segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Os defenestrados contra Carlito Merss

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Numa entrevista recente ao jornal A Notícia, o prefeito Carlito Merss produziu uma declaração que pede uma reflexão mais detida sobre este momento ímpar na história política de Joinville. Disse o prefeito:


- Acredito que nossa forma de governar tirou muita gente do conforto, inclusive servidores.


A frase pode ser interpretada de maneiras diversas. Carlito Merss está a ser político e a defender o seu governo. É a sua função, claro. Mas não é o que interessa nesta abordagem. Se a forma petista de governar é melhor ou pior, o julgamento acontecerá nas eleições que estão aí à porta.


MAIS DO MESMO - No entanto, a afirmação de que muita gente foi obrigada a sair da zona de conforto é incontornável para entender os fatos destes últimos três anos. Porque a entrada do PT na prefeitura provocou uma ruptura com uma lógica que durava há décadas: entrava governo, saía governo... e era sempre mais do mesmo. Com uma ou outra mudança pontual, o poder era partilhado sempre pelos mesmos grupos de interesse. Não havia alternância.


Com a eleição de Carlito Merss criou-se uma situação inédita: muitos daqueles que durante décadas viveram enquistados nas estruturas da administração municipal foram empurrados para o desconforto da perda da boquinha. E por boquinha vamos entender: empregos, poder e um lifestyle muito próprio. Tomo a liberdade de chamá-los “defenestrados” (apesar de que a expressão “teúdos e manteúdos” de Tebaldi ou LHS cobriria um bom período histórico).


LINCHAMENTO MIDIÁTICO - Quando a atual administração assumiu, os assessores de Carlito Merss estavam avisados para o fato de que era essencial blindar a sua imagem. Não havia dúvidas de que os defenestrados iriam iniciar uma luta sem tréguas contra a atual administração. E houve uma tentativa de linchamento midiático do prefeito nos meios à disposição desse pessoal. Eu mesmo lembro de ter ouvido um radialista a sugerir que as pessoas fossem vaiar o prefeito num evento.


Mas para a sorte de Carlito Merss, os caras são pouquíssimo competentes. E dispararam toda a artilharia pesada logo nos primeiros tempos. Resultado: se por um lado afetaram a imagem do prefeito, por outro as coisas não poderiam ficar piores para ele. Ou seja, não dava para afundar ainda mais a imagem de Carlito Merss, que a partir daí só poderia recuperar.


Mas as eleições estão aí e o prestígio do prefeito, mesmo que dê tênues sinais de recuperação, continua seriamente abalado. Parecendo que não, isso traz um problema para os eleitores. Porque as alternativas são escassas. Diria quase ridículas. Não me lembro de uma eleição que tenha conseguido reunir tantos nomes risíveis para concorrer à prefeitura. Aliás, um dia destes um leitor do Chuva Ácida, que não vota em Carlito Merss, definiu a coisa:


- Sejamos sinceros: está difícil escolher quem é o menos pior nas eleições desse ano.


CERTEZA VERSUS INCERTEZA - Grosso modo, hoje teríamos três correntes a disputar a tão desejada cadeira da Hermann Lepper, com vista para o ainda líquido Cachoeira.


1. Os caras do costume, separados ou amontoados na tal tríplice, tetra, penta ou hexa (whatever) aliança. O que representa a volta dos defenestrados à tal zona de conforto.


2. Também há uma rapaziada nova a tentar ganhar densidade política.


3. Por fim, o time de Carlito Merss que, longe de bater um bolão, pelo menos ainda não aprendeu a viciar o jogo.


Essa é a escolha que Joinville vai ter que fazer nos próximos meses. E, no final, dá para arriscar uma polarização entre dois campos: a certeza versus a incerteza. Os caras da tríplice aliança oferecem uma certeza: tudo voltará a ser a lesma lerda. Ou seja, uma volta à política do século passado - que já era arcaica no século passado. Do outro lado, uma incerteza. O time de Carlito Merss andou apanhando da bola nestes primeiros anos, mas pode ter o benefício da dúvida: talvez tenham aprendido qualquer coisinha sobre governar a maior cidade do Estado.


