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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

E se fosse #ElaSim?


POR CLÓVIS GRUNER
Mereceria uma leitura mais cuidadosa o fato de que, mesmo entre setores da esquerda que atentam para a urgência das pautas identitárias, a candidatura de Marina Silva não tenha sido nem mesmo cogitada como uma alternativa ao segundo turno. Não bastasse serem três homens a protagonizarem as candidaturas de centro esquerda, dois deles, os que disputam nominalmente o voto – Ciro e Haddad – têm vices mulheres relegadas a um papel coadjuvante.

Os argumentos mais comuns contra Marina são simplistas, quando não desonestos. Pesa contra ela o apoio a Aécio no segundo turno de 2014, um equivoco, já que ela podia simplesmente não apoiar nenhuma das candidaturas, como Luciana Genro. Mas a atitude não me parece mais grave que as alianças que o PT fez com quase toda a banda podre da política brasileira, incluindo Michel Temer, escolhido a dedo por Lula para vice de Dilma, por exemplo.

Ela é acusada de ser de direita, mas nada em sua trajetória passada e presente sustentem isso. Sua aproximação a economistas liberais como Eduardo Gianetti é supostamente a prova de seu neoliberalismo, dizem os petistas, olvidados de que Henrique Meireles foi o homem forte da economia nos governos Lula, que Dilma nomeou Joaquim Levy seu Ministro da Fazenda, e que Fernando Haddad, mal subiu nas pesquisas, já acena ao também liberal Marcos Lisboa.

Um debate não polarizado – A lógica vale para a acusação de que, evangélica, Marina fará um governo “conservador nos costumes”, como se as administrações anteriores, incluindo e principalmente as do PT, tivessem assegurado a plena laicidade do Estado. Até prova em contrário, o Estado laico está menos fragilizado com a orientação religiosa de Marina, do que estava quando Lula nomeou pastores da IURD como ministros ou Dilma rifou a Comissão de Direitos Humanos, abrindo as portas para que Marco Feliciano assumisse sua presidência.

O seu programa de governo, por outro lado, reafirma o que Marina efetivamente representa: uma candidatura de centro esquerda, com as pautas, os limites e as possibilidades atinentes a uma candidatura de centro esquerda. Suas propostas em áreas como educação, cultura e direitos humanos, por exemplo, não diferem substancialmente do que propõem Lula/Haddad e Ciro, e mesmo avançam em alguns pontos.

Seu alegado liberalismo não a impede de defender os investimentos públicos como um dos fatores para alavancar a economia, ou a não privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Além disso, ela mantém uma relativa autonomia frente aos grupos políticos que disputam hoje a presidência baseados na polarização extrema, uma maldição que não poupou o PSOL e, tampouco, Ciro. Com Marina, penso que teríamos a chance de algum debate racional, e poderíamos fazer nossa escolha baseados em outros critérios que não o ódio ou o medo.

***

Post Scriptum: Braziliansplaining – Na semana passada, ainda com o 7 a 1 da Copa de 2014 atravessado na garganta, brasileiros decidiram acertar as contas numa seara onde somos craques: a história alemã. Um vídeo publicado pela Embaixada da Alemanha mobilizou nossos melhores atletas, que entraram em campo decididos a explicar aos alemães que o holocausto não existiu e que o nazismo é, sim, de esquerda.

Como aparentemente nem a Alemanha é suficiente para convencer nossa direita pouco esclarecida, vou tentar com o próprio Adolf Hitler. Em entrevista concedida em 1923 ao escritor alemão George Sylvester Viereck, publicada anos depois pela conservadora “Liberty”, e acessível aos leitores coevos no site do inglês “The Guardian”, Hitler explica o que entende por socialismo, sua relação com a noção de raça ariana e porque o nazismo não era um movimento de esquerda.

