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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A cadeira giratória: prefeito por 48 horas

POR JORDI CASTAN


Joinville teve 3 prefeitos em uma semana.

O vereador Rodrigo Fachini (PMDB) poderá incluir no seu currículo que foi prefeito de Joinville por dois dias ou por algumas horas. Sentou na cadeira do prefeito e ocupou o gabinete, quando poderia ter despachado perfeitamente desde o seu próprio gabinete na Câmara de Vereadores. Poderá ainda acrescentar que assinou o Adimplir 2  e o teatro poderá descer o telão. A peça terá terminado e a claque de sempre aplaudirá em pé e pedirá bis. Todo um espetáculo republicano.

É evidente que a peça foi cuidadosamente ensaiada. Tudo foi planejado para afagar o presidente do Legislativo e manter assim uma relação tão estreita com o Executivo que poderia ser classificada de promiscua. Com certeza o vice-prefeito Rodrigo Coelho não poderia entrar em férias num momento mais oportuno. É também evidente que a capacidade de fiscalizar o Executivo, que a Câmara tem como função, fica comprometida.

Esses agrados e gentilezas têm um peso significativo no teatro em que tem se convertido a política. E que, no âmbito local, acaba parecendo mais uma comédia de segunda categoria que uma peça de teatro. É por estas e outras que Joinville não consegue superar o seu complexo de vila de interior.

Estabelece-se uma dívida de gratidão entre o prefeito, o vice-prefeito e o presidente do legislativo. E essas dividas, além de criarem vínculos fortes, devem ser pagas. Se todos estes agrados não fossem suficientes, o prefeito em exercício indicara ainda o subprefeito da região sul. A dança das cadeiras permitirá ainda que o vereador Lioilson Corrêa (PT) assuma, também por 48 horas, a presidência da Câmara de Vereadores.

Joinville só repete o que também acontece no âmbito estadual e federal. Presidentes da República em exercício por poucos dias têm sido motivo de episódios que causam vergonha alheia. Viagens oficiais com avião presidencial ao Estado de origem. Ou atos oficiais absolutamente desimportantes. Até porque nem o prefeito, nem o governador, nem o presidente deixam “tinta na caneta”. Assim, a interinidade se converte numa ridícula pantomima com direito a discursos, intensa agenda de trabalho e justas e merecidas homenagens.