Afinal, quem terá que sair da zona de conforto é o eleitor.Vai ser difícil escolher.

44 comentários:

  1. Gostei do texto e concordo que o eleitor será desafiado, nessas eleições, a sair de sua zona de conforto. O tal linchamento midático continua, ainda que mais ameno, e a comunicação da prefeitura não ajuda no contraponto (talvez seja o setor mais frágil do "time")... Vamos ver o que vai dar.

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  2. Com este que escrevo, o Chuva Ácida chega ao milésimo comentário. Obrigado a todos os participantes.

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  3. Dias atrás ouvi três caras conversando sobre o trabalho do prefeito Carlito... Diziam: "lá naquele trecho da rua, quase nem passa carro, mas ele reforçou com saibro que passa até caminhão"; "precisa ver o asfalto que ele fêz lá na minha rua! não é casquinha de ovo" e mais outros elogios sobre o trabalho de prefeito. Talvez para pesquisa, o diálogo dos caras não seja parâmetro, mas mostra que as pessoas estão a perceber certa diferença na maneira de administrar. Que não estão alheias ao que acontece na cidade.Que não é preciso fazer obras faraônicas que se deteriorizam num piscar de olhos. Tem coisa errada? Tem! Na minha casa tem coisa errada, na sua casa também tem. Toda prefeitura comete falhas. Votei no Carlito, não nego. Confesso que esperava mais de sua administração, mas convenhamos que uma andorinha só não faz um verão. E os acordos políticos atam as mãos de qualquer um. Há um pântano de sapos a se engolir..., infelizmente. Mas há luz no fim do túnel e com toda a certeza de que meu nome não é Stefana, hei de confirmar meu voto no atual prefeito. Porque para mudar para pior, fico com o melhor.
    Stefana.

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  4. Guilherme Cardoso

    Realmente, é muito difícil escolher.
    Carlito está com a imagem arranhada pela maioria de seus eleitores.
    A recuperação do atual prefeito será muito trabalhosa, mas já é tarde.
    Mais uma vez, está nas mãos dos eleitores.

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  5. O novo nasceu velho
    O contumaz defensor da administração do PT em Joinville, José Antonio Baço não pesquisou com afinco o quadro de funcionários (comissionados ou não) da Prefeitura de "Toda a sua Gente".
    Muitos, inclusive do modelo arcaico citado por Baço, juntaram-se a incompetência dos comissionados do PT às margens do cheiroso Cachoeira. Pretensioso é sugerir que Carlito Merss, depois de homérica prova de incapacidade que deu despontar como a única alternativa viável para os eleitores. A idéia apresentada é subestimar o senso de observação dos joinvilenses.
    Baço deve lembrar que a sensação de abandono que a cidade vive não é sentido apenas por ex-comissionados. Nesse contexto, fica perceptível que quem usufruiu da zona de conforto por esse quase quatro anos foi o próprio prefeito, defendido veladamente por Antonio Baço nesse espaço.

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    1. Não acho que é para tanto seu Fritz.

      Me parece apenas um texto cujo autor é claramente "esquerdista". O resto é consequência.

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  6. Carlito está no páreo, e forte. Dizer que tem a sua reeleição comprometida é um erro (ou coisa de quem só faz oposição). O segundo turno pode ser evitado, caso consiga a liberação da verba para a ampliação da Arena. Isso seria a "cotoverlada na espinha" nos adversários.

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  7. Baço, uma única observação: o pior dos piores do modelo arcaico permaneceu na administração. É o PMDB. Comanda a saúde e tem diversos comissionados de segundo e terceiro escalão por todas as pastas. É a praga do governo. E nisto o Carlito foi incompetente, não conseguiu expurgá-los de seu governo - o que, claro, não seria tarefa fácil.
    Enquanto o PMDB permanecer no governo, o governo será combalido. Espero que com a candidatura do presidente da ACIJ, o PMDB desembarque de vez - e por completo - do governo Carlito, e aí sim, se o Carlito ganhar e não chamar o PMDB (o que novamente reconheço que é difícil), poderemos ver a mudança efetiva na gestão.

