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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O JEC precisa da politicagem para sobreviver?

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Se há alguma coisa horrível no futebol, e que permeia praticamente todos os grandes clubes brasileiros, é a influência da política (a política suja, aquela da troca de favores, geralmente praticada pela maioria dos partidos políticos) nas mais diversas ações que envolvem a administração de uma equipe. Algumas destas relações podem ajudar, ou simplesmente arruinar com um planejamento e a imagem perante os torcedores.

O Joinville Esporte Clube sabe muito bem como a política é prejudicial. A torcida sabe mais ainda. Após as seguidas crises provocadas pelo rebaixamento em 2004, o então prefeito Marco Tebaldi, na ânsia de "ajudar", virou presidente do Conselho, começou a contratar técnicos em seu gabinete e participar de forma ativa nas dinâmicas do clube. O resultado foi uma queda maior ainda. O time ficou sem divisão e com o nome manchado após tentativas de comprar vagas em uma competição nacional.

Agora, mais recentemente, o presidente do JEC, Nereu Martinelli, envolve o prefeito Udo Dohler em negociações com a Caixa Econômica Federal para trazer um patrocínio da estatal ao clube, visando sanar as dívidas e ter dinheiro em caixa para contratar mais jogadores. Acontece que, para receber o patrocínio, a Caixa precisa receber a conta dos funcionários de algum órgão público. Por isso o prefeito foi chamado. A politicagem novamente ronda a Rua Inácio Bastos.

A manobra recentemente virou manchete nacional, através da ESPN Brasil, que corretamente questiona a dependência de nossos clubes para patrocínios de estatais (não é atitude exclusiva do JEC). Além do mais, é sabido que a família Martinelli é uma grande doadora da campanha de Udo, e faz pressão no prefeito para que ele participe das negociações, dando o aval fundamental para que o JEC receba o valor da Caixa. É o clássico problema das doações privadas para campanhas eleitorais: o apoio aparece, ao mesmo passo que espera uma retribuição depois da eleição.

O fato é que o JEC é muito maior que isso tudo. O clube está em uma cidade que tem torcedores fanáticos, parque industrial poderoso, e uma economia dinâmica, pouco vista no Brasil. Parece piada saber que depende de migalhas que a Caixa Econômica faz para se promover em cima de prefeituras e governos Brasil afora, lucrando com as contas de funcionários públicos, em uma vinculação no mínimo imoral. Achar que esta manobra política é solução para o clube é recair no mesmo erro de anos atrás, o que coloca em xeque a grande ascendência que o Joinville Esporte Clube conquistou após uma gestão séria assumir, dando fim a uma sequência que quase o fez chegar ao fundo do poço.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Qual será o futuro de Marco Tebaldi?


POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Após o fim das eleições de 2012, e todo o novo arranjo político local já formatado, alguns personagens ainda estão na ressaca pós-eleições, principalmente por sofrerem derrotas seguidas e, possivelmente, irreparáveis. Um destes casos é o do deputado federal Marco Tebaldi (PSDB), que encontra-se diante de um sombrio e tenebroso futuro.

Após ser eleito deputado federal com uma votação expressiva (mais de 100 mil votos), muitos pensavam que Tebaldi novamente ganharia força, inclusive no âmbito estadual. Porém, em um erro estratégico, o deputado aceitou o convite do governador Colombo para ser secretário de educação. Como eu já esperava, Tebaldi sofreu muito com as greves, falta de estrutura e inoperância de sua pasta. Em conseqüência, Tebaldi sofreu a sua primeira derrota, perdendo o pouco prestígio político que tinha com a população e o rompimento com o governador. Voltou para Brasília, e de lá viu “de camarote” as discussões sobre a Ficha Limpa. Tebaldi foi o mais atacado nesse sentido, por motivos óbvios e justos.

Ao entrar na campanha para prefeito praticamente sozinho, Tebaldi parecia estar desanimado. Entrou pressionado, e não agüentou. O PSDB, seu partido, se enfraqueceu após perder a prefeitura para o PT em 2008, ao mesmo passo que outros partidos se fortaleceram, como o PMDB e o PSD. O resultado foi pífio. Não se elegeria nem para deputado estadual com a votação que fez. Diante de todos estes fatos, qual o futuro de Tebaldi?

Não pretendo fazer futurologia neste espaço, mas penso que os caminhos não são animadores. Com a participação no governo Udo, o PSDB dá alguns passos para trás, não ocupando espaços como ocupava antes, e a perda de militância é evidente. Ano que vem Tebaldi precisa compor alianças para se reeleger, mas encontrará dificuldades devido a sua imagem arranhada pela Ficha Limpa e pela fraca votação de 2012. Se não acontecer a reeleição, ficará a serviço do partido para ocupação de outros cargos (principalmente se Dilma não se reeleger), ou estará ativo em suas “consultorias”. Vale lembrar que este prognóstico era o mesmo em 2008, só que os petistas fizeram uma gestão tão ruim, que alguns personagens renasceram das cinzas...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A coligação KCT e a merda

POR GUILHERME GASSENFERTH

Fisiologismo. Você sabe o que é, leitor joinvilense? É o nome chique para se falar de troca de favores, ações e projetos para benefício de interesses individuais (sempre em detrimento dos coletivos), nepotismo e oferta de cargos a apoiadores sem competência.


Nosso maravilhoso idioma deu-nos a possibilidade de juntar todas estas porcarias sob um só substantivo: fisiologismo. Não é à toa que nos remete a necessidades fisiológicas, que associamos ao que, coloquialmente, conhecemos por MERDA. 

Perdoem-me os bem educados e os recatados, mas é de merda mesmo que vamos falar. O que é esta aliança que se formou nas eleições de Joinville? O papel de fisiologista que, nos últimos anos, coube ao PMDB, local e nacionalmente, agora mudou de mãos radicalmente. Kennedy Nunes, um lunático que viveu a sua vida às nossas custas e nunca trouxe benefícios aparentes de seu “trabalho” (doeu escrever isso!) como legislador em 24 anos, juntou-se a dois candidatos que outrora (semanas atrás) desprezava: Carlito Merss e Marco Tebaldi.

Bem, de Tebaldi o que poderíamos esperar? Não bastasse ter feito merda no governo municipal (que ironia para um engenheiro sanitarista!), ter cometido o maior crime ambiental da história de Joinville e ter destruído a educação pública estadual, Marco Tebaldi se achou no direito de sair candidato de novo. Bem, pelo menos agora a população deu o troco: 4º lugar nas urnas. Volta, Tebaldi, pra Erechim!

De Carlito Merss eu gosto. Não acho que tenha feito um ótimo governo, mas o julguei satisfatório e acredito que, num segundo mandato, corresponderia às expectativas dos quase 200 mil eleitores que votaram nele, em 2008. Mimimis à parte, não deu pra ele! Vítima de uma imprensa alimentada a jabá, da impopularidade de obras como saneamento básico e da incompetência de vários de seus liderados, Carlito amargou a derrota e não conseguiu o visto da população para continuar no gabinete da Hermann Lepper, 10.

