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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Faça as suas apostas no Chuva Ácida

Conte quem você acha que vai para o segundo turno.

Coloque na forma do comentário o seu palpite.

Para poder sortear uma passagem de ônibus só de ida entre os terminais Sul e Norte do sistema integrado de transporte coletivo, não aceitaremos palpites de anônimos  De seu apelido, alias, nick, aceitamos inclusive o seu nome verdadeiro.

Participe. Pode participar quantas vezes quiser.

Quem estará no segundo turno em Joinville? 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O fim do histórico e horroroso 1º turno

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Estamos acompanhando uma das disputas eleitorais mais equilibradas da história desta cidade, muito provavelmente. E parece mentira, considerando o histórico das últimas campanhas, onde uma centopeia de partidos sempre aniquilava os poucos adversários que restavam (exceto em 2008). Neste ano, três candidatos oscilam na liderança, com diferenças irrisórias nos pontos percentuais, dependendo da pesquisa. Um quarto candidato fica um pouco atrás, aparentemente sem chances, porém com uma boa quantidade de votos que não podem ser descartados até a abertura das urnas no próximo Domingo. 

Devido a tantas possibilidades, podemos considerar o dia 7 de outubro de 2012 como a confirmação de um momento histórico. Alguém aí pode refrescar a minha memória com outra disputa tão acirrada que nem esta, e envolvendo tantos nomes? 

Será emocionante abrir a urna e ver a contagem dos votos (caso a estimativa das pesquisas se confirme), principalmente se os três nomes que estão liderando alternarem-se nas cabeças, ou ainda: ver o quarto colocado chegar e incomodar. Será um teste para cardíaco, com certeza. Sem esquecer o fato novo que tivemos da candidatura de um partido jovem, com ideias jovens, diferentes, sem querer ocupar espaço na TV para mensagens sindicais ou cargos em 2013. Este último não irá chegar, certamente, mas fez bonito (e muito!).

Por um outro prisma, este primeiro turno é para ser sepultado, de preferência, embaixo dos entulhos do mais antigo sambaqui da cidade. Coitados dos sambaquianos, talvez não mereçam tal injúria. O nível das propostas está tão raso, sem conteúdos, baseados em achismos, e muitas vezes contraditórios com o passado do candidato, que chega a dar nojo (e olha que sempre gostei muito de política, mas neste 2012 a coisa está feia). Somado a isto tudo, o desespero e´enorme a ponto de prometer obras quase impossíveis, iludindo o eleitor.

O que entristece mesmo são os ataques pessoais. Avançando sobre o que já discorri aqui no blog, os discursos preconceituosos perante os possíveis defeitos dos candidatos só tira o foco das propostas. Não lembro de ter visto Voltolini e LHS, em 96 e 2000, por exemplo, com ataques neste nível tão baixo. Qual o motivo de tentar desvirtuar a imagem pessoal de um candidato? Seja ele um possível pastor manipulador, um possível marido infiel, um possível candidato com casamento de fachada, ou um empresário que possivelmente "judia" (se soubessem o quão carregado de preconceito este termo é, não teriam usado, ainda mais vindo dos proclamados igualitários...). Bem, o desespero bateu, pois as propostas não convenceram, e os ataques em cima de "possíveis possibilidades" tornaram-se rotina, de todos os lados, para todos os lados.

É por estas e outras que considero este primeiro turno parte integrante de um cenário horroroso, e que alguém tenha piedade por Joinville. Infelizmente parece que isso irá continuar no segundo turno, seja quais forem os candidatos, pois é algo intrínseco a eles falarem mal de si mesmos, e não querem construir um diálogo sobre suas propostas, visando a construção de novos ideais de cidade. Não a cidade do A ou do B, mas a cidade de todas as pessoas.

Um palpite para Domingo, para encerrar: vão chegar o primeiro e o terceiro das pesquisas. De qual pesquisa? Bem, eu acredito em uma delas, mas como cada um acredita naquela que mais lhe convém, deixa pra lá.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Afastamento remunerado e o princípio da isonomia



 POR AMANDA WERNER

Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Eis o princípio da isonomia.

Nas eleições atuais, somente em Joinville temos 29 candidatos a vereador que são servidores públicos. Nestes dados, foram incluídos servidores públicos em geral e policiais civis e militares. Parece pouco? Comecemos novamente.

No Estado de Santa Catarina, somam-se 1874 servidores públicos candidatos, que disputam o cargo.

Em todo o Brasil, o total de servidores públicos pleiteando cargos políticos neste ano, corresponde a 53.249. Os dados são do TSE.

Por força de lei, os servidores públicos devem desincompatibilizar-se de suas funções públicas com alguma antecedência. O prazo de desincompatibilização varia de acordo com o cargo pretendido – presidente, governador, vereador, deputado, e também, de acordo com o cargo ocupado  se é servidor público em geral, ou se é autoridade, por exemplo. Para facilitar, vamos nos ater somente a quem pleiteia o cargo de vereador e pode ser considerado servidor público em geral.

O objetivo da lei, ao exigir a desincompatibilização, é o de impedir que o servidor público candidato faça uso da administração pública em proveito próprio. Evitar o chamado “uso da máquina”. É uma forma de dar cumprimento ao princípio da isonomia, ou igualdade, como preferirem. Assim, tenta-se dar aos candidatos o mesmo ponto de partida. Oportunidades iguais.

Ok. E já é um ônus imenso. E o cargo vacante? Muitas vezes, tem que se colocar alguém no lugar. Paga-se em dobro. Ou ainda, o cargo fica desocupado e onerando todo o serviço público. Aumentam-se as filas. O serviço fica atrasado.

Mas, como se isso não fosse suficiente, o servidor público continua recebendo remuneração, mesmo afastado do trabalho. Nesse caso, não me parece que o princípio da isonomia foi mantido.

Ora, para o candidato a vereador que trabalha em empresa privada  não há nenhuma lei dispondo sobre a tal licença. Ou seja, o funcionário de empresa privada não tem este direito. Além de arriscar perder o emprego, tem que se bancar.

Os servidores públicos candidatos estão sendo financiados por nós. Por toda a sociedade.

O pior de tudo, é que percebe-se que em grande parte das vezes, o candidato a vereador sabe que não tem a mínima condição de ser eleito. O único objetivo destes, me parece que é o de se alinharem à um partido político, uma coligação.

