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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Deste jeito vou ter que votar no Tebaldi


POR JORDI CASTAN

Quem me conhece um pouco pode achar estranha uma afirmação como esta, mas depois de analisar detalhadamente as declarações patrimoniais dos cinco candidatos a prefeito de Joinville fiquei convencido que não há melhor candidato para Joinville.

Leonel Camasão é um candidato novo, ainda puro. Pela sua declaração de bens, nem conta em banco tem. Não duvido que seja bem intencionado, mas alguém com um patrimônio de R$ 5.000 dificilmente terá a experiência necessária para administrar um orçamento de quase R$ 2 bilhões.

O candidato Udo Dohler é apresentado como um gestor, alguém com experiência e conhecimento de gestão privada. O seu patrimônio é o maior dos cinco candidatos e não poderia ser diferente. Empresário bem sucedido, a sua declaração de bens informa de um patrimônio de R$ 5,9 milhões, entre o que cita títulos da Sociedade Ginástica de Joinville, da Sociedade Palmeiras e da Armonia (sic) Lyra que, todos juntos, não somam R$ 500. Uma prova do nível de detalhe e precisão que pauta a sua vida. Por outro lado, não aparecem, no seu patrimônio declarado, nem veículos, nem apartamentos, nem sequer o imóvel de moradia. Numa sociedade patrimonialista como a joinvilense, estranha que o candidato não tenha nem a residência, nem um carro no seu nome. Alguém poderia até inferir que ele só se desloca utilizando o transporte coletivo, o que não parece ser o caso.

Clarikennedy Nunes mostra uma evolução patrimonial interessante. Os dados apresentados à Justiça Eleitoral sinalizam que nos últimos dois anos passou a administrar melhor o seu patrimônio e o incrementou sensivelmente, ainda que tenha esquecido de declarar as aplicações em bancos, como fez nos anos anteriores. Em 2006, o seu patrimônio declarado era de R$ 198 mil. Em 2008, aumentou para R$ 221 mil. E, em 2010, aumentou um pouco mais, somando R$ 224 mil. Foi nos últimos dois anos que o valor cresceu até os atuais R$ 459 mil. Um aumento significativo em pouco tempo.

O prefeito Carlito Merss conseguiu aumentar o seu patrimônio de R$ 378 mil em 2008 para R$ 620 mil em 2012, o que prova que tem conseguido arrumar a casa, fazendo nestes últimos quatro anos um bom pé de meia. A justificativa para este aumento de patrimônio pode estar mais na venda do sempiterno apartamento do Guanabara, que aparecia na declaração de bens de 2008 e que agora em 2012 sumiu na declaração deste ano

Mas nenhum dos candidatos mostra um crescimento patrimonial tão expressivo como o do ex-prefeito e ex-secretário de Educação Marco Tebaldi. Para alguém que nunca ocultou que chegou a Joinville com pouco mais que a roupa do corpo na década de 80 - e que desenvolveu todo a sua vida profissional no serviço público - um patrimônio de R$ 2,45 milhões é um logro significativo. Entre os bens declarados além da sua residência na rua Lages e um apartamento em Itapema, também aparece agora um prédio comercial na rua Laura Andrade 73. Se o caixa da prefeitura municipal for administrado como tem cuidado do seu patrimônio declarado, não vai faltar dinheiro para obras. Para ter uma ideia, o seu patrimônio representa mais de 13 anos recebendo o salário de prefeito de Joinville e sem ter gasto um único centavo. Um mérito que não esta facilmente ao alcance do qualquer um.

Para quem tiver interesse em se aprofundar no tema do patrimônio dos candidatos, uma sugestão é visitar o site do TSE. Mas não esperem uma informação muito precisa. Os candidatos informam de forma imprecisa, não identificam os imóveis, esquecem de informar os números de conta corrente e os valores. Os valores de um ano para outro, para o mesmo bem, podem mudar e se na declaração de bens esta é a prática, imagine a credibilidade que podem ter os planos de governo apresentados por estes candidatos.

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sábado, 7 de julho de 2012

O palhaço nosso de cada dia


POR OSNY MARTINS
Seria cinismo, falta de visibilidade política ou aposta na memória curta do eleitor?
Quem sabe não seria sede pela manutenção do poder e das benesses oriundas do magistral cargo de vereador? O que estaria levando a grande maioria dos nossos 19 vereadores de Joinville, a buscar a reeleição depois de protagonizarem uma das piores e mais criticadas legislaturas já vistas na cidade?

Correto estará o vereador que responder laconicamente se tratar de um direito democrático legítimo. E é sim. Direito que todos eles tem, afinal de contas, para se candidatar a vereador ou, como é o caso, a reeleição como vereador, basta preencher os preceitos legais do TRE. Nem a história do ficha limpa ta valendo, nem a consciência particular de cada um. Nem quaisquer outros argumentos que lembrem balanço das atividades prestadas. O que vale, pelo jeito, é o custo/benefício da decisão da candidatura.

Em caso de vitória, mais quatro anos para se locupletar no pseudo poder que usufrui um vereador. Em caso de derrota, a certeza de que se buscou até o fim permanecer nesta espécie de pedacinho do paraíso. Paraíso perfeito para quem não é acomodado. Sim, porque comodismo é chegar ao poder e não fazer nada. No caso da Câmara de Vereadores de Joinville, o que se tem visto é exatamente o contrário. Com exceções, nossos simpáticos ocupantes de cadeiras na Casa, trabalham e trabalham muito.

Claro que às vezes eles se enganam e o trabalho árduo que exercem não vai ao encontro de quem deveria: o povo. Mas que trabalham, isso é inquestionável. Trabalham pela reeleição. É a obstinação pelo cargo com o qual se identificaram tanto. Salário bom, mordomias melhor ainda, equipe numerosa paga com o dinheiro público, carro alugado às custas dos cofres municipais, ar condicionado, material de expediente e tudo que mais lhe convier no árduo exercício de... digamos... trabalhar pelo povo.

Há... E o horário de trabalho também é uma facilidade. Escolha individual de cada um. Nem nas apáticas sessões da Câmara se é obrigado a comparecer. Talvez uns 5 ou 10 minutos e nada mais. Uma desculpa de trabalho de base, reunião aqui ou acolá ou quaisquer outras justificativas pra lá de convincentes. Também não há necessidade de se fazer presentes nas inúmeras sessões especiais do Legislativo. Outorga de prêmio de Cidadão Benemérito ou Honorário só serve mesmo para ganhar espaço na mídia. Tanto que o que se viu nos últimos tempos foi um constrangedor esvaziamento na maioria destas ocasiões.

Não há bom senso, boa educação, nem tampouco sensatez. Eu quero o meu e ponto final. Tenho os meus esquemas, as minhas reuniões, os meus bairros, a minha agenda. A pauta da Câmara – o que é isso mesmo? -. que se lixe. E que tal organizar um grande encontro com um tema pertinente? Usa-se a estrutura da Casa, paga com o dinheiro público, chama-se a imprensa, o povo, mostra-se serviço e nada vai além da própria reunião ou o nome que se dê ao “evento”.

Saúde é um tema sempre recorrente. Vamos chamar esse povinho que adora falar em público. Dar vez e voz pra ele. Mostrar que estamos interessados na sua doença, no seu drama. Mostrar serviço e, de preferência, socar a mesa com raiva para protestar contra o descaso dos governantes de todos os níveis com o panorama em que a saúde se encontra. Mas há também a duplicação da BR-280, a federalização da Univille, o trânsito citadino e a falta de viadutos. Que tal um túnel no Morro do Boa Vista ligando o Saguaçu a Papa João XXIII?

É tão fácil mostrar serviço... E o apoio aos protestos pelos buracos na rua? Não se pode esquecer a ida aos aniversários, casamentos, batizados e velórios. Afinal de contas, o eleitor simples adora ver autoridades presentes em sua casa, no seu bairro. Vamos fazer valer nossa condição. Somos os homens da lei na cidade – ainda mais agora que distribuímos verbas. Somos bonzinhos, devolvemos o dinheiro que não gastamos e ainda mandamos o prefeito aplicar aqui, lá e acolá e ai dele se não aceitar nossas sugestões.

