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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Ainda queda privacidade ou tudo agora é público?


POR JORDI CASTAN
Em uma sociedade que posta em Facebook, Instagram ou Twitter o que come, a que lugares vai, que roupas compra, que carro tem ou de que festas e eventos participa é difícil falar de invasão de privacidade. A tecnologia permite hoje saber muito mais do que gostaríamos que os outros soubessem e este é um limite que foi irremediavelmente superado.

Poucos são cientes do elevado nível de controle que as autoridades têm sobre os cidadãos. O que vemos em filmes e que já é uma realidade na China, onde cada cidadão é monitorado e ganha ou perde créditos sociais é um pesadelo que forma parte do nosso dia a dia. No Brasil as agencias de credito tem acesso ao perfil de cada um e define o nível de risco que implica realizar operações financeiras e por tanto define o custo de cada empréstimo a partir do coeficiente de risco.

No caso dos veículos já é possível monitorar cada veiculo utilizando a tecnologia OCR, conhecida no Brasil por LPR (Leitura de Placas e Reconhecimento de Caracteres) que permite que o veiculo seja identificado e no caso de uma infração a multa chegue pelo correio. Essa tecnologia é utilizada em alguns países para cobrança de pedágio, sem necessidade de outros aplicativos, a fatura chega diretamente ao domicilio do proprietário do veiculo que paga o pedágio ao final do mês.

Essa mesma tecnologia permite também que a policia possa emitir uma ordem de busca para um determinado veiculo e que seu itinerário seja conhecido pelos agentes de segurança que podem rastrear em tempo real onde se encontra aquele veículo. Joinville tem vários pontos de fiscalização com a tecnologia OCR e se o sistema de controle de transito fosse integrado seria possível também fazer este rastreio, toda a tecnologia tem mais de um lado e a mesma que permite seguir veículos roubados ou assaltantes em fuga, permite seguir o veiculo de qualquer particular, independentemente que seja suspeito ou tenha cometido algum delito.


É um fato que não há mais privacidade, que em parte nós mesmos temos aberto mão dela ao fazer das redes sociais parte do nosso quotidiano, mas também é verdade que a perda de privacidade tem componentes perversos que permitem um maior controle de cada individuo e da sociedade como um todo. George Orwell escreveu em “1984” sobre uma sociedade controlada pelo Big Brother que conhecia e tinha poder absoluto sobre as pessoas e suas vidas. A tecnologia que deveria estar ao serviço das pessoas está cada vez mais sendo usada para controla-las e aprisiona-las. É importante lembrar que toda esta tecnologia não esta segura e ninguém a controla o que aumenta o risco que as informações que coleta possam cair nas mãos erradas.

domingo, 27 de abril de 2014

As tuitadas matinais do prefeito

POR JORDI CASTAN

A cada manhã, os seguidores de @UdoDohler recebem suas mensagens de autoajuda no Twitter. O prefeito de Joinville assume seu "alter ego" e se converte em um "Paulo Coelho" sambaquiano. Alguns temas são recorrentes. Não faltam conselhos, frases de pensadores conhecidos, agradecimentos e críticas mais ou menos veladas.

Ultimamente, o foco das suas críticas  tem sido "os de sempre", "os que não querem ver o desenvolvimento da cidade". O prefeito não identifica quem são "os de sempre" e isso tem dado pé a diversas teorias das mais curiosas. Há quem ache que ele esta se referindo aos partidos que, na última eleição, se agruparam na coligação KCT, aí se incluem o PSDB, o PT e o PSD. Outros acham que está a se referir às chamadas viúvas do PT. 

Leitores mais atentos identificam em "os de sempre" pessoas do seu próprio partido, o PMDB, algumas enquistadas na administração municipal desde antes de Joinville deixar de ser colônia. São eles os que, com sua incompetência, torpedeiam a gestão desde dentro. Atrasam a inauguração de obras públicas, cometem erros crassos nos projetos e ocasionam graves prejuízos à cidade. E têm perdido prazos para buscar recursos vitais para Joinville. Há os que chegam sistematicamente tarde às reuniões, marcadas ao alvorecer.