Ser “de um lado” , para os candidatos-servidores não-eleitos, passa a ser um pré-requisito para galgarem cargos dentro da administração pública, já que foram aliados políticos durante as eleições. Quando os tais cargos são conseguidos, e existe a presença dessas figuras na administração pública, nem sempre é exigido delas, o desempenho  com qualidade que se espera de um servidor público, que tem o dever da probidade, da impessoalidade e da eficiência. Pois o agente deixa de ser público, para ser político.

E quando não foi o seu partido que ganhou, não se esforçam para desempenhar a suas funções, muitas vezes como forma de “sabotar” a oposição. Entre servidores político-partidários opostos, há um acordo tácito: não me incomoda, que eu não te incomodo quando for a tua vez.  

E quando há servidores empenhados nas suas funções, e propõem mudanças, ficam travados, e os que travam, quando instigados ao trabalho, defendem-se dizendo que estão sendo perseguidos politicamente. Desta forma, ciclicamente, sempre os mesmos ocupam os cargos em comissão. E tudo “está como dantes no quartel d’Abrantes”.

Estes são sintomas de que nossas leis podem estar defasadas e devem ser revistas. Quem sabe a implantação de planos de cargos e salários na administração pública? Talvez fosse uma forma mais honesta do servidor buscar a ascensão profissional.

Significa que o servidor público não pode se candidatar? Não. Significa que ele não deveria receber durante o período do afastamento.

O servidor público é público. O nome já diz tudo. E está lá para servir a sociedade. E não para se auto-beneficiar por meio de mecanismos e brechas na lei.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O superclari

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Se tem um fato que chama a atenção nestas eleições, tirando a falta de propostas, é a manutenção de Clarikennedy Nunes no topo das pesquisas, desde quando seu nome aparecia como uma candidatura consolidada. A esta manutenção podemos atribuir valores "especiais" (ou seriam divinos?) a ponto de termos o surgimento de um Superclari, comparado aos mais diversos superherois dos quadrinhos.

Além de não ter um partido encorpado (o PSD é uma aberração filosófica que abrigou vários políticos descontentes em seus partidos de origem, os quais acharam uma brecha legal para trocarem de partido sem perderem os seus mandatos), o deputado-candidato encontra poucos apoiadores, principalmente se levarmos em conta os principais nomes do partido.

Ou alguém acha que Odir Nunes pede voto para o Clari? Darci de Matos? E o governador Raimundo Colombo? Este último está torcendo para dar Udo... alguém duvida? É também um dos candidatos que menos tem tempo de TV (ganha apenas para Leonel Camasão).

Estes números sólidos de Clarikennedy não se devem a suas propostas (péssimas, por sinal), mas sim ao seu trabalho de "formiguinha" em seu principal reduto eleitoral: a igreja Assembléia de Deus. Com o mandato de deputado na mão, ele tem como organizar e participar de "seminários de liderança", os quais espalham suas ideias em típicas ações de pré-campanha. Portanto, cria uma sólida base de eleitores fiéis (em todos os sentidos), formatando os seus votos intransferíveis, seja qual proposta for. O que importa é o Superclari.

Entretanto, o que assusta o pessoal do 55 é a estagnação. Por mais que esteja sempre no topo das intenções de voto, com um nível de rejeição baixo, os seus índices são praticamente os mesmos há muito tempo, com a campanha na rua e tudo. É só lembrarmos que, nas últimas eleições, candidatos estagnados não alcançam sucesso nas urnas e sempre perdem espaço para as candidaturas crescentes. Será que a Kryptonita do Superclari é a estagnação? Dia 7 de outubro teremos a resposta...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Esta é a eleição do preconceito

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Agora que restam poucos dias para o 7 de outubro, posso dizer que esperava mais desta corrida para ocupar a cadeira do Prefeito. Poucas propostas novas surgiram. A maioria dos candidatos repete os seus discursos que conhecemos há anos, e outros repetem o que seus amigos de partido já falavam. Sensação de retrocesso é forte, e se aguça mais ainda ao ver a onda de ataques que muitos fazem a seus adversários na base do preconceito, e não pelas propostas.

A seguir, vamos tentar relatar, sem citar nomes (pois é um processo que não dá para identificar onde começa) alguns discursos preconceituosos que estão presentes nesta campanha em Joinville. Qualquer suposição é apenas para efeito de lógica e de didática.

Bem, ao invés de dizer: "não vote no candidato A, pois ele não tem uma proposta digna para a educação (por exemplo)", o candidato B (e seus cabos eleitorais) diz para não votar no A, devido ao fato de que defende a igualdade de gênero e mostra um beijo entre dois homens no horário eleitoral da TV.

O mesmo candidato A, que sofre preconceito do B, diz para não votar no C, considerando os escândalos de suposta infidelidade que teve anos atrás.

Este candidato C, que sofre preconceito do A, diz para não votar no D, pois supõe que ele é racista e maltrata os funcionários. Mas não sugere deixar de votar em D pelas suas propostas, ao seu ver, ruins e incompletas.

O candidato D, que já não sabe se sofre preconceito de um, de todos, ou de nenhum, diz para não votar no E por simplesmente não ter uma equipe qualificada. Puro bullying. Por sua vez, o E pede para suas equipes espalharem que o candidato B é ligado a segmentos religiosos e que isto não combina com política.

Pessoalmente não acontece nenhuma acusação direta, tudo fica nas entrelinhas. Tenho medo dos próximos quatro anos da cidade de Joinville. Parece que as ideias estão fora do lugar, e o lugar está fora das ideias. A cidade está sedenta por cabeças pensantes, mas só temos bocas fofoqueiras.

domingo, 9 de setembro de 2012

Resultado da enquete


Para 66,46% dos 164 leitores que votaram na enquete do blog a propaganda eleitoral gratuita não influencia a sua escolha.
Mas para 33,54% dos leitores é justamente esta propaganda eleitoral em radio e televisão a que influencia e os ajuda a escolher em quem votar.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As polêmicas pesquisas e o início da guerra eleitoral

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Pode parecer estranho, mas até agora não tivemos campanha eleitoral em Joinville, exceto pela movimentação frenética dos candidatos a vereador. Acompanhamos até então, por parte dos candidatos a Prefeito, ações ensaísticas sobre o que começa agora, de fato, após as pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias, as quais mostram uma evolução de Udo, uma estabilização negativa para Carlito e positiva para Clarikennedy e Leonel, e a cachoeira de Tebaldi.