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    1. Concordo com o Guilherme. Enquanto os parasitas não foram eliminados, não há de se conseguir efetivamente uma boa gestão. Estarão lá, sugando e emperrando um bom trabalho. Atrapalham e vivem pelos corredores a criticar. Uma praga.
      Stefana

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  8. Guilherme, porque você diz (e não é a primeira vez) que o PMDB comanda a saúde em Joinville? De quem exatamente você está falando, porque o secretário da saúde não é do PMDB nem nunca foi. Pelo contrário, foi sempre simpatizante do PT, eleitor do PT e foi escolhido diretamente pelo Carlito.

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    1. Oi, Maria Elisa!
      Não me referia ao Tarcísio Crócomo, aliás, nem o conheço. Refiro-me, sim, às pessoas que verdadeiramente comandam a pasta... Indicações de vereadores, além de fisiologistas que herdaram algumas funções de governos anteriores e não largaram a boquinha. Em conversa com um secretário, toquei no assunto e o mesmo concordou comigo, que o PMDB seria um problema da saúde. Era uma visão de fora, meio leiga e meio precipitada, confirmada por quem está no primeiro escalão.

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  9. O Carlito precisa de assessores de imprensa como o Baço. Belo texto!

    Bela defesa do Carlito, bela crítica ao Udo.

    Associar o presidente da ACIJ ao grupo de outrora, sem citar o ultrapassado "capitalismo X socialismo", é uma ótima estratégia que deve, de fato, ser adotada pelo Carlito neste ano.

    Esta é a linha perfeita (e única) para o PT.

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    1. Lembram daquela brincadeira de escola? Onde se respondia a um questionário? Vamos perguntar ao Baço!
      1) Baço, você é simpatizante do PT? Também é filiado ao partido?
      2) Já foi convidado a participar do time do prefeito Carlito?
      3) Caso a resposta seja SIM, em qual secretaria ou assessoria?
      4) Não aceitou por quê?
      5) Você gosta tanto da cidade. Por quê não mora aqui? Algum problema por aqui?
      6) Algo a declarar?

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    2. Então vou responder, caro Anônimo.
      1. Não sou filiado. É que sou marxista, da corrente Groucho, e sigo a recomendação: não seria louco de entrar para um clube que me aceita como sócio.
      2. O time do prefeito é o Corinthians e eu, como santista, jamais ia me sentir bem no meio dos didelfídeos. Nunca fui convidado para nada, mas se me convidarem para uma cerveja eu topo na hora.
      3 e 4. De acordo com a resposta número 2, será que eles teriam uma Secretaria da Cervejas Trapistas? Aí eu corria para o abraço.
      5. Claro que gosto de Joinville. Mas só volto a morar aí quando algum prefeito climatizar toda a cidade. O calor é um saco. Problemas? Deixei todos para trás quando abandonei a faculdade de engenharia. Os problemas de cálculo diferencial e integral são de moer o cérebro.
      6. Algo da declarar? Pô, Anônimo, trabalhas em algum posto da alfândega?

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    3. Baço,
      Vou fazer uma pergunta que não tem nada a ver com o tópico, mas voce se referiu a problemas de cálculo diferencial que te fizeram deixar a FEJ. Me diga uma cousa: voce foi aluno do Spartacus? Se foi, acho que aí está um bom mote para um artigo aqui no chuva ou no AN...rss

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    4. Salve, Nelson.
      Nunca fui aluno do Spartacus. Quando entrei para a FEJ ele já tinha sido "defenestrado" por um movimento de alunos. Parece que Spartacus e um outro professor (Johny, se não me engano) eram o terror da faculdade. Os caras reprovavam todo mundo sem dó nem piedade.

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  10. Vamos ver se acerto:

    Centro direira - Jordi Castan

    Esquerda – Baço, Charles e Guilherme (Maria Elisa)

    Ultra esquerda radical – Felipe

    Sugestão para o Blog: Convidem o Nico Douat para compor a direita clássica e pluralizar o debate.