Parece que a derrota não lhes caiu bem, fazendo mal não só pro fígado, mas, principalmente, pra cabeça. Em menos de 10 dias, após a eleição, estes dois candidatos, derrotados, declaram apoio a Kennedy. Juntos, formam a sigla KCT, cunhada brilhantemente pelo nosso coblogueiro Sandro. Essa sigla é perfeita.

A coligação oportunista pra KCT seria inadmissível num sistema político sério. Bem, como falamos em seriedade, já dá pra tirar Tebaldi e Kennedy. Não tínhamos como esperar coerência ou bom senso destes dois: coerência e bom senso versus Tebaldi e Kennedy são como água e óleo. Kennedy rasgou todo o seu discurso (tão frágil que deve ter lhe bastado um peteleco) e recebeu apoio de seus alvos favoritos. Como é lindo o divino poder do perdão!

Mas Carlito Merss e o PT apoiando Kennedy Nunes? Foi um golpe duro na artéria da moralidade. É tão incompreensível quanto a galinha associar-se à raposa. Quando assumiu, Carlito foi vítima dos verborrágicos e teatrais lamentos de Kennedy Nunes, o qual retirou o apoio que ajudou Carlito a ser eleito. Mudando de lado num passe de mágica - como é próprio dos pessedistas - digo, oportunistas. Kennedy manteve relação beligerante com nosso ainda atual prefeito. Por quatro anos, Carlito foi bombardeado nas páginas do jornaleco de risível credibilidade que dá suporte ao deputado-cantor e foi corroído pela ironia destilada, como veneno, por Kennedy.

A união de PT e Kennedy seria cômica, não fosse trágica. Não é apenas pelo esquecimento das diferenças de dias atrás, mas, principalmente, pela incompatibilidade de posicionamentos, crenças e ideologias (foi duro escrever esta palavra). Na história, PT é esquerda e PSD é direita. O PT combatia o PSD. O PT tratava o PSD como o diabo! O PSD torturava e o PT buscava anistia. Como pode o PT do Lula, que ali, na praça Dario Salles, mandou extirpar os Bornhausen de nossa política, estar quatro anos depois, associado ao partido deles?

PT e PSDB, ambos nascidos do MDB, lutaram juntos pela redemocratização, pelos direitos humanos, pela anistia, pelas diretas, pela liberdade. Hoje, PT e PSDB juntaram-se à ex-ARENA não para defender ideais, mas cargos; não por um projeto político, mas por um projeto de poder; não pelo povo, mas contra o povo. É a tetodependência, como disse o Baço.

O asco que sinto neste momento é tanto que eu rasgo o que escrevi na última sexta-feira e tomo partido publicamente: anti-KCT. Eu não posso apoiar esta composição esquisita que estão fazendo debaixo dos nossos narizes, diante dos nossos olhos. Dar meu voto a eles é legitimar o ilegítimo e dizer sim ao fisiologismo. Pelo menos, juntaram-se as moscas sobre a merda. Fica claro de que lado é preciso ficar. À política nojenta, eu digo um claro e sonoro NÃO! Fica declarado, em alto nível e bom tom, meu voto em Udo Döhler.

Espero que, no dia 28, a população joinvilense (em quem eu vi alguma esperança após o quarto lugar do Tebaldi) faça, nas urnas, o papel que Lee Harvey Oswald fez nas ruas e mate, politicamente, Kennedy Nunes. 

RECOMENDO A TODOS QUE ASSISTAM À COERÊNCIA DO KENNEDY NUNES NESTE VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=fPzXseuxvco

CENSURADO PELO FACEBOOK - aproveito também para mandar o link da imagem que foi censurada pelo Facebook e tirada do ar (deve estar incomodando), que mostra o deputado usando diárias de R$ 670,00 para prestigiar seus filhos no colégio. https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-ash3/c0.0.403.403/p403x403/578559_375584732521078_167615277_n.jpg 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Uma tríplice aliança esquizofrênica?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Não tenho qualquer informação de cocheira sobre os acordos para o segundo turno. Mas se alguém me perguntasse no domingo passado, logo depois da divulgação dos resultados, eu faria um raciocínio linear: Carlito Merss iria apoiar a candidatura de Udo Dohler, enquanto Marco Tebaldi ficaria ao lado de Kennedy Nunes.


Ok... ainda faz sentido continuar a acreditar nesse rearranjo eleitoral. O PSDB já confirmou o apoio a Kennedy Nunes. O que, aliás, nos dá algo para pensar: hoje em dia o apoio de Marco Tebaldi não parece ser propriamente um apoio, mas contágio. O estrago feito na sua imagem nestas eleições gerou uma rejeição que deixa um enorme ponto de interrogação sobre o seu futuro político. Será que Kennedy Nunes quer ser visto ao lado de Tebaldi? Sei não...

Pelo que a imprensa vem divulgando, a posição de Carlito só vai ser tomada na próxima semana. E como a “realpolitik” é uma caixinha de surpresas, podemos até ter um arranjo meio esquizofrênico, com o apoio a ir para Kennedy Nunes e desequilibrar a balança. Udo Dohler ficaria isolado, tendo que enfrentar uma “tríplice aliança” formada pelo PSD, PT e PSDB, mais os nanicos. E aí, em bom joinvilês, é “caixão pro Billy”.

O ainda prefeito está numa posição meio incômoda. Porque a escolha - qualquer uma - pode provocar desgastes na sua imagem. Udo Dohler ou Kennedy Nunes? Isso faz lembrar o ditado: venha o diabo e escolha. As relações de Carlito Merss com os dois têm sido azedas. Kennedy Nunes sempre trabalhou, de forma obsessiva, para detonar a imagem do atual prefeito. E o senador Luiz Henrique, que tem as mãos no leme da campanha de Udo Dohler, é acusado de interferir no episódio da cassação de Carlito Merss.

A OPÇÃO KENNEDY -
Se formos olhar os fatos dos últimos quatro anos, o apoio de Carlito Merss a Kennedy Nunes deveria ser impensável. Porque o candidato-pastor bateu, bateu e bateu no prefeito. E durante o primeiro turno bateu, bateu e continuou a bater, mesmo quando isso não fazia o menor sentido em termos estratégicos. Afinal, o atual prefeito era dado como carta fora do baralho e não representava perigo.

O fato é que não dá para ficar indiferente ao bochicho desta semana, segundo o qual havia hipóteses de Carlito Merss dar o seu apoio a Kennedy Nunes. A ideia é esquizóide, mas já vi aqui e ali alguns petistas na defesa dessa aliança. Que razões teria Carlito Merss para engolir uma composição com um sujeito que sempre o sacaneou?