A campanha eleitoral na TV, por mais que não defina o voto, faz as pessoas discutirem sobre quem votar. As informações circulam, geralmente rebatendo no líder das pesquisas, ou no candidato com maior rejeição. No caso joinvilense, Tebaldi e Carlito, respectivamente. Após algumas semanas de informações circulando, três pesquisas aparecem, com dados totalmente distintos entre si. A mais distante das outras é a pesquisa da RBS/Ibope, a qual mostra Udo na frente, algo inédito até então. Vale lembrar que os quatro pontos percentuais praticamente empatam Udo, Tebaldi e Clarikennedy, e, ainda: a pesquisa foi realizada dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Ou seja, em um final de semana, e isso influencia muito no perfil dos entrevistados que responderão à pesquisa. O perfil de pessoas que circulam pela cidade varia, de acordo com o dia da semana. Para quem tiver dúvida, a pesquisa Origem-Destino 2010 mostra bem esta realidade. Só um exemplo: aos domingos, os mais pobres e mais velhos costumam ficar em casa, e este pequeno detalhe pode interferir em uma pesquisa...

E será que o crescimento de Udo é o motivo da Gazeta de Joinville não divulgar uma pesquisa, de sua encomenda, e que foi registrada no TRE dia 23 de agosto?

Independente dos números precisos da pesquisa A, ou da pesquisa B (os assessores sempre vão acreditar naquela que dá a vantagem para o seu candidato), a questão é que temos três fatos novos:

  1. Tebaldi em queda livre;
  2. Clarikennedy chegou ao teto, pois em nenhuma pesquisa passa dos 25%;
  3. Udo cresce em todas as pesquisas.
Antes da divulgação destas pesquisas, todos os candidatos estavam acomodados e apenas fazendo indiretas, nos debates, e nos seus respectivos programas. O alvo principal era Tebaldi, invertendo agora todas as atenções para Udo Dohler. Posso estar errado, mas quem menos irá "bater" em Udo será o PT (o PT precisa olhar para si antes de bater em alguém, além de ver em Udo um histórico - e potencial - aliado). Um dos outros candidatos já está usando a questão de racismo para dar suas indiretas. A guerra está lançada, finalmente! Não se espantem se aquela história das costureiras acorrentadas aparecer por aí! Se até jornalista abobado falou de beijo entre dois homens na campanha do Leonel... não duvido de mais nada!

Nem tudo é maravilhas para os lados da Rua Alexandre Schlemm. A campanha estava sendo montada para chegar ao segundo turno, raspando na trave. Ninguém esperava o crescimento nesta fase da campanha. A prova disso é que toda a estratégia de Udo foi montada em cima de suas propostas, sem se preocupar com com os tiros apontados para Tebaldi e Carlito (o Clarikennedy não esquece Carlito em nenhum de seus programas). Agora que a situação mudou, será que a estratégia adotada por Udo será a mesma? Como irá se defender dos ataques? Tem pique para aguentar o crescimento? 

Estas e outras questões só o tempo vai responder, entretanto, os fatos novos mudam a direção do arsenal bélico de quem precisa de guerra para se manter bem nos índices. O circo finalmente vai pegar fogo, finalmente!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?

Tebaldi termina as eleições com mais ou menos de 20% da preferência dos eleitores? O José António Baço e o Jordi Castan tinham uma "teima" a esse respeito e trazem a troca de ideias para o Chuva Ácida. E você, leitor e leitora, o que acha? Tebaldi fica acima ou abaixo dos 20%?





sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A maior cidade rural de Santa Catarina

POR GUILHERME GASSENFERTH
Você sabe qual é a cidade com a maior população que vive em zona rural de Santa Catarina? Chapecó? Campos Novos? Lages? Não. É Joinville. Sim, nós temos a maior população rural do Estado! E o que isto significa, além de presumivelmente uma informação nova para você? Que o mínimo que Joinville (estamos incluídos aqui, OK?) precisa fazer pela zona rural é dar mais atenção.

Antes de começarmos de verdade, atente para o fato de que nem todo mundo que vive na zona rural é agricultor. Aquele pessoal que vive no Golf Club e no Country Club não me parece do tipo que acorda com as galinhas, calça uma Havaianas surrada e vai pra roça arar a terra, ordenhar a vaca e plantar milho. Mas eles são habitantes da zona rural! Muito bem, feito o necessário nivelamento de informações, vamos ao texto.

Quero pedir licença aos moradores que se aposentaram e foram pro campo ou que preferiram uma vida mais calma e foram viver num sítio mesmo trabalhando na área urbana. Não é de vocês que eu quero falar. Meu papo é sobre a zona rural agrícola.

Vamos falar de infraestrutura. Pense em qual é a estrutura que estradas como Mildau, Quiriri, Piraí ou do Atalho, por exemplo, oferecem aos seus habitantes. A população que vive no sítio, nas estradas rurais esburacadas, com pontes precárias, sem sinal de telefone, sem internet, sem TV à cabo, estará satisfeita com sua condição de vida? Ou vocês acham que agricultor é obrigado a assistir o Faustão no domingo à tarde?

E mais: será que os jovens que vivem nas estradas rurais estão satisfeitos com sua condição de vida? São jovens como nós e querem lazer, cultura, saúde, educação, oportunidade, infraestrutura – iguaizinhos a nós. A diferença é que daqui de casa ao Centreventos, ao SESC, à academia, à UNIVILLE, ao Shopping Garten, aos grandes supermercados etc. dá 3 km ou menos. Para quem mora no fim da estrada Dona Francisca ou no Quiriri, dá 30. E o ônibus é bem escasso!

A preocupação com os jovens explica-se porque eles precisam continuar lá. É preciso fazer com que ser agricultor seja rentável, prazeroso e motivo de orgulho. Joinville não pode correr o risco de perder o cinturão verde e agrícola para a especulação imobiliária, por razões econômicas e ambientais.

Econômicas porque o abastecimento agrícola é um trunfo da cidade. Temos boas plantações de arroz, banana, milho, aipim, além de outras culturas em menor número mas que contribuem no abastecimento interno, na redução do custo dos alimentos e num alimento mais fresco! :)

Ambientais porque do nosso território de mais de 1.100 km², mais de 50% é Mata Atlântica preservada. Desnecessário contar que a absoluta maioria deste pulmão verde está na área rural da cidade. Com pequenas propriedades orgânicas, isto permanece inalterado. E é preciso incentivar a produção agrícola orgânica nas bacias do Piraí e Cubatão, fazendo com que a terra seja menos agredida, o ambiente seja mais preservado e, principalmente, nossa água seja pura. 