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    1. Interessante a etiquetagem dos membros do coletivo. Uma coisa chama a atenção, pela sua avaliação este blog esta infiltrado por gente de esquerda. A esquerda domina os posts, a sua linha editorial.

      Vamos apostar e investir mais na pluralidade. Se tiver alguém mais a direita, tem uns leitores (e alguns colaboradores) que não vão trabalhar mais, dedicados a realizar ataques furibundos contra o autor.

      Mas será com certeza muito mais entretido do que já é. O blog hoje é visto por uns como critico contumaz do governo Carlito e por outros como um defensor. Cada dia mais a melhor parte do blog são os comentários dos leitores.

      Vamos seguir por este caminho.

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    2. Adilson Mariano é esquerda. Contudo, não é Carlito.

      Entre os tapas e beijos, a esquerda joinvilense caminha, aos moldes de uma mãe, que faz duras críticas a seu filho, mas "vira o bicho" se um terceiro faz o mesmo...

      Como dizia minha mãe, "de meu filho, falo eu".

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    3. É, tenho uma visão de esquerda sim. Sempre fui fã da Social-Democracia... mas não essa do PSDB.

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    4. Anônimo, eu me consideraria de Centro. Talvez indeciso. Mas, de fato, se um dia fosse posto à prova e inquirido: "só pode escolher esquerda ou direita, sem centro. O que és?" eu diria: esquerda. Centro-esquerda me define melhor. Um esquerdista como você me rotula jamais defenderia o governo FHC e as privatizações.

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    5. Já quis fazer essa sugestão ha algum tempo. Convidar o Nico Douat para compor a editoria do Chuva. Suas intervenções sempre foram de grande equilíbrio e bom senso.

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    6. Guilherme, você foi o único que fiquei indeciso. Quase coloquei, mesmo, centro esquerda.

      Acho que, de fato, errei.

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    7. Já que o pessoal respondeu, então lá vai. De fato, estou a fazer um trabalho de proselitismo para ver se consigo trazer os outros integrantes do blog para a minha corrente: a esquerda festiva. Quando a gente se reunir atrás de um copo de cerveja eu digo se deu certo.

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    8. Opa, Anônimo - Jan 16, 2012 10:03 AM. Tava passando
      por aqui e vi o meu nome ligado à, como é que é?, "direita clássica"...
      Pois olha, cara, se ser liberal, legalista, pela livre iniciativa, privatista, etc e tal e ferrenho defensor do pensamento (hoje reacionário!) da escola do "quanto menos governo melhor", confesso... você me pegou!..., sou da "direita classica"!!! Putz!, me desmascararam...!!! Socorro, Jordi... vão me linchar!!!

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    9. Nico de fato estão dadas as condições para um linchamento. Alguém que direita e que pensa de uma forma articulada é um perigo e deve ser eliminado, acho que você se enquadra neste grupo alvo.

      No meu caso como fui rotulado como sendo de centro direita acho que é menos grave e que só vou passar pelo ritual do piche e das plumas, ainda que há um grupo que insiste em querer que eu tome uma boa dose de óleo de mamona.

      Frente a esta ânsia por rotular e esta atitude quase messiânica só parece haver uma solução os bons argumentos, o dialogo e a dialética como ferramentas para que alguns possam um dia chegar a ver a luz, em casos extremos só dando mesmo umas "porradas" com o livro na testa.

      Mas você esta certo em ficar preocupado o risco de linchamento é elevado.

      Abraço

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  11. Cara Elisa Máximo.

    O Sr. Tarciso Cracomo foi escolhido pelo próprio Carlito
    porque, apesar de não ser filiado ao PT, trabalhou intensamente na campanha eleitoral. O engraçado que não há criticas suas
    ao governo "Merss" quando o assunto é FUNDEMA, do sr. Marcos Schoene, preso por inúmeras falcatruas na pasta. Ele também foi escolhido pelo seu Prefeito.

