POR CHARLES HENRIQUE VOOS
As eleições chegaram ao fim, e após a vitória de Udo Dohler as atenções voltam-se para a composição de seu secretariado, bem como a eleição do próximo Presidente da Câmara de Vereadores. Ontem mesmo (7) tivemos a primeira novidade: o secretário de comunicação já está escolhido, e será o jornalista Marco Aurélio Braga. Udo acertou em cheio justamente no lugar em que Carlito Merss mais errou.
Carlito não deu atenção especial a esta secretaria, colocando como secretária uma pessoa que não é da área. Nada contra ela, mas poderia estar ocupando outras funções importantes dentro da gestão. Com isto, as estratégias de comunicação voltaram-se às coisas pequenas, sem darem importância aos grandes anseios da população (leia-se: "quando e como meus problemas serão resolvidos?"). Não nos esqueçamos que, sem uma boa relação com os jornalistas e ou "Gebailis" da vida, as críticas surgem com maior intensidade e sem as devidas respostas. A comunicação de Carlito Merss não fez a conexão necessária com as pessoas, as quais davam audiência a tudo o que vinha da imprensa, sem o contraponto.
Os papeis foram invertidos: "institucionalizou-se" a informação ao invés da democratização desta. Um problema mais de modus operandi do que propriamente de conteúdo, afinal, a secretaria de comunicação tem ótimos funcionários de carreira. O "Carlito não faz nada" foi uma expressão tão popular quanto o "dá pra fazer", uma consequência deste afastamento do povo e que "manchou" a imagem do Prefeito. Somente outdoors ou informativos não resolvem como estratégia. E, para piorar, a candidatura de Carlito foi cassada por irregularidades na gestão da Secom, com investimentos acima da média em um ano eleitoral. Quando Carlito conseguiu fazer uma comunicação direta com as pessoas (na campanha, com preciosos minutos de TV) a sua rejeição caiu consideravelmente, porém era "tarde demais". Convenhamos que também houve uma ótima ação, principalmente na estruturação da rádio Joinville Cultural, mas isto aconteceu no período final da gestão, e desta maneira não conseguimos mensurar os impactos da referida política pública.
Ao indicar Marco Aurélio para a sua gestão, Udo dá a devida importância para a pasta, colocando como secretário um profissional que há mais de 15 anos está no mercado joinvilense de comunicação, e é referência pelo profissionalismo. Claro que a Secom também tem funções políticas muito bem definidas, mas, ao indicar o nome de Marco Aurélio, a futura gestão dá sinais claros de reestruturação deste setor. Cabe ao novo Secretário olhar para o passado e não cometer os mesmos erros de seus antecessores, colocando a secretaria ao lado das pessoas e longe dos interesses difusos de alguns "formadores de opinião" ou do centralismo democrático tão presente na Av. Hermann Lepper nos últimos anos.