Em um dado momento, para enfatizar seu ponto de vista e o que o separava do marxismo e dos bolcheviques, o líder alemão sentencia: “Nós poderíamos ter nos chamado de Partido Liberal”. Como historiador, posso assegurar que Hitler estava equivocado: não há muito de liberal ou do liberalismo no Partido Nazista. Por outro lado, e os comentaristas anônimos desse blog não cansam de me lembrar, a palavra de um historiador, no Brasil de hoje, não vale nada. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Marina Silva e a absoluta falta de carisma



POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


Eis um bom exemplo do jornalismo brazuca destes nossos dias. A manchete da Folha de S. Paulo de ontem diz que “Marina Silva é líder em todos os cenários de 2º turno”. Se o leitor ficar apenas pelo título da manchete vai imaginar que temos aí uma supermulher, uma candidata quase imbatível. Só que não. A manchete faz aquilo que em comunicação é chamado “metonímia”. Ou seja, usa a “parte” para mostrar o “todo”.


Quem lê a matéria e vê os números do primeiro turno fica a saber que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está disparado na frente, com 24% das intenções de voto. A candidata da Rede fica muito atrás, nos diversos cenários. Se for contra Aécio Neves, temos um 15% a 11% (que dá um empate técnico); se for contra Sérgio Moro, que a pesquisa teve o “cuidado” de introduzir como potencial candidato, fica num empate de 11%.

Aliás, sobre o primeiro turno a Folha diz que “Luiz Inácio Lula da Silva cresceu nas simulações de primeiro turno, na comparação com o levantamento anterior”. Nada mal, se tivermos em conta que o ex-presidente tem sido vítima de um massacre midiático e judicial. E a distância entre Lula e Marina no segundo turno caiu: ela tinha 52% em março e agora tem 43%, enquanto o ex-presidente subiu de 31% para 34%.

Por que a Folha de S. Paulo está a inflar a candidatura de Marina Silva? Afinal, será que ela emplaca? Muita gente acha que, com um tempo alargado de televisão, a putativa candidata tem potencial para crescer nas intenções de voto. Não teria tanta certeza. Mais tempo de televisão é mais tempo de exposição e de escrutínio da imagem. E as muitas contradições podem ficar mais evidentes. 

Qual foi a posição de peso e demarcadora que Marina Silva tomou nos últimos tempos? Nenhuma. A candidata limita-se a frases inócuas sobre a corrupção. Mais nada. É inodora, insípida e incolor. E o fato de ser apontada como candidata do Banco Itaú ou da Natura, por exemplo, também dá panos para manga. E, por ironia, os áulicos da direita estão em desespero, acusando o seu partido de fletir para a esquerda.

No entanto, há um fator que, parecendo de menor importância, poderá ser definidor: a figura de Marina Silva é débil do ponto de vista do carisma. E isso pode ser um sério problema. Todos sabemos que os eleitores não compram apenas ideias (e é preciso tê-las), mas sim imagens e signos. Aliás, não é despiciendo salientar o conceito de dominação carismática, ponto saliente na sociologia de Max Weber.

A dominação carismática assenta em valores afetivos, na crença de que o líder tem qualidades superiores. A seguir a senda weberiana vamos encontrar uma condição: o governante deve ser visto pelos governados como alguém acima da média, quase sagrado e a sua imagem deve emanar algo “heróico”. Ora, nenhuma dominação é boa. Mas vale lembrar que as massas gostam da ideia do pai (ou mãe) autoritário e protetor.

Não parece que Marina Silva, por mais currículo e qualidades que venha a apresentar, possa ser incluída no rol de pessoas capazes de passar uma imagem vigorosa. Pelo contrário. E há muito caminho por percorrer. Aliás, o mais estranho é ter pesquisas dois anos antes das eleições. Mas vamos esperar os próximos capítulos dessa novela sucessória, que ainda promete muitas emoções. Afinal, no Brasil destes dias é muito arriscado fazer previsões, em especial sobre o futuro.

É a dança da chuva.



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Marinando

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Reservei-me de comentar as eleições deste ano aqui no blog, pois considerava que a morte de Eduardo Campos não geraria cenários sólidos, e a espera seria necessária. Por um lado, a comoção nacional em torno do ocorrido geraria um cenário favorável para a ecocapitalista Marina (com seu natural crescimento nas pesquisas) e, por outro, um ataque direto de Dilma e Aécio, temendo perder espaço.

Quando um candidato ganha notoriedade, sua vida é revirada por partidos, imprensa e população. Foi isto que aconteceu com a socialista. Sua atuação como Ministra foi posta em xeque juntamente com suas relações com os banqueiros e mega empresários do país. O vice escolhido, Beto Albuquerque, tem estreitas ligações com o agronegócio e contraria tudo aquilo que Marina fala. Contrariedade, digamos, é a marca registrada dela: o escândalo sobre as políticas LGBT no plano de governo fala por si só.