É uma receita perfeita. Vereador ganha bem, trabalha quase nada e ainda posa de benfeitor, obreiro e engana ter a caneta na mão. Quando não tem saída, lembra com cara de tadinho, que só pode legislar e fiscalizar. O resto é com o prefeito. Mas quando tem o poder de decidir, decide nada decidir, como quando não definiu o número de vereadores da Câmara, apesar de todo o apelo popular.

Mas isso é só um detalhe. O povo nem lembra mais direito dessa história. Ele quer votar em quem mostra força, mostra poder. Vota em quem conhece. O coitado do candidato novo, não tem dinheiro, não tem estrutura, não tem assessores, não tem sequer apoio partidário muitas vezes. Então, a reeleição, por mais incompetente que tenha sido o titular do mandato de quatro anos, estará infinitamente mais fácil do que o novo candidato a vereador.

Culpa por este triste e injusto cenário é do vereador? Claro que não. É de quem? Quem sabe digam se tratar da conjuntura, da situação como um todo, das regras eleitorais, da democracia como se desenha... Tudo lorota. Desculpa esfarrapada. A culpa é nossa mesmo. Vereadores sempre continuarão se comprometendo cada vez menos, se incomodando cada vez menos, exercendo seu poder cada vez de forma mais objetiva em busca da reeleição e o resto que corra atrás do prejuízo. Bem no estilo, montei meu circo e vamos ao picadeiro porque a platéia quer rir e se divertir até o fim do espetáculo. Misto de ignorância e masoquismo popular, mas, claro, o show tem que continuar!

Osny Martins é radialista

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Escolha o Carlito bom ou o Carlito ruim


POR GUILHERME GASSENFERTH

Nestas épocas em que se avizinham as eleições, nos vemos rodeados por informações sobre candidatos e feitos, umas falsas, outras não; umas que se travestem de suma importância quando são pequenas obrigações. É muito trabalhoso pesquisar a veracidade dos fatos e checar as fontes. Então vamos divulgando as informações que recebemos e assim se cria um conhecimento coletivo sobre as coisas, geralmente impreciso em vários pontos.

É sabido por todos e repetido à exaustão que somos alvos de tentativas (muitas delas bem sucedidas) de manipulação pela mídia. Os meios de comunicação nos fazem acreditar no que querem que acreditemos sem muito esforço. TV, rádio, jornal e internet são os principais alimentadores deste conhecimento coletivo que cito no parágrafo anterior.

Muitos destes meios de comunicação, como alguns radialistas famosos, estão claramente a serviço de alguns políticos e de interesses escusos. Isto é um perigo para a cidade. São “comunicadores” que deturpam o jornalismo e mostram só a versão dos fatos que lhe interessa.

Podemos mostrar a mesma coisa sob duas perspectivas totalmente opostas sem sermos mentirosos. Para demonstrar isto, escrevi abaixo dois textos. Um fala do Carlito bom prefeito, outro fala do Carlito mau prefeito. E ambos são baseados em fatos.

A escolha de Carlito para ilustrar o que proponho não foi aleatória. Ele está nas discussões de bar e nas piadinhas que circulam nas redes sociais. É vítima de críticas ardidas e beneficiário de defesas aguerridas. Dificilmente alguém observa os dois lados e isto influencia a parcialidade de nossas opiniões.

Você tem abaixo dois Carlitos. Escolha o seu! Mas não se esqueça: se você optar por um ou outro, provavelmente estará sendo conduzido por um grupo de interesses para manipulá-lo. Meu conselho, se é que tenho prerrogativa para isto, é que você abandone as paixões partidárias, abra os olhos e forme uma opinião ponderada e baseada em fatos, não no que ouviu falar ou no que repete sem pensar.


Carlito, um bom prefeito

Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem realidade. Joinville assistiu a um novo modelo de administração: o orçamento participativo. Para o primeiro ano, o prefeito Carlito destinou R$ 10 milhões do orçamento a serem divididos entre as 14 secretarias regionais da cidade, que executaram diversas obras.

Na educação, Carlito fez um excelente trabalho. As escolas de Joinville receberam prêmios nacionais, alguns na área de gestão escolar, outros na gestão da merenda. Dentre as 10 escolas melhor colocadas na última avaliação do IDEB em Santa Catarina, seis estão em Joinville. Tivemos a melhor nota do IDEB entre as cidades com população entre 400 e 600 mil habitantes. É voz corrente que temos uma das melhores educações municipais do Brasil!

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou a que veio e liberou o maior volume de recursos da história do SIMDEC, o edital municipal de apoio à cultura. Deste modo, foi possível popularizar o acesso à arte e cultura, com apresentações gratuitas por toda a cidade.

E você já percebeu como está a saúde? Tivemos a inauguração e operação do acelerador linear, um sonho de vários anos, a recente inauguração do 4º andar do Hospital São José, a inauguração do PA 24h Leste. Recentemente, a secretaria de saúde anunciou a construção de oito unidades de saúde nos bairros e uma policlínica em Pirabeiraba. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a prioridade desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora já tem um espaço de lazer para aproveitar. Dividido em quatro setores, o parque teve o plantio de centenas de árvores, tem amplas áreas de lazer e respeita a integração do homem à natureza.

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville avançou nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a grande administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e elegê-lo para mais quatro anos de realizações e obras, para Joinville ser sempre melhor.


Carlito, um mau prefeito


Com a proposta de descontinuar uma tradição administrativa de doze anos, o candidato a prefeito de Joinville Carlito Merss recebeu 170.955 votos de joinvilenses que acreditaram na mudança e foram enganados.

Já nos primeiros meses os joinvilenses viram algumas de suas propostas e promessas de campanha virarem poeira. A redução da tarifa da água e do ônibus foi pura falácia eleitoreira, a construção do hospital na Zona Sul foi pelo ralo e o número de comissionados manteve-se alto. Por meio destas e outras notícias o joinvilense teve um pequeno prenúncio da desastrosa gestão por vir.

Na educação, Carlito fez um péssimo trabalho. Já estamos adentrando ao último semestre de mandato (felizmente!) e a promessa do fim do turno intermediário ainda não é uma realidade. Vimos a escola Arinor Vogelsanger ser inaugurada sem acesso decente para as crianças. A fila de crianças para as vagas do CEI é vergonhosa e não condiz com o tamanho e a pujança de Joinville. É preciso melhorar muito.

Já no que diz respeito à cultura, a gestão Carlito mostrou seu desprezo pelos equipamentos culturais. Durante seu mandato, tivemos interdição do Museu de Imigração, Museu de Sambaqui, Casa da Cultura, Museu da Bicicleta, Museu de Arte. E o teto da biblioteca desabou.

E você já percebeu como está a saúde? Dois postos de saúde interditados, um na Zona Sul e outro na Zona Leste. De que adianta construir novos postos se os atuais estão caindo aos pedaços? Vimos recentemente a superlotação do pronto-socorro do Hospital Municipal São José fazer o atendimento ser restrito seis vezes em 12 meses. A cidade repassa atualmente 33% dos seus recursos para a saúde, o que comprova a ineficiência desta gestão para esta área fundamental para nossos cidadãos.

O que dizer da construção do Parque da Cidade? A cidade, que sonhava há muitos anos pela construção de um parque, agora tem que se contentar com três praças simplórias, divididas por vias de alta velocidade, que colocam em risco a vida dos cidadãos. E o que dizer da falta de árvores? É um parque de concreto!

Seria possível falar muito mais, abordando tópicos como gestão, mobilidade e infraestrutura urbana, qualidade de obras, esporte, assistência social, meio ambiente e outros. Mas os que citei já são suficientes para demonstrar como Joinville regrediu nos últimos quatro anos.