Já falei isto outras vezes, mas é também plenamente possível incentivar ainda mais o turismo rural, e não só pros turistas de fora, mas principalmente para o joinvilense. É tão bacana visitar sítios, saber como funciona a produção de melado ou de geleia, comprar produtos coloniais direto do produtor, aproveitar as paisagens, tomar um revigorante banho de rio... E poucos joinvilenses sabem o privilégio que têm no próprio quintal. Tem gente hoje em dia que tá tão urbana que não sabe nem como é um peru (tô falando do animal!).

Minha maior tristeza é ver que os candidatos a prefeito não apresentaram planos consistentes ou coerentes para valorização da zona rural da cidade. Não é difícil: infraestrutura completa, incentivo à produção orgânica, programas de apoio aos agricultores, em especial os jovens, turismo rural, incentivo à comercialização direta com mais feiras pela cidade (sem atravessadores, valorizando o produtor), entre outras ações e projetos que devem ser feitos para fazer Joinville não ser apenas a maior cidade rural, mas também a melhor cidade rural catarinense. Tô sonhando muito?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Planejamento urbano não é a mesma coisa que mobilidade urbana, senhores candidatos!

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A campanha eleitoral já está chegando a sua reta final (pelo menos neste primeiro turno), e as propostas dos candidatos a Prefeito são evidentes. Ao analisar a proposta dos cinco postulantes ao executivo, percebi algo preocupante: muitos deles confundem planejamento urbano com mobilidade urbana.

Sempre vale lembrar que o planejamento urbano é a visão estratégica sobre todos os elementos que compõem a vida urbana, os quais, organizados através de legislação específica (Plano Diretor e outros instrumentos urbanísticos), irão ditar o ritmo da organização da cidade de Joinville. A mobilidade urbana é apenas um item, assim como os cuidados com o meio ambiente, integração com os municípios vizinhos, etc. Um exemplo: 2013 é um ano de revisão do Plano Diretor e nenhum candidato parece estar preocupado com isto. Analisaremos caso a caso, de acordo com os materiais disponibilizados pelos candidatos na internet.

Marco Tebaldi: em seu site, Tebaldi mostra como seu discurso sobre planejamento urbano é inexistente. Diz que vai “retomar o Planejamento Estratégico desenvolvido pelo governo do PSDB que apontou o tipo de cidade que queremos: “Ser uma cidade sustentável, solidária, hospitaleira, empreendedora, voltada à inovação, com crescente qualidade de vida, motivo de orgulho da sua gente, onde se realizam sonhos”. Deve ser a mesma visão que norteou suas atuações nos manguezais de Joinville. Em nenhum outro momento cita-se planejamento urbano como proposta, mas mobilidade urbana sim. Nem preciso dizer que as políticas voltadas para o automóvel e pavimentação estão presentes na maioria das propostas...

Clarikennedy Nunes: como o candidato ainda não disponibilizou o seu site, a análise fica por conta de um vídeo postado na internet e que causou muita “comoção” nas redes sociais.


Fica bem clara a visão de Clarikennedy sobre a cidade de Joinville: existem problemas apenas no trânsito, e o automóvel é o principal prejudicado. Para isso, elevados, túneis e demais facilidades estudadas por uma equipe especializada (sic!). Enquanto urbanistas e demais estudiosos da área propagam uma cidade mais humana, excluindo o carro de seus projetos, este candidato aparece na contramão, em um discurso fraco, pois nem considera o que propaga o Plano Diretor, e muito menos as dificuldades dos outros modais de transporte. Não fala nos impactos de vizinhança que um elevado causa, e nem cita como irá fazer isto, apoiando-se em Raimundo Colombo para resolver tudo. Parece-me o Carlito em relação ao Lula em 2008...

Udo Dohler: em seu site, o candidato apresenta um setor de propostas apenas para a mobilidade urbana, esquecendo completamente das políticas de planejamento urbano. Das 17 propostas apresentadas, a maioria está voltada para o automóvel, com duplicações, eixôes, etc. Fala-se até em redesenhar o sistema viário. Mas como? Ignorando o Plano Diretor? Ou ainda, mudando toda a dinâmica da urbanização joinvilense?

Leonel Camasão: o socialista distingue bem o que propõe para mobilidade urbana e transporte coletivo, das propostas de planejamento urbano. Promete dar uma atenção especial à Lei de Ordenamento Territorial, criar a outorga onerosa, e desapropriar as mansões de luxo ou terrenos de alto valor que dão “calote” na Prefeitura através do IPTU. E é o único candidato que está levantando a bandeira de fechar algumas ruas do centro e criar calçadões.

Carlito Merss: também distingue as propostas de mobilidade urbana das propostas de planejamento urbano. Dentre os cinco itens específicos apresentados, destaque para a intenção de “Assegurar a compatibilidade de usos do solo nas áreas urbanas, oferecendo adequado equilíbrio entre empregos, transportes, habitação e equipamentos socioculturais e esportivos, dando prioridade ao adensamento residencial nos centros das cidades”. Carlito teve a oportunidade de fazer isto com o Minha Casa, Minha Vida... mas não fez! Colocou mais de 700 famílias do Trentino I e II em uma região longínqua do centro da cidade, sem a instalação da infraestrutura social adequada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O primeiro dia de campanha na TV: as bizarrices e um pouco do que vem pela frente

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Propaganda eleitoral sempre me fascinou, desde quando era criança. Jingles, propostas, bizarrices e outras coisas referentes a este processo da corrida eleitoral sempre me fizeram sentar em frente à TV e acompanhar tudo. Você pode me achar um louco sem noção, mas, gostos são gostos! Hoje consigo avaliar tudo de forma menos passional, ao contrário de alguns anos atrás, onde ai de quem falasse mal do jingle “Voltolini, Voltolini...”. Nem preciso dizer como fiquei quando me vi na TV em 2008 (para quem não sabe, fui candidato a vereador naquele ano e fiz 503 votos), né?

Passado tudo isto, o certame de 2012 apresenta cinco candidatos a Prefeito. Após 45 dias de campanha liberada, a propaganda na TV e no rádio começou (não pretendo discutir aqui o mérito nem a eficácia deste tipo de abordagem “obrigatória”, fica para outro post). O primeiro programa, por mais que não pareça, é um grande indicador de como serão aqueles minutinhos que cada candidato tem. Somente após as próximas pesquisas teremos alguma mudança no perfil do programa veiculado, a fim de conquistar alguns pontos a mais, nem que para isso seja necessário atacar o concorrente ao invés de apresentar propostas.  Relatarei algumas impressões que tive a partir do que foi veiculado na TV neste dia 22 de agosto, às 13 horas.  Sem patriotadas nos comentários, ok?