Em um trocadilho tosco, sempre pensei que as intenções de voto para Marina estavam "marinando" em torno do que aconteceu com o jatinho lá em Santos. E a tendência, após as semanas passarem, seria a acomodação para perto do cenário "normal", com Aécio e Marina se aproximando, e Dilma mantendo a ponta, principalmente pela força da máquina estatal e as alianças que ela possibilita. As últimas pesquisas mostram isto. Até a tão badalada vantagem de Marina no segundo turno vem diminuindo.

Quanto aos demais candidatos, outro cenário de acomodação em direção ao natural: Pastor Everaldo desce de seu posto de surpresa, e dá lugar para candidatos com propostas mais densas, como Luciana Genro e Eduardo Jorge. E o resto vira meme na internet ou é motivo de piada.

No segundo turno o jogo é outro, claro, mas a comoção acabou e a fidelidade em torno de Marina está chegando ao fim. É consenso que candidato que sobe rápido demais nas pesquisas e na hora errada, não leva. É esperar para ver.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Marina e a letargia democrática

POR CLÓVIS GRUNER

A semana foi de Marina Silva, e não por menos: fato único na nossa história política recente, a candidata do PSB conseguiu, em apenas duas semanas, mudar radicalmente o roteiro eleitoral, que até sua entrada em cena repetia a mesma polarização PT x PSDB das últimas duas décadas e cinco eleições. A acreditarmos nas pesquisas, o “fator Marina” não apenas conduz a candidatura de Aécio Neves a um fim bíblico (“do pó vieste, ao pó retornarás”), como acendeu todos os sinais de alerta na de Dilma Rousseff, que pela primeira vez vislumbra no horizonte o risco de ver comprometido, em um eventual segundo turno, o projeto da reeleição.

Mas não foi apenas sua ascensão meteórica nas pesquisas que tornou Marina Silva a principal protagonista nos debates políticos e redes sociais. Porque suas intenções de voto crescem na mesma proporção em que se tornam visíveis as muitas fragilidades de seu discurso. Nos dois debates de que participou, por exemplo, a candidata socialista tergiversou sobre todas – e não exagero – as questões controversas e urgentes que lhe foram propostas. Tudo parece se resumir a esta coisa algo vaga que ela define como a “nova política”, ainda que o preço para eventualmente implementá-la no futuro seja firmar, no presente, alianças com alguns velhos políticos.

Ao longo da última semana, à medida que seu protagonismo fez crescer o interesse especialmente midiático por suas ideias e projetos, Marina Silva mergulhou em um sem número de contradições. Entre elas, a mais lamentável foi o episódio envolvendo Silas Malafaia, o pastor que por razões e fantasias insondáveis, lidera uma raivosa campanha contra os direitos LGBTs. Bastou Malafaia falar mais alto, e ela retirou rapidamente do seu Programa de Governo aquilo que poderia comprometer o seu apoio e o voto evangélico e conservador. O episódio traz algo de didático, é verdade: ao recuar diante da pressão de um fundamentalista cristão, Marina sinaliza mais claramente não apenas com quem e para quem pretende governar. Implícita em sua atitude está o risco de retrocedermos ainda mais justamente onde o Estado brasileiro pouco avançou nos últimos anos: a laicidade, condição fundamental para se consolidar uma política de direitos civis efetivamente republicana.

CONTRA TUDO O QUE ESTÁ AÍ – Ao menos parcialmente, a ascensão de Marina Silva pode ser explicada pelo descontentamento, algo generalizado, com os esquemas políticos que vigoraram nos últimos 20 anos. Como disse anteriormente, ela encarna melhor, para o eleitor médio – aquele não deseja nem a reeleição de Dilma, nem o retorno tucano, mas que pretende escolher seu candidato dentro de limites ideológicos e programáticos mais convencionais –, a “terceira via”. Além disso, sua biografia política é, como a de Lula, singular – o que tornam equivocadas, a meu ver, as inúmeras comparações feitas nos últimos dias entre ela e Fernando Collor.