Joinville deve reconhecer a horrível administração conduzida pelo prefeito Carlito Merss e sua equipe e nunca mais elegê-lo para nenhum cargo executivo, já que teve sua chance e não soube aproveitar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Uma breve discussão sobre pesquisas eleitorais

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Na última semana presenciamos um fato muito curioso, e raro de se ver. O mesmo instituto de pesquisa fez duas abordagens, em um período curto de tempo, com resultados totalmente diferentes. Clarikennedy Nunes até se vangloriava de sua liderança, quando, dias após, a outra pesquisa colocava-o como terceiro colocado em alguns cenários, com 12 pontos percentuais a menos. Li no Facebook várias especulações sobre pesquisas eleitorais, inclusive colocando em xeque a veracidade de tais resultados. Como Cientista Social, com alguma experiência neste ramo de pesquisas, e autorizado a assinar pesquisas eleitorais devido a minha formação, creio ser pertinente debatermos algumas breves questões sobre este tema aqui no Chuva.



Como explicar uma diferença tão grande nos resultados, em tão pouco tempo? Não tive acesso à pesquisa completa registrada no TRE (com demonstrativos de metodologia, etc), mas isso ocorre geralmente por três fatores: 1) a ocorrência de algum fato político definidor do comportamento dos eleitores neste intervalo entre uma pesquisa e outra (não foi este o caso), 2) uso de metodologias diferentes de abordagem (presencial ou não-presencial, nível de confiança e margem de erro distintos, ou a escolha de lugares diferentes para abordagens) e 3) a equipe de campo não foi corretamente supervisionada, a ponto de haver alguma alteração dos dados sem a checagem do supervisor de campo, o qual orienta os pesquisadores (considerando a experiência do IBOPE, creio que também não foi este o caso).

Pode ocorrer que um candidato tenha mais inserção em bairros onde a pesquisa teve uma maior proporcionalidade em relação à outra. Por exemplo, se 5% de toda a amostra de uma das pesquisas foi realizada no Bairro Itaum, onde o candidato X tem um grande eleitorado, e na outra pesquisa, apenas 1% foi realizado no Itaum, a diferença irá aparecer no final. E dentro do Itaum podem haver pontos diferentes de abordagens dos pesquisadores (na frente de uma igreja evangélica ou da associação de moradores) o que influencia na hora de responder às perguntas. Há ainda outros itens menores que também influenciam, como roupa dos pesquisadores, dias da semana, e o não cumprimento da aleatoriedade na abordagem, focando apenas em um "perfil" de transeuntes.



Por mais demonstrações que o Instituto tenha dado, soou muito estranho. Entretanto, ainda acredito numa abordagem séria e profissional dos pesquisadores e de quem tabulou todos estes dados. O Instituto não deveria, ao meu ver, abordar com duas metodologias tão distintas num período tão curto (a vontade do cliente sempre é atendida, infelizmente). Mas que foi extremamente engraçado ver os apoiadores de Clarikennedy se mobilizarem nas redes sociais para tentar explicar esta diferença... ahhh, isso foi! Por isto que, em eleições, ficam sempre as dicas: não se deve contar com o ovo na galinha e nem com a farofa da cuca.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Tô cansado dessa choradeira “é conseqüência da gestão anterior...”


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Da mesma forma que recentemente cansei da propaganda mascarada “volta Tebaldi” nas redes sociais e nas conversas com tucanos, desta vez eu cansei de ouvir o discurso petista de sempre usar a gestão anterior como motivo para tudo. Se há algum problema na cidade, geralmente aparece o Prefeito na mídia, ou algum simpatizante/comissionado nas redes sociais, dizendo que o problema é uma conseqüência da má gestão de quem veio antes. Está certo que as gestões anteriores foram horrorosas, mas eu, que já fiz parte da gestão petista (e não escondo para ninguém), não vejo nenhuma mudança no discurso de quando estive por lá, muitos dos quais me levaram a sair.

Desde a quebradeira nas finanças, até a instalação das luminárias da Beira-rio, usou-se a gestão anterior como muleta. O que poucos lembram, é que, ao fim do primeiro ano de gestão, todo Prefeito tem que elaborar um novo PPA (Plano Plurianual), com duração de quatro anos, para justamente corrigir algumas falhas orçamentárias e redirecionar os investimentos. Tempo para apagar o passado teve. O mais assustador neste discurso repetitivo situa-se na linha tênue com a omissão. Já escrevi aqui no Chuva em outra oportunidade e volto a repetir: se sabiam dos problemas (buraco nas finanças, patrimônio cultural às traças, asfalto podre e drenagem inexistente, só para listar alguns temas prioritários) por qual motivo, após três anos e meio de mandato, não apresentam-se as soluções encontradas?

É no mínimo curioso saber que as realizações mais exaltadas pela gestão Carlito foram obras planejadas nas gestões anteriores! As escolas inauguradas recentemente são frutos de 2007 e 2008. As praças da Rua do Bera (e que muitos enchem a boca pra dizer que é um parque), saíram de um convênio com o FONPLATA há muitos anos. O esgotamento também na mesma situação. Está certo que muitas coisas estavam travadas e esta gestão destravou, mas por qual motivo as coisas ruins têm como culpada a gestão anterior, e as coisas boas (conseqüências da mesma gestão anterior) são obras de “quem faz mais”?

Estou cansado dessa incoerência no discurso. É fácil, cômodo e omisso me apropriar só do que me faz bem, e jogar as coisas ruins para a propriedade dos outros. É muito legal também encher as ruas de luminárias e novo paisagismo, asfalto novo e internet wi-fi e dizer que Joinville está bem cuidada. Ou, pior: dizer que as coisas não foram feitas devido à minoria na Câmara de Vereadores (por pior que seja a atual legislatura) e por pressões populares (como no caso da LOT e do Conselho da Cidade).

Da mesma forma que o “volta Tebaldi” ou o “culpa do Carlito”, os adeptos do “mas na gestão anterior” estão preocupados, e querem, com a repetição, impregnar um discurso. Todos acabam com a paciência de qualquer um. Enquanto isso, ao invés de apontarmos para quem realmente “fez mais”, estamos tentando identificar “quem fez menos”. Joinville está com sua bússola virada, a qual está longe de apontar um norte.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Gebaili é o cara


POR JORDI CASTAN

Quando Beto Gebaili anunciou a sua provável candidatura à Câmara de Vereadores, duvidei que pudesse ser verdade. Não se trata de saber se Beto Gebaili está à altura da política, mas se a política está à altura de Beto Gebaili. Alguém como ele, que ao longo de anos construiu um capital político de elevadíssimo quilate, deve planejar a sua carreira política com extremo cuidado.

Beto Gebaili tem potencial para chegar muito mais longe. Então, é importante que meça cada um dos seus passos com cuidado e parcimônia. Primeiro precisa fazer a escolha do partido político que melhor se adapte ao seu perfil. Há partidos que torcem o nariz antes de aceitar alguns candidatos. Mas não para Beto Gebaili.


Alguns, ainda que poucos, buscam filiar só gente que seja uma referência para os eleitores e que projete uma imagem de seriedade e moralidade acima da média. Mas escolher o partido político em que o radialista se sinta à vontade para compartilhar o espaço com companheiros do seu mesmo perfil e valores não é uma decisão fácil.

Depois de escolhido o partido e assinada a ficha, convenientemente avalizada por um bom padrinho político, é hora de planejar o futuro, seja para disputar um cargo eletivo ou pleitear um cargo comissionado de primeiro escalão. Já imaginaram como poderia mudar a forma da prefeitura se comunicar com a sociedade, se Beto Gebaili fosse o Secretario de Comunicação? Seria uma verdadeira revolução.

Alguém com uma capacidade de trabalho e potencial como ele deve avaliar muito bem cada uma das alternativas que se apresentam. Com a sua conhecida habilidade dialética, sua capacidade para discursar durante horas a fio e dominando um vocabulário rico e variado, o Legislativo pareceria uma opçäo lógica.

