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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Multar é um bom negócio

POR JORDI CASTAN

A indústria da multa voltou com toda a sanha arrecadatória. Os famosos “pardais” estão sendo instalados por toda a cidade, a maioria nos pontos de “sempre”. O objetivo é um só: multar, multar e arrecadar.

Já sei que vou escutar que “é só andar na velocidade certa que não serei multado”. Que “não há indústria da multa”, que “o bolso é o órgão mais sensível do brasileiro”. Minha resposta será sempre a mesma: “Tolos, tolos, como vocês são tolos”.  Durante anos, por incompetência supina do poder público, Joinville ficou sem radares. Licitações malfeitas, até com suspeitas de direcionamento, não permitiram que o serviço continuasse funcionando.

Resultado: o número de acidentes fatais nos pontos em que os radares foram desabilitados aumentou assustadoramente. Será? Onde estão os dados? O poder público não apresentou nenhum dado, nenhum estudo, nenhuma prova que mostre que houve aumento do número de acidentes nos pontos em que os radares foram retirados. 

Será que foi porque não houve? E essa falta de provas derrubaria a narrativa em favor dos radares. O edital de fiscalização eletrônica prevê a instalação de um total de 222 pontos de fiscalização eletrônica de trânsito. Dessas, 110 são radares de 60 km/h, 60 lombadas 40 km/h e 62 semáforos com radar 60 km/h.

O poder público teria outro argumento que tampouco apresentou: a relação de acidentes graves ou fatais por bairro, rua, ponto, para justificar a localização dos novos pontos de radar. Tampouco estes dados foram apresentados, ou não estão disponíveis ou não interessa que sejam divulgados.

Vai que alguém faz o cruzamento entre acidentes e radares e verifica que uma coisa não fecha com a outra. A única divulgação feita pelo poder público foi a localização dos radares. Sem estudos, sem provas, sem outro critério técnico que o de multar. Tanto é assim que na gestão anterior alguns radares foram desligados porque multavam pouco e não eram rentáveis.

Ora, o objetivo dos radares deve ser o de aumentar a segurança, reduzir o número de acidentes graves e fatais. É essa informação a única que derrubará o discurso de que há em Joinville uma indústria da multa.

Vamos aos fatos. Joinville precisa instrumentos para gerenciar o trânsito com mais eficiência? Precisa. É sustentável um modelo de cidade em que o uso do veículo individual cresce a taxas maiores que o crescimento populacional? Evidente que não. Há uma política pública que priorize o pedestre e o ciclista? Por enquanto, há só um discurso, que não se sustenta com ações concretas.


Mas não é só andar na linha que não haverá multas e esta logica cairá por terra? Pois veja você que não é bem assim. A instalação de radares em pontos com descidas retas, sem cruzamentos, nem passagens de pedestres próximos, lugares em que de forma natural os carros aumentam ligeiramente a velocidade, não parece que tenha outro objetivo que o de multar mais.

Até poderia discorrer sobre o papel vergonhoso e covarde dos guardas de trânsito que se escondem para multar e como o cidadão a pé, como você e como eu não temos defesa. Como provar que não estava com o celular ou sem o cinto de segurança? Seria, no melhor dos casos, a minha palavra, contra a do agente. Perdeu Playboy! Sem chance de defesa para o cidadão, a indústria da multa viceja.



terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Há uma indústria da multa em Joinville. Se duvida faça o teste dos 13 itens...


POR JORDI CASTAN
Não adianta negar. Em Joinville, como em todo o Brasil, há uma indústria da multa. E Antes que os babacas de plantão saiam com a bobagem que “é só não ultrapassar a velocidade que ninguém será multado”, é bom ler e reler a informação da própria Prefeitura Municipal: 17 radares serão retirados porque não tem registrado o número mínimo de infrações. Para qualquer leitor com QI superior ao de uma ameba, essa informação seria suficiente para entender que há cotas de faturamento por radar. Logo é lógico pressupor que também haja cotas de faturamento para cada azulzinho. Mas essa é outra história.

Quais são os elementos que comprovam essa indústria da multa e quem se beneficia com ela? É desnecessário perguntar quem é o maior prejudicado,  porque é sempre o mesmo. Aquele que comprou o kit de primeiros socorros, o que trocou o extintor sem precisar ou quem daqui a pouco devera trocar a placa, e pagar mais um pouco, pelas de novo padrão.
O carro é a vaca leiteira do governo. Além de pagar IPI, ICMS, IPVA, IOF, CIDE, PIS - COFINS, cada carro consome combustível. Sobre o qual paga mais ICMS, e também pagam PIS – COFINS, CIDE. O carro é uma vaca sagrada, que ainda paga pedágio para circular pelas estradas nacionais.