Leonel Camasão: deve ter acontecido algum problema:  a tela ficou azul e nada foi veiculado. Todos sabem que a campanha do socialista possui poucos recursos, mas não se pode deixar uma furada destas, ainda mais para quem é desconhecido da maioria da população. Fui atrás do programa de rádio e achei um link. Programa simples, bom e bem objetivo. Só faltou ao candidato Leonel ser mais enfático em suas falas, pois pareceu estar lendo um roteiro pré-montado.

Udo Dohler: tecnicamente deu a impressão de ter sido a melhor propaganda do dia. Como característica da DPM (produtora dos vídeos da campanha de Udo), prática que advém desde as campanhas de LHS, muitos símbolos da população local foram mostrados, em clichês que funcionam para o povão, a ponto de emocionar. Udo se apresentou de forma bem tranqüila (olhar disperso foi o ponto fraco), acompanhado de várias falas de LHS em comícios peemedebistas (algumas até desnecessárias). Já deu para perceber que a figura de LHS vai ser sempre citada nessa campanha. O candidato é o Udo ou o LHS?

Carlito: o programa começou com muitas pessoas cantando (pior que playback) o jingle da campanha. Familiares e pessoas próximas deram depoimentos (o que é normal em todo o primeiro programa). Mas uma questão me deixou muito intrigado: por qual motivo o candidato mostra imagens internas dos órgãos da Prefeitura? Ele, por mais que seja o atual Prefeito, é um candidato como os outros, e não poderia se utilizar de imagens internas das “coisas públicas”. A “continuidade” foi um discurso amplamente utilizado e deve ser o tom de campanha (ao bom estilo Lula e o “deixa o homem trabalhar”). O ponto negativo é que nunca vi uma propaganda eleitoral, no primeiro dia de TV, onde o candidato não fala nada!!! Seria uma camuflagem frente à ampla rejeição indicada nas pesquisas? E Carlito deve ser o candidato que mais irá explorar a imagem de seu vice. No caso, Eni Voltolini.

Tebaldi: piada pronta ao dizer que os bairros de Joinville estão abandonados, como se em quatro anos tudo tivesse mudado. Piada pronta ao se enrolar todo para falar o sobrenome de seu vice, Gilberto Boettcher. Gilberto, inclusive, mostrou uma relativa dificuldade com as câmeras. O mote de campanha deve ser o “voltar para o que era bom” (sic!). Mas o troféu Jacaré Fritz desta primeira semana de campanha na TV já é do ex-Prefeito, por ressaltar em seu programa que foi o “responsável por políticas habitacionais nas áreas de mangue de Joinville, dando qualidade de vida a estas regiões”. Preciso comentar?

Clarikennedy Nunes: começou o programa se apresentando e dando indiretas que doeu na espinha de muita gente, ao explicar o porquê de alguns não quererem a sua candidatura. O Darciiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii-um-homem-honesto-do-povo-é-trabalhador (quem lembrou agora de 2008?rs) apareceu dando seu depoimento, junto com várias outras pessoas. Cobrem-me, mas se ele aparecer mais umas 5 vezes pra falar de Clarikennedy, será muito. A mesma coisa em relação a Colombo (o qual queria apoiar Udo, mas sabe como é a política...). O “passado ruim”, o “presente pior ainda” e o “eu sou um homem de compromisso” (em clara alfinetada a Carlito) será o mantra do candidato.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mistérios eleitorais


POR JORDI CASTAN

As declarações patrimoniais dos candidatos são verdadeiras caixas de surpresas. Eleitores atentos acham autênticas pérolas, não só no caso das declarações dos candidatos a prefeito, mas também entre os mais de 300 candidatos a vereador. Há algumas declarações que põem em dúvida a credibilidade que estas declarações deveriam ter e a transparência que proporcionam para que o eleitor possa fiscalizar os candidatos.




Um exemplo interessante é o do candidato Chico Zermiani, que em 2008 declarou como único bem um telefone celular no valor de R$ 600.



Nesta eleição ou seu patrimônio mudou e, como resultado do seu trabalho e esforço, acrescentou outros bens, como um barco adquirido em 2009 e a sua participação como sócio na Empreiteira Zermiani, avaliada em R$ 15.000. Até aí nada para desconfiar, mas a informação que segue:  SOCIO DA EMPREITEIRA ZERMIANI LTDA INSC. NO CNPJ 03.627.184/0001-02 ADMITIDO NA SOCIEDADE EM 07/10/2002 INATIVA"alertou os olheiros do Chuva Ácida.

Se ele é sócio desde 2002, por que a participação acionária que ele tinha da empreiteira Zermiani não apareceu na declaração de 2008?


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os filhos únicos de pai solteiro

POR JORDI CASTAN

Apareceu na campanha um renque de filhos únicos de pai solteiro. O estranho fenômeno atinge dezenas de candidatos a vereador que se apresentam “solteiros”, desvinculados do candidato a prefeito do seu partido ou coligação. É uma estranha epidemia do caso de filho que renega do pai.

A conclusão lógica é que os candidatos a prefeito são muito ruins. Afinal, até os candidatos a vereador colocam placas, cavaletes e distribuem santinhos em que não aparece o nome e a imagem do candidato a prefeito do seu próprio partido. Em alguns casos, aparece de forma minúscula a sigla do partido e o número da majoritária, de tal forma dissimulados e escondidos que fica praticamente impossível identificar.

Como a prática está amplamente disseminada, desde ex-secretários da atual administração a militantes históricos, quase todos se apresentam amparados pelas artes dos marqueteiros como sendo candidatos livres, desvinculados de qualquer desatino ou malfeito dos candidatos a prefeito. É uma moderna versão da fábula do porco e da galinha, que conversavam sobre o seu grau de envolvimento com o café da manhã dos donos da fazenda: enquanto a galinha contribuía fornecendo os ovos, o porco fornecia ou toucinho.