Mas pela capacidade empreendedora, facilidade para os negócios e uma vida de sucesso há quem veja potencial para ser, inclusive, prefeito de Joinville. Os que o conhecem melhor defendem que o Legislativo Municipal é pouco para ele e que não encontrará, neste ambiente, oradores do seu nível. Defendem que a Assembleia Legislativa seria uma meta mais adequada ao seu perfil e capacidade.

Inclusive há os que consideram que, pelo seu perfil e sua experiência, deveria preparar diretamente a conquista de uma vaga no Congresso, como Deputado Federal. Em pouco tempo - com a sua popularidade e inteligência - facilmente seria um dos líderes do partido que escolher e poderia até aspirar a um cargo de ministro ou senador num futuro muito próximo.

Avaliar corretamente e tomar as decisões mais adequadas são as tarefas que tem pela frente nas próximas semanas.

 Sobre seu futuro político e os seus planos ele deu algumas dicas no artigo publicado nesta semana no JDC - Jornal da Cidade. Os eleitores precisam saber.



terça-feira, 29 de maio de 2012

Ao dizer “não”, Clarikennedy caiu na armadilha


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Muitas pessoas já estão atentas para as Eleições 2012, principalmente após os últimos movimentos dos partidos, os quais apimentaram demais o cenário da disputa para a Prefeitura, servindo a todos os interessados uma deliciosa omelete de ovos de ornitorrinco (utilizei-me da análise de ontem do Baço) com salada de comunistas e progressistas para sobremesa. Entretanto, o último fato gerou um grande burburinho nos papos dos bolhas, da periferia joinvilense e dos integrantes do Chuva Ácida: Clarikennedy Nunes (PSD) disse não ao convite do todo poderoso Luiz Henrique da Silveira e rejeitou ser vice de Udo Dohler.

O deputado gritou aos quatro ventos nas redes sociais que tem um projeto de se eleger Prefeito (e é o seu único projeto de vida partidária), mas “esqueceu” de dizer que o seu partido ainda não decidiu nada (todos os partidos decidem seus rumos até o dia 30 de junho), sem contar que ele não possui maioria no diretório municipal do PSD. E mais: o PSD diz amém a tudo que o governador Colombo solicita. Darci de Matos, o outro postulante do PSD, desistiu faz algumas semanas de ser candidato, por dois motivos: 1) é aliado histórico de Marco Tebaldi (o pré-candidato do PSDB) e 2) o PSD (leia-se: Colombo) fará de todo o possível para isolar o tucano, até como continuação da fritura feita desde a época de Secretário da Educação. Creio em um acordo prévio entre Colombo e LHS, levando o PSD para o PMDB.

Considerando tais fatos, Clarikennedy pode estar no meio de um grande fogo amigo e de uma fantasia sem fim. De um lado da mesa está o Governador que fará de tudo para derrubar Tebaldi (e conchavar com LHS), e do outro, Darci, que vai jogar de acordo com as cartas mais altas postas no jogo. Ao dizer não para este convite de LHS, um novo nome pode surgir para atrapalhar os planos do jornalista-deputado. Já pensaram na possibilidade do PSD se juntar ao PMDB com um Patrício Destro de vice? Sobraria a LHS – em mais uma de suas manobras - dar a (in)direta para aquele que rejeitou o convite, isolando-o e jogando-o contra seus companheiros de partido, retomando o controle total da política local.  Ao Colombo, felicidade, pois conseguiria o seu maior objetivo em terras joinvilenses e forçaria uma coligação inexpressiva aos tucanos.

Clarikennedy, ao fazer barulho sobre a sua decisão, pode estar se condenando em 2012. O projeto pessoal de chegar à Prefeitura é muito frágil se elencarmos os atores políticos e seus interesses em comum. Claro que, ainda temos Carlito, Novaes, Camasão, Coelho, Xuxo... e muita coisa pode acontecer até as convenções do fim de junho. Mas, fica o recado: com LHS e Colombo no controle, qualquer outro projeto pessoal de ascendência ao poder é minado.

PS. Uma futurologia boba: Clarikennedy, ao se ver deixado de lado pelo PSD, romperia (assim como fez com o PP) e apoiaria Tebaldi? Veremos!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Um ornitorrinco na Prefeitura de Joinville?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Você sabe o que é um ornitorrinco? É aquele bicho esquisito que tem bico de pato mas não é pato. De fato, é apenas um pato construído a partir das ideias de políticos numa aliança. E a política joinvilense corre o risco de ter o seu próprio ornitorrinco nas próximas eleições. Segundo a imprensa, Luiz Henrique convidou Clarikennedy Nunes para ser vice de Udo Dohler. Sério?


É o tipo de aliança que parece tão natural quanto ver porcos a andar de bicicleta. E que levanta algumas perguntas. Será que a coisa sai? Será que Clarikennedy vai abrir mão da sua obsessão pela Prefeitura? E será que Udo Dohler vai querer aparecer junto com ele na fotografia?  Afinal, quem ganha e quem perde com essa costura? Vamos ver...

O principal beneficiado só pode ser o próprio Luiz Henrique. Houve quem tratasse a jogada do senador como ousadia. Nada disso. Parece apenas um velho cacique a caminho do ocaso, tentando mostrar que ainda consegue fazer bater os tambores da pajelança política. Afinal, até as crianças do pré-primário sabem que se Udo Dohler não chegar à Prefeitura, o cacife político de Luiz Henrique sai muitíssimo arranhado.


Clarikennedy Nunes também teria a ganhar, apesar de ter que largar o sonho da Prefeitura. Ao aparecer ao lado de Udo Dohler ganharia tempo de antena, poder de fogo e uma credibilidade que não tem. Afinal, apenas os incautos e as ovelhas do seu rebanho o levam a sério. Ok... mas parece ser muita gente, porque ele conseguiu se eleger deputado estadual e até aparece com alguma expressão nas pesquisas de opinião.


Clarikennedy Nunes é o tipo de político que pode contar cabeças, nunca cérebros. Qualquer pessoa com dois dedos de testa não leva a sério os seus delírios de poder. Mas tem o lado menos ruim: caso a aliança se concretizasse e ganhasse as eleições, ele não teria muito a fazer enquanto vice-prefeito. E a cidade ficaria a salvo da sua estroinice política. Pior se ele fosse prefeito: porque a projeção da sua imagem é a de um macaco numa loja de porcelanas.


Enfim, temos Udo Dohler. E aqui a equação é mais difícil. Porque ele poderia ganhar a Prefeitura, mas o preço é deitar por terra o capital de credibilidade com que chega à política. Qualquer aritmética simples permite ver que a soma dos votos de Udo Dohler e de Clarikennedy Nunes aumenta as hipóteses de ganhar as eleições. Mas até onde Udo Dohler está disposto a ir apenas para chegar ao poder?


Vale relembrar. Udo Dohler aparece como alguém que tem um projeto de governo. Mas se logo na sua primeira eleição começa a trabalhar por um projeto de poder, então desaparece a respeitabilidade que hoje faz diferença na sua candidatura. Todos sabemos que até este momento Udo Dohler tem sido poupado das críticas mais duras. Os seus dois principais adversários - Carlito Merss e Marco Tebaldi - não têm tido vida fácil, enquanto Udo Dohler fica a ver tudo de camarote, com a imagem intacta.


O fato é que se aderir a essa lógica de maningâncias políticas, as coisas mudam de figura. Para começar, há as circunstâncias em que a costura foi anunciada: com o empresário fora, sem tugir nem mugir. É mau para a gestão da sua imagem. Se a articulação foi feita com o empresário em viagem, o leitor pode ficar com a ideia de que ele é um puppet de Luiz Henrique. E a oposição pode começar a bater nessa tecla. Dá um bom (anti)slogan político.


