POR SALVADOR NETO
Nos Fios da Teia agradou aos
leitores do Chuva Ácida, como esperado. E aqui vamos nós a mais alguns fios que
tecem parte do mundo em que vivemos. Vamos em frente?
Cunha,
sigilo e grana
– O quase ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha,
foi com tanta sede ao pote que se afogou no próprio oceano da sua hipocrisia.
Com dois inquéritos abertos contra ele no STF, contas na Suíça em seu nome e da
família com apenas (?) 9 milhões de reais, agora sequestrados a pedido do
ministro Teori Zavascki, seu fim se aproxima. E a turma do impítim (leia-se
PSDB, DEM, PPS) se afoga junto.
CPMF
vem aí
– O imposto, ou contribuição como queiram, que mais assusta os ricos e
afortunados, grandes empresas e multinacionais, além de bancos e financeiras,
vai valer em breve. O governo Dilma costura os apoios, já tem governadores e
até prefeitos ao seu lado. Com essas canetas não há deputado que deixe de
aprovar. Afinal, se suas cidades quebrarem, e assim seus estados, para que
serviriam deputados e senadores? E cá prá nós, quem pagará a CPMF é quem nunca
paga nada, os mais ricos. Que venha, e logo.
Congretrevas – Essa
legislatura eleita pelo povo brasileiro tem feito uma força danada para
arrastar o Brasil às trevas da Idade Média. A proposta do Estatuto da Família
negando a realidade, a derrubada da criminalização da homofobia e, pasmem a
tentativa ridícula de criminalizar atos contra heterossexuais (kkk), para ficar
somente nisso, nos colocam no século X. E você aí em casa, vai ficar só
olhando?
Mídia
Caolha
– Na província de Joinville, nossa Sucupira, nossa velha e carcomida mídia
local/regional enxerga festival de cucas, distribui afagos ao fascista
Bolsonaro, negando ao seu público conhecer o outro lado da moeda, ou das
notícias. Em meio às enchentes desta quinta-feira (22) os joinvilense
descobriram que não há radio jornalismo para prestar serviço em meio às águas e
caos instalado. Fujam para os meios digitais alternativos gente!
Mídia
Caolha 2 – Você
já deve ter ouvido falar de Dalmo Dallari não? Grande jurista brasileiro, professor
Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com grandes obras
publicadas, teve participação importantíssima na Constituinte. Esta
personalidade esteve na província de Joinville esta semana em evento sobre
direitos humanos. Você soube? Não, claro que não. A mídia local/regional usou o
tapa-olho. Não viu, não quis ver, não publicou. Não interessa aos donos do
poder. Aguardem a vinda do Bolsonaro. Ganhará capa e espaços de entrevista
generosos.
Enchente – Algo que não
é novidade desde que os imigrantes afundaram os pés no mangue das terras de
Dona Francisca, as enchentes por toda a cidade tornaram a vida dos joinvilenses
um inferno nesta quinta-feira (22). Caiu muita água entre a madrugada e o meio
da tarde, e os prejuízos como sempre, serão altos. No mandato anterior, de
Carlito Merss, a limpeza permanente dos rios, bocas de lobo, riachos, causou
grande redução das cheias. Hoje, esse processo cessou. Resultados aparecem dentro
das casas e comércios.
Troca-Troca – Enquanto a
chuva encharcou a paciência dos joinvilenses, um troca-troca chamou a atenção:
Udo, que deixou um Rodrigo, que deixou para outro Rodrigo. O primeiro foi passear
em outro continente, e deu um agrado ao seu vice, de quem na verdade quer
distancia. Este ficou um pouquinho, e passou a bola para o outro Rodrigo, o
Fachini. Este, por sua vez, destacou em cerimonia familiar o “desafio”, a “missão”
que teria por... 48 horas. Ele só não contava com as chuvas. É, essa Joinville
faz coisas...
E
a prevenção? – Santa Catarina sofre com cheias há décadas.
É um convívio diário e permanente com as águas dos rios, somadas ao grande
fluxo de chuvas que já sabemos até em quais meses acontecem. A pergunta que
nunca tem resposta é: porque os governos e suas estruturas não colocam em ação um
plano de prevenção, já que tem informações antecipadas das intempéries? Porque
não soam avisos à população tão sofrida, com antecedência? Porque não colocam
planos de contingenciamento das águas, deslocamento das pessoas, proteção aos
seus patrimônios? É uma falta de vontade política e de governo que beira a um ato criminoso contra as comunidades.
É assim, os fios da teia nas
teias do poder...