Se isso fosse pouco, o proprietário ou o motorista de um carro está sujeito ao pagamento de multas quando cometa qualquer infração prevista no CBT (Código Brasileiro de Trânsito). Nada errado se as infrações fossem resultado de uma política transparente e justa de policiamento, prevenção, segurança e informação. Os governos e as autoridades de trânsito a eles vinculadas tem convertido o CBT numa fonte de receitas infinita. E a cada dia avançam com mais cobiça sobre os incautos motoristas.

Há um emaranhado de sócios nesse assalto ao bolso do motorista. Os Detrans e os agentes de trânsito, que têm seus salários pagos com os recursos arrecadados pelas multas. As polícias, tanto a civil como a militar, que recebem uma parte do valor arrecadado. As empresas proprietárias dos radares, que os alugam as autoridades de trânsito e recebem uma remuneração pelo negócio. As empresas de sinalização horizontal e vertical, que recebem pelos seus serviços com os recursos originários das multas de trânsito. Os próprios Correios, os despachantes, os escritórios de advocacia especializados na defesa das multas. Como identificar e quando identificar que se trata de uma indústria? É fácil muito fácil.

1. Seu município tem um levantamento dos pontos negros ou de maior risco de acidentes de trânsito?  
2. Os radares e equipamentos de segurança são instalados de acordo com o mapa de risco?
3. Como resultado da instalação dos equipamentos de fiscalização eletrônica houve uma redução do número de acidentes fatais nas ruas e nos pontos em que foram instalados? 
4. O município informa regularmente dos pontos de maior risco e as medidas tomadas pela autoridade de trânsito para diminuir ou zerar os acidentes nestes pontos ou o município só informa do total de multas emitidas e dos valores arrecadados? 
5. O foco é a segurança ou a arrecadação?  
6. Os salários dos guardas de trânsito e do pessoal administrativo depende da arrecadação de multas para ser pago ou há um orçamento próprio adequado e suficiente? 
7. A decisão de colocar ou relocar radares ou outros equipamentos fiscalizadores de velocidade ou ultrapassagem de sinal vermelho é baseada em histórico de acidentes e são priorizadas as ruas e os pontos mais letais ou a escolha é feita por outros critério$? 
8. Quais são os estudos apresentados para justificar cada um dos pontos escolhidos? 
9. Frente a escolas, hospitais, igrejas e outros locais de grande fluxo de pedestres, a prioridade é instalar lombadas eletrônicas que multam os veículos que passam acima da velocidade mínima, ou se prioriza a instalação de sinaleiros acionados por botoeira, que aumentam a segurança dos pedestres, porque garantem a detenção completa do veículo? 
10. A legislação municipal prioriza a segurança do pedestre e garante que meio fios sirvam como proteção adicional ou estimula o rebaixamento indiscriminado dos meio fios para facilitar o acesso dos veículos aos passeios, aumentando o risco para o pedestre? 
12. Uma mesma rua tem limites de velocidade diferentes, o que dificulta o cumprimento da legislação por parte do motorista? 
13. Os agentes de trânsito quando multam, se identificam, conversam com o infrator, o informam do motivo da multa ou ficam escondidos com um bloquinho na mão?

Viu como é simples saber se há ou não uma indústria da multa? Pelas respostas é fácil identificar que aqui em Joinville há uma indústria desesperada para superar metas. E há radares que são retirados porque não atingem as metas mínimas de faturamento. Se há metas de faturamento e não há metas mínimas de redução de acidentes com morte é porque a abordagem está errada. As pessoas sempre são mais importantes que o faturamento. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Os "importantões" que ligam o giroflex para se sentirem poderosos...


POR JORDI CASTAN
O giroflex está na lista de privilégios que não têm amparo legal e que devemos denunciar. Ou, melhor dizendo, essa turminha que faz uso indiscriminado do giroflex a toda hora, em todo momento e, principalmente, quando nem estão atendendo a uma emergência ou a um chamado.

Giroflex nem está no dicionário, mas em linguagem coloquial serve para identificar as luzes intermitentes, normalmente de cor vermelha. Aquelas luzes que veículos, em situações de  emergência, utilizam para chamar a atenção e alertar os demais motoristas para que cedam a passagem e possam chegar mais rapidamente ao seu destino. Inclui este grupo as ambulâncias, o corpo de bombeiros e a polícia.

