POR SALVADOR NETO |
Vamos tecendo mais alguns fios dessa teia do poder, este emaranhado difícil de decifrar e compreender!
Udo
Navalha
– O Prefeito de Joinville acaba de apagar de vez sua fama de “gestor” construída
ao longo de anos, e principalmente na campanha eleitoral de 2012. Ao anunciar
cortes pífios para “gerir” a Prefeitura, cortando direitos dos servidores
municipais, fazendo maquiagens de mudanças de secretarias e outras ações que não
farão as contas equilibrarem, ele assina embaixo: falta dinheiro, mas também
falta gestão, e muita!
Udo
Navalha 2
– Os cortes do Natal Luz, e do Carnaval, festas que motivam a população e
ajudam o comércio em épocas de vagas magras, e jogar dinheiro público fora na
tal de “Bierville”, mostram a falta de planejamento, de visão e principalmente,
de apreço à população mais pobre, com menor poder aquisitivo. Não temos obras,
não temos ruas sem buracos e sinalizadas, não temos praças limpas, falta saúde
conforme o prometido em 2012, a insegurança aumentou significativamente. Esses são
os grandes presentes do prefeito Udo a quem apostou seu voto. O povo já diz:
2016, venha logo.
País
da lama
– O desastre ambiental que acabou com o meio ambiente em mais de 600km a partir
de Mariana (MG) até o litoral do Espírito Santo, matando toda a fauna, flora e
impedindo a renda e ganho de vida de milhares de pessoas, mostra que vivemos em
uma grande lama suja que envolve ganância empresarial, falta de fiscalização efetiva
por parte de órgãos governamentais das três esferas públicas, e a incapacidade
de agirmos rápida e emergencialmente em casos de catástrofes.
País
da lama 2 – Mais
risível é a multa que anunciam. R$ 1 bilhão pelo MP, e R$ 250 milhões pelo
Ibama. Piada de mau gosto. Somente a Samarco lucrou, apenas no ano passado, R$
2,8 bilhões. Lucro, limpinho. O lucro de um mês é suficiente para pagar a multa
de R$ 250 milhões. A
exploração que vivemos nos tempos coloniais, hoje revive após a “entrega” feita
pelo governo tucano de FHC da nossa maior mineradora, a Vale. O entreguismo nos
deu isso: mais exploração, menos recursos para o Estado, e prejuízos
incalculáveis para o meio ambiente e as pessoas. E tentam enganar o povão via
grande mídia largando um bilhão como se fosse muito!!
País
da lama 3
– Só para os leitores entenderem mais ainda o que é o poder, principalmente o econômico.
Mesmo em meio à crise econômica do Brasil e com a redução do preço do minério,
tanto a Vale quanto a BHP Billiton, controladoras da Samarco de Mariana, têm
conseguido se manter estáveis. Este ano, a Vale acumulou receita líquida de R$
62,8 bilhões. No último trimestre, ela foi de R$ 23,3 bilhões, valor 117% em
relação ao mesmo trimestre do ano passado. Já a gigante BHP Billiton, maior
mineradora do mundo, registrou lucro de US$ 6,4 bilhões de junho de 2014 a
junho deste ano. A empresa, que divide com a Vale os capitais da Samarco,
estipulou a meta de investimento de US$ 8,5 bilhões até junho do próximo ano.
Que tal? Deu pra entender?
Delcídio
– Realmente
surpreendente a determinação de prisão ao senador petista Delcídio do Amaral,
decidida pelo STF. Primeiro por ter ele sido inocentado meses atrás pelas investigações
da Lava Jato, por falta de provas. Segundo por não ter sequer processo aberto
para ser determinada a prisão preventiva. E claro, era um senador bem quisto
pelos seus pares tanto na Câmara como no Senado. Mas mais surpreendente foi a decisão
do Senado de entregar um dos seus aos lobos do STF.
Delcídio
2
– Será que a decisão do STF foi motivada pelo aparecimento dos nomes de vários
ministros da alta corte nas gravações? Assustaram-se com a chegada da investigação
no Poder Judiciário? O STF é o guardião da nossa lei maior, a Constituição
Brasileira. Lá diz que artigo 53, § 2º, da Constituição Federal, que “desde a
expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável”. O STF pensa que é Deus. O Senado se ajoelhou. Os direitos fundamentais choram.
Delcídio 3 - Criaram uma exceção à regra da Constituição que pode ser um
tiro mortal na democracia, e no Estado Democrático de Direito. Flexibilizar a lei ao gosto do clamor, ou desejo, ou torpor da massa, é um risco alto para um Estado de exceção. O senador deve responder sim, mas dentro do rito legal existente, com ampla defesa. Prisões preventivas que viram prisões eternas, uma espécie de tortura psicológica até que se aceite o que alguém deseja, são inaceitáveis. Estejamos
alertas, e não sejamos enredados nas teias do poder midiático, e dos poderosos
do capital, do judiciário, do legislativo e do executivo. Pensemos. Povo que
não pensa, será sempre um povo escravo.
É assim, os fios da teia nas
teias do poder...