POR GUILHERME GASSENFERTH
[Preâmbulo: dia desses um amigo disse que 95% de minhas postagens no Facebook eram sobre comida. Evidente exagero, mas não muito desconexo da realidade. E agora trago isto para o Chuva Ácida. É assim, foi só entrar um gordo para o blog começar a ter "gordice" e ganhar seu primeiro post sobre comida! Mas não será comum. Realmente gosto de escrever sobre comida, mas minha preferência disparada é comer.]
Nos últimos 10 anos, Joinville assistiu uma evolução gastronômica delicios... digo, vertiginosa!
Sinto falta de cafés como aqueles que vemos nos filmes, em Paris ou Viena, mas temos ótimas confeitarias, como a São José (a receita daquela torta salgada de frango, requeijão e palmito foi repassada por Deus!) e a Delikatessen Viktoria. Algumas panificadoras, como BrotHaus, Amor & Canela, da Vila e Bavária são pontos de parada às 4 da tarde pra tomar um gostoso café e saborear uma torta, ou às 18h30, voltando pra casa do trabalho. E temos também um café-bistrô, que quase ninguém conhece. Recomendo muito o Bistrô Antoine – na rua Fernando Machado, 190, no América, junto ao Espaço Cultural Avá Ramin. Ambiente agradável, comida boa e barata, decoração impecável - com uma atmosfera cultural impagável. Só que só abrirá de volta a partir do fim de janeiro.
Da memória coletiva, das histórias dos pais e avós, dá saudade de uma Joinville que nunca conheci, como diria o Charles Henrique. O sorvete com salada de frutas da Polar, o pão do Brunkow, os biscoitos e confeitos do velho Trinks – ainda no século XIX, a comida típica do Recanto do Marreco e do Bierkeller, os bons momentos no bar do Museu de Arte, no Ernest ou no Pinguim, a Antarctica de Joinville, o antigo bar do Sopp e as carnes da Churrascaria Familiar (desta ainda lembro, com água na boca). Das antigas ou nem tanto, felizmente alguns empreendimentos se mantém abertos: o Jerke e suas famosas empadas, competindo com as do também antigo Hasselmann, o Zeppelin e suas várias cervejas e aquela lingüiça que se frita na mesa do cliente, o Botequim da Frau – uma reinvenção do antigo bar da Frau Ritzmann, o Pinus, o restaurante do Glória, e alguns outros.
Dando uma esticadinha lá pelas bandas de Pirabeiraba e a zona rural, quem não gosta de comer os pasteis e tomar um caldo de cana no Max Moppi ou Rio da Prata? Dá pra almoçar no Serra Verde, Grün Wald ou Gute Küche, tomar um café colonial no Rudnick ou parar e comprar biscoitos, pães, bolos, melados e geléias coloniais direto do produtor, na Estrada da Ilha, Estrada Bonita ou na Dona Francisca! Isto tudo sem contar as iguarias que se comem nas festas típicas, como a do Pato, ou nas grandes festas de bodas, regadas a schwarzsauer, cerveja, eisbein, cerveja, marreco com repolho roxo e – por que não dizer – cerveja.
Nos últimos anos, as opções aumentaram muito, pra felicidade dos glutões como eu e da economia da cidade. Houve o florescimento da Via Gastronômica, antes só com a Slice – que pizza!, o Pinus e o Fornão. Fora estes, só na rua Visconde de Taunay, temos ainda: Confeitaria XV, D.O.C., Paddock’s, Paiol, Bovary, Disk Gourmet, Myioshi, Le Jardin no Bourbon, Fatirella, o Panorâmico no Tannenhof, a pizzaria Hullen, Chimarrão, Musashi, Didge, Água Doce, Madrileño, Mango Tex Mex, Zum Schlauch, Subway, Fiji, Kib's, Fattori, Ásia, Biergarten, Pizza na Pedra, Otto, Gergelim. Ufa! Sim, são 30 opções em uma rua de 1.400 metros. Há também deliciosos restaurantes nas imediações da rua Ministro Calógeras (que ambiente e comida boa no Radio Burger!), da Max Colin (o tradicionalíssimo Sopp e as várias opções do Parque Opa), da Otto Boehm (no Mamma Lu ainda não fui), da Dona Francisca e da XV (um vinho e uma massa caseira no Trento ou Trentini vão muito bem no inverno). Vai também uma menção especial ao restaurante Socha, no Tênis Clube – comida boa sem pesar no bolso.
Foi pra balada e tá com fome? Pare num dos vários carrinhos de cachorro-quente - meus favoritos são o da Madol (hoje é Magazine Luiza, mas o nome antigo ficou pra mim), na frente do Hotel Blue Tree Towers; o do estacionamento da Dpaschoal, na João Colin; ou na frente da Casa China, também na João Colin, pertinho do Terminal Norte. Quer algo mais elaborado? O famoso Magrão (há controvérsias), Adriano, Xande ou o McDonald’s da Beira Rio.