A este último grupo têm-se incorporado as guardas municipais e os agentes de trânsito. Aqui na vila é raro que os “azulzinhos” saiam da toca sem ligar o giroflex. É uma das formas que acharam de chamar a atenção, de se sentir mais importantes. Por isso é tão comum encontrá-los passeando a passo de cagado manco com o giroflex ligado. Querem ser notados. Seria compreensível em casos de policiamento ostensivo ou se a sua função fosse a de policiamento. Mas é bom lembrar que não é.  


O giroflex ligado é, na realidade, um salvo-conduto para poder parar onde quiserem, sem respeitar as normas de trânsito, usando o subterfúgio de que os agentes estão atendendo uma emergência, o que lhes permite desrespeitar as normas de trânsito. Ligar o giroflex para chegar mais cedo ao Detrans é um privilegio ilegal, como usá-lo quando não estão atendendo qualquer emergência.

Já houve casos em que ambulâncias com sirene e giroflex ligadas eram usadas por funcionários administrativos para chegar mais rápido a reuniões ou ao trabalho. E quando estes abusos são identificados, os responsáveis devem ser punidos. Aqui na Vila como não há gestão, nem autoridade: cada um faz o que bem entende e ninguém respeita ninguém. Virou tudo uma casa da mãe Joana.

É bom ficar atento. Ceder rapidamente a passagem aos veículos de emergência, como ambulâncias, bombeiros e policiais em cumprimento do seu dever. Mas também estar atentos aos que usam o giroflex exclusivamente para se sentirem importantes, para chamar a atenção ou principalmente para poder descumprir as leis e normas do trânsito.

São os mesmos que se escondem nas esquinas com um bloquinho na mão. Os mesmos que somem quando o trânsito complica ou quando há qualquer problema maior. São eles os que passeiam faceiros com o giroflex ligado para se sentirem poderosos. Vai que esse prazer pelo piscar do giroflex é parte dos arroubos autoritários do gestor municipal que acaba permeando toda a estrutura. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Um paulistano perdido no trânsito da Joinville das maravilhas


POR JORDI CASTAN




Na quinta-feira, falei com um paulistano que vinha para Joinville no voo da TAM. Questionou o meu posicionamento crítico frente a atual administração. Disse que lia meus textos aqui no Chuva Ácida e que achava que havia exagero da minha parte. Insinuou até que haveria uma perseguição implacável à figura do gestor municipal e que isso tirava credibilidade aos meus textos.

Depois da conversa no aeroporto, cada um tomou o seu caminho. Eu peguei um uber até casa e ele alugou um carro para poder fazer todas as visitas que tinha agendadas para o dia. Algumas horas depois, recebi uma mensagem que gostaria de compartilhar aqui com os leitores.

Eis:
Me desculpe, achava mesmo que você exagerava nos seus posts no Chuva Ácida. Mas agora, depois de ficar por mais de 30 minutos parado no Iririú para avançar míseros 50 metros, acho que seus textos não refletem o caos em que a cidade está mergulhada. Depois de recolher o carro, e me dirigir ao centro da cidade por um trecho de avenida duplicada, me deparei com uma obra e uma placa indicando simplesmente 'desvio'. Nenhuma sinalização de segurança, nenhum guarda, nenhuma indicação de qual o caminho a escolher, se o da esquerda ou o da direita. Optei por seguir o maior fluxo. Pela rua Tuiuti. Uma rua estreita, esburacada e saturada pelo trânsito adicional que está recebendo. Em ambos os lados, comércios em toda a sua extensão, carros entrando e saindo, manobrando e o trânsito mais parado que avançando. Há um supermercado Rodrigues e, a partir dele, tudo estava parado. Em todo o caminho até chegar à rua Iririú, tampouco tinha algum guarda ou indicação de qual era o caminho a seguir para chegar ao centro. E nenhuma informação de qual era o bairro em que me encontrava. O asfalto em péssimo estado, sem sinalização horizontal e praticamente nenhuma placa de rua que me orientasse ou me oferecesse alternativas.

