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sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Nós queremos mais, nós podemos mais



















POR SALVADOR NETO


Há coisas em Joinville que nos surpreendem, e para pior. Como imaginar uma cidade acessível, moderna, sustentável, feliz e centro de excelência se ainda nos ufanamos de, agora, em pleno século 21, anunciarmos a instalação de abrigos de ônibus como se fossem a última moda no primeiro mundo? Sim, este anúncio foi feito pela Prefeitura de Joinville, gestão Udo Döhler, com muita pompa. Uma verdadeira piada de mau gosto, espalhada por veículos de comunicação. E fazem isso com a certeza de que vão engabelar os cidadãos que pagam impostos esperando algo de inovador em troca.

Por baixo ouvimos falar de novos abrigos de ônibus há duas décadas, para ser generoso com os gestores que sentaram na cadeira de Prefeito. Até hoje milhares de usuários do transporte coletivo são obrigados a ficar sob o sol escaldante, ou chuva torrencial, sem qualquer abrigo. E com o título de tarifa mais cara do Brasil. Os primeiros abrigos então foram aqueles que copiam os modelitos dos anos 1960/1970... Depois mostraram fotos de outros, modernos e reluzentes, mas que ficarão somente em áreas onde transitam “mais” pessoas.

Ou seja, na cidade que se diz a segunda melhor do Brasil (??) teremos, sim teremos, porque até agora é só mais uma promessa, novos (?) abrigos de ônibus para áreas de primeira classe e de segunda classe. É o que se entende com o anúncio de dois tipos: um para periferias, outro para o centro, e se saírem! É somente isso que a população da maior cidade de Santa Catarina merece? Um governo que dizia a novidade, de gestão exímia, moderno, anunciar abrigos de ônibus? Nós queremos mais, nós podemos mais! Não subestimem o desejo, a força e a vontade do povo de Joinville! Tenham mais respeito, apresentem o futuro, porque de passado estamos fartos!

Não bastasse o executivo municipal se mostrar atrasado, incipiente, iníquo, fraco, incompetente, temos também o modelo novo/velho do legislativo. Com raríssimas exceções – e muito raras mesmo! – são incapazes de fiscalizar os atos do Prefeito e sua gestão, ou por comodismo, por cargos, ou por medo, e mais que isso, propor leis que promovam o debate para uma cidade realmente moderna, acessível, inclusiva, sustentável, e assim feliz. Os vereadores repetem a receita do passado: denominações de ruas, homenagens a personalidades, empresas e entidades, moções de fazer rir, indicações para que fechem buracos das ruas, ignorados solenemente pelo executivo. Basta andar nas ruas para constatar isso. E o presidente da Casa, Rodrigo Fachini, joga para a torcida: economizou grana.

Seria verdade, ou seriam palavras ao vento? Claro que são palavras ao vento. Somente nas famosas catracas foram gastos mais de um milhão de reais! Viagens e diárias abusivas denunciadas à vontade. Vereadores que seriam promoters da Festa das Flores em Portugal! E viva Joinville? O povo de Joinville quer mais, pode mais e merece muito mais senhores Prefeito e vereadores! A cidade precisa de investimentos, e economia por economia não melhora a vida dos cidadãos, e em muitos casos, mostra a incapacidade de gastar naquilo que é essência e que mudaria a vida da cidade para melhor. Gastar bem e melhor é mais efetivo do que anunciar economia.

A maior cidade precisa ser também maior em líderes inovadores, tanto no executivo quanto no legislativo. No executivo, um Prefeito corajoso, inovador, que peite interesses e faça as obras que podem tirar Joinville do atraso em que se encontra. Quatro anos de atraso podem representar na verdade muitos anos mais de retrocesso até que se encontre o caminho do desenvolvimento. No legislativo, legisladores criativos, provocadores, propositores de debates que elevem o nível dos projetos e sonhos de uma cidade evoluída. Outubro vai chegar, e cabe a você eleitor observar o que foi feito, o que não foi feito, o que foi prometido e não entregue, e decidir melhor. Joinville grita: quer mais, pode mais.

É assim, nas teias do poder.


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A cadeira giratória: prefeito por 48 horas

POR JORDI CASTAN


Joinville teve 3 prefeitos em uma semana.