Mas vamos esperar para ver o que acontece. Se você é daqueles que acham a política a segunda mais antiga profissão, o ornitorrinco está aí para provar que talvez seja a hora de rever os seus conceitos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Eu, cidadã, confio


 POR AMANDA WERNER
Em época de eleições todo o cuidado é pouco. O assédio vem de todos os lados. Como conseguir confiar em um candidato depois de tanta frustração política acumulada? Como qualificar o voto? Eis algumas atitudes que me inspiram confiança:

Confio naqueles que desde a tenra idade são sensíveis às causas sociais. Que atuaram na escola como representantes de classe, participaram do Diretório Acadêmico, ou com causas do seu bairro. Confio nas lideranças naturais. Bem mais do que nas fabricadas.

Confio nos que têm vocação para a política. Nos que têm dedicação apaixonada pela causa. E nos que têm senso de responsabilidade e proporção.

Confio nos que tomam partido. Nos que ao serem indagados sobre temas cabeludos, como aborto, pena de morte e eutanásia assumem a sua opinião. Mesmo que a opinião seja contrária à minha. Confio naqueles que não escorregam como sabão. Confio nos candidatos que não procuram agradar a todos, mantém-se firme em suas convicções, mesmo que isso signifique perder alguns votos.

Confio naquele que não faz crítica vazia. Naquele que propõe ideias para resolver a situação, e confio mais ainda naqueles que fazem acontecer.

Confio em quem não fica só a tecer elogios.

Confio em quem não é onipresente. Confio naquele que considera mais importante ficar com a família do que participar de várias feijoadas em um mesmo final de semana, ou marcar presença em cultos religiosos diversos, e confio mais ainda naquele que, como eu, acredita que ter trânsito livre de festas a enterros não é a melhor forma de fazer política.

Confio em quem faz, infinitamente mais, do que em quem fala que vai fazer se for eleito.

Confio no marketing pessoal obtido com realizações e não com o dinheiro.

Confio em quem pensa que se fazer algo pelos idosos é mais do que dançar com eles em bailes de terceira idade.

Confio no político de uma palavra só. Não naquele que tem uma palavra no atacado e outra no varejo. Creio ser a votação secreta a madrinha da corrupção. Confio nos que não defendem os interesses públicos com palavras, e os próprios, com o voto.

Confio nos humildes, e que não costumam se autoproclamar virtuosos.

Nunca voto em alguém que está no poder por mais de dois mandatos. Pois acredito que as raízes criadas pelo poder são as mais difíceis de extirpar.

Pesquiso o comportamento pregresso e valores do candidato.

Confio no candidato que não financia a mídia.

Lembro, que a legislação, tão somente, permite a propaganda eleitoral a partir do dia 06 de julho do ano da eleição.  Entrevistas de rádio ou televisão são permitidas pela lei, mesmo as anteriores à esta data. Nessas entrevistas, os candidatos podem falar de propostas, desde que não peçam votos. 

Reflito apenas,  se, quando ocorre superexposição, esta é por conta da significância das ações do candidato, ou, por causa do seu poder econômico.

Ainda, lembro que  a lei não permite propaganda eleitoral em outdoor. Contudo,  felicitações ao dia das mães, pais, ou ao dia do trabalhador são permitidas. Pois são consideradas  apenas marketing pessoal. Confio, como você poderia imaginar, no candidato que não se utiliza desse meio. 

É caro (e)leitor. O candidato que possui essas qualidades conseguiria facilmente me conquistar. É bem provável que o meu voto vá para alguém assim. Só desconfio de uma coisinha... desconfio que terei dificuldades para encontrar candidato na próxima eleição. Eu devo ser mesmo muito exigente.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Fugindo da raia, deputado Darci?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Darci de Matos anunciou que não vai ser candidato a prefeito nas próximas eleições. Ah... que surpresa! Ninguém poderia imaginar um desfecho tão inesperado. O deputado divulgou um comunicado e, lá pelas tantas, diz que vai apoiar Clarikennedy Nunes. Que remédio, né? Mas foi impressão minha ou o leitor e a leitora também notaram que é um apoio meio envergonhado?

É fácil entender a decisão de Darci de Matos. Há pessoas que nascem sem a fibra dos líderes. E vivem a eterna síndrome de Zorro e Tonto. O chato é que acabam sempre encarnando o Tonto e não se importam de viver à sombra dos projetos de outros mais ávidos pela liderança. Ops! No caso da velha política joinvilense “liderança” é um termo inadequado: não há líderes, há chefetes. Os líderes guiam, apontam caminhos, vislumbram soluções. Os chefetes apenas dominam, exercem o poder.

Darci de Matos entrou no papel Darci de Matos. E tratou de ser o que sempre foi: um ator secundário no palco da política joinvilense. O deputado é como os “escadas” dos programas de humor: levanta a bola para o ator mais importante chutar. Se fosse nos “Trapalhões”, por exemplo, ele seria uma espécie de Dedé, que não tem qualquer marca distintiva. Nunca seria um Didi, um Zacarias ou um Mussum, que tinham bordões próprios.

Se para algumas pessoas ser coadjuvante pode ser uma fatalidade, para outras é pura vocação. Há os que gostam do risco das montanhas russas, cheias de altos e baixos. E há os que preferem a platitude do lugarzinho ao sol, onde não há desafios... só consensos. Mas os consensos, todos sabemos, são negociações nas quais os mais frágeis se submetem aos interesses dos mais fortes.

Darci não parece estar talhado para liderar, correr riscos ou tormar decisões disruptoras. A vida é assim. Há pessoas que não têm genica suficiente para tomar as rédeas das situações e preferem se  submeter ao beneplácito de outros. É o perfil de alguém que nunca será líder. Porque líder é alguém que as pessoas desejam seguir. Mas nem Darci de Matos demonstra vontade de seguir Darci de Matos. A desistência de ontem é a prova.

A nota divulgada na imprensa tem statements curiosos. Ser formos ler com mais acuidade, logo na primeira frase fica evidente um grandioso nada: “É do conhecimento de todos meu compromisso com Joinville”. Não, deputado, não é evidente. Aliás, se tivesse um compromisso com Joinville temos a certeza de que iria pegar o touro pelos chifres, partir para a luta e tentar impor as suas ideias, por mais escassas que possam ser.

O seu entendimento de “compromisso com Joinville” é apoiar Clarikennedy por formalidade e acatar Tebaldi por submissão? Não, isso não é compromisso com Joinville. É compromisso com uma democracia pouco qualificada. O que os joinvilenses podem esperar de um político que se secundariza à frente de improficuidades políticas como Tebaldi e Clarikennedy?


Pearaê. Tebaldi não é aquele cara que saiu da Prefeitura com a fama de incompetente e deixando o rastro do caos atrás de si? Ei, leitores, há quem não esqueça os fatos, por mais que alguns tentem apagar essas memórias. Um compromisso com Joinville, deputado Darci de Matos, é impedir que a cidade descaia para um passado azíago e de muitas dúvidas sobre o decoro das pessoas (aliás, a justiça tem trabalhado bastante).

Não, deputado Darci de Matos, a cidade também não precisa arriscar o seu futuro com um ególatra do calibre de Clarikennedy Nunes. Afinal, é um político que criou a religião de si mesmo e venera a própria personalidade. E esse homem crente - que parece possuído por um delírio de poder - pode representar um perigo para a sanidade política da cidade. Vou relembrar algo que todos já devemos ter ouvido algum dia: um homem mentiroso mente para os outros, um homem perigoso mente para si mesmo. Vai dar mole para o perigo, deputado Darci de Matos?

Outra coisa curiosa. Darci de Matos diz ainda que “nunca escondi meu desejo de estar à frente da Prefeitura de Joinville e poder contribuir ainda mais”. É patético. Quem quer vai à luta. Mas Darci não vai, claro. Talvez para sorte de Joinville. Porque as cidades não querem ser governadas por políticos fujões.

Sabe, deputado Darci de Matos, existe uma coisa chamada história. É onde ficam registrados os fatos, especialmente os feitos mais audazes. Mas quero crer que se a história de Joinville registrar o seu nome certamente será en passant (no xadrez é também um movimento para capturar o peão). Porque, caro deputado, todos estamos cientes que dos fracos não reza a história.