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    1. Ligando alguns pontos a este último, estou perto de descobrir quem você é, anônimo. Sabia que aquele jogo "Scotland Yard" ia me servir pra alguma coisa.

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    2. Ei. Existem ao menos dois anônimos por aqui. Registrado.

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  12. E o Jacaré podia voltar pro pântano sem essa!Bem feito!

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  13. A sra. Máxima também poderia ter ficado de boca fechada para não ouvir essa. Já ouvi que o jacaré não entra no ceu porque tem a boca grande...

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  14. Prezado Baço,
    primeiramente permita-me duas coisas: manter o anonimato pois sou servidor municipal e não vou rasgar elogios ao atual governo; e em segundo repetir, meu comentário de 2 meses atrás num post do Felipe.
    Assim como vc sempre votei no Carlito, sendo que até hoje acho um cara ético e possui ainda melhor intenção que a concorrencia.
    A questão que está transparecendo a esta altura do campeonato é que o PT Joinville tem um quadro muito pobre de talentos, em muitos postos a militância fala mais forte que o conhecimento técnico. E a equipe de governo é consequencia disto.
    Soma-se a acomodação de cargos dos partidos nanicos, do loteamento generalizado das vagas em detrimento dos santos de casa, mais a greve de 2010, e já temos elementos para um inicio de frustração (afinal a esperança não venceu o medo?).
    Naquele comentário levantei uma questão que já é assunto até em muitas rodas de simpatizantes, claro sempre "in off": será que o Carlito é muito melhor legislador do que administrador? Tenho certeza que sim. Tenho saudades do seu tempo de Deputado. E isto não é critica, afinal todos temos os nossos perfis.
    Tivemos momentos de hesitação que um administrador razoável não poderia deixar passar: a transição de dois meses não serviu prá nada pois era neste período que o Governo deveria se preparar para a tão propalada herança, a inabilidade em tratar servidores, cabides, companheiros, licitações e contratações, etc.
    Reconheço o fato de uma parcela muito grande de servidores, viúvas do Tebaldi e LHS, deitar e rolar sob o cobertor da estabilidade.
    Mas assim como foi dito, provavelmente teremos uma encruzilhada entre o despreparo e os trambiqueiros profissionais. Seria bom se o PT conseguisse trabalhar esta questão internamente para oferecer um quadro com mais segurança e profissionalismo para a população ainda em 2012.
    Para encerrar, vc coloca que "...por boquinha vamos entender: empregos, poder e um lifestyle muito próprio." Sinceramente acho que uma parcela significativa deste governo já está provando (e gostando) destes pecados capitais.

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    1. Obrigado por deixares aqui o teu comentário. É bastante lúcido e acho que seria útil o pessoal começar a ouvir esse tipo de crítica. Afinal, nem todos os que criticam são inimigos. Só vou fazer uma correção: eu não votei no Carlito (estou fora do Brasil há 16 anos e só vou a Joinville nas férias). Abraço.

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  15. Kakakaka....

    Até parece que alguma vez "na historia deste país" os eleitores saíram da zona de conforto... kakakaka.... humor negro esta frase.

    Não saíram e não será neste ano, aos saltos, que sairão.

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  16. Dos muitos equívocos do governo Carlito, talvez a falta de uma estratégia mais madura de comunicação tenha sido dos mais sérios. Sem querer comprar o discurso de que “comunicação é tudo”, por outro lado não dá para ser ingênuo e achar que se governa sem uma comunicação inteligente e uma relação transparente com a comunidade. Decorrem daí, me parece, alguns problemas:

    1-) A imagem do Carlito chega ao quarto ano bastante comprometida. Irreversível? Não há como saber, mas certamente revertê-la, e em ano eleitoral, não será tarefa fácil.