O nome do jogo é política e há muitas variáveis a ter em conta. Uma delas é que uma aliança formal talvez ajudasse a resolver um problema para ambos: Kennedy Nunes não tem quadros qualificados em número suficiente para formar uma administração e Carlito Merss poderia preservar alguns lugares para a sua entourage.

E há pelo menos uma 
fortíssima razão emocional para um eventual apoio a Kennedy Nunes. É que isso produziria uma ironia: uma desforra pessoal contra Luiz Henrique, deixando Udo Dohler a lutar contra essa tríplice aliança de ADN esquizóide: estariam juntos, numa mesma trincheira, três grupos que não se bicam em termos políticos. 

A OPÇÃO UDO -
Udo Dohler vai ter que suar as estopinhas para convencer Carlito Merss. Depois do anúncio do apoio do PSDB à candidatura de Kennedy, uma eventual aliança com o candidato do PT passa a ter maior importância para o PMDB. E a posição negocial de Carlito Merss ganhou maior peso.

No entanto, é bom não esquecer que durante o primeiro turno a coisa andou crispada entre os dois. Do lado do PT, houve o episódio do filme da mulher amarrada. E há um fator interno muito forte a considerar. O time do atual prefeito teria muita dificuldade em engolir uma aliança com Luiz Henrique (mas não duvido que o senador pense que pode ganhar as eleições sozinho).

A TERCEIRA VIA – Quem conhece Carlito Merss concorda numa coisa: ele é uma pessoa íntegra que tem uma história pessoal a preservar. O que abre caminho para uma terceira hipótese. Liberar o seu pessoal e não fechar com ninguém. Obviamente terá que enfrentar a resistência dos que querem manter lugares numa futura administração. É a realpolitik.

Carlito Merss precisa calcular os riscos e afinar a mira para não dar tiros no pé. Afinal, numa composição com o PMDB acabaria refém de uma administração onde o dedo incômodo de Luiz Henrique seria preponderante. Ao fechar com Kennedy Nunes, correria o risco de naufragar numa administração que tem tudo para dar errado.

P.S.: Há um fator a considerar. É que o apoio de um candidato derrotado a outro que continua no páreo não é garantia linear de transferência de votos. O eleitor comum pode estar imune a negociatas palacianas.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

As polêmicas pesquisas e o início da guerra eleitoral

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Pode parecer estranho, mas até agora não tivemos campanha eleitoral em Joinville, exceto pela movimentação frenética dos candidatos a vereador. Acompanhamos até então, por parte dos candidatos a Prefeito, ações ensaísticas sobre o que começa agora, de fato, após as pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias, as quais mostram uma evolução de Udo, uma estabilização negativa para Carlito e positiva para Clarikennedy e Leonel, e a cachoeira de Tebaldi.

A campanha eleitoral na TV, por mais que não defina o voto, faz as pessoas discutirem sobre quem votar. As informações circulam, geralmente rebatendo no líder das pesquisas, ou no candidato com maior rejeição. No caso joinvilense, Tebaldi e Carlito, respectivamente. Após algumas semanas de informações circulando, três pesquisas aparecem, com dados totalmente distintos entre si. A mais distante das outras é a pesquisa da RBS/Ibope, a qual mostra Udo na frente, algo inédito até então. Vale lembrar que os quatro pontos percentuais praticamente empatam Udo, Tebaldi e Clarikennedy, e, ainda: a pesquisa foi realizada dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro. Ou seja, em um final de semana, e isso influencia muito no perfil dos entrevistados que responderão à pesquisa. O perfil de pessoas que circulam pela cidade varia, de acordo com o dia da semana. Para quem tiver dúvida, a pesquisa Origem-Destino 2010 mostra bem esta realidade. Só um exemplo: aos domingos, os mais pobres e mais velhos costumam ficar em casa, e este pequeno detalhe pode interferir em uma pesquisa...

E será que o crescimento de Udo é o motivo da Gazeta de Joinville não divulgar uma pesquisa, de sua encomenda, e que foi registrada no TRE dia 23 de agosto?

Independente dos números precisos da pesquisa A, ou da pesquisa B (os assessores sempre vão acreditar naquela que dá a vantagem para o seu candidato), a questão é que temos três fatos novos:

  1. Tebaldi em queda livre;
  2. Clarikennedy chegou ao teto, pois em nenhuma pesquisa passa dos 25%;
  3. Udo cresce em todas as pesquisas.
Antes da divulgação destas pesquisas, todos os candidatos estavam acomodados e apenas fazendo indiretas, nos debates, e nos seus respectivos programas. O alvo principal era Tebaldi, invertendo agora todas as atenções para Udo Dohler. Posso estar errado, mas quem menos irá "bater" em Udo será o PT (o PT precisa olhar para si antes de bater em alguém, além de ver em Udo um histórico - e potencial - aliado). Um dos outros candidatos já está usando a questão de racismo para dar suas indiretas. A guerra está lançada, finalmente! Não se espantem se aquela história das costureiras acorrentadas aparecer por aí! Se até jornalista abobado falou de beijo entre dois homens na campanha do Leonel... não duvido de mais nada!

Nem tudo é maravilhas para os lados da Rua Alexandre Schlemm. A campanha estava sendo montada para chegar ao segundo turno, raspando na trave. Ninguém esperava o crescimento nesta fase da campanha. A prova disso é que toda a estratégia de Udo foi montada em cima de suas propostas, sem se preocupar com com os tiros apontados para Tebaldi e Carlito (o Clarikennedy não esquece Carlito em nenhum de seus programas). Agora que a situação mudou, será que a estratégia adotada por Udo será a mesma? Como irá se defender dos ataques? Tem pique para aguentar o crescimento? 

Estas e outras questões só o tempo vai responder, entretanto, os fatos novos mudam a direção do arsenal bélico de quem precisa de guerra para se manter bem nos índices. O circo finalmente vai pegar fogo, finalmente!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Muita hipocrisia por metro quadrado


POR JORDI CASTAN

Na sexta feira passada, participei como espectador do debate promovido pelo jornal A Notícia, em parceria com a TV COM/SC e a Sociesc.


Auditório lotado, o primeiro a chegar foi Carlito Merss. Na sequência Udo Dohler, Leonel Camasão, Marco Tebaldi e Kennedy Nunes, todos quase ao mesmo tempo. Cada um dos candidatos acompanhado do seu grupo de assessores e alguns candidatos a vereador, mas poucos.

Cumprimentos formais, em alguns casos destilando hipocrisia, mas de forma sutil, imperceptível para o espectador menos atento. A certa distância, a imagem parece o encontro de um grupo de ex-alunos ou de velhos conhecidos.

Carlito transpira nervosismo e, no seu caso, é perceptível o desconforto. Nada parece estar funcionando como estava previsto. Pode ter havido excesso de otimismo ou amadorismo, mas é evidente que o clima e o ambiente não lhe são propícios. O seu vice chega um pouco mais tarde que os demais, mas dentro do horário previsto. Voltolini esta à vontade, age quase como se ele próprio fosse um dos candidatos.

