tem xende te orixem izo nón acondéce. Aliás, nada acondéce.
ResponderExcluirO Bento, não o Papa, já aposentado, podia regulamentar a Marlene????
ResponderExcluirO Jórdi. Explica pra genti, como é que saiu a conclusão de obra do mercaflor, lá em piracity, explica:________________________________
ResponderExcluirExplicar?
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