Foto: Fábio Queiroz - ALESC

terça-feira, 1 de maio de 2012

Tebaldi se enrola na justiça de novo, por suspeita de superfaturamento quando era Secretário


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Mais uma vez os leitores do Chuva Ácida ajudam a mostrar as supostas irregularidades e imoralidades dos nossos políticos. Da mesma forma que aconteceu com o escândalo das diárias, novamente um leitor (não vamos citar a fonte,  é óbvio, porém podemos garantir que é uma pessoa apartidária), ao checar o site do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, encontrou mais uma suspeita de corrupção do ex-Prefeito de Joinville e Deputado Federal Marco Tebaldi,na época em que atuava como Secretário da Educação do governo Raimundo Colombo .

Desta vez, uma ação popular cível em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis (processo nº 023.12.014409-6) cita Tebaldi e seu ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico na Prefeitura, Raul Bergson, por um suposto superfaturamento na aquisição, com dispensa de licitação, de licenças de softwares através da empresa Geha Comércio de Sistemas de Informática Ltda, num contrato com valor total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais).

Ao consultar o site da empresa citada (www.horario.com.br) encontramos de fato várias Prefeituras e Escolas da região como suas clientes. A empresa, ao que parece, atua no ramo da educação há muitos anos. Entretanto, como consta nas decisões judiciais, a Geha não participou de processo licitatório, bem como vendeu as licenças por um preço muito maior do que o praticado pelo mercado, e do que ela própria já havia vendido para outros clientes.

O documento de fl. 37, que se refere ao aviso de inexigibilidade de licitação, publicado no Diário Oficial do dia 26/01/2012, indica que foram adquiridas 1300 (mil e trezentas) licenças ao custo total de R$ 1.105.000,00 (um milhão e cento e cinco mil reais). 
Ou seja, cada licença custou aos cofres públicos R$ 850,00. 
Com efeito, as provas juntadas aos autos permitem extrair razoavelmente que o preço praticado no contrato celebrado foi extorsivo, muito acima dos valores praticados no mercado e até mesmo ao cobrado pela GEHA em outros contratos. 
À fl. 72 e 88, vê-se que há aproximadamente um ano e meio atrás (setembro/2010), a empresa GEHA foi classificada em licitação no Município de Campinas, para conceder a licença do mesmo software de que aqui se trata, pelo valor de R$ 500,00 licença/ano. 
Em outubro de 2009, GEHA apresentou proposta de R$ 400,00 por licença/ano, para o mesmo Município de Campinas (fls. 55 e 71). 
Já às fls. 89/95, a empresa GEHA cobra do município do Rio de Janeiro, pelo mesmo software, de R$ 200,00 a R$ 300,00, entre os anos de 2004 a 2011. 
À fl. 143, verifica-se que a empresa WWK vende a licença de uso de software semelhante pelo valor anual de R$ 146,00. 
Ora, é manifesto que o contrato realizados pelos requeridos foi demasiadamente lesivo ao Estado de SC. 
Importante destacar que como a Secretaria de Estado da Educação almejava adquirir 1.300 licenças, em razão desse elevado número, haveria uma margem mais confortável para ambos os contratantes negociarem desconto nos valores.
Todavia, parece que a avidez da empresa contratada e a péssima negociação conduzida pelos administradores público determinou que o Estado de SC pagasse o dobro pelo mesmo serviço prestado em outras localidades. 
 
Isso reclama resposta jurisdicional imediata, para que os malefícios do ajuste não tomem proporções ainda maiores. (Decisão de 13 de março de 2012)


Após a interposição de agravo de instrumento por parte da defesa, o Juiz Luiz Fornerolli manteve a decisão, inclusive com alguns apontamentos:

As razões lançadas pelo agravante bem como os documentos que amparam o recurso são relevantes, tornando questionável o que fora deduzido junto à inicial. Entretanto, a demanda não está alicerçada tão-somente no superfaturamento dos preços, mas também na ilegalidade da contratação direta levada a cabo. Logo, ainda que de modo relativo, presume-se que a dispensa indevida da licitação fomentou lesão ao erário, saí a necessidade da manutenção da indisponibilidade de bens, ao menos até que estas questões sejam suficientemente esclarecidas na instrução processual. A existência de softwares similares no mercado, ao menos por ora, faz presumir que o estabelecimento da competição era necessário. Todas essas questões, mormente em vista das peculiaridades técnicas que giram em torno dos programas envolvidos, deverão ser esclarecidas em momento oportuno. À vista disso mantenho a decisão atacada. Aguarde-se o cumprimento das diligências citatórias. Intime-se. (Decisão de 10 de abril de 2012)

Ainda não há nada em definitivo (apenas a suspensão do contrato com a Geha e a indisponibilidade dos bens dos réus), mas o fato é que Marco Tebaldi está mais uma vez sendo investigado – junto com um ex-Secretário da Prefeitura de Joinville, enquanto que a educação catarinense pede socorro. Lembramos também que, este não é um espaço jornalístico, mas todos os citados têm o direito de resposta, caso entendam conveniente. Também não cabe ao governo Raimundo Colombo “lavar as mãos” para este caso só porque não conta mais com Tebaldi. O Chuva Ácida estará de olho neste processo, e agradecemos desde já aos leitores que acreditam no nosso blog como um espaço de denúncias e de respeito ao bem público.

PS: A defesa entrou com um efeito suspensivo sob o bloqueio dos bens, mas teve o pedido negado. O processo continua tramitando...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O cenário não poderia ser outro: Carlito perde mais um aliado para as Eleições

POR CHARLES HENRIQUE

A gestão Carlito Merss teve mais uma perda no último fim de semana, ao saber do resultado das eleições internas do PDT. A vitória da chapa encabeçada por Rodrigo Bornholdt e James Schroeder sobre a chapa dos favoráveis à manutenção da aliança com PT, liderada pelo ex-Secretário Alsione Gomes de Oliveira Filho, mostra que possivelmente teremos mais uma frente nas Eleições de 2012. Está certo que a diretoria executiva do PDT ainda não está montada, mas tudo deve culminar no desembarque do governo Carlito Merss. Não queremos aqui focar se isso é bom ou ruim para as discussões até outubro, mas sim na falha da estratégia política do Prefeito, que por várias vezes deixou de lado os principais aliados. Vamos aqui elencar alguns que originaram o atual cenário, onde o PT se vê com poucos aliados formalizados:

  • Semanas depois de ser eleito, numa virada histórica, Carlito Merss renegou alguns nomes do PPS por serem ex-PFL. A postura culminou na perda da Presidência da Câmara de Vereadores, e o início de várias pressões advindas do Legislativo.
  • A montagem dos quadros comissionados de forma horizontal (com integrantes de diversos partidos na mesma secretaria) não é a mais eficiente (partidariamente falando). Encontraram-se na mesma secretaria adversários políticos. E o resultado esperado de uma união de forças quase não aconteceu.
  • A saída do PMDB da gestão, para um direcionamento rumo à candidatura própria abriu vários espaços dentro da gestão. Ao invés de privilegiar os partidos que estavam com poucos cargos, concentrou-se mais ainda o poder nas mãos do PT. Os outros partidos como PP, PDT e PR continuariam ocupando os mesmos espaços.
  • Carlito só conseguiu a paz quando se aliou a Odir Nunes, manobrando a vitória de uma chapa ornitorrinco. Deu palanque para o principal opositor.
  • Nunca houve, nestes três anos e meio de Carlito no Executivo, uma reunião de colegiado com os Presidentes dos partidos. Várias decisões importantes foram tomadas sem ao menos uma consulta. Está certo que o PT é quem manda, mas ninguém governa sozinho na atual conjuntura. Ou não?
Juntando todos estes fatores (e vários outros que não elencamos aqui), de quem é a culpa por estes partidos que "pularam fora da barca"? É claro que partidos são sanguessugas e aproveitadores. Vão para onde está o céu de brigadeiro. Mas quem chega ao nível máximo de poder numa cidade deveria saber usar as suas armas. Agora o PT chora, só com o PP de apoio significativo, e com vários ex-PFL com cargos comissionados. Vai entender!