Udo Dohler busca com o olhar com quem conversar, busca eleitores. Aluno aplicado, se esforça em fazer tudo o que tem aprendido. Não consegue dissimular o desconforto com uma situação que lhe é alheia, mas a disciplina pode mais e até faz um esforço para sorrir. O seu vice desaparece no meio do público.

Leonel Camasão ganha disparado o primeiro embate. Os alunos, melhor dizendo, as alunas da Sociesc presentes no auditório, são verdadeiras tietes do candidato. Ao final do debate, muitas delas pedem para ser fotografadas com Leonel Camasão, que é  quem se encontra mais à vontade. Sem a pressão dos demais, a sua atitude contrasta com a dos outros candidatos. O seu vice se confunde entre a nuvem de fotógrafos do jornal A Notícia, parece até um deles.

Kennedy Nunes chega com a segurança de quem está acostumado a atos públicos. De todo modo, aparenta menos segurança que em outras ocasiões. O seu vice circula pouco e senta rapidamente, rodeado de assessores. Kennedy olha para todos os lados, tenta sentir o ambiente e identificar melhor que papel interpretar.

Marco Tebaldi chega rodeado de um grupo de assessores, anda devagar, cumprimenta pouco e não parece estar muito à vontade. A sensação é que está a contragosto, que preferiria estar em outro lugar. O seu vice age mais como um convidado do que como alguém que esta no auditório para somar apoios e buscar votos.

Todos os candidatos parecem conhecer os resultados da pesquisa que será divulgada no sábado, 1 de setembro, e atuam em consonância. As suas ações e atitudes parecem pautadas pelos dados das pesquisas próprias ou de terceiros e pelos conselhos dos seus assessores próximos. O resultado é um ambiente falso, forçado, pouco natural.

Iniciado o debate propriamente dito, todos parecem nervosos. É verdade que uns menos que os outros, depende do que tenham a perder. O formato do debate impede qualquer surpresa, qualquer pergunta mais incisiva e, quando alguém toma a iniciativa de ousar um pouco mais, as respostas são evasivas e inconclusivas.

De novo Leonel Camasão ganha o público. A sua juventude e despreocupação com os votos que possa ganhar ou perder permitem que esteja completamente à vontade. São dele as perguntas e os questionamentos mais interessantes, ainda que a necessidade de querer marcar uma posição ideológica ou partidária faz que o interesse do público acabe se perdendo rapidamente. Todos os candidatos utilizaram a técnica malufista de não responder às perguntas formuladas e se dedicar a conversar sobre outros temas. Neste quesito, menção especial para Carlito Merss

Há perguntas mais incisivas entre Marco Tebaldi e Carlito Merss e entre Kennedy Nunes e Carlito Merss e/ou vice-versa. Mas não há farpas. Todos se conhecem bem. São pequenos confrontos coreografados, repletos de ironia e de subentendidos. Em pauta a ampliação da Arena, as contas da Felej, a mobilidade e os problemas da saúde. Os tópicos que os marqueteiros têm pautado para ser abordados. As perguntas e respostas parecem um jogo de voleibol estilizado, um jogo entre compadres em que todos deixam a bola fácil para que o outro a possa devolver.

Não há confrontos verdadeiros, não há sangue. É um jogo entre colegas, em que quatro dos candidatos sabem que, de uma forma ou de outra, estarão no segundo turno. Ou como candidatos ou como aliados de algum candidato. É o momento de preservar futuras alianças. O PSOL não está nem um pouco preocupado com o segundo turno. Sabe que nem estará nele, nem o seu apoio será necessário para qualquer candidato. Já avisa inclusive que não apoiará a nenhum dos outros candidatos.

Acabado o debate, cada candidato vai ao encontro da sua torcida, para receber elogios e cumprimentos. Tampouco entre as equipes há sinceridade. O auditório, que durante duas horas concentrou a maior densidade de hipocrisia por metro quadrado da cidade, começa a ficar vazio. 

Leonel Camasão se deixa fotografar rodeado de jovens eleitoras. Marco Tebaldi tem pressa, parece que acordou de repente e sumiu a sonolência que aparentou durante todo o debate. Carlito Merss também saiu rapidamente e sabe que não foi bem. O seu vice permaneceu durante mais tempo, percorrendo cada um dos grupos, excetuando aqueles claramente identificados com os outros candidatos. Kennedy Nunes ficou um pouco mais no palco do debate conversando animadamente. Está satisfeito com o seu desempenho. Udo Dohler é o último a sair. Busca um por um cada um dos possíveis votos.

Já no jardim, uma imagem espontânea, os alunos de uma sala gritam o nome do Udo e pedem que ele se aproxime. Entre supresso e feliz se aproxima da janela e cumprimenta e aperta a mão dos alunos. O fotógrafo não perde a imagem e a oportunidade.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Planejamento urbano não é a mesma coisa que mobilidade urbana, senhores candidatos!

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

A campanha eleitoral já está chegando a sua reta final (pelo menos neste primeiro turno), e as propostas dos candidatos a Prefeito são evidentes. Ao analisar a proposta dos cinco postulantes ao executivo, percebi algo preocupante: muitos deles confundem planejamento urbano com mobilidade urbana.

Sempre vale lembrar que o planejamento urbano é a visão estratégica sobre todos os elementos que compõem a vida urbana, os quais, organizados através de legislação específica (Plano Diretor e outros instrumentos urbanísticos), irão ditar o ritmo da organização da cidade de Joinville. A mobilidade urbana é apenas um item, assim como os cuidados com o meio ambiente, integração com os municípios vizinhos, etc. Um exemplo: 2013 é um ano de revisão do Plano Diretor e nenhum candidato parece estar preocupado com isto. Analisaremos caso a caso, de acordo com os materiais disponibilizados pelos candidatos na internet.

Marco Tebaldi: em seu site, Tebaldi mostra como seu discurso sobre planejamento urbano é inexistente. Diz que vai “retomar o Planejamento Estratégico desenvolvido pelo governo do PSDB que apontou o tipo de cidade que queremos: “Ser uma cidade sustentável, solidária, hospitaleira, empreendedora, voltada à inovação, com crescente qualidade de vida, motivo de orgulho da sua gente, onde se realizam sonhos”. Deve ser a mesma visão que norteou suas atuações nos manguezais de Joinville. Em nenhum outro momento cita-se planejamento urbano como proposta, mas mobilidade urbana sim. Nem preciso dizer que as políticas voltadas para o automóvel e pavimentação estão presentes na maioria das propostas...

Clarikennedy Nunes: como o candidato ainda não disponibilizou o seu site, a análise fica por conta de um vídeo postado na internet e que causou muita “comoção” nas redes sociais.