    2-) Eu realmente não sei se Carlito e seus assessores chegaram algum dia a acreditar que seria fácil governar Jville, uma cidade que, do ponto de vista eleitoral, não tem feito mais nos últimos muitos anos que repetir a experiência catarinense: a de ser o feudo eleitoral de um único grupo político a se revezar no poder. Não sei se acreditaram e apostaram em alguma estratégia de diálogo mas, se o fizeram, pecaram por ingenuidade. A oposição foi hostil ao ponto de se recusar ao diálogo e tomar iniciativas estúpidas e mesquinhas, como impedir uma das viagens internacionais do prefeito logo no começo do mandato, por exemplo.

    3-) Em uma cidade de perfil conservador e cujos veículos de comunicação traduzem, via de regra, este conservadorismo, também não dava para achar que a mídia (jornais, rádio, televisão) seria conivente com um governo de esquerda. Era preciso pensar em uma estratégia alternativa, o que, parece, não foi feito: a comunicação do governo não conseguiu sequer responder à altura o verdadeiro linchamento midiático a que o governo e Carlito foram submetidos.
    Fico só em um exemplo: nenhuma das instituições culturais da cidade hoje temporariamente inviabilizadas (Museu Fritz Alt, Casa da Cultura, etc.) o estão por conta dos últimos quatro anos. Para chegarem a este estado, foram anos e muitos governos de descaso. Mas a se ler um intelectual e historiador local em suas colunas dominicais, ele próprio defenestrado nos últimos anos de sua “zona de conforto”, fica a parecer que a atual gestão é responsável pelo “desmoronamento” da cultura joinvilense, o que é um discurso não apenas equivocado, mas de má fé. Onde a resposta do governo?

    Para encerrar o já longo comentário: vendo de fora, acho que o governo Carlito cometeu equívocos, fez escolhas infelizes, pecou na sua estratégia de comunicação, deixou por cumprir alguns de seus compromissos de campanha e tudo o mais que seus críticos quiserem. Mas fico a me perguntar se a melhor resposta a estes problemas é retroceder e reafirmar a condição de feudo, comprando o discurso de que o que a cidade precisa é de um bom administrador ao invés de uma gestão pública criativa e competente, sem levar em conta que administrar uma empresa não foi, não é, nem nunca será a mesma coisa que gerir uma cidade.

    Os eleitores não estão diante de uma escolha fácil, mas eleições, afinal, não deveriam ser coisa fácil.

    PS.: Lendo o comentário do anônimo das 10:31 AM consegui, finalmente, entender porque esses sujeitos preferem não se identificar. De tão rasos, eles próprios têm vergonha do que escrevem.

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    1. A primeira coisa que o Carlito fez ao sentar na cadeira foi cortar toda e qualquer assessoria de imprensa dos inúmeros braços do governo. E não eram poucas. Centralizou tudo em duas ou três pessoas cruas ao seu redor, embora bem intencionadas. Obviamente, a bomba estava armada.

      OBS - Concordo que o o anônimo das 10:31 não soube sustentar.

      OBS 2 - Guilherme, tentei me identificar, usando inclusive o nome sugerido pelo Felipe, "the worst", mas como percebi que a partir de então todos meus "posts" foram banidos/censurados... voltei ao anonimato.

      OBS 3 - Reitero. Existem ao menos 2 anônimos diferentes aqui.

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  17. Seria interessante se os anônimos usassem nomes falsos, assim saberíamos definir uma linha, mesmo sem saber as verdadeiras identidades. Porque não é fácil ver anônimos defendendo posições diferentes e com o mesmo nome! Confunde uma cabecinha rasa como a minha.

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  18. Felipe Silveira, também sem quem é vc. Ligando alguns pontos ao seu sobrenome, deves ser filho do ex-governador Luz Henrique da Silveira. Acertei? "Decifra-me ou devoro-te" já dizia o gato deitado.

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    1. Muito perspicaz e preciso. Aliás, não poderia ser mais preciso. Vou dizer para papai que temos um vencedor e podemos parar com a brincadeira. Ah, e vocês podem sair do armário do anonimato.

      [não se estende aos anônimos que participam de maneira coerente e respeitosa, por necessidade ou opção, como uma das participações acima]

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  19. Eleições 2012 - Vou para a urna com uma arma apontada para a cabeça.

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