No verão ou no inverno, frutos do mar sempre caem bem. Escolha pelo Martins, Evaristo, Pedrinni, Babitonga’s, Iate Clube, Beira Rio ou Polinésia. Quer caranguejo? Barbante, Caxias, Janga ou Alemão – sempre acompanhado de uma boa Original! A ideia é comer frutos do mar com visão deslumbrante? Dou duas opções: as petisqueiras da praia da Vigorelli ou ainda no longínquo Morro da Amaral. Sem infraestrutura pra chegar, mas vale a pena. No Morro do Amaral provei uns filezinhos de peixe-espada que são ótimos, ainda mais com uma vista emoldurada pela baía da Babitonga e mata atlântica, regado a cerveja e acompanhado de uma brisa leve. Ah, recomendo o bolinho de arraia da Mercearia Sofia, no Mercado Municipal! Nham!
Sirvo um parágrafo especial para o restaurante Poco Tapas, na rua Piauí, pertinho do Shopping Americanas. Que sensação! Gasta-se um pouco mais, mas é algo inesquecível. É uma experiência para os sentidos – olfato, paladar e visão. Recomendo demais! Segue o link da reportagem que saiu no Bom Dia Brasil, pro Brasil inteiro ver nosso restaurante: http://glo.bo/eEiRpL
Ficou com fome? Quer conhecer melhor os restaurantes de Joinville? Recomendo então o Festival Gastronômico de Joinville, que já está acontecendo em 24 restaurantes nesta edição verão, de 11 a 29 de janeiro. Um prato de entrada, o prato principal e uma sobremesa por R$ 29,90, em todas as casas. O link é www.gastronomiajoinville.com.br – no site constam as casas participantes e o cardápio que oferecem para o Festival. Estarei lá. Vale a pena conferir!
Em 2012, uma de minhas metas é perder 20kg. Mas com toda essa diversidade, tá difícil: Joinville está cada vez mais gostosa!
POST SCRIPTUM - SUGESTÕES DOS LEITORES
Eu sabia que o texto geraria algumas sugestões - algumas eu não conhecia, outras não couberam no texto que não tinha a pretensão de relacionar todos os bons restaurantes de Joinville. De qualquer modo, seguem abaixo as sugestões:
RESTAURANTES
Tante Frida (não seria Berta?) - Rebeca
Armazém Velho Condeixa - Nico Douat
Sabor do Mar - Zé Lazzaris
Poial Tropeiro - Zé Lazzaris
Rosti Haus - Zé Lazzaris e Diego Soares (e eu também adoro o local, esqueci!)
Veneza - Zé Lazzaris
Boteco que vende costela na Anita - Zé Lazzaris
Casas Orientais - Anônimo (Casa Oriental, China, China in Box... fora os citados Ásia, Myoshi, Musashi e o Niu Sushi que fica no Parque Opa. Esqueci algum?)
Hübener - Diego Soares
Croasonho - Diego Soares
Recanto do Osmar - Diego Soares
Peia - Diego Soares
Bezerro's Grill - Diego Soares
COMIDAS
Krakóvia do Duvoisin - Raquel Fausto
Roll Mops - Alexandre Setter com endosso do Luiz Eduardo Carvalho Silva
LEMBRANÇAS
Dietrich - Stefana e Arno Kumlehn
Bar do Museu de Arte - Stefana
Galetos - Clovis Gruner
Obrigado!
Dentre esta lista falta Tante Frida ,não esqueço o delicioso marreco recheado prato carro chefe naquela epoca
ResponderExcluirForte abraço
Caro Guilherme, não sei se vai contra a política do blog (se não der pra publicar, vai como sugestão), mas gostaria de colocar a minha colher também...sem trocadilhos... eheheh.
ResponderExcluirNão esquece de passar no Armazém Velho Condeixa (A.V.C.), botequim da melhor qualidade, ali na Avenida Procópio Gomes, 517, sentido centro.
É de um amigo, por isso sou suspeito, mas é um ótimo ambiente, um local agradabilíssimo. Familiar, bons papos, boas receitas de botequim e um amplo estacionamento.