Estes candidatos não querem que o eleitor os identifique ou os relacione nem com esta administração, nem com a anterior, como se eles não tivessem nenhuma responsabilidade e nenhum compromisso - e isto é um desserviço com o eleitor. Para confundir ainda mais a cabeça do eleitor desavisado, as tradicionais cores partidárias tem sido abandonadas e não é fácil reconhecer a imagem dos partidos, como se cada vereador estivesse fazendo a sua própria campanha e correndo a sua própria corrida.  

Há, a cada dia, mais gente que responde aos pedidos de voto e de apoio dos candidatos à majoritária com um ríspido “nós quem, cara pálida?” Sem decolar, os candidatos veem rapidamente perder os seus “soldados” e esta é uma batalha que não se ganha sem infantaria. Como sempre são os ratos os primeiros que abandonam o navio das candidaturas que afundam ou ficam atoladas no lodo. Eu desconfiaria destes candidatos.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Clarikennedy e o clássico "empurrando com a barriga"

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Já que poucas propostas aparecem, e a campanha se vê dominada por acusações do passado (até criminal) de alguns candidatos, vamos falar daquelas propostas que já estamos cansados de ouvir e que novamente aparecerão em 2012. E algumas destas vêm do deputado estadual (e candidato pela terceira vez) Clarikennedy Nunes, do PSD, quando ele assume que o sistema público é problemático e transfere o cidadão para a iniciativa privada, através do "cheque consulta" ou do "vale creche", propostas que ele carrega ao longo de sua trajetória.

Vale a pena lembrar, antes de continuar este texto, de que sou a favor de um Estado forte, provedor das necessidades básicas da população, garantindo todos os direitos fundamentais presentes na Constituição, como no caso da saúde e da educação. Existem várias visões acerca deste tema, mas faço questão de opinar em relação a minha, a qual mudou muito ao longo dos anos, confesso.

A partir do momento em que um candidato a prefeito assume como proposta a transferência das soluções para a iniciativa privada, ele corrobora que não conseguirá resolver os atuais problemas inerentes à prefeitura. Se não há a possibilidade de gerenciar de forma eficiente o atendimento, a solução é "comprar vagas" do setor privado, pois lá se tem a ideia de que "as coisas funcionam". Entretanto, qual a função de um prefeito? Resolver os problemas e criar novas soluções para a gestão pública, ou "empurrar com a barriga" e transferir as soluções, com vistas a um discurso demagógico de que "não importa como, mas o cidadão está com seu problema resolvido"?

Compreendo que o cidadão terá o seu atendimento efetuado, ou o seu filho na creche, seja estas políticas forem implementadas. O setor privado pode resolver as situações com uma agilidade incomparável em relação ao público. O Estado burocrata deixa creches serem interditadas, ou ainda, faltar água quente nos chuveiros dos hospitais. Porém, como cidadãos, não podemos aceitar nem o clientelismo das propostas dos candidatos, muitos menos as ineficiências da gestão pública. A grande carga de impostos serve para a implementação de políticas que atendam a todos, e não para ficar transferindo recursos financeiros, em uma espécie de "terceirização" dos serviços.

Desta maneira, votando em candidatos que proliferam este discurso, estaremos colaborando para a continuidade do sucateamento das ações públicas, olhando apenas para a ponta do iceberg. O que adianta, por exemplo, comprar uma vaga em creche particular, se a criança, quando crescer, entrará em uma escola pública sem qualidade? Ou dar uma consulta para o cidadão em um consultório privado e jogá-lo na fila de espera do SUS para uma cirurgia? Podemos assumir que o mercado controla tudo e não precisamos mais de representantes (sonho de todo o liberalismo), ou daremos importância às ações de melhoria da "coisa pública", com representantes que assumam o compromisso de melhora. Esta leitura é necessária para todas as propostas que aparecem, caro eleitor!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Volta ao mundo em 150 dias, por Tebaldi!


POR GUILHERME GASSENFERTH

(Tebaldi sem Photoshop você só encontra aqui!)
Observando os gastos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do deputado federal e candidato a prefeito de Joinville, Marco Antonio Tebaldi (PSDB), fiquei intrigado com o quanto o homem trabalha.

Consta no site da Câmara dos Deputados que de março (quando foi demitido do Governo do Estado e reassumiu a cadeira no Congresso) até julho, o homem gastou R$ 15.236,59 de “combustível e lubrificantes”.

Deixemos os cálculos para depois. Além do valor, outra coisa me intrigou. Uma empresa chamada Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim deste texto), que emite uma nota fiscal de combustível de R$ 4.201,55 em março de 2012, outras na faixa entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e uma de R$ 4009,73 em julho.


Eis aqui a cópia da tela do site da Câmara com os dois maiores gastos. Percebam que o gasto é por nota, não é acumulado do mês, senão o Auto Shopping Derivados de Petroleo Ltda também teria só uma inscrição.


Então fiquei curioso – porque o Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto)? O que faz com que Tebaldi utilize sempre o mesmo posto de combustível?

Vale dizer que segundo o regulamento da CEAP, instituído pelo Ato da Mesa nº 43 de 21/05/2009, em seu artigo 2º, inciso IX, o deputado tem direito a verba indenizatória para “combustíveis e lubrificantes até o limite inacumulável de R$ 4.500,00 mensais”. Lê-se no parágrafo único do mesmo artigo: “As despesas estabelecidas nos incisos I, VII e VIII poderão ser realizadas por assessores [...]”. Depreendo daí que as demais despesas, como a estabelecida no inciso IX, não podem ser realizadas por assessores, só pelo próprio deputado. Pode isso, Arnaldo?

Vamos aos cálculos. Seus R$ 15.236,59 de gastos com “combustível e lubrificante” representariam 5.441,63 litros de gasolina, considerando o preço por litro de R$ 2,80, um preço alto. Com 5.441,63 litros de gasolina, considerando o consumo URBANO da Pajero que ele declara como seu bem (7,4 km/l, segundo li na internet), seria possível rodar 40.268 quilômetros, o suficiente para dar uma volta inteira no globo terrestre sobre a linha do Equador (40.075 km) e ainda sobrariam de lambuja 193 quilômetros, o que daria pra uma visitinha na Secretaria de Educação de SC. Matar as saudades, sabe como é.

Na prestação de contas, raramente veem-se notas de postos em outras cidades. Portanto, o consumo majoritário de combustível é na cidade de Joinville e região, o que deixa ainda mais intrigante a quantidade de quilômetros rodados. Os quilômetros representariam mais de 1.000 viagens entre o Rio Bonito e o Paranaguamirim, para citar dois extremos. O que dá uma média de 6,66 viagens por dia, considerando dias não úteis. É a média da besta!