O vereador Rodrigo Fachini (PMDB) poderá incluir no seu currículo que foi prefeito de Joinville por dois dias ou por algumas horas. Sentou na cadeira do prefeito e ocupou o gabinete, quando poderia ter despachado perfeitamente desde o seu próprio gabinete na Câmara de Vereadores. Poderá ainda acrescentar que assinou o Adimplir 2  e o teatro poderá descer o telão. A peça terá terminado e a claque de sempre aplaudirá em pé e pedirá bis. Todo um espetáculo republicano.

É evidente que a peça foi cuidadosamente ensaiada. Tudo foi planejado para afagar o presidente do Legislativo e manter assim uma relação tão estreita com o Executivo que poderia ser classificada de promiscua. Com certeza o vice-prefeito Rodrigo Coelho não poderia entrar em férias num momento mais oportuno. É também evidente que a capacidade de fiscalizar o Executivo, que a Câmara tem como função, fica comprometida.

Esses agrados e gentilezas têm um peso significativo no teatro em que tem se convertido a política. E que, no âmbito local, acaba parecendo mais uma comédia de segunda categoria que uma peça de teatro. É por estas e outras que Joinville não consegue superar o seu complexo de vila de interior.

Estabelece-se uma dívida de gratidão entre o prefeito, o vice-prefeito e o presidente do legislativo. E essas dividas, além de criarem vínculos fortes, devem ser pagas. Se todos estes agrados não fossem suficientes, o prefeito em exercício indicara ainda o subprefeito da região sul. A dança das cadeiras permitirá ainda que o vereador Lioilson Corrêa (PT) assuma, também por 48 horas, a presidência da Câmara de Vereadores.

Joinville só repete o que também acontece no âmbito estadual e federal. Presidentes da República em exercício por poucos dias têm sido motivo de episódios que causam vergonha alheia. Viagens oficiais com avião presidencial ao Estado de origem. Ou atos oficiais absolutamente desimportantes. Até porque nem o prefeito, nem o governador, nem o presidente deixam “tinta na caneta”. Assim, a interinidade se converte numa ridícula pantomima com direito a discursos, intensa agenda de trabalho e justas e merecidas homenagens.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nos fios da teia #2



POR SALVADOR NETO

Nos Fios da Teia agradou aos leitores do Chuva Ácida, como esperado. E aqui vamos nós a mais alguns fios que tecem parte do mundo em que vivemos. Vamos em frente?
Cunha, sigilo e grana – O quase ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi com tanta sede ao pote que se afogou no próprio oceano da sua hipocrisia. Com dois inquéritos abertos contra ele no STF, contas na Suíça em seu nome e da família com apenas (?) 9 milhões de reais, agora sequestrados a pedido do ministro Teori Zavascki, seu fim se aproxima. E a turma do impítim (leia-se PSDB, DEM, PPS) se afoga junto.

CPMF vem aí – O imposto, ou contribuição como queiram, que mais assusta os ricos e afortunados, grandes empresas e multinacionais, além de bancos e financeiras, vai valer em breve. O governo Dilma costura os apoios, já tem governadores e até prefeitos ao seu lado. Com essas canetas não há deputado que deixe de aprovar. Afinal, se suas cidades quebrarem, e assim seus estados, para que serviriam deputados e senadores? E cá prá nós, quem pagará a CPMF é quem nunca paga nada, os mais ricos. Que venha, e logo.

Congretrevas – Essa legislatura eleita pelo povo brasileiro tem feito uma força danada para arrastar o Brasil às trevas da Idade Média. A proposta do Estatuto da Família negando a realidade, a derrubada da criminalização da homofobia e, pasmem a tentativa ridícula de criminalizar atos contra heterossexuais (kkk), para ficar somente nisso, nos colocam no século X. E você aí em casa, vai ficar só olhando?

Mídia Caolha – Na província de Joinville, nossa Sucupira, nossa velha e carcomida mídia local/regional enxerga festival de cucas, distribui afagos ao fascista Bolsonaro, negando ao seu público conhecer o outro lado da moeda, ou das notícias. Em meio às enchentes desta quinta-feira (22) os joinvilense descobriram que não há radio jornalismo para prestar serviço em meio às águas e caos instalado. Fujam para os meios digitais alternativos gente!