Fica bem clara a visão de Clarikennedy sobre a cidade de Joinville: existem problemas apenas no trânsito, e o automóvel é o principal prejudicado. Para isso, elevados, túneis e demais facilidades estudadas por uma equipe especializada (sic!). Enquanto urbanistas e demais estudiosos da área propagam uma cidade mais humana, excluindo o carro de seus projetos, este candidato aparece na contramão, em um discurso fraco, pois nem considera o que propaga o Plano Diretor, e muito menos as dificuldades dos outros modais de transporte. Não fala nos impactos de vizinhança que um elevado causa, e nem cita como irá fazer isto, apoiando-se em Raimundo Colombo para resolver tudo. Parece-me o Carlito em relação ao Lula em 2008...

Udo Dohler: em seu site, o candidato apresenta um setor de propostas apenas para a mobilidade urbana, esquecendo completamente das políticas de planejamento urbano. Das 17 propostas apresentadas, a maioria está voltada para o automóvel, com duplicações, eixôes, etc. Fala-se até em redesenhar o sistema viário. Mas como? Ignorando o Plano Diretor? Ou ainda, mudando toda a dinâmica da urbanização joinvilense?

Leonel Camasão: o socialista distingue bem o que propõe para mobilidade urbana e transporte coletivo, das propostas de planejamento urbano. Promete dar uma atenção especial à Lei de Ordenamento Territorial, criar a outorga onerosa, e desapropriar as mansões de luxo ou terrenos de alto valor que dão “calote” na Prefeitura através do IPTU. E é o único candidato que está levantando a bandeira de fechar algumas ruas do centro e criar calçadões.

Carlito Merss: também distingue as propostas de mobilidade urbana das propostas de planejamento urbano. Dentre os cinco itens específicos apresentados, destaque para a intenção de “Assegurar a compatibilidade de usos do solo nas áreas urbanas, oferecendo adequado equilíbrio entre empregos, transportes, habitação e equipamentos socioculturais e esportivos, dando prioridade ao adensamento residencial nos centros das cidades”. Carlito teve a oportunidade de fazer isto com o Minha Casa, Minha Vida... mas não fez! Colocou mais de 700 famílias do Trentino I e II em uma região longínqua do centro da cidade, sem a instalação da infraestrutura social adequada.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Não há eleitores negros em Joinville?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Vou esclarecer logo de início, apenas para evitar confusões: este texto é baseado no primeiro dia de horário eleitoral gratuito na televisão. Repito: o primeiro dia. Estive a ver os filmes de todos prefeituráveis e a minha conclusão – que vale o que vale, mas parece óbvia – é que para alguns deles Joinville não é uma cidade de negros.

Os dados estatísticos mais recentes mostram que 17,4% da população de Joinville é formada por negros (estimativa do IBGE para 2011). E, no entanto, esse número não está refletido nas peças publicitárias exibidas por alguns candidatos. Mas onde fui buscar a ideia de verificar a presença de negros na publicidade?

O que despertou a minha curiosidade para esse ponto específico foi  a candidatura de Udo Dohler. Todos sabemos que corre o boato, aí pela cidade, de que ele não emprega negros na sua empresa. O que não é verdade. Eu próprio constatei, nos meus tempos de repórter, que não passava de boato. Aliás, vale dizer: o empresário tem sido acusado de coisas que não fez.

Fiquei a imaginar como os publicitários de Udo Dohler iriam tratar a questão. Pensei que haveria um bom número de negros no filme. Mas não. Quem se der ao trabalho de ver vai perceber que os tais 17,4% não estão representados entre os figurantes. Culpa do candidato? Não. O problema é  que os publicitários pensam apenas como publicitários... e têm vistas curtas para a política.

Mas, para minha surpresa, o grande apagamento de negros foi no filme de Marco Tebaldi. Entre as mais de uma centena de figurantes, aparecem apenas cinco ou seis negros (e a maioria, pelo que imagino, em fotos compradas em bancos de imagens - já prontas). Aliás, alemães com roupas típicas parecem ser imagens recorrentes. A Joinville de Tebaldi é branquinha, branquinha, branquinha.

O filme de Kennedy Nunes tem mais negros, mas parece ter sido obra do acaso. Aliás, li em algum lugar que foi o filme mais comovente nesse primeiro dia. Comovente? Ora, é um filme igrejeiro que tenta, em vão, uma lagriminha no canto do olho. Só é capaz de funcionar se o cara tiver mais glândulas lacrimais do que neurônios.

Mas o filme prova que Kennedy Nunes não faz distinção entre brancos, negros, amarelos ou verdes. Para ele são todos iguais: ou seja, um rebanho de eleitores que precisam ser salvos pelo seu enorme talento de administrador. Porque ele promete ser nada mais, nada menos, do que o melhor prefeito de todos os tempos. De presunção e água benta...

No horário de Carlito Merss, os negros estão presentes numa proporção claramente superior aos tais 17,4%. Mas correndo o risco de recorrer a estereótipos, nada mais natural, já que o jingle do atual prefeito é um samba. Por brincadeira, poderia parafrasear a campanha e dizer: “Negros em Joinville, agora tem”. Mas vai que algum juiz encrespa e cassa o meu espaço no blog.

P.S.: Não dá para fazer a avaliação do filme de Leonel Camasão porque, ao que parece, não há muito a ver em termos de captação de imagens de vídeo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O primeiro dia de campanha na TV: as bizarrices e um pouco do que vem pela frente

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Propaganda eleitoral sempre me fascinou, desde quando era criança. Jingles, propostas, bizarrices e outras coisas referentes a este processo da corrida eleitoral sempre me fizeram sentar em frente à TV e acompanhar tudo. Você pode me achar um louco sem noção, mas, gostos são gostos! Hoje consigo avaliar tudo de forma menos passional, ao contrário de alguns anos atrás, onde ai de quem falasse mal do jingle “Voltolini, Voltolini...”. Nem preciso dizer como fiquei quando me vi na TV em 2008 (para quem não sabe, fui candidato a vereador naquele ano e fiz 503 votos), né?

Passado tudo isto, o certame de 2012 apresenta cinco candidatos a Prefeito. Após 45 dias de campanha liberada, a propaganda na TV e no rádio começou (não pretendo discutir aqui o mérito nem a eficácia deste tipo de abordagem “obrigatória”, fica para outro post). O primeiro programa, por mais que não pareça, é um grande indicador de como serão aqueles minutinhos que cada candidato tem. Somente após as próximas pesquisas teremos alguma mudança no perfil do programa veiculado, a fim de conquistar alguns pontos a mais, nem que para isso seja necessário atacar o concorrente ao invés de apresentar propostas.  Relatarei algumas impressões que tive a partir do que foi veiculado na TV neste dia 22 de agosto, às 13 horas.  Sem patriotadas nos comentários, ok?