Outros vivem dando declarações desafortunadas e que a realidade e a luz do sol desmentem poucas horas depois. E, claro, acabam pondo em xeque toda a credibilidade da gestão, dizendo e desdizendo-se na mesma velocidade em que muda a forma das nuvens. Pior que isso tudo? Não há força humana capaz de fazer que concluam - no prazo e corretamente - qualquer das licitações em andamento, seja a do transporte coletivo, a do estacionamento rotativo, a dos móveis e equipamentos do restaurante popular, a dos parques do Fonplata e tantas outras que atrasam o desenvolvimento de Joinville.



"Os mesmos de sempre que não querem ver uma cidade melhor" podem ser também identificados entre os vereadores que votam qualquer projeto que venha do Executivo, sem cumprir prazos regimentais, sem analisá-lo adequadamente, sem promover o amplo debate com a sociedade e permitindo, com a sua torpeza, que a justiça conceda liminares, obrigando que todos os processos tenham que ser refeitos corretamente.

E não só os vereadores poderiam estar nesse grupo. Também poderíamos incluir os que prometeram ao prefeito aprovar a LOT antes dessa ou daquela data. Ou os que insistem em cometer reiteradamente os mesmos erros: marcam audiências públicas que não cumprem a lei, para ver aprovada, de forma expedita e sem permitir a efetiva participação da população, uma lei que se tivesse sido aprovada na sua redação original só traria benefícios para "os mesmos de sempre".

Erraria o prefeito se, ao se referir aos "mesmos de sempre", estivesse se referindo, mesmo que indiretamente, ao grupo de associações de moradores que, de forma sistemática, não pedem outra coisa a não ser que a lei seja cumprida. Que os joinvilenses tenham acesso a informações transparentes e precisas. Que sejam feitos - e apresentados no prazo -, os estudos técnicos a provar e justificar as mudanças que a LOT propõe. Que informem quem comprou áreas de terra em áreas rurais recentemente, com o objetivo de se beneficiar com a valorização pelo aumento do perímetro urbano, se há doadores de campanha nessa relação, a quem interessa permitir a instalação de indústrias e atividades de alto potencial poluidor ou de geração de trânsito junto a áreas exclusivamente residenciais.

De que forma espigões verticais de mais de 20 pavimentos impactarão na insolação e na ventilação dos imóveis próximos? Qual é o plano de mobilidade previsto para Joinville e como as Faixas Viárias previstas na LOT afetam a mobilidade atual e futura da cidade? Seria um erro grave! Porque são justamente estes os setores da sociedade que querem uma cidade melhor e lutam por ela. E o prefeito faria bem em começar a escutá-los. Ganharia ele, ganharia Joinville. E melhoraria muito a qualidade das suas tuitadas matinais.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O "blá-blá-blá" das redes sociais

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

É muito comum nos depararmos com pessoas que são contrárias às redes sociais, principalmente pelas manifestações que surgem a partir dos Facebooks, twitters e blogs da vida. O próprio Chuva Ácida é prova disso, ao ser criticado constantemente por pessoas que não gostam de terem suas atitudes confrontadas perante um contraditório que por aqui surge. Há outras milhares de pessoas, em seus perfis particulares, que encaram as redes sociais como um espaço de militância e de divulgação das ideias. A reação a isso tudo, portanto, é a desqualificação em tom de "crítica pela crítica" ou um puro "blá-blá-blá"

O que estes reacionários não enxergam, por muitas vezes, é a ação de um discurso. Esta ação pode seguir dois caminhos muito distintos, dependendo da intenção do emissor da mensagem: pode transformar, trazer novos pontos ao debate, mudar o ponto de vista sobre determinada situação, ou simplesmente contrapor aquilo que, ao seu ver, está errado. Por outro lado, pode manter um status quo; esconder as reais intenções de uma situação, ou simplesmente propagar conceitos que não transformam e apenas reproduzem o vazio. Nenhuma palavra é solta "ao vento", sem intenções.