Mídia Caolha 2 – Você já deve ter ouvido falar de Dalmo Dallari não? Grande jurista brasileiro, professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com grandes obras publicadas, teve participação importantíssima na Constituinte. Esta personalidade esteve na província de Joinville esta semana em evento sobre direitos humanos. Você soube? Não, claro que não. A mídia local/regional usou o tapa-olho. Não viu, não quis ver, não publicou. Não interessa aos donos do poder. Aguardem a vinda do Bolsonaro. Ganhará capa e espaços de entrevista generosos.

Enchente – Algo que não é novidade desde que os imigrantes afundaram os pés no mangue das terras de Dona Francisca, as enchentes por toda a cidade tornaram a vida dos joinvilenses um inferno nesta quinta-feira (22). Caiu muita água entre a madrugada e o meio da tarde, e os prejuízos como sempre, serão altos. No mandato anterior, de Carlito Merss, a limpeza permanente dos rios, bocas de lobo, riachos, causou grande redução das cheias. Hoje, esse processo cessou. Resultados aparecem dentro das casas e comércios.

Troca-Troca – Enquanto a chuva encharcou a paciência dos joinvilenses, um troca-troca chamou a atenção: Udo, que deixou um Rodrigo, que deixou para outro Rodrigo. O primeiro foi passear em outro continente, e deu um agrado ao seu vice, de quem na verdade quer distancia. Este ficou um pouquinho, e passou a bola para o outro Rodrigo, o Fachini. Este, por sua vez, destacou em cerimonia familiar o “desafio”, a “missão” que teria por... 48 horas. Ele só não contava com as chuvas. É, essa Joinville faz coisas...
E a prevenção?  – Santa Catarina sofre com cheias há décadas. É um convívio diário e permanente com as águas dos rios, somadas ao grande fluxo de chuvas que já sabemos até em quais meses acontecem. A pergunta que nunca tem resposta é: porque os governos e suas estruturas não colocam em ação um plano de prevenção, já que tem informações antecipadas das intempéries? Porque não soam avisos à população tão sofrida, com antecedência? Porque não colocam planos de contingenciamento das águas, deslocamento das pessoas, proteção aos seus patrimônios? É uma falta de vontade política e de governo que beira a um ato criminoso contra as comunidades.
É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A mágica da multiplicação de vagas em CEIs



POR SALVADOR NETO

Joinville é a cidade onde se fazem milagres, até na educação infantil. De uma só canetada 600 vagas apareceram do dia para a noite na rede pública municipal. A receita? Acabar com o turno integral para 600 crianças, aproximadamente. Neste quadro de circo eles cortam para aumentar. Só esqueceram das crianças, seus pais e suas mães. 


Os autores da mágica são o prefeito Udo Döhler, o secretário da Educação, Roque Mattei, e claro, a bancada governista formada por quase todos os 19 vereadores. Esta semana inclusive o líder do governo no legislativo, vereador Claudio Aragão (PMDB), encerrou reunião da Comissão de Educação – que preside – diante dos protestos de dezenas de pais e mães que não sabem o que fazer diante dessa “mágica”. Democrático o vereador governista não acham?
 
Os fakes governistas, os bajuladores aninhados em cargos do governo, ou mesmo fora dele em empregos terceirizados, podem me chamar de chato. Para este jornalista isso é um elogio. Sou obrigado a retomar o lema que marcou a eleição de Udo em 2012: não falta dinheiro, falta é gestão. Tal frase, que levou milhares a votar no empresário peemedebista, hoje soa como palavrão para a rapaziada do outro lado do rio Cachoeira.

Entendo, é difícil explicar o inexplicável hoje após quase quatro anos de governo que não disse a que veio. Após os fiascos na saúde – o alcaide se diz conhecedor há 40 anos, portanto presume-se que conhece do riscado -, na infraestrutura, mobilidade urbana, embelezamento e manutenção da cidade, suas praças, ruas (buracos brigam entre si nas vias centrais, e muito mais nos bairros), agora eles brindam os pais e mães joinvilenses com um presentão em outubro, mês das crianças e dos professores: tirar direitos para fazer nascer vagas para mais crianças.

Segundo a Prefeitura, e seus planejadores, o município prevê mais quatro mil matrículas na faixa de idade entre 4 e 5 anos. E que o atendimento na educação infantil vai aumentar de oito mil para 12 mil crianças nesta faixa de idade em 2016, quando as matrículas a partir dos quatro anos já serão obrigatórias por lei. Ao eliminar o turno integral para aquela faixa etária, aponta o secretário Roque Mattei, a rede ganhou novas vagas em número proporcional às matriculas desativadas.

