domingo, 8 de janeiro de 2012

Por gentileza, não patrulhe esse artigo


POR ROBSON CUNHA (*)

Para muitos sou apenas um reacionário comedor de lasanhas. Para outros até sou um cara legal. Muitos também não gostam do prefeito Carlito Merss e de sua administração. Com Marco Tebaldi e Luiz Henrique da Silveira ocorria o mesmo. E assim, regressivamente.

A grande graça da liberdade de expressão e manifestação de pensamento está aí. É de se imaginar que em uma cidade com mais de 520 mil habitantes nem todos pensem de forma igual sobre determinados temas e que, muitas vezes, resultem em críticas.

O PT mesmo sempre foi muito bom em críticas. O próprio presidente Lula disse, certa vez, que quando se é oposição é possível fazer bravatas, já que não será preciso cumpri-las. Em Joinville, em seus áureos tempos de oposição, o PT era muito bom no que deveria fazer: se opor.

O problema começa quando oposições assumem o poder e não estão psicologicamente preparadas para receber críticas. Críticas, aliás, fazem parte de qualquer governo e são naturais. No governo passado, por exemplo, costumava fazer críticas da mesma forma que faço atualmente. A diferença é que não havia um patrulhamento orquestrado, com o objetivo de intimidar os tais críticos.

Hoje, basta citar o PT ou a Prefeitura de Joinville que uma legião de defensores do incontestável governo entra em ação. E o pior: na impossibilidade de discutir assuntos de interesse da cidade com argumentos técnicos, os críticos sofrem os mais sórdidos ataques pessoais, como “você é do DEM ou do PSDB”,  “você precisa se informar mais”, “você faz oposição barata” e, por último, mas não menos importante, o famoso 'Tebaldi fazia a mesma coisa'.

Esse último, aliás, é o mais interessante de todos. Afinal, o joinvilense votou massivamente em Carlito Merss esperando um grande mudança (para melhor, obviamente). Se o objetivo era fazer o mesmo (ou até pior) que a administração passada, então poderíamos ser avisados antecipadamente sobre isso.

Quem sabe, a futura Carlito News FM (a tal rádio educativa, a ser inaugurada em pleno ano eleitoral) ocupe o tempo daqueles que se preocupam tanto com os comentários e críticas dos que “precisam se informar mais”. Como eleitor do sr. Carlito Merss nas últimas eleições, o que posso sugerir é que cumpra suas promessas de mudança, feitas em 2008 (afinal, ainda há tempo de cumpri-las!). Certamente deixará de receber aquelas críticas, que muitos dos seus apoiadores tanto odeiam.

Ainda aguardo ansiosamente obras como o Eixão Norte-Sul, a ponte ligando os bairros Adhemar Garcia e Boa Vista, o hospital da Zona Sul, os modernos abrigos de ônibus (em locais sem abrigo, já me contentaria só com um abrigo simples) e, quem sabe, até aquele tão falado Domingo Livre no Transporte Coletivo, com passagens a R$ 1.

Para finalizar, gostaria de pedir um único favor a você que é um admirador do PT ou membro de algum importante escalão da Prefeitura de Joinville e que talvez não goste das linhas acima. É um direito seu discordar, da mesma forma que discordo do atual governo. Só peço que, por gentileza, não patrulhe esse artigo.


(*) Robson Cunha é apreciador de lasanhas e, nas horas vagas, corneteiro
sobre Joinville no Twitter

7 comentários:

  1. Parabéns Robson. De acordo!

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  2. Robson, sinceramente, ninguém até agora colocou tão bem as palavras com relação a essa administração como você. Claro e objetivo. Parabéns!

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  3. Na minha modestíssima opinião, a crítica da direita é que é muita safada. Da mesma forma que quem só fazia oposição não sabe governar (essa é a teoria, não?), quem governava (ou desgovernava) também não sabe fazer oposição. Aí faz a mesma coisa que fazia no governo: fica falando bobagem.