E prossegue.
O trânsito cada vez mais lento até parar completamente. O caminho tinha se convertido num estacionamento gigante. Esperava que a qualquer momento soasse uma música e vivesse a cena inicial do filme La La Land. Menos o dia ensolarado e o céu azul, o resto do cenário era o mesmo. Dezenas - provavelmente centenas - de carros parados, sem possibilidade de outra alternativa que seguir parados aí à espera de um milagre. Depois de mais de 30 minutos para percorrer uma quadra, cheguei ao cruzamento das ruas Iririú e Piratuba. Soube depois que a obra esta parada faz semanas que esta obra se alastra há meses. Se me ocorreu perguntar quem teria tido a ideia brilhante de jogar todo o trânsito dos bairros Aventureiro e Iririú, numa única pista. De novo nenhum guarda para orientar o trânsito, ninguém para por ordem. Um caos total. O que mais me surpreendeu foi a letargia dos motoristas. Nenhuma reação, todos como abobados. Parados por horas a fio, perdendo horas de trabalho, gastando combustível, numa situação que se alarga por meses sem que ninguém se importe. É um descaso. Uma vergonha.

Mas não é só.
“Fiquei pensando em como teria sido fácil organizar melhor o canteiro de obra no 'elevado' da Santos Dumont. Na verdade nem é propriamente um elevado, são dois morros de terra compactada com umas vigas pré-fabricadas. Convenhamos, é uma obra menor e não deveria criar tanto caos. Dei-me conta que é unicamente um problema de falta de gestão. Um gestor minimamente eficiente deveria ter previsto o que aconteceria e deveria ter tomado medidas para evitar uma situação como esta.

E finalmente...
“Falta sinalização indicativa. Falta cumprir as normas mais elementares de segurança. Faltam guardas. Falta planejamento. Faltam alternativas. Falta capacidade de execução. Falta tudo nesta cidade. Fiquei com saudade do trânsito de São Paulo que até hoje achava caótico. Descobri que há cidades com um trânsito muito pior. Siga escrevendo e mostrando a inépcia desta gestão. É incrível que ainda há gente que não saiba, eu mesmo achava que não podia ser verdade. Não só é verdade, se não que a realidade é muito pior.

É a Joinville das maravilhas...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O (não) Carnaval de Joinville por imagens













POR JORDI CASTAN
Há uma diferença abissal entre não apoiar, com recursos públicos, o desfile das escolas na avenida e facilitar a realização do encontro dos blocos e escolas no Mercado Municipal. A iniciativa não custava nenhum dinheiro dos contribuintes e estranhamente acabou cancelada. O que se teve foi uma sucessão de erros.

O problema em Joinville – ainda mais nos últimos anos – é que o poder público se converteu num peso morto para a cidade, que dificulta, inibe,  complica, atrapalha e torpedeia as iniciativas populares. É fazer as contas: a mobilização para não permitir foi maior, melhor coordenada e mais custosa que qualquer apoio para que algum evento acontecesse.

Foi-se o Carnaval, mas ficam as imagens deste triste enredo no MAJ.


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Errei e fui multado...


POR JORDI CASTAN



Voltando para casa, com o carro parado no engarrafamento das 18:30 na rua Max Colin, me pus a olhar as mensagens do whatsapp. Erro grave. Pararam ao lado dois guardas de trânsito, nas suas motos e fui informado aos gritos que: “A multa chegará em casa”. Nada a dizer. Fui multado. A seguir o guarda pelo seu telefone celular passou para a central a placa do carro. “Mike, Lima, Kilo...”. Em setenta e duas horas recebi no meu endereço o aviso da infração. 

Impressionante como o serviço público consegue ser tão eficiente para algumas coisas e tão ineficiente para outras. É sobre isso que gostaria de escrever hoje. Da forma como o serviço público trata o cidadão. De como usa dois pesos e duas medidas, quando não usam três ou quatro.

Em primeiro lugar, a rispidez. Não vou usar o termo grosseria, neste caso porque mesmo podendo ser sinônimos a rispidez faz referência a dureza no trato, a severidade. Entende o dicionário que há grosseria na rispidez e a grosseria tem a ver com a falta de urbanidade e a impolidez. Imagino que o processo de seleção dos guardas municipais não tenha priorizado nem a urbanidade, nem a boa educação. E pressuponho que os candidatos que viessem educados de casa e que, no treinamento, receberiam os conhecimentos necessários a sua atuação. 