Se considerarmos uma velocidade média de 60km/h, o que é muito no trânsito que Joinville tem hoje em dia, Tebaldi levou 671 horas só dentro do carro. Seriam 28 dias dentro do carro 24h por dia. O homem é trabalhador, mas não tanto, né, gente? Dividindo as 671 horas pelo número de dias máximos que ele levou pra gastar isso (150 dias, cinco meses), dá 4 horas e meia por dia dentro do carro. Descobrimos o culpado pela imobilidade urbana. Larga esse carro e vai de bike, Tebaldi! :)

Ficam algumas perguntas: o que Marco Tebaldi fez com 40 mil quilômetros? Por que sempre o mesmo posto? Por que notas fiscais de valores tão elevados? Seus assessores estariam usando indevidamente recursos da Câmara dos Deputados (nossos)?

Antes que pensem que estou sendo leviano, eu tentei perguntar direto para eles. Mandei um e-mail para “dep.marcotebaldi@camara.gov.br” na terça-feira, fazendo estas perguntas aqui e algumas outras. Pedi confirmação de leitura no e-mail, que até agora (quinta-feira, 22h), não chegou. Deve ter muito trabalho por lá... E como somos bacanas, damos até direito de resposta às perguntas acima como um texto aqui no Chuva Ácida. Se quiser, claro.

Por último, tenho também uma outra ideia do que pode ser tanto gasto... Considerando que o item é “combustíveis e lubrificantes”, poderia ser o óleo de peroba considerado lubrificante? Porque deve haver um bruto estoque destes no Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto).

PS: informo também que fiz pedido formal da cópia das Notas Fiscais à Câmara dos Deputados. Aguardemos.

DIREITO DE RESPOSTA

Informo que fui procurado pelo proprietário do Posto Aliança - que não é parente do Tebaldi como alguns sugeriram que pudesse ser.

O proprietário informou que possui o posto naquela localidade há 8 anos e que sempre trabalhou com honestidade e prestando serviços com qualidade. Na conversa, ele afirmou que o posto trabalha com o preço médio praticado nos demais postos de combustíveis da cidade e que garante a qualidade de seu produto.

Informou ainda que seu serviço é abastecer e que não cabe a ele saber que uso é feito do produto que vende, com o que concordo plenamente.

Diante do caráter democrático e do senso de justiça deste blog, resolvemos dar ao proprietário o direito de responder aos questionamentos que fiz no texto.

Ele foi bastante solícito e gentil mesmo após as questões que levantei, razão pela qual está postado este adendo ao texto, o que já esclarece uma parte do que foi questionado no texto. Ficamos felizes por estarmos solucionando parte de nossas dúvidas.

Ao proprietário, peço desculpas por aborrecimentos que lhe possa ter causado.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Público e privado


POR JORDI CASTAN

O post do Guilherme, na sexta-feira, despertou uma enxurrada de comentários de um e outro lado. Curiosamente o seu texto despertou um novo exército de zumbis - na verdade, um segundo exército de zumbis, porque o primeiro está acordado e pentelhando desde umas semanas - postando como enlouquecidos, uma repetição ensandecida de mensagens que insistem em que #joinvilletem.

Mas voltando ao post do Guilherme, é evidente que quando vários comentários do mesmo teor, utilizando as mesmas expressões e postados com diferença de poucos minutos chegam ao Chuva Ácida, é fácil identificar uma articulação de um ou outro interessado em replicar ou retuitar mensagens a favor de um ou em contra de outro.

O interessante dos comentários é que vários deles abordaram o tema do que é público e do que é privado e defendem a ideia que há que saber separar as duas coisas. Este é um tema interessante e que merece um debate mais profundo. O que é o público e o que é privado? Em que momento e como separar ou diferenciar um do outro? É ainda mais interessante este debate, dependendo do papel ou da importância do envolvido ou dos envolvidos.

Primeiro ponto que deveria ficar claro é que tudo o que envolve um candidato a prefeito de Joinville deve ser público. Foi o candidato quem de forma voluntária decidiu participar da campanha e aspira a ser eleito e governar a cidade e os seus cidadãos durante os próximos quatro anos. A partir desta premissa não há duvida, nada pode ser ocultado e tudo precisa ser transparente, diáfano e deve ser informado aos cidadãos.

Se analisarmos cada um dos candidatos a partir das informações que já foram divulgadas, os que são de domínio público e as que surgem dia a dia durante a campanha, os eleitores terão a oportunidade de votar melhor. Reduzir o risco de cometer erros e escolher o melhor candidato para governar Joinville.

Um dos candidatos declara abertamente a sua simpatia com a comunidade GLBT e o faz desde uma posição militante e firme. Ao fazê-lo, sinaliza que, caso seja eleito, seu governo fará uma gestão mais inclusiva, respeitará as diferenças. Um caso claro em que o privado influencia o público.

Outro mostra de forma escancarada o seu patrimônio, evidencia sem remorso que a vida pública lhe fez bem ao seu patrimônio privado, de novo há uma permeabilidade interessante entre um e outro. O eleitor atento saberá fazer a leitura correta do que é melhor para a cidade.

Tem ainda o candidato que exibe o seu bom fazer como gestor. Os resultados estão aí e os balanços das empresas são publicados periodicamente. A forma e o modelo de gestão são também públicos. Numa cidade como Joinville o modelo de gestão de cada uma das maiores empresas da cidade é um segredo a vozes.

O grupo de zumbis que invadiu as redes sociais com dezenas de mensagens com a etiqueta #ficacarlito, #joinvilletem ou #carlito+4 insiste em querer convencer os eleitores, através da exaustão, que agora a coisa engrenou, que ter um candidato honesto é um enorme diferencial nesta campanha e que a gestão do atual prefeito merece um voto de confiança. Alguém insistir de forma estulta que a honestidade do seu candidato é o seu grande diferencial nesta campanha é uma ofensa ao bom senso. Honestidade não é um diferencial para nenhum candidato. O diferencial é a desonestidade e neste caso um diferencial negativo. Por outro lado, a capacidade para arrumar a casa parece mais algo que faria mais sentido no currículo de uma boa faxineira que no de um candidato a prefeito de uma cidade com 500.000 habitantes. Levar quase quatro anos para conseguir fazê-lo mostra ainda pouca produtividade e empenho.