    Então, quando as pessoas que faziam oposição começam a discutir (afinal, é isso que eles sabem fazer: discutir), o pessoal que não sabia discutir (pois só governava) não sabe o que fazer.

    :)

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  4. Bom Felipe, vamos as questões:

    1- Não acho que seja uma questão ideológico. Até porque, membros do próprio PT (Adilson Mariano e Esquerda Marxista, seriam da direita?) fazem críticas contantes ao Governo. Outros partidos de esquerda aqui na cidade, também fazem o mesmo.

    2- Não acho que oposição, não tenha capacidade. A crítica em si, foi bem clara. A questão é sobre quem sabe criticar quando oposição, mas não sabe aceitar críticas quando é governo. Só isso. Se oposição não tivesse capacidade, não haveria porque votar em oposição. Esse rodízio é muito bom. A população já estava de saco cheio da velha aliança PMDB-PSDB (e com razão). Afinal, foram 12 anos. Fraldas e políticos sempre precisam ser trocados e pelos mesmos motivos.

    3- Com todo respeito sobre essa questão de 'discutir', não houve e não há, discussão alguma. Houve sim, pura oposição. (E a maioria do eleitorado do PT, votava por isso. Pela oposição e uma idéia diferente daquela proposta pelo então Governo. Algo normal e muito natural na democracia). Tanto é verdade, que aquilo que o PT 'discutia' nos tempos de oposição, não é o mesmo que proproe hoje. Na memória, é possível lembrar de muita coisa: redução da tarifa no transporte coletivo, contra reajustes no IPTU (na época, o PT até denunciava os vereadores que votavam pelo aumento, já hoje...), o micro crédito (que chamavam de Banco do Povo, e nunca saíu do papel), e por aí vai. Na campanha de 2004, Carlito Merss chegou a afirmar que era possível até mesmo, asfaltar ruas de 'graça'. Hoje em tempos de Governo, o discurso é outro. Hoje, o PSDB (ambos alias, se merecem nesse quesito) faz oposição, porque foi justamente esse mandato que recebeu da população. Mandato de oposição, que um dia foi do PT. Nada mais.

    :)

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  5. Robson: (*) Robson Cunha é apreciador de lasanhas e, nas horas vagas, corneteiro
    sobre Joinville no Twitter....

    Vera: valeu moço, lembrando que tenho acompanhado tua carreira Politica, e sei do que te foi lançado de Calunias, não é justo, politica deve ser feita com seriedade e respeito, pois quem não respeita seu opositor com certeza "NÃO RESPEITARA SEU ELEITOR"!!!!

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  6. Mas, afinal Robson, qual é a sua crítica? Eu, particularmente, acho positivo que os "defensores" do governo Carlito e do PT sempre estejam organizados e prontos para rebater as críticas. Significa que há coesão na tendência partidária. Sugerir que o PT era bom como oposição e que, como situação, não está preparado psicologicamente para governar me soa a "dor de cotovelo". Sim, há muitos problemas na admistração do Carlito e poderíamos passar horas discutindo sobre elas. Mas, quais são os problemas que você vê na administração, efetivamente? Você só fala da falta de obras (aí está uma expectativa típica da direita: obras, obras, obras). Como se fosse simples fazer obras de forma honesta. Fora isso, desdenhar a rádio educativa é, realmente, não ter mais o que criticar. É exatamente este o tipo de crítica rasa do qual falamos. A rádio será um ganho cultural para a cidade e está sendo coordenada por pessoas sérias e extremamente comprometidas com a cidade, com a cultura e com a ética.

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  7. Robson, ótimo artigo. Apesar de eu nao ser tao calmo e relevante como voce, pois digo na lata que o PT nao tem competencia alguma para governar nem um bairro, quanta mais uma cidade, gostei do que disse. PeTralhas de plantão, aproveitem o último ano de prefeitura. A era PT em Joinville está sepultada! @marcelopereiraj

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