Do mesmo jeito muitos professores lembram que a escola ensina, mas que os alunos já devem vir educados de casa. Os guardas, como alguns alunos que tampouco vêm educados de casa, acabam adotando o modelo de trato que aprendem com os seus superiores. Ou seja, se o professor ou o chefe é autoritário, grosseiro e tosco no trato, os seus subalternos acabam copiando o modelo que tem como referência. E assim se comportam com o cidadão, no caso dos guardas ou com o professor no caso dos alunos.

Em segundo lugar, a inexplicável eficiência para enviar as multas e a impossibilidade de enviar para o mesmo endereço o IPVA, por exemplo. Santa Catarina é um dos estados em que o proprietário de veículo tem que sortear algumas dificuldades adicionais para pagar o imposto de propriedade de veículos automotores. Curiosamente é fácil pagar uma multa de trânsito e é mais complicado pagar o IPVA. Alguém explica? Será que tem alguma coisa a ver com a relação umbilical entre os despachantes, as suas associações e alguns deputados estaduais que podendo mudar este modelo ultrapassado optam por não fazê-lo?

Seria tão simples receber o boleto de IPVA no mesmo endereço em que recebemos as notificações das infrações e pagar diretamente no banco. Ah! Mas se fosse assim não precisaríamos despachantes. Pois é. São esses anacronismos os que fazem pensar que o estado trata mal ao contribuinte, estimula a manutenção de estruturas arcaicas que oneram o cidadão e que alguém deve ter interesse em manter esse modelo.

Em tempo, como em mais de 30 anos, nunca tinha sido multado, o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) permite no seu artigo 267 que a punição econômica possa ser trocada por uma advertência escrita, quando a infração seja leve ou media. Assim que optei por me acolher a este benefício. Tive os 4 pontos anotados no meu prontuário e não vou pagar a multa. Aliás, o atendimento dos funcionários que me atenderam no CIRETRAN foi cordial e educado como é de se esperar de um funcionário público. 






segunda-feira, 6 de julho de 2015

O não-problema e o problema


O corredor da JK é um não-problema. É o resultado de um cúmulo de erros, da falta de diálogo e da forma como é feito o planejamento na nossa vila. O resultado é esta confusão que esta aí posta. Não é hora de distribuir culpas, até por que há muitas culpas no cartório. O poder público demorou a agir. Quando o fez foi frouxo, fazendo com que o problema só se agravasse. A reação da sociedade, especialmente nas redes sociais, tem sido implacável e agora a Prefeitura corre atrás do prejuízo. 

Não vou entrar na discussão sobre a prioridade do coletivo sobre o particular. Ou sobre o modelo de desenvolvimento urbano. E nem como as coisas são impostas sem escutar a sociedade e, na maioria das vezes, de forma mais empírica que técnico-científica - não por falta de mestres e doutores e sim por falta de humildade e até por preguiça. Mas todos esses pontos são outra história.

Dois pontos me chamam a atenção neste imbróglio. O primeiro a inoperância do poder público, que não tem sido capaz de colocar um guarda municipal na frente do colégio nos horários de entrada e saída dos alunos. Alega o município que: "não há como manter fiscais quatro vezes por dia, todos os dias, num único ponto da cidade". A matéria do jornal A Notícia não identifica a fonte de tal asneira (vai que depois que à falou arrependeu-se). 

Deixa ver se entendi, independentemente do problema do corredor de ônibus e o conflito com os veículos dos pais que vão buscar os filhos, o município não consegue colocar um guarda de trânsito diante de uma escola nos horários de entrada e saída dos alunos? Quer dizer que a Guarda Municipal não consegue melhorar a segurança das crianças na entrada e saída das escolas?

Eis a lógica: não pode colocar um guarda todos os dias, em determinados horários em pontos determinados, para aumentar a segurança ou melhorar o fluxo do transito em lugares e horários de pico. Entenderam? Em outra galáxia isso seria um atestado de incompetência, assinado e rubricado. Entre os sambaquianos escutar escusas para não fazer é o nosso pão de cada dia.

Mas não há problema. Os guardas tem outras coisas que fazer como, por exemplo, blitzes em lugares incertos e em horários alternados. Entendi quais são as prioridades. Mas segurança é prevenção não deveriam ser prioritários? Deveriam. Mas não são. Saudade da Comissão Comunitária para a Humanização do Trânsito e para o Aluno Guia que Joinville já tinha.



OUTRO COLÉGIO - O segundo, e antes que seja tarde, é outro colégio. O colégio Marista comprou área no Bairro América, na rua Benjamin Constant. Na audiência pública para apresentar o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) ficou evidente que a rua não comporta o tráfego adicional que o colégio vai gerar. O projeto reconhece o problema e diz que só se o poder público fizer investimentos na rua o problema será amenizado. Entenderam?