Leonel Camasão: deve ter acontecido algum problema:  a tela ficou azul e nada foi veiculado. Todos sabem que a campanha do socialista possui poucos recursos, mas não se pode deixar uma furada destas, ainda mais para quem é desconhecido da maioria da população. Fui atrás do programa de rádio e achei um link. Programa simples, bom e bem objetivo. Só faltou ao candidato Leonel ser mais enfático em suas falas, pois pareceu estar lendo um roteiro pré-montado.

Udo Dohler: tecnicamente deu a impressão de ter sido a melhor propaganda do dia. Como característica da DPM (produtora dos vídeos da campanha de Udo), prática que advém desde as campanhas de LHS, muitos símbolos da população local foram mostrados, em clichês que funcionam para o povão, a ponto de emocionar. Udo se apresentou de forma bem tranqüila (olhar disperso foi o ponto fraco), acompanhado de várias falas de LHS em comícios peemedebistas (algumas até desnecessárias). Já deu para perceber que a figura de LHS vai ser sempre citada nessa campanha. O candidato é o Udo ou o LHS?

Carlito: o programa começou com muitas pessoas cantando (pior que playback) o jingle da campanha. Familiares e pessoas próximas deram depoimentos (o que é normal em todo o primeiro programa). Mas uma questão me deixou muito intrigado: por qual motivo o candidato mostra imagens internas dos órgãos da Prefeitura? Ele, por mais que seja o atual Prefeito, é um candidato como os outros, e não poderia se utilizar de imagens internas das “coisas públicas”. A “continuidade” foi um discurso amplamente utilizado e deve ser o tom de campanha (ao bom estilo Lula e o “deixa o homem trabalhar”). O ponto negativo é que nunca vi uma propaganda eleitoral, no primeiro dia de TV, onde o candidato não fala nada!!! Seria uma camuflagem frente à ampla rejeição indicada nas pesquisas? E Carlito deve ser o candidato que mais irá explorar a imagem de seu vice. No caso, Eni Voltolini.

Tebaldi: piada pronta ao dizer que os bairros de Joinville estão abandonados, como se em quatro anos tudo tivesse mudado. Piada pronta ao se enrolar todo para falar o sobrenome de seu vice, Gilberto Boettcher. Gilberto, inclusive, mostrou uma relativa dificuldade com as câmeras. O mote de campanha deve ser o “voltar para o que era bom” (sic!). Mas o troféu Jacaré Fritz desta primeira semana de campanha na TV já é do ex-Prefeito, por ressaltar em seu programa que foi o “responsável por políticas habitacionais nas áreas de mangue de Joinville, dando qualidade de vida a estas regiões”. Preciso comentar?

Clarikennedy Nunes: começou o programa se apresentando e dando indiretas que doeu na espinha de muita gente, ao explicar o porquê de alguns não quererem a sua candidatura. O Darciiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii-um-homem-honesto-do-povo-é-trabalhador (quem lembrou agora de 2008?rs) apareceu dando seu depoimento, junto com várias outras pessoas. Cobrem-me, mas se ele aparecer mais umas 5 vezes pra falar de Clarikennedy, será muito. A mesma coisa em relação a Colombo (o qual queria apoiar Udo, mas sabe como é a política...). O “passado ruim”, o “presente pior ainda” e o “eu sou um homem de compromisso” (em clara alfinetada a Carlito) será o mantra do candidato.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Volta ao mundo em 150 dias, por Tebaldi!


POR GUILHERME GASSENFERTH

(Tebaldi sem Photoshop você só encontra aqui!)
Observando os gastos da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) do deputado federal e candidato a prefeito de Joinville, Marco Antonio Tebaldi (PSDB), fiquei intrigado com o quanto o homem trabalha.

Consta no site da Câmara dos Deputados que de março (quando foi demitido do Governo do Estado e reassumiu a cadeira no Congresso) até julho, o homem gastou R$ 15.236,59 de “combustível e lubrificantes”.

Deixemos os cálculos para depois. Além do valor, outra coisa me intrigou. Uma empresa chamada Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim deste texto), que emite uma nota fiscal de combustível de R$ 4.201,55 em março de 2012, outras na faixa entre R$ 1.000 e R$ 2.000 e uma de R$ 4009,73 em julho.


Eis aqui a cópia da tela do site da Câmara com os dois maiores gastos. Percebam que o gasto é por nota, não é acumulado do mês, senão o Auto Shopping Derivados de Petroleo Ltda também teria só uma inscrição.


Então fiquei curioso – porque o Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto)? O que faz com que Tebaldi utilize sempre o mesmo posto de combustível?

Vale dizer que segundo o regulamento da CEAP, instituído pelo Ato da Mesa nº 43 de 21/05/2009, em seu artigo 2º, inciso IX, o deputado tem direito a verba indenizatória para “combustíveis e lubrificantes até o limite inacumulável de R$ 4.500,00 mensais”. Lê-se no parágrafo único do mesmo artigo: “As despesas estabelecidas nos incisos I, VII e VIII poderão ser realizadas por assessores [...]”. Depreendo daí que as demais despesas, como a estabelecida no inciso IX, não podem ser realizadas por assessores, só pelo próprio deputado. Pode isso, Arnaldo?

Vamos aos cálculos. Seus R$ 15.236,59 de gastos com “combustível e lubrificante” representariam 5.441,63 litros de gasolina, considerando o preço por litro de R$ 2,80, um preço alto. Com 5.441,63 litros de gasolina, considerando o consumo URBANO da Pajero que ele declara como seu bem (7,4 km/l, segundo li na internet), seria possível rodar 40.268 quilômetros, o suficiente para dar uma volta inteira no globo terrestre sobre a linha do Equador (40.075 km) e ainda sobrariam de lambuja 193 quilômetros, o que daria pra uma visitinha na Secretaria de Educação de SC. Matar as saudades, sabe como é.

Na prestação de contas, raramente veem-se notas de postos em outras cidades. Portanto, o consumo majoritário de combustível é na cidade de Joinville e região, o que deixa ainda mais intrigante a quantidade de quilômetros rodados. Os quilômetros representariam mais de 1.000 viagens entre o Rio Bonito e o Paranaguamirim, para citar dois extremos. O que dá uma média de 6,66 viagens por dia, considerando dias não úteis. É a média da besta!

Se considerarmos uma velocidade média de 60km/h, o que é muito no trânsito que Joinville tem hoje em dia, Tebaldi levou 671 horas só dentro do carro. Seriam 28 dias dentro do carro 24h por dia. O homem é trabalhador, mas não tanto, né, gente? Dividindo as 671 horas pelo número de dias máximos que ele levou pra gastar isso (150 dias, cinco meses), dá 4 horas e meia por dia dentro do carro. Descobrimos o culpado pela imobilidade urbana. Larga esse carro e vai de bike, Tebaldi! :)

Ficam algumas perguntas: o que Marco Tebaldi fez com 40 mil quilômetros? Por que sempre o mesmo posto? Por que notas fiscais de valores tão elevados? Seus assessores estariam usando indevidamente recursos da Câmara dos Deputados (nossos)?