Uma coisa e outra, e Marina atraiu muitos dos eleitores sem uma candidatura definida e mesmo desinteressados do debate eleitoral, e é significativo que o número de indecisos e de votos brancos e nulos tenha diminuído sensivelmente, também de acordo com as últimas pesquisas. Para muitos eleitores, ela representa efetivamente a promessa de renovação. O que pode significar, entre outras coisas, que para eles as contradições de seu discurso, as incongruências de seu programa de governo e a fragilidade de sua aliança partidária não são importantes ou, talvez, sequer percebidas. As tentativas de dilmistas e aecistas de jogar com o medo do eleitor tão pouco funcionaram até aqui: Marina agrega votos porque conseguiu se posicionar, no imaginário de muitos brasileiros, naquele lugar intermediário entre a continuidade do que é e a reedição do que já foi.

De certa forma ela deu voz e forma aquele sentimento difuso que é “contra tudo o que está aí”, tão presente nas redes sociais e em pelo menos duas ocasiões – as “Jornadas de Junho” de 2013 e, mais recentemente, nas manifestações contra a Copa –, também nas ruas. As outras duas candidaturas que poderiam assumir esse papel – Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) – não lograram êxito em parte porque abrigadas em legendas “nanicas”, extremamente desfavorecidas pelas regras do jogo eleitoral. Mas também porque a opção por um ou outro implica um posicionamento político e ideológico claro, inexistente quando se trata da candidata socialista. A despolitização é um dos traços da candidatura de Marina Silva e, neste sentido, ela caminha na contramão do legado das manifestações do ano passado.

POLITIZAR A POLÍTICA – Quando milhares de brasileiros, principalmente jovens, saíram às ruas, me misturei à multidão, mesmo não sendo mais jovem, e vi com entusiasmo o que era o retorno da política às ruas, depois de um longo hiato. De certa forma uma resposta ao desgaste, depois de três décadas, do modelo político surgido com a redemocratização, as “Jornadas de Junho” alertavam, entre outras coisas, para a necessidade de fazer avançar a democracia. Num momento em que a maioria dos partidos, o PT inclusive, se distanciava dos segmentos e movimentos sociais, e que o enfrentamento com o discurso conservador ganhava contornos mais claros e críticos, as manifestações de junho nos lembraram da necessidade de inventarmos outras formas de pensar e fazer política.

Nos últimos dias aqui e ali apareceram textos a sugerir uma ligação – mais ou menos tênue, a depender do autor – entre as “Jornadas” de 2013 e a candidatura de Marina Silva. O argumento central é de que, ao colocar fim à polarização partidária, ela reúne as condições para organizar os fluxos dispersos e fragmentados que circularam pelas ruas durante as mobilizações. Em um outro nível, institucional, Marina representaria parte daquilo que estava na ordem do dia das passeatas em função de sua independência frente aos esquemas políticos cristalizados nas candidaturas petista e tucana.

Entendo as razões pelas quais muita gente apostou nisso – e alguns parecem ainda apostar –; mas não consigo concordar com a aproximação. E não apenas porque a candidatura de Marina Silva é a parada do velho novo: seu ingresso oportunista no PSB; sua subserviência aos grupos religiosos e conservadores; as alianças já firmadas e as promessas de apoio futuro, tudo ali é mais do mesmo. Seu discurso calculadamente descompromissado com a “velha política” pode mobilizar votos, mas desmobiliza na política sua capacidade de organizar e regular as multiplicidades e o convívio de e entre diferentes: ao recusar o confronto pela conciliação, sustentada em compromissos vagos, abstratos e contraditórios de futuro, Marina Silva despolitiza a política. Presta um desserviço à nossa ainda frágil democracia, e erra onde as “Jornadas de Junho” acertaram: é preciso fazê-la avançar. Com Marina, na melhor das hipóteses, serão mais quatro anos de letargia.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marina é uísque paraguaio

POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO


O fato aconteceu nas praias do Algarve há alguns anos. Os banhistas viram uma barra altíssima a levantar no horizonte e fugiram, crentes de que era um tsunami a avançar. Mas o tempo passou e a tal onda gigante nunca chegou à praia. Depois as autoridades esclareceram ser um alarme falso – criado pela multidão na praia – e que era uma simples camada de neblina. O fenômeno ficou conhecido como o “falso tsunami”.