Vou repetir com outras palavras, um projeto privado criará problemas de tráfego e a solução só será possível com investimento público. 

E ainda não sei se o IPPUJ não inventa um dia colocar um corredor de ônibus, ou uma ciclovia, ou ambos juntos, como na rua Max Colin. Vamos lembrar que público quer dizer aquele dinheiro que vem dos seus e dos meus impostos. Assim falamos de lucro privado e prejuízos públicos. É importante, antes que seja autorizada a sua instalação, que sejam apresentadas soluções concretas, em nova audiência pública, para evitar o problema.

Até agora nada mais que silêncio, tanto de parte do IPPUJ como do colégio. Lembrem que quem avisa amigo é depois não venham dizer que o colégio estava lá antes. Não estava.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A LOT, a Guarda Municipal, o esgoto... e outros esgotos

POR JORDI CASTAN

Finalmente - e com a impontualidade que caracteriza esta gestão -, a LOT - Lei de Ordenamento Territorial chegou à Câmara de Vereadores. Numa primeira leitura, chama a atenção as diferenças entre o texto entregue aos vereadores e o apresentado nas audiências públicas. É importante deixar bem claro que as diferenças não ajudam no debate, não simplificam, nem esclarecem as dúvidas levantadas nas audiências. O IPPUJ e o governo municipal seguem firmes no seu propósito de confundir para aprovar. 

O ponto que mais chama a atenção é o "desaparecimento" no texto das perversas "Faixas Viárias". Ninguém deve celebrar a sua retirada, até porque elas seguem lá, firmes, fortes e maiores, só que escondidas nos anexos, invisíveis a olhos menos treinados. As Faixas Viárias são a pedra angular do projeto da LOT elaborado pelo executivo e o seu objetivo é permitir a verticalização, o adensamento e a implantação de indústrias e comércio de porte em praticamente toda Joinville. Ou seja, destruindo quaisquer traços ou arremedo de planejamento urbano e comprometendo qualquer desenvolvimento urbano de qualidade no médio e longo prazos. 

Por que as Faixas Viárias foram mantidas, apesar das manifestações majoritárias pela sua retirada nas audiências publicas? Ou melhor, por que foram "escondidas" dentro do galimatias do texto? Essa é uma pergunta a ser respondida. O projeto encaminhado é mais perverso que o apresentado nas audiências e parece evidente que os técnicos do IPPUJ tendem para o lado dos interesses imobiliários mais radicais. 

GUARDA MUNICIPAL - Quem acreditou que a Guarda Municipal cuidaria do patrimônio público deveria ter estado mais atento ao seu processo de criação, seu treinamento e, inclusive, sua indumentária, mais parecida com a dos empregados da Blackwater que a de uma Guarda municipal. 
Cada dia ficam menos coisas em que acreditar das promessas feitas ao longo da campanha. 
É bom lembrar que o custo da guarda não é pequeno e que as blitzes e os equipamentos com tecnologia OCR instalados têm um objetivo claramente mais arrecadador que educativo. Ou seja, fazer caixa.

O FEDOR DO ESGOTO -  A Águas de Joinville não tem autorizado a alguns empreendimentos imobiliários de maior porte, a conectar seus sistemas de coleta de esgoto a rede recentemente instalada. O motivo: a rede não está dimensionada para receber essa quantidade adicional de esgoto doméstico. A solução: instalar fossa e filtro. Ou, em outras palavras, voltar à idade das trevas.

Há dois pontos importantes a destacar. O primeiro que os empreendimentos afetados cumprem a legislação e têm o tamanho previsto na legislação atual,. Quer dizer, o sistema instalado não está previsto para atender a demanda e o adensamento atual. Segundo - e mais grave - é que os diretores da Águas de Joinville e os técnicos do IPPUJ afirmaram, em repetidas ocasiões (todas convenientemente registradas) que a rede de esgoto comportava o adensamento proposto na LOT. 

Quer dizer: ou sofriam de ataques de mitomania ou de demência. Ou simplesmente faltaram à verdade para atender a outros interesses, o que é mais provável. Em tempo: os documentos da Companhia Águas de Joinville exigindo que conjuntos residenciais instalem fossa e filtro em ruas atendidas pelo sistema de tratamento de esgoto estão à disposição do MPSC e demais interessados.