Que delícia de texto. Senti todos os aromas e lembranças avivaram a memória. Da memória coletiva, esqueceste de mencionar um lugar que dependendo do horário, era difícil encontrar uma mesa vazia: o Dietrich, na Princesa Isabel. Tanto para um bom café, servido em bule de porcelana, ou uma boa mesa de bar, deliciando uma gelada Antártica, feita com a boa água da terrinha, era ótimo. Quem na faixa dos cinquentinha não ia na padaria do "brunko" tomar café e comer o melhor xineque da cidade, depois das discotecas? E a concorrência por um espaço lá no bar do Museu de Arte? Muitas boas amizades feitas ali. E realmente tens razão quando falas do Bistrô Antonie, da minha amiga Eliane. É o verdadeiro BBB. Bom/Bonito/Barato. Parabéns por nos deliciar com este belo texto, Guilherme!
ResponderExcluirStefana
Querido amigo de 6a. série Guilherme, que confesso tinha uma "crush" pois naum existe uma palavra para descrever o que tinha por vc, vc esqueceu algo precioso do Rio Bonito a maravilhosa Krakóvia da Devision (nào me lembro o nome ao certo) o açougue que faz esta maravilha que em lugar nenhum do mundo eu experimentei... Se não provou ainda prove... não se arrependerá...
ResponderExcluirNico, eu quero realmente conhecer o Armazém Velho Condeixa, já passei na frente e já recebi boas referências! Obrigado pela sugestão, mas devolvo-te uma outra sugestão: esqueça a sigla AVC, não dá bom apetite e só traz más lembranças, hehehe. Abraço e obrigado pela costumeira visita!
ResponderExcluirStefana, de fato o Dietrich faz parte da 'memória coletiva'. Falha nossa! Queria eu ter vivido este tempo para apreciar tudo isto. Obrigado por lembrar. E mais uma vez, obrigado pela visita!
ResponderExcluirRaquel, como vai? Não nos vemos há tempos! Com este nome que você citou tá parecendo uma arma de guerra russa (Krakóvia de Devision), mas deve ser do açougueiro Duvoisin (que se lê 'Divoazân'). De fato, há o Duvoisin e ainda o Budal naquelas bandas. Obrigado pela visita e pela sugestão e um beijo! :)
ResponderExcluirGuilherme, o Açougue Budal de Piracity fechou.
ExcluirE o roll-mops, como pode ter ficado de fora desse delicioso texto?!
ResponderExcluirBem lembrado pelo Alexandre Setter. Se fosse para escolher uma iguaria joinvilense, eu votaria no roll-mops!
ResponderExcluirGui, já te conheço de longa data e assim com eu, vc teve aquela evolução muscular do "panceps"!!! Gostaria de acrescentar alguns lugares que esse maravilhoso musculo me levou a conhecer: Sabor do Mar ( logo apos a curva do trapiche do barco principe ), com frutos do mar de otima qualidade e um preço barato até d+! o restaurante Poial Tropeiro, com cortes de carnes maravilhosos, carne ao ponto, suculenta e macia!!!! A Rosti Haus, com uma bruschetta de gorgonzola com cebola caramelozada de outro mundo, além claro, da de presunto parma!!! O Veneza em termos de cozinha italiana está dando um banho em Joinville! Se voce gosta de costela, aonde achar uma boa costela em Joinville??? Simples, siga a Rua Anita Garibaldi quase até a BR, em frente a Fatmacia Coradelli a um BUTECO sem nome, lá vc vai achar toda quinta, sexta e sabado uma costela se desmanchando!!!! Mas Joinville ainda tem muito a evoluir, há algumas cidades vizinhas que oferecem uma gastronomia superior a nossa, com preço mais baixo e ambientes impecaveis!!! Quem puder dar um pulo em Blumenau, não deixa de conhecer : THE BASEMENT PUB (pub ingles no subsolo de uma antiga livraria, as paredes sao de pedras e tao grossas que nao pega celular la dentro), YZU SUSHI, na minha humilde opniao, o melhor sushi de SC, cardapio digitais em tablets, pedido direto da tablet pra cozinha e uma cozinha contemporanea impecavel! E por fim IO RISTORANTE, uma cozinha italiana divina em terra de alemães!!!! Abracos!!!!!
ResponderExcluirO Buteco sem nome da Anita conheço como Assador do Vilmar, ou somente Vilmar
ExcluirO Guilherme não falou no Fornão. Mas é lá que ele vai pagar um jantar pro pessoal do Chuva Ácida. Escolho eu o restaurante, sem direito ao contraditório...
ResponderExcluirFaltou citações às casas orientais de Joinville. Temos algumas casas que oferecem excelentes opções de pratos orientais.
ResponderExcluirVelhos gostos, velhos cheiros e lugares me fez lembrar... muitas pessoas também.
ResponderExcluirMatar aula no Bonja e ir para o Dietrich ou Polar, comer a salada de frutas com nata batida pelo Nene Kock, servida pelo Alfredo e observados quase sempre pela Dona Wally.