Ora amigos e amigas, pais e mães que foram surpreendidos a menos de três meses do final do ano com este anuncio, onde anda a tal gestão profissional? Após três anos, com dados disponíveis ano a ano, não sabiam que a demanda aumentaria? Que investimentos na educação são permanentemente necessários?

Vamos buscar compreender então a gestão Udo, lenta como as tartarugas gigantes de Galápagos: é difícil criar tantas vagas, faltam verbas, etc, etc, etc. Mas o governador Colombo do PSD, é aliado e vive aqui assinando convênios. A presidenta Dilma também, pelo menos é o que diz o Prefeito. A verdade é que além da gestão, falta também criatividade, agilidade, vontade política.

Aliás, se há vontade política no sentido de fortalecer a iniciativa privada que possui escolas de nível como a UNISOCIESC, de onde o secretário Roque é oriundo, Elias Moreira, Bom Jesus, Santos Anjos, e tantas outras, e tantos outros centros de educação infantil por toda a cidade, porque não compram essas vagas e resolvam o problema?

Porque não utilizam estruturas do Estado que estão a cair por falta de alunos durante o dia, noite, e também por não ter manutenção, ocupando esses lugares ociosos para colocar nossas crianças e evitar o desespero de pais e mães? Ou o Prefeito, Secretário e Vereadores governistas do PMDB, PSDB, PSC, PDT, e outros menos votados creem que é fácil fazer a mágica com o bolso dos outros?

Enquanto os pais são desrespeitados, vendo seu direito retirado, o Prefeito viaja ao exterior e organiza uma espécie de festa das cadeiras com o vice-prefeito Rodrigo Coelho (PSB) e o presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Fachini (PMDB): eu viajo, vocês assumem um bocadinho cada um, sem brigar. Eles brincam de governar, e o povo chora em meio à falta de saúde, vagas na educação, buracos nas ruas, matos em praças, bairros abandonados ainda esperando os 300 km de asfalto.

No governo Udo agora falta tudo. Dinheiro, gestão, e vergonha. Dizem por lá também que não tem segredo, tem trabalho. Os cidadãos já viram que na verdade tem é muito segredo, e pouco trabalho. Joinville virou Sucupira. Resolvam o problema das vagas sem o sofrimento de pais e mães. É o mínimo que um gestor público deve fazer.


É assim, nas teias do poder... 

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nos fios da teia #1


POR SALVADOR NETO

Inovar sempre é bom. Com Nos Fios da Teia, notas curtas sobre temas variados, da província, do planalto, de além mar, tecerei comentários e informarei os assíduos e permanentes leitores do Chuva Ácida. Vamos lá?

Caso Lia Abreu – O texto da semana passada sobre a perseguição política à fiscal sanitarista (clique aqui) chegou a mais de 5 mil visualizações únicas, mais de 300 compartilhamentos, superando mil leituras únicas somente no site, uma audiência que assusta a turma do outro lado do rio. Quem não deve, não deveria temer. Final do caso está próximo. E vai sobrar para muita gente, do maior ao menor...

Fakes – Chega até a refinada redação que há gente fiscalizando de perto alguns perfis “fakes” que andam rondando, ofendendo e intimidando quem critica o governo da “Villa”. Os dados de IPs, nomes e outras cositas más podem chegar em setor que ainda trabalha no governo Udo. Esperemos.

Colombo x PMDB – O governador que mais anuncia obras na mesma proporção que não as inicia, nem finaliza, está mais uma vez colocando o PMDB do finado LHS no bolso. Na base dos convênios, enreda (ou seria enteia) o prefeito Udo, que espera a grana, a obra, e nada. Enquanto isso, Darci de Matos articula.

Darci de Matos – Meio como quem não quer nada, nos escaninhos do poder, o deputado estadual do PSD vai tecendo sua campanha à Prefeitura. Motiva outros candidatos a se lançarem, acena a lideranças comunitárias com possíveis espaços a partir de 2017 na Prefeitura, e não briga com ninguém. Resta saber se aguentará a pressão na hora do pau comer na campanha.

Mariani Governador? – Após longos anos brigando nas internas do PMDB, o deputado federal parece que finalmente conseguiu quebrar a pedra que o impedia de seguir em frente na sua obstinada vontade de ser governador. Só que falta combinar mais coisas com Eduardo Moreira, Dário Berger, Paulo Afonso e outros. Muita água passará por baixo das pontes da Ilha. Inclusive uma água do oeste chamada Merísio.