PS: Meu texto desta semana saiu na quarta-feira devido a compromissos acadêmicos que me impossibilitaram de publicar nas terças-feiras, como de costume.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um deputado "ótimo"... e modesto



Os leitores podem achar que o blog anda de marcação com o deputado clarividente Clarikennedy Nunes. Nada disso. O fato é que o homem fornece um material muito vasto e hoje somos obrigados a mostrar. Lembram do post de quarta-feira, onde para dar uma voltinha de bicicleta ele levou um fotógrafo? Hoje mostramos que um fotógrafo é pouco.

Neste post, onde finge que está a trabalhar (ops!), há outro fotógrafo atrás dele. Tudo isso para registrar um momento tão importante para a história da humanidade como o deputado a segurar uma colher de pedreiro. E na legenda da foto Clarikennedy diz que como pedreiro... é um "ótimo" deputado. Opa... pedimos um aparte. Ótimo deputado? Há controvérsia, nobre deputado.

Mas pelo menos uma coisa não se pode negar: ele não tem medo de ser anedótico.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

2012 será a eleição do látex

POR GUILHERME GASSENFERTH

O látex é a secreção esbranquiçada produzida por algumas plantas, notadamente a seringueira, que dá origem à fabricação da borracha. Na virada do século XIX para o século XX, o produto foi tão importante que resultou em investimentos importantes na região amazônica, como o símbolo da riqueza do ciclo da borracha, o Theatro Amazonas, ou ainda a compra do Acre da Bolívia (este último foi um dos mais caros investimentos nacionais, pois a única coisa que resultou até hoje foi o Acre). A partir do látex, é possível produzir variados produtos, como o pneu, as luvas descartáveis, a borracha escolar e a camisinha.

Trazendo o texto para o título, é possível afirmar que a cada ano mais o que se vê são as diferenças históricas apagadas. Na última segunda li que em Porto Alegre a candidata Manuela d’Ávila, do Partido Comunista do Brasil, marxista-leninista, será apoiada pelo PSD, o expoente da neosemvergonhice que tomou conta dos partidos brasileiros. Oras, como pode isto? Um partido comunista, de esquerda, que há 30 anos estava empunhando armas contra a ditadura militar cujos líderes agora o respaldam? O PSD é filho do PP e do Democratas (cof!), este último a derivação do PFL, o símbolo máximo da direita liberal brasileira! Passaram a borracha na história. Em Curitiba, o PT vai apoiar o ex-tucano e agora trabalhista Gustavo Fruet. Passaram a borracha na história. Bem, quando se vê a ex-guerrilheira Dilma e outros petistas curvarem-se aos conservadores direitistas evangélicos em nome da governabilidade, nada mais se deve esperar. Passaram a borracha na história.

As esquisitices ocorrem também em Santa Catarina. Em 2002, Luiz Henrique, protagonizou o enterro da lucidez ideológica ao apoiar Serra no primeiro turno e Lula no segundo. Passou a borracha na história. Quatro anos depois, o PMDB, único opositor legal ao regime militar, aliou-se aos ex-inimigos para vencer as eleições estaduais. Ver Luiz Henrique da Silveira de mãos dadas com Jorge Bornhausen causou náuseas em muita gente. E a aliança outrora inacreditável prossegue até hoje. Passaram a borracha na história.

Trazendo a discussão pra nossa cidade, o bizarro show de incoerência também tem lugar. Em Joinville, o PT é aliado do PP, o conservador Partido Progressista (cof!), e tem seu vice no PR, filho de pais extremamente direitistas: PL e PRONA. Passaram a borracha na história. O social-democrata PSDB (cof!) do prefeiturável Tebaldi busca no socialista PPS (cof!) seu vice. Passaram a borracha na história.

Na última eleição à presidência da Câmara de Vereadores, o show de horrores foi tão intenso que após passarem a borracha na história ainda a tacaram na cara do eleitor. Juntos, DEM, PDT, PPS, PMDB e PT. A prefeitura respaldou seu maior crítico na Câmara, e o marxista Adilson Mariano ganhou voto da liberal Dalila Leal, que apesar do nome foi infiel aos princípios ideológicos do seu partido. Passaram a borracha na história.

Até a população conscientizar-se do seu poder e resolver mobilizar-se para dar um basta nestas histórias tristes, seja na urna ou seja nas ruas, o espetáculo funesto tende a prosseguir.

Minha maior preocupação com estas composições exóticas é ter nenhuma boa opção para sentar-se no principal gabinete à Hermann Lepper, 10. E sem boas opções para escolher, qualquer candidato eleito será maléfico à cidade. E aí, com um iminente apagão de gestão, passaremos a borracha em (mais) 4 anos da nossa história. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Adilson Mariano e a Esquerda Marxista, no fundo, sempre serão PT


POR CHARLES HENRIQUE
Todos sabem que a Esquerda Marxista, uma das alas do Partido dos Trabalhadores, e que é capitaneada pelo Vereador Adilson Mariano, não está muito contente com a gestão do partido na Prefeitura (ocupada por integrantes das outras alas, ligadas a Carlito Merss), e também nas articulações com outros partidos e nos movimentos sindicais que envolvem alguns de seus aliados. Porém, “quando a coisa aperta”, e a sobrevivência do partido como um todo é posta à prova nas urnas,  Adilson Mariano e os outros integrantes de sua ala reconhecem que, ser PT ainda é o melhor caminho, mesmo em minoria e não concordando sumariamente com o que está sendo feito atualmente.

Considero este fato ao analisar a trajetória política deste vereador e de seu partido nos últimos anos: ele votou em Tânia Eberhardt, do PMDB, para Presidente da Câmara em 2009, mesmo não concordando com alianças e ser um defensor da chapa pura. Apoiou abertamente uma greve de servidores municipais. Quase foi expulso do PT por bater de frente com Carlito, deu diversas declarações fortes contra a atual gestão...

Nenhum outro petista é tão mal encarado dentro de sua própria casa como Adilson Mariano, e mesmo assim, ele permanece. E não duvido de que vá apoiar Carlito Merss nas eleições de 2012, mesmo tendo perdido nas prévias internas, da mesma forma que aconteceu em 2008. Será que o contrário aconteceria? Será que os petistas ligados ao prefeito teriam essa consciência de que o partido é feito de diferentes? Ou vão continuar ignorando-os e tentando expulsá-los por serem, justamente, diferentes? O PT em plano nacional já se perdeu um pouco para a gana do poder. O processo inicial disto ocorre por aqui...

É incoerente em um primeiro momento, se considerarmos as discussões e os debates que aconteceram nos últimos anos. Mas é uma maturidade que poucos grupos políticos possuem, principalmente se analisarmos inseridos na realidade da cidade de Joinville. Quantas vezes políticos daqui que, apenas por birra, trocaram de sigla? Quantos partidos perderam uma oportunidade única, só porque não reconheceram que estavam errados? Nem toda minoria é burra e idiota...

OBS: Ressalto que não tenho nenhum vínculo com o PT, Esquerda Marxista, ou Adilson Mariano. Este foi apenas um texto para mostrar como a ideologia partidária é levada à risca por certos grupos e/ou rasgada por outros.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Corrida desigual

POR JORDI CASTAN



Vereadores candidatos à reeleição partem em  desigualdade em relação aos outros.


Começaram os preparativos prévios ao tiro inicial de uma corrida de obstáculos que será concluída em outubro, com a eleição municipal.

É uma corrida injusta e desigual, porque enquanto uns correm a peito aberto, sem muitos recursos e dependendo das contribuições voluntárias, outros partem com vantagem, protegidos por uma legislação injusta que facilita a recondução dos atuais vereadores. Arroupados por quase uma vintena de assessores, que mantêm contato permanente com os eleitores - com veículo e combustível sem limite para visitar as bases, com uma infinita conta de telefone, computador à disposição e tudo custeado com recursos públicos - a campanha pela reeleição de um vereador é uma tarefa mais fácil, quando comparada com aqueles que, para poderem contar com uma estrutura semelhante, devem contar com recursos próprios significativos ou com recursos contabilizados pela campanha.