Antes que pensem que estou sendo leviano, eu tentei perguntar direto para eles. Mandei um e-mail para “dep.marcotebaldi@camara.gov.br” na terça-feira, fazendo estas perguntas aqui e algumas outras. Pedi confirmação de leitura no e-mail, que até agora (quinta-feira, 22h), não chegou. Deve ter muito trabalho por lá... E como somos bacanas, damos até direito de resposta às perguntas acima como um texto aqui no Chuva Ácida. Se quiser, claro.

Por último, tenho também uma outra ideia do que pode ser tanto gasto... Considerando que o item é “combustíveis e lubrificantes”, poderia ser o óleo de peroba considerado lubrificante? Porque deve haver um bruto estoque destes no Posto Aliança* (leia direito de resposta no fim do texto).

PS: informo também que fiz pedido formal da cópia das Notas Fiscais à Câmara dos Deputados. Aguardemos.

DIREITO DE RESPOSTA

Informo que fui procurado pelo proprietário do Posto Aliança - que não é parente do Tebaldi como alguns sugeriram que pudesse ser.

O proprietário informou que possui o posto naquela localidade há 8 anos e que sempre trabalhou com honestidade e prestando serviços com qualidade. Na conversa, ele afirmou que o posto trabalha com o preço médio praticado nos demais postos de combustíveis da cidade e que garante a qualidade de seu produto.

Informou ainda que seu serviço é abastecer e que não cabe a ele saber que uso é feito do produto que vende, com o que concordo plenamente.

Diante do caráter democrático e do senso de justiça deste blog, resolvemos dar ao proprietário o direito de responder aos questionamentos que fiz no texto.

Ele foi bastante solícito e gentil mesmo após as questões que levantei, razão pela qual está postado este adendo ao texto, o que já esclarece uma parte do que foi questionado no texto. Ficamos felizes por estarmos solucionando parte de nossas dúvidas.

Ao proprietário, peço desculpas por aborrecimentos que lhe possa ter causado.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Esperava mais do primeiro debate para a prefeitura

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

O texto de hoje pretende ser um pouco mais curto que o usual. Esperava ter mais coisas para escrever sobre o primeiro debate eleitoral na BAND SC para a prefeitura de Joinville, mas o nível que assisti me obriga a ser rápido por aqui. A emissora já está com a tradição de abrir os embates, sendo a primeira a reunir os candidatos, mas erra ao fazer o evento em Florianópolis e em uma associação comercial (FIESC). Até entendo os motivos de estrutura, pois é caro fazer um evento desde em Joinville, mas valeria a pena! Sobre o desempenho dos candidatos... bem... haja trabalho para as assessorias de agora em diante! Alguns pitacos sobre o que vi:

Carlito Merss - Se defendeu muito e lançou poucas propostas. Estava visivelmente incomodado com a presença de Clarikennedy Nunes ao seu lado, a ponto de querer fugir quando só sobrava o deputado estadual para fazer perguntas. Em uma das passagens, questionou o mediador: "mas não posso perguntar para o Camasão? Nem para o Udo?" Mesmo assim, com fala tranquila, não se comprometeu demais. Duvido se ele teria comparecido se fosse líder absoluto nas pesquisas.

Clarikennedy Nunes - O candidato enfático de 2004 e 2008 deu lugar a um candidato cínico, com indiretas e as mesmas propostas que compõem a sua plataforma desde a primeira vez em que concorreu. Acusou Carlito de uma agressão verbal, situação que foi ignorada pela comissão organizadora do debate (ou os assessores que não agiram nos bastidores pedindo direito de resposta, etc).

Leonel Camasão - Foi bem. Apresentou as suas propostas, mas em alguns momentos desperdiçou réplicas para leves ataques, principalmente quando questionado sobre o sentimento de mudança de 2008. Como desempenho individual, foi o melhor, apesar da voz travada e vários ataques de tosse ao vivo. Fui informado por pessoas próximas que a saúde dele estava debilitada a semana toda. Fica a dica para a assessoria: o que fica mais frágil em uma campanha é a saúde do candidato, pela extensa agenda e correria. Em uma semana de debate na TV, esse item deveria ter recebido mais atenção.

Marco Tebaldi - Ele estava no debate ou na cama, dormindo? Postura corporal péssima, fala em tom muito baixo, olheiras (maquiagem que nem em seus santinhos era uma boa!) e uma vontade enorme de que tudo acabasse logo. Somado a isto, errou várias questões sobre projetos importantes, como quando citou que iria "ampliar a Caravana da Cultura". Detalhe: a Caravana da Cultura era um projeto com muitas falhas, e encerrado em 2009 pela gestão Carlito.

Udo Dohler - Um senhor de idade, com cabelos brancos, estar vestido com cores claras (apesar de ter gostado da jaqueta, quebrou o clima) só o escondeu mais ainda naquele cenário claro. Pode parecer besteira, mas estas questões de semiótica fazem a diferença. Udo sumiu, assim como a sua fala: usava míseros segundos quando tinha até dois minutos para responder. Estava travado, ao contrário de seu microfone que a cada novo bloco aparecia numa posição diferente. Nunca vi o Udo falar daquele jeito "escondido" enquanto era presidente da ACIJ. 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Quanto vale o seu voto?

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Sabe quanto vale o seu voto, eleitor joinvilense?

A imprensa local divulgou, faz alguns dias, alguns dados interessantes sobre a campanha para a Prefeitura de Joinville: a declaração de bens dos candidatos e o valor que cada um pretende gastar nas eleições. E, logo à partida, chama a atenção a dinheirama que vai rolar na campanha: somando os cinco candidatos, a coisa vai chegar a R$ 13,65 milhões. Já imaginaram, leitor e leitora, o que dava para fazer com essa grana toda? Até obras para a cidade...

Aliás, ao dar uma olhada para os números, em especial no que se relaciona aos rendimentos, fica a sensação de que o Pinóquio deve ser o contabilista de alguns candidatos. Ou o Mandrake. Não concorda? Ora, é só dar uma olhada naquela coisa chamada "sinais exteriores de riqueza". Mas podemos ficar descansados porque a vida parece correr bem à maioria, uma vez que todos têm um patrimônio no mínimo razoável, à exceção de Leonel Camasão (aliás, jornalista sem dinheiro é pleonasmo).


Tem outro dado interessante. Se formos comparar a declaração de bens de Udo Dohler com a de Marco Tebaldi, por exemplo, fica fácil perceber que a carreira política é muito mais vantajosa que a empresarial. Afinal, ao longo de uma vida de trabalho como empresário, Dohler amealhou R$ 5,9 milhões. E Marco Tebaldi, um funcionário público que virou político, em muito menos tempo conseguiu obter quase metade desse patrimônio. 