Amin de novo? – O ex-governador, deputado federal pelo famoso PP, estourou as urnas em 2014 e volta com força total rumo ao governo de SC. Articula candidaturas por todo o estado, inclusive em Joinville que agora não tem mais a força de LHS, e terá apoio velado, ou aberto, tanto de PSD, PSDB e outros que cansaram de arrumar a casa para outros morarem. Ano que vem vai mostrar se o carecone vem prá valer. Virá.

PMDB tucanou – Enquanto aumenta a ocupação de cargos poderosos na esplanada em Brasília, o partido que está sempre no poder (tal qual foi o PFL/DEM) faz jogo de cena em cada estado. Uns gritam que não aceitam negociação de cargos, outros que querem a governabilidade. E assim passam por grandes estadistas. Na verdade, tem sempre é muita sede de poder. Com o PT ou quem estiver no Palácio do Planalto. Tomaram o lugar dos bicudos em cima do muro.

Colocaram a cunha no Cunha – Eduardo Cunha (PMDB), o incansável achacador do governo Dilma, do PMDB, do Temer e de quem quer que esteja na sua frente na corrida por mais poder, pensou que seria Presidente. Mas colocaram uma cunha – logo pode ser uma tornozeleira eletrônica – com as contas na Suiça, denuncia por corrução no STF. Em breve teremos novo presidente na Câmara dos Deputados.

Dilma e o golpe – Quem conhece um mínimo de política, acompanha o setor historicamente, sabe que o que está em jogo não é se a Dilma roubou ou não. A oposição quer voltar ao poder na marra, e com ajuda da grande mídia, não cansa de criar fatos com seus “soldados” bem instalados em TCUs, STJs, STFs, TSEs, ao longo de muito tempo no poder. O que se quer é dar um golpe branco. Quem viveu o período da ditadura militar sabe que a volta de tempos parecidos que sejam, seria um desastre para o país. Engana-se quem acha que os movimentos sociais ficarão em casa. Podemos viver tempos difíceis.

Prefeito por um dia – Joinville tem coisas que a colocam como cenário da novela de Dias Gomes, o Bem Amado. Agora, por ocasião das férias do prefeito Udo Döhler, a grande negociação pelo bem da cidade e que deve impactar deveras o futuro dos cidadãos, é quem vai ser prefeito por cinco, sete, dez ou 15 dias: Rodrigo Coelho ou Rodrigo Fachini. Os Rodrigos estão decidindo como farão para sentar naquela cadeira... e a caneta, será que fica na mesa? Joinville, Joinville... você merece mais. Muito mais.

É assim, os fios da teia nas teias do poder...

sábado, 20 de dezembro de 2014

Tacada de mestre

POR JORDI CASTAN


Quem acha que o prefeito Udo Dohler não domina a articulação política, a arte da dissimulação e da enganação errou feio. A eleição do presidente da Câmara de Vereadores de Joinville foi uma tacada de mestre. Um jogo de xadrez político em que houve vencedores e vencidos, mas que merece ser analisada como o que foi: uma jogada de pôquer político em que o prefeito Udo Dohler mostrou a sua capacidade de articulação política e o seu protagonismo como liderança.

O primeiro ponto importante foi aglutinar a maioria de vereadores em torno de um mesmo nome. Para o executivo manter a maioria no legislativo é determinante para poder aprovar todos os projetos de interesse do governo sem muito debate, sem questionamentos e sem excessivas negociações. O objetivo pretendido foi alcançado com louvor. Praticamente todos os vereadores apoiaram o mesmo candidato.

Segundo objetivo. Neutralizar a candidatura independente do vereador Adilson Mariano, pois um risco evidente era o crescimento da candidatura do vereador do PT. Para isso, era importante que a candidatura não recebesse sequer os votos dos vereadores do seu partido. Sem os votos do PT, esta candidatura só recebeu um único voto, o do próprio candidato. O perigo que representava foi neutralizado, graças à forte intervenção dos negociadores envolvidos no processo.

