POR CHARLES HENRIQUE
Um grande passo que a cidade de Joinville deu em seu planejamento urbano foi a aprovação do Plano Diretor de 2008 (PD/2008), 35 anos após o último Plano Diretor. As plenárias serviram para construir algumas diretrizes, e também para eleger os principais temas, norteando as discussões. Em um destes temas consta a “Mobilidade e Acessibilidade” (Arts. 42 a 46 do PD/2008).
Considerando que o Plano Diretor é um documento de caráter essencialmente estratégico, regendo de forma macro os programas que devem ser pensados para a cidade, a concepção das ações (e suas regulamentações) deve ser arquitetada junto com um instrumento, de caráter regulatório, visando garantir que os projetos contemplem tais programas. E está lá, no art. 142 do PD/2008, que deve ser produzido um “Plano Setorial de Mobilidade e Acessibilidade”.
Sendo assim, a Prefeitura de Joinville e o IPPUJ estão se equivocando em alguns pontos no tocante a este tema. Eles pretendem fazer uma licitação para o transporte coletivo (nunca antes na história dessa cidade houve uma licitação para este tipo de serviço) sem ao menos ter enviado pra Câmara de Vereadores o projeto de lei do Plano Setorial de Mobilidade e Acessibilidade. Pode ser que “quebrem a tecla do meu notebook” e enviem este projeto ainda no começo de fevereiro. Pode ser. Porém, mesmo assim, a estratégia é falha: como a população vai discutir a nova licitação para o transporte coletivo (audiências públicas já estão programadas), sem um documento-base que dite as regras da mobilidade como um todo? O modal ônibus é apenas uma possibilidade para o transporte coletivo, e ainda, está inserido num contexto bem maior que ele.
Não podemos (enquanto população) exaltar uma grande conquista (a licitação), sabendo que peças estão faltando no quebra-cabeça tão complexo que envolve o nosso deslocamento diário. Estive no IPPUJ em 2010 e naquela época já se falava no tal plano, mas até agora, infelizmente, não saiu do papel. Este processo pela metade é tão grave quanto botar asfalto em cima de paralelepípedo sem o sistema de saneamento básico. Ou ainda, é como comprar o sistema Flotflux sem um Plano Ambiental que preveja tal ação.
Oi Charles, parabéns pela texto, não estava muito interado dessa questão do plano de mobilidade. Aliás, teria algum projeto desse plano para consulta em algum lugar?
ResponderExcluirobrigado
Então Ivan, a primeira parte do plano de mobilidade consistia na pesquisa OD. Depois disso, nunca mais ouvi falar numa "próxima etapa" que o IPPUJ teria concluído. Sempre no "estamos elaborando"...
ExcluirPara "brincar" com o Baço e fundamentar a opinião do Gilberto sobre nosso país, digo: COISA DE PORTUGUÊS...
ResponderExcluirA mídia embarcou nas manchetes marítimas; do Costa Concórdia no Mediterrâneo aos acidentes e outras falcatruas com os jet skys nas praias brasileiras. Voltou-me a leitura de Eduardo Alva em Planejamento Urbano Participativo de 1989, onde ensina: “Que se entenda que o planejamento deveria ser como a navegação em alto mar, onde sempre há um porto de destino, mas cujo rumo é sempre resultante da vontade do navegador, combinada com a direção dos ventos e as correntes marinhas, além das próprias características do navio. Se sabe navegar, o planejador urbano poderá levar a cidade ao porto seguro de seu destino coletivo. Depois de compor seus objetivos com as forças sociais, políticas, econômicas e ambientais que decidem o destino humano das cidades.” A metáfora se comparada as formas do fazer estratégico, prioritário, participativo, democráticos ou importante, ditas e não ditas no artigo acima indicam que uma festa esta sendo realizada no porão e patrocinada por seus notórios habitantes, onde os passageiros populares e ambientais não receberam convites.
ResponderExcluirQuando os impactos destes modelos de planejamento vierem à tona o atual comandante e seus imediatos, provavelmente dirão que escorregaram do barco.
Arno, será mesmo que existe um comandante neste navio?
ExcluirMais uma vez estão agindo sem planejamento? "quem planeja tem futuro, quem não planeja tem destino"!! E Jlle pelo visto tem apenas destino...
ResponderExcluirAinda podemos mudar esse destino, Douglas. Se o poder público abre a palavra para a população (graças!!!)... podemos sim mudar alguma coisa, denunciando o que está errado.
ExcluirDouglas Hoffmann, é verdade que você é assessor direto e indireto, assalariado e comissionado do Rodrigo Coelho?
ExcluirE além disto, você acha mesmo que ele pode ser o fiel da balança nestas eleições?
Charles, não resisto ao embalar de uma duvida, tanto que extraída do livro das frases prontas surge a possibilidade que contextualizada ao lugar, a possibilidade de que estejamos vivendo um paradoxo entre o desagradável e o ridículo, nas palavras de Voltaire: "A dúvida (já)é desagradável, mas a certeza é (absurdamente) ridícula." O entre parenteses são grifos meus, que ampliam e demonstram melhor meus sentimentos.
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