Foi este mesmo "blá-blá-blá" que mostrou para o mundo inteiro, através das redes sociais, o real problema da questão urbana brasileira. Foi o que levou milhões para as ruas, e iniciou o processo de conscientização de muita gente sobre a real importância da manifestação e busca por soluções, através das "Jornadas de Junho". Nada teria acontecido sem a propagação de discursos, de mensagens, de ações transformadoras embasadas em conhecimento sobre determinados assuntos. As redes sociais potencializaram a propagação. Até a eleição para Prefeito em 2012 teve cenários delimitados pelo o que surgia no meio virtual.

Portanto, o "blá-blá-blá" sempre está na cabeça de quem não acredita no poder de uma palavra. Está na cabeça de quem acredita 100% no que diz a mídia tradicional e corporativa, as camarilhas políticas, e as rodas de puxa-sacos. Está naquele que tem medo da mudança pela possibilidade de detrimento do individual em prol do coletivo.

Para finalizar, vale lembrar que o emissor tende a deslocar seus desejos de poder, tornando-os opacos, e o discurso explicita sua luta pelo poder. Não poderia ser diferente, pois a explicitação de seu desejo de poder é o próprio discurso. De forma diversa, o discurso tem lados, é um discurso de visões de mundo. Desconstrói o outro e a forma como constrói a si próprio, como oposição ao outro; (re)produz o mundo. Falar, criticar, escrever, apontar e desconstruir não é "blá-blá-blá". É a forma que alguns encontraram de mudar o lugar em que vivem. E, convenhamos, Joinville precisa demais destas pessoas.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Redes sociais e eleições: diga sim ao bom conteúdo e não aos enojados


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Esta é a primeira eleição que estamos convivendo com o uso massivo das redes sociais (Facebook, Twitter e afins) como estratégia eleitoral. A maioria das cidades entrou nesta onda quatro anos após Barack Obama emergir de Illinois para o mundo usando o Twitter. Em 2008 o falecido Orkut abrigou poucos candidatos (eu fui um deles, desafiando as resoluções eleitorais que pouco regiam sobre campanhas na internet), e em 2010 o Twitter e o Facebook foram usados de forma tímida. Entretanto, o mau uso dessas mídias (e de forma excessiva), juntamente com o comportamento esdrúxulo dos usuários receptores das mensagens eleitorais, tem chamado a atenção de muita gente.


Que fique bem claro: fazer campanha eleitoral na rua ou na internet não é repetir a mesma coisa inúmeras vezes, mesmo que a pessoa não tenha vontade de ouvir aquilo novamente. Na internet isto é bem definido como SPAM.  O que presenciamos nestes primeiros dias de corrida eleitoral vai mais ou menos nesta linha. Uma enxurrada de tweets e mensagens no Facebook praticamente implorando que tal fato seja aceito ou apenas lido. Este tipo de mensagem não é saudável e não fomenta a democracia.

Por outro lado, as pessoas reclamam de campanha eleitoral em suas contas, postadas por terceiros. E reclamam por reclamar, sem ao menos entender o processo eleitoral, ou, a qualidade do que ali está colocado. Como a maioria das pessoas tem nojo de política, mas adoram usar as redes para entupir de mensagens sem conteúdo, que estampem os “FFFFFFFUUUUUUUUSSSSSS” da vida, este tipo de comportamento é uma agressão a todo movimento democrático. Se a pessoa considera como abusiva a forma do contato do candidato ou do militante, é simples: basta não seguir mais aquela pessoa (mesmo sabendo que, quando a adicionou, ela tinha alguma espécie de envolvimento partidário e algum dia poderia falar sobre isso).

Está certo que a qualidade das mensagens está fraca, com poucas propostas, e muitas vezes (não todas) apelam simplesmente para o número e o nome do candidato. Quase ninguém está usando vídeos, ou outras ferramentas da web 2.0 para cativar a pessoa com vistas ao diálogo (eu usei em 2008 e deu muito resultado... se ficar como dica!). Se por um lado a mensagem é fraca, do outro a consciência de coletividade dá lugar para as individualidades e bizarrices da vida alheia sem receptividade alguma ao debate do que é melhor para nossas vidas. Triste cenário, pois quem perde é a cidade, e depois  sempre aparecem os enojados com a política mostrando  - nas mesmas imagens que tanto adoram compartilhar -  que estão com a impressão de que escolheram o(a) candidato(a) errado(a). Mentecaptos!