Terceiro objetivo. Criar uma manobra de diversão, uma cortina de fumaça. Enquanto o prefeito pretendia apoiar a candidatura do vereador Maurício Peixer, na realidade estava apoiando a candidatura do seu partido, o PMDB, deste modo deixando confusos gregos e troianos. Quanto maior e mais entusiástico o apoio do prefeito à candidatura do PSDB, mais votos ganhava o candidato vencedor.

Uma verdadeira tacada de mestre. Sinalizar um objetivo, quando o objetivo é outro. Brilhante ação de dissimulo e estratégia. Deixando acreditar que o seu candidato era um, conseguiu canalizar a maioria dos votos para o candidato Rodrigo Fachini. Todos aqueles vereadores que acreditavam estar votando “contra” o candidato do prefeito, foram iludidos e acabaram votando no objetivo oculto e no objeto do desejo do prefeito.

O melhor de tudo é que não foi necessário oferecer cargos nem benesses adicionais, para além das que já recebem os vereadores e seus apaniguados para que votem no candidato vencedor. Foi uma eleição que não teve muita emoção. Talvez só foi emocionante para o candidato que acreditou que o apoio do executivo seria determinante para a sua vitória. Estranho que um mestre do dissimulo, com cinco mandatos nas costas, tenha caído tão facilmente numa jogada de manual.

Um pequeno detalhe ficou no ar. Se o atual presidente da Câmara recebeu a maioria dos votos dos vereadores que acreditavam estar votando “contra” o candidato do prefeito, qual será o comportamento e a disciplina na hora de votar? Quem viver verá.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

A vereança e a ignorância

POR JORDI CASTAN

Bromélias, plantas ornamentais e dengue parecem ter se convertido na cabeça de alguns vereadores de Joinville numa ameaça mortal e para salvar a sociedade do risco que representa a dengue, bromélias e vasos de plantas devem ser proscritos da cidade das flores.

O vereador Rodrigo Fachini, é o autor de um projeto de lei que prevê em nome de promover o combate a dengue, legislar sobre o que não conhece, alias essa é uma tendência cada vez mais frequente na Câmara de Vereadores, em que pessoas até ontem leigas ou pouco versadas na maioria dos temas que tem a ver com a cidade, se convertem de uma hora para outra em doutos mestres e discursam tantas sandices por minuto, que superam de longe, os maiores ignorantes, mas o fazem com empáfia e palavreado que iludem até aqueles que os superam em estultice.

Discorre o projeto de lei, sobre o numero dos buracos que devem ter os vasos de plantas utilizados no município, que de acordo com a sapiência do nobre vereador, deve ser de três. Faltam ainda ao projeto de lei algumas emendas que determinem o horário de voo autorizado para os mosquitos do gênero Aedes Aegypti, e outras sandices do gênero, para que o projeto possa participar de algum premio a inutilidade.

Faria melhor o vereador, que é do mesmo partido do prefeito, em dedicar seus esforços a promover a volta da vigilância epidemiológica, que por aqui faz tempo que não tem aparecido. Seria também recomendável que conhecesse o trabalho do Instituto Osvaldo Cruz sobre a relação entre bromélias e dengue. Assim evitaria passar a imagem de alguém estulto. Que legisla sobre o que não conhece suficientemente. Correndo o risco de causar mais malefícios que os benefícios que imagina promover com o seu projeto de lei.

Ninguém discorda que a dengue tem se convertido em um problema de saúde pública. Que os responsáveis por esse descalabro devem ser buscados entre as autoridades responsáveis pela saúde e que se os legisladores exercessem com mais afinco o seu papel de fiscais do poder executivo é provável que a situação não tivesse chegado a esse ponto. Ajudaria mais o vereador se passasse a exigir que o executivo, a traves da secretaria de saúde faça o que tem a obrigação de fazer, seja diretamente ou via convenio. Teria assim mais possibilidades de dar resultado que promover uma lei que puna ao cidadão e o penalize por algo sobre o que ele não tem plena responsabilidade.

Para quem tiver interesse em conhecer mais sobre a relação entre bromélias e dengue recomendo que de uma olhada nos links seguintes. Entre eles recomendo o postado no site da Sociedade Brasileira de Floricultura e Plantas Ornamentais, que divulga conhecido estudo, elaborado pelo prestígioso e pouco suspeito Instituto Osvaldo Cruz do Rio de Janeiro, estudo este amplamente divulgado entre os profissionais do setor de floricultura em todo o país.

http://www.sbfpo.com.br/noticias/gerais/bromelia-e-dengue/15/