Não será raro que, mesmo tendo aumentado o seu salário acima da inflação e contra a vontade da maioria da população, muitos dos atuais legisladores sejam reconduzidos ao cargo. Tampouco será surpresa que alguns dos vereadores contem com recursos significativos para enfrentar a corrida eleitoral. Recursos, vale dizer, vitaminados pela aprovação de leis que o ministério público considera não atenderem ao princípio da impessoalidade. A pessoalidade neste caso poderia ser identificada facilmente se o financiamento da campanha cumprisse todos os requisitos de transparência que a lei exige. Isso permitiria identificar os financiadores de cada campanha.

Uma alternativa para que esta corrida tão desigual permita o emparelhamento de todos os concorrentes com as mesmas chances, só poderia acontecer se houvesse uma mobilização a favor da não renovação de nenhum dos atuais vereadores. Uma iniciativa que estimulasse a chegada ao legislativo de uma nova geração de cidadãos que, sem experiência política prévia, chegaria ao poder desprovida das mazelas e vícios que enquistam a política local.

A utópica alternativa, pode não garantir um legislativo melhor, mas sem dúvida proporcionaria a oportunidade de um novo legislativo. Uma oportunidade única para não renovar algumas das práticas que em alguns casos afrontam o eleitor, que se sente traído, além de envergonharem os joinvilenses e provocarem o repúdio da sociedade. 

terça-feira, 10 de abril de 2012

Por uma campanha eleitoral mais profissional


POR CHARLES HENRIQUE

Com a notícia de que o competente jornalista Marco Aurélio Braga (meu ex-companheiro de rádio MAIS FM) assumiu a assessoria de imprensa da pré-campanha de Udo Dohler para a prefeitura, resolvi trazer para o Chuva Ácida um tema que estava longe de ser debatido por aqui até poucos anos atrás: a profissionalização das campanhas eleitorais, despindo-se de todos os ranços politiqueiros que compõem a corrida aos cargos eletivos.

Uma campanha eleitoral se faz muito além das relações sociais e partidárias de cada candidato, pois envolve setores estratégicos importantes para o sucesso do candidato, como por exemplo a assessoria de imprensa, conteúdo programático, pesquisas de opinião, construção da imagem do político, etc. Profissionais da comunicação social deveriam ser os mais requisitados neste momento, juntamente com Cientistas Políticos e bons administradores (para o cuidado financeiro da campanha).

Infelizmente, a campanha eleitoral aqui em Joinville poucas vezes apresentou este nível de qualidade profissional nos bastidores. As campanhas que realizam uma pesquisa de opinião pública são raras, e sempre agem no chutômetro, na vontade pessoal do candidato ou ainda, nos números quantitativos de uma pesquisa de intenção de voto rasa e sem nenhuma intenção qualitativa. Só para citar um exemplo do amadorismo.

O que fica de mais grave nessa história toda, é que o trabalho em uma campanha geralmente esteve condicionado a um cargo (caso o candidato em questão vença), dando um ar de amadorismo a todo o processo. Ao invés do candidato preferir uma campanha séria e que pudesse leva-lo à vitória, utilizou-se, no caso das campanhas aqui da cidade, da maquina pública antes mesmo de chegar lá, corrompendo todo o sistema eleitoral, e inutilizando os poucos profissionais que aceitam o trabalho em alguma eleição.

É claro que uma campanha eleitoral representa o que mais há de maquiagem no meio político, pois provoca a inserção de máscaras e fantasias na cabeça do eleitor. Não podemos esquecer que o nível de qualidade da transmissão das propostas de cada candidato está condicionada à profissionalização desta etapa na escolha de nossos representantes e nem garantir que não haja um interesse partidário travestido de profissionalismo. Entretanto, se já há uma falta de compromisso com a qualidade antes da posse no cargo (ao utilizar da campanha como teste para os possíveis assessores e apadrinhados), imaginem quando estes chegarem de fato a seus mandatos...

domingo, 1 de abril de 2012

EXCLUSIVO - Carlito e Tebaldi formam chapa conjunta



POR COLETIVO CHUVA


Carlito para prefeito. Tebaldi para vice. É o acordo entre os dois partidos.


Uma notícia - exclusiva do Chuva Ácida - que vai agitar a política  joinvilense: Carlito Merss e Marco Tebaldi vão formar uma chapa única para concorrer à prefeitura. O atual prefeito vai tentar a reeleição e Tebaldi será o seu vice. O compromisso definitivo entre os dois, segundo um assessor do próprio ex-prefeito, já está firmado desde a semana passada: Tebaldi ficaria os próximos quatro anos como vice, mas teria o apoio de Carlito para a sua candidatura em 2016.
O anúncio oficial só não foi feito ainda porque Tebaldi e Carlito estão a enfrentar resistências dentro dos seus partidos. O prazo anunciado por Tebaldi, de que só falaria sobre o tema depois da Páscoa, tem o objetivo de apaziguar os seus partidários. Carlito também está sendo alvo de duras críticas internas, mesmo de assessores mais próximos.
A maior resistência petista vem da ala do vereador Adilson Mariano, que procura uma forma de sair candidato para enfrentar a chapa Carlito/Tebaldi. É possível que venha a ingressar em outra sigla. Dentro do PSDB, a maior resistência vem das bases, uma vez que os correligionários de Tebaldi temem uma pouca presença na futura administração, em termos de cargos.
Mas os opositores internos dos dois partidos têm pouca margem de manobra. A aliança começou a ser costurada em alto nível e longe de Joinville. Tudo indica que o acordo foi sacramentado durante a visita de Fernando Henrique Cardoso a Luiz Inácio Lula da Silva, no Hospital Sírio Libanês. Os dois partidos vão liberar os seus candidatos para alianças locais, o que abriu caminho para essa composição entre Carlito e Tebaldi.
A notícia, que está a movimentar os bastidores da política em Joinville, caiu como uma bomba entre os outros concorrentes à prefeitura. A maioria dos pré-candidatos acha que a candidatura conjunta de Carlito Merss e Marco Tebaldi será imbatível nas urnas. E o fato já está provocando mudanças  no quadro eleitoral da cidade em 2012.
A primeira desistência será de Darci de Matos, que sai magoado com Marco Tebaldi, de quem esperava apoio (caso Tebaldi continuasse como deputado em Brasília). É também um duro golpe para quem esperava refazer a Tríplice Aliança com o objetivo de derrotar Carlito Merss.
Desta forma, o PSD terá apenas Kennedy Nunes como candidato. Segundo um assessor do deputado, ele terá mesmo comemorado o fato de Marco Tebaldi ter feito o acordo do Carlito Merss. Kennedy Nunes não terá que enfrentar a disputa interna e é certo que será o candidato do recém-criado PSD à prefeitura.
Não foi possível ouvir Udo Döhler e a sua assessoria recusa comentar o fato antes que a candidatura Carlito/Tebaldi seja oficialmente anunciada. A situação do empresário é a mais complicada, uma vez que vê o seu espaço de manobra reduzido. Se a volta de Tebaldi como candidato a prefeito era vista com algum receio, a composição com Carlito pode ser fatal para as pretensões do empresário, que tem em Luiz Henrique da Silveira o principal aliado. Luiz Henrique, diga-se, também joga muito do seu prestígio nestas eleições.
As negociações entre Carlito e Tebaldi já começaram há meses. Quem esteve atento às movimentações políticas sabe que houve contatos entre os dois. O jornalista Jefferson Saavedra, do jornal A Notícia, por exemplo, publicou uma nota da noticiar as conversas entre os dois políticos, salientando o “tom amistoso”.
Em Joinville, faz cada vez mais sentido o antigo ditado: “em política só não vi boi voar”.