Cantar, gravar vídeos e fazer da pregação um projeto de vida não tem nada de errado, cada um é livre de praticar o culto que desejar. A crítica que se pode fazer, e é pertinente, e se o vídeo este bem produzido, se a música é ruim ou se será um sucesso. Nada disso me parece importante. Me preocupa sim quando alguém perde completamente a noção do ridículo, quando não há mais referencia e parece que tudo vale para alcançar o objetivo. Passo a imaginar alguém com este perfil chegando à prefeitura.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Esperava mais do primeiro debate para a prefeitura

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

O texto de hoje pretende ser um pouco mais curto que o usual. Esperava ter mais coisas para escrever sobre o primeiro debate eleitoral na BAND SC para a prefeitura de Joinville, mas o nível que assisti me obriga a ser rápido por aqui. A emissora já está com a tradição de abrir os embates, sendo a primeira a reunir os candidatos, mas erra ao fazer o evento em Florianópolis e em uma associação comercial (FIESC). Até entendo os motivos de estrutura, pois é caro fazer um evento desde em Joinville, mas valeria a pena! Sobre o desempenho dos candidatos... bem... haja trabalho para as assessorias de agora em diante! Alguns pitacos sobre o que vi:

Carlito Merss - Se defendeu muito e lançou poucas propostas. Estava visivelmente incomodado com a presença de Clarikennedy Nunes ao seu lado, a ponto de querer fugir quando só sobrava o deputado estadual para fazer perguntas. Em uma das passagens, questionou o mediador: "mas não posso perguntar para o Camasão? Nem para o Udo?" Mesmo assim, com fala tranquila, não se comprometeu demais. Duvido se ele teria comparecido se fosse líder absoluto nas pesquisas.

Clarikennedy Nunes - O candidato enfático de 2004 e 2008 deu lugar a um candidato cínico, com indiretas e as mesmas propostas que compõem a sua plataforma desde a primeira vez em que concorreu. Acusou Carlito de uma agressão verbal, situação que foi ignorada pela comissão organizadora do debate (ou os assessores que não agiram nos bastidores pedindo direito de resposta, etc).

Leonel Camasão - Foi bem. Apresentou as suas propostas, mas em alguns momentos desperdiçou réplicas para leves ataques, principalmente quando questionado sobre o sentimento de mudança de 2008. Como desempenho individual, foi o melhor, apesar da voz travada e vários ataques de tosse ao vivo. Fui informado por pessoas próximas que a saúde dele estava debilitada a semana toda. Fica a dica para a assessoria: o que fica mais frágil em uma campanha é a saúde do candidato, pela extensa agenda e correria. Em uma semana de debate na TV, esse item deveria ter recebido mais atenção.

Marco Tebaldi - Ele estava no debate ou na cama, dormindo? Postura corporal péssima, fala em tom muito baixo, olheiras (maquiagem que nem em seus santinhos era uma boa!) e uma vontade enorme de que tudo acabasse logo. Somado a isto, errou várias questões sobre projetos importantes, como quando citou que iria "ampliar a Caravana da Cultura". Detalhe: a Caravana da Cultura era um projeto com muitas falhas, e encerrado em 2009 pela gestão Carlito.

Udo Dohler - Um senhor de idade, com cabelos brancos, estar vestido com cores claras (apesar de ter gostado da jaqueta, quebrou o clima) só o escondeu mais ainda naquele cenário claro. Pode parecer besteira, mas estas questões de semiótica fazem a diferença. Udo sumiu, assim como a sua fala: usava míseros segundos quando tinha até dois minutos para responder. Estava travado, ao contrário de seu microfone que a cada novo bloco aparecia numa posição diferente. Nunca vi o Udo falar daquele jeito "escondido" enquanto era presidente da ACIJ. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Redes sociais e eleições: diga sim ao bom conteúdo e não aos enojados


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Esta é a primeira eleição que estamos convivendo com o uso massivo das redes sociais (Facebook, Twitter e afins) como estratégia eleitoral. A maioria das cidades entrou nesta onda quatro anos após Barack Obama emergir de Illinois para o mundo usando o Twitter. Em 2008 o falecido Orkut abrigou poucos candidatos (eu fui um deles, desafiando as resoluções eleitorais que pouco regiam sobre campanhas na internet), e em 2010 o Twitter e o Facebook foram usados de forma tímida. Entretanto, o mau uso dessas mídias (e de forma excessiva), juntamente com o comportamento esdrúxulo dos usuários receptores das mensagens eleitorais, tem chamado a atenção de muita gente.


Que fique bem claro: fazer campanha eleitoral na rua ou na internet não é repetir a mesma coisa inúmeras vezes, mesmo que a pessoa não tenha vontade de ouvir aquilo novamente. Na internet isto é bem definido como SPAM.  O que presenciamos nestes primeiros dias de corrida eleitoral vai mais ou menos nesta linha. Uma enxurrada de tweets e mensagens no Facebook praticamente implorando que tal fato seja aceito ou apenas lido. Este tipo de mensagem não é saudável e não fomenta a democracia.

Por outro lado, as pessoas reclamam de campanha eleitoral em suas contas, postadas por terceiros. E reclamam por reclamar, sem ao menos entender o processo eleitoral, ou, a qualidade do que ali está colocado. Como a maioria das pessoas tem nojo de política, mas adoram usar as redes para entupir de mensagens sem conteúdo, que estampem os “FFFFFFFUUUUUUUUSSSSSS” da vida, este tipo de comportamento é uma agressão a todo movimento democrático. Se a pessoa considera como abusiva a forma do contato do candidato ou do militante, é simples: basta não seguir mais aquela pessoa (mesmo sabendo que, quando a adicionou, ela tinha alguma espécie de envolvimento partidário e algum dia poderia falar sobre isso).

Está certo que a qualidade das mensagens está fraca, com poucas propostas, e muitas vezes (não todas) apelam simplesmente para o número e o nome do candidato. Quase ninguém está usando vídeos, ou outras ferramentas da web 2.0 para cativar a pessoa com vistas ao diálogo (eu usei em 2008 e deu muito resultado... se ficar como dica!). Se por um lado a mensagem é fraca, do outro a consciência de coletividade dá lugar para as individualidades e bizarrices da vida alheia sem receptividade alguma ao debate do que é melhor para nossas vidas. Triste cenário, pois quem perde é a cidade, e depois  sempre aparecem os enojados com a política mostrando  - nas mesmas imagens que tanto adoram compartilhar -  que estão com a impressão de que escolheram o(a) candidato(a) errado(a). Mentecaptos!