Comer costela na Familiar do Ernesto e depois do genro Indaial com farinha da boa e molho de pimenta do Trinks, nunca esquecendo o molho de tomate e cebola com cerveja e a maionese feita pela Dona Maria... Os garçons Voss, Rech, Rufino e Bruno... uma festa.
Também os caranguejos do Orlando no Bar Caxias, do Bar Tubarão e do Janga...
Os licores de ameixa feitos por minha vó, que naturalmente bebia escondido... ai tem muita história de minhas memórias e de muitos outros.
Bom projeto para o Arquivo Histórico de Joinville abraçar,e como fazem os livros de história da gastronomia que tratam dessas lembranças sob o tema da "burguese cuisine."
O restante dá um bom papo de avaliação de onde estamos, claro que com boa comida, bebida e amigos, pois comer envolve os 6 sentidos (olfato, paladar, tato, visão, audição e as vezes o bol$o). Bom Apetite!!!
Essa maionese Arno Kumlehn, a minha mãe faz igual, ela era filha da D.Maria Boehm
ExcluirSempre quis enumerar as opções de Joinville. É fato que ainda estamos aquém em alguns quesitos, como atendimento, mas é fato também que muita, mas muita gente desconhece o potencial gastronômico daqui!
ResponderExcluirLendo seu texto, faço duas indicações também: restaurante Hubener (defronte ao Serra Verde), serve um buffet maravilhoso com Marreco a vontade, carne de porco, frango entre outras e uma deliciosa banana frita na banha de porco (se não me engano), que tem a disposição no buffet. Prove junto com nata. É de lamber os beiços.
Tem ainda o Croassonho, num ambiente pequeno mas aconchegante, perto da muvuca do centro. Barato não é, mas lá de vez em quando vale a pena, pois é muito bom.
Rosti Haus batataria e Capitão Space servem ótimas batatas!
Recanto do Osmar (nas proximidades do cemitério municipal) servem carnes de qualidade excelente.
Péia em pirabeiraba e seu burguer com 20% de linguiça Blumenau é demais!
Bezerros Grill tem um rodízio de carnes que, quando fui, pode se dizer que foi "na medida". Carnes gostosas e atendimento muito bom!
Fora outras taaaaaantas opções.
Enfim, comparados a outras cidades ainda podemos dever alguma coisa, mas é inegável a evolução da gastronomia por nossas terras.
É verdade que o panorama gastronômico da cidade mudou. Não faz muito tempo, as opções eram poucas (o Fornão era um dos lugares prediletos de um certo grupo de alunos do curso de História). Para piorar o quadro, muitos restaurantes costumavam "fechar para o almoço".
ResponderExcluirDos meus tempo de andanças boêmias pelas madrugadas joinvilenses, lembro do Galetos, que chamávamos carinhosamente de "Bar Esperança": ele costumava abrir por volta das 18h e não fechava antes das 4 ou 5h da manhã, e não foram poucas as vezes em que vi o sol nascer sentado em uma de suas mesas - coisa raríssima em um tempo onde nem os ônibus costumavam circular depois da meia-noite.
Mas da relação de lugares e sabores elencados pelo Guilherme, confesso, com esta alma de gordo que academia nenhuma há de redimir, que do que mais sinto falta, muita falta, são das confeitarias joinvilenses.
De fato, Guilherme, o Dudú Rocha (o dono), também não gosta muito que chamem de AVC, mas, de vez em quando escapa...
ResponderExcluirRebeca, vou conhecer o Tante Frida! Obrigado pela indicação!
ResponderExcluirSeter e Luiz, é verdade, faltou o velho roll mops de guerra! Guerra mesmo, porque o bafo depois é de matar! Hehehe!
ResponderExcluirVou acrescentar no texto a relação de restaurantes indicados pelos comentários! Obrigado por tantas indicações!
ResponderExcluirBaço, o Fornão tá no texto sim! No parágrafo da Via Gastronômica!
ResponderExcluirLembrei de mais alguns pontos interessantes: Restaurante Tio Atala ( o pioneiro em comida arabe me Joinville ); Virado no Alho é uma opção pra quem gosta de comida bastante condimentada....
ResponderExcluirOpções não faltam, basta querer sair de casa e ir!!!!
Oi Guilherme! Obrigada por nos agraciar com essas saborosas palavras! Ótimas dicas!!!
ResponderExcluirSerá sempre um grande prazer receber você no bistrô Antoine! Vc tem uma energia boa que irradia e ilumina o ambiente com seu olhar meigo!
Sugiro que o pessoal do blog se reúna lá de vez em quando! Parabéns pelo trabalho que vocês estão desenvolvendo! Muito bacana!!!
Um abração e carinho da Ju
já comi comida germânica muito boa lá na Sociedade de Cantores Lírica!!! O spätzle é muito bom...
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