É uma coisa que leva a pensar, leitor e leitora. Eu, por exemplo, passei a vida toda na iniciativa privada e continuo pobre de marré. Fico aqui a imaginar que talvez devesse seguir o exemplo de Tebaldi e ingressar no serviço público. Parece que é mais fácil fazer o pé de meia. E não é uma crítica. Pelo contrário, é um elogio: talento é talento, temos que respeitar. 

Outro dado curioso. Todos os candidatos, à exceção de Udo Dohler, pretendem gastar mais do que possuem. É óbvio que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, mas não resisto ao raciocínio: será que os caras iriam concorrer se tivessem que tirar o dinheiro do próprio bolso? Ok... mas isso não vem ao caso, porque todos sabemos que a grana vem de doações de empresas, de pessoas físicas ou dos próprios partidos.

Ooopa! Mas também não deixa de despertar curiosidade. Todos sabemos que nem mesmo os loucos rasgam dinheiro. E se há empresas e pessoas dispostas a largar a grana, é legítimo que o eleitor pense que em contrapartidas. Afinal, para uma mão lavar a outra é preciso que alguém as molhe. E, no Brasil, investir em rabos presos sempre foi um negócio lucrativo. Afinal, todos sabemos que a política é a segunda mais antiga profissão.

No frigir dos ovos, e usando a matemática simples, você já sabe quanto vale o seu voto: o maior valor é de R$ 15,4. É pouco, se tivermos em conta os tempos em que a moeda eram as carradas de saibro. Se formos olhar bem com essa grana não dá nem para tomar umas cervejinhas. Então, o melhor mesmo é votar em consciência. Porque essa não deve ter preço.

P.S.: a maioria dos candidatos afirma que os valores são estimativos e que provavelmente os gastos serão menores. Sim, Pinóquio, a gente acredita.


terça-feira, 10 de julho de 2012

PV e Tebaldi não combinam

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Está certo que a sopa de letrinhas das coligações já são famosas por aqui. Nos anos 1990 e 2000 era muito comum vermos 15...20 partidos nos santinhos dos candidatos. O cenário mudou um pouquinho, mas ainda encontramos situações embaraçosas. Uma delas (que me surpreendeu demais) consiste no apoio do Partido Verde (PV) para Marco Tebaldi, abrindo mão de candidatura própria.

O PV há algum tempo é um partido que se propõe a apresentar um discurso diferente, juntamente com o PSOL (não pretendemos entrar no mérito destes discursos). Para o eleitorado joinvilense a candidatura de Rogério Novaes em 2008 para a Prefeitura resultou em novos horizontes nas plataformas de campanha. Com uma votação satisfatória, não ficou esquecido em meio aos dígitos mínimos. Muitas ideias foram somadas às promessas de Carlito e Darci no segundo turno. Entretanto, muitas coisas ficaram no papel.

Com a candidatura de Marina Silva à Presidência, em 2010, o PV deu o grande salto qualitativo que necessitava por todo o país. Em Joinville não seria diferente. Juntamente com a candidatura de Rogério Novaes para Governador, o 43 ganhou muitos votos na cidade. Devido a problemas que poderiam levar a uma inelegibilidade de Novaes (por conta de irregularidades na época em que era Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Santa Catarina), sua candidatura não decolou, e o PV joinvilense se viu obrigado a coligar.

Considerando todo o histórico do partido em Joinville e no Brasil, muitos simpatizantes ficaram frustrados com o apoio ao retrocesso que representa Marco Tebaldi. Além de não ocupar sua cadeira na Câmara dos Deputados para ser Secretário de Colombo, após ser exonerado foi para Brasília votar a favor do novo código florestal brasileiro, uma lei combatida por vários ambientalistas mundo afora. Estão apoiando o mesmo ex-Prefeito do Flotflux e da retirada de parte da arborização urbana que existia na área central de Joinville. E o mesmo ex-Secretário da Habitação que liderou políticas habitacionais em áreas de mangue. Só pra citar alguns motivos que me fizeram ficar surpreso com esta aliança.

O PV se preocupa muito em fazer pelo menos um Vereador na cidade, por isso também não lançou ninguém para a  Prefeitura, para poder ter uma coligação boa na proporcional. Escolheu o pior caminho possível para conseguir tal feito, pois, além de apoiar Tebaldi, está em uma coligação proporcional com nomes fortes. Infelizmente neste 2012, o PV de Joinville ficará marcado por estar em uma coligação que não condiz em nada com o seu programa. 

PS: vale ressaltar que tenho respeito muito grande pelos integrantes do PV, mas considero necessária esta leitura.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A honestidade de Tebaldi


POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
A honestidade é uma virtude indispensável na política. E é bom ver quando um político faz declarações honestas, mesmo sabendo que isso traz riscos. É o caso do pré-candidato Marco Tebaldi, que confessou ter errado quando no comando da Prefeitura de Joinville. E mais: ele diz que quer voltar para consertar os erros.
 O leitor e a leitora do Chuva Ácida devem admitir que a atitude merece registro.

A declaração levanta questões, algumas delas importantes neste processo eleitoral. Afinal, qualquer admissão de erro por parte de um político - algo raríssimo - tem sempre alguma repercussão entre o eleitorado. Há consequências. Mas vamos por partes:

1. Ao admitir que errou, implicitamente Marco Tebaldi desautoriza os seus apoiantes, reunidos em torno do movimento “Volta Tebaldi”. Porque temos ouvido repetidas vezes, pelos assessores, sequazes ou simples baba-ovos do ex-prefeito (que são mais tebaldistas que o próprio Tebaldi) que ele teve uma administração imaculada e que naqueles tempos Joinville era uma espécie paraíso ao sul do Equador. Ou seja, passam a ideia de que Tebaldi é o prefeito perfeito e nunca erra.

2. Outro fato importante. Tebaldi vai ainda mais longe, ao dizer que tem noção de ter falhado e que quer voltar à Prefeitura de Joinville para consertar os erros. Mas ele sabe que corre riscos, porque a sinceridade em política nunca foi boa estratégia. Ao admitir que errou, Tebaldi assume uma posição arriscada à frente dos eleitores e dos seus adversários. Afinal, os eleitores costumam ser implacáveis e associam o erro à incompetência.

3. Outro ponto a destacar. É claro que os adversários vão insinuar – agora com motivos - que ele é incompetente. Porque errou e admite que errou. Aliás, isso dá munição ao governo de Carlito Merss, que vem insistindo vezes sem conta na culpa das administrações anteriores. Marco Tebaldi admite que errou e, ao admitir tal fato, está a dar alguma razão ao sucessor petista. Parece então que algumas culpas podem mesmo ser atribuídas aos erros da administração anterior.

Em resumo: um prefeito que erra merece voltar ao lugar para consertar os erros? Isso será o eleitor a decidir.


P.S. - A declaração foi feita numa entrevista ao pessoal de uma associação comunitária (Comcasa) e está registrada no vídeo abaixo.