Por que contar essa historinha? É que tenho lido, nos últimos dias, muitos títulos a chamar Marina Silva de tsunami da política brasileira, em especial depois da recente pesquisa divulgada pelo Ibope. Mas será que podemos confiar nesses números? Em se tratando de institutos de pesquisa no Brasil é melhor não pôr a mão no fogo. Mas insisto na ideia de que os números refletem um momento em que ela está no olho do furacão.

Não quero opor intuições pessoais aos resultados das pesquisas. Mas não acredito que esses números tenham lastro para aumentar ou mesmo para se manter nos atuais níveis. Pergunto: será que os brasileiros teriam coragem de entregar o governo a uma pessoa que não parece minimamente preparada, que tem uma história marcada por rupturas com os parceiros políticos e não consegue esconder um sem-número de contradições?


Eu diria que não. Marina Silva é como uísque paraguaio. Tem gente que toma acreditando ser autêntico, mas acaba com uma puta dor de cabeça no dia seguinte. E nada pior que uma ressaca que dura quatro anos. E esse filme nós já vimos. Jânio, Collor. De qualquer forma, arrisco a dizer que Marina Silva também é um falso tsunami que vai perder força e desaparecer antes de chegar à praia. Mas isso sou eu a torcer contra ela, claro.


É como diz o velho deitado: "Com Marina, a coisa é simples. O Brasil passaria de país emergente para país submergente. Não tem como errar".

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mais do mesmo

POR CLÓVIS GRUNER

Na manhã seguinte à morte de Eduardo Campos, me perguntavam no programa de rádio onde, quinzenalmente, participo como comentarista, quais os eventuais desdobramentos de seu desaparecimento na campanha eleitoral. Ainda era muito cedo para qualquer prognóstico seguro, mas procurei destacar a dificuldade em consolidar sua candidatura como uma “terceira via” aos petistas e tucanos. Indagado sobre seu eventual sucessor ou sucessora, disse ainda que não vislumbrava outra alternativa aos “socialistas” além de indicar a vice, Marina Silva, como a nova candidata. Passada uma semana e com a candidatura de Marina Silva confirmada pelo PSB, não acho que meus comentários tenham sido despropositados.

O falecimento precoce de Eduardo Campos deixou em aberto se sua candidatura conseguiria, efetivamente, apresentar-se como uma alternativa aqueles eleitores que, descontentes com a bipolarização entre PT e PSDB, ainda assim pretendem escolher seu candidato dentro de limites ideológicos e programáticos mais convencionais. A nos pautarmos pelas pesquisas eleitorais, Campos não conseguira ir além de um acanhado terceiro lugar e havia, a meu ver, dois problemas que sua candidatura precisaria superar.

O primeiro era o caráter por demais regional de sua liderança. Mesmo que herdeiro de um espólio político significativo, o do avô Miguel Arraes, o ex-governador pernambucano enfrentava dificuldades para “nacionalizar” seu nome. Em parte porque, diferente de Aécio Neves, com trajetória em muitos aspectos similar, protelou tempo demais o necessário investimento para fazer-se conhecido além de seu estado e região. Além disso, Campos se viu enredado em uma dupla caracterização desabonadora às suas pretensões políticas. No discurso do PT ele passou a ser apontado como uma espécie de “sub-Aécio”; para o PSDB, sua passagem pelo governo petista era o pretexto ideal para colar nele o estigma da continuidade. Espremido entre petistas e tucanos, não teve estofo político para posicionar-se como liderança alternativa; era, independente do ângulo por onde o olhássemos, mais do mesmo. Jamais saberemos se, com a propaganda eleitoral e os debates, isso mudaria de forma significativa. Particularmente, acho que não.

O FATOR MARINA – Diante do inusitado que foi a morte de seu candidato, o PSB optou por confirmar o que, desde as primeiras horas após o acidente, já era cogitado. A indicação de Marina Silva como candidata à presidência foi confirmada, tendo o deputado federal e líder da bancada do partido na Câmara, Beto Albuquerque, como seu vice. A entrada de Marina na corrida presidencial embaralhou a disputa, o que já é alguma coisa em uma campanha que seguia morna, no limite da estagnação.

A reação raivosa de aecistas e dilmistas, incluindo o uso despropositado e infeliz de sua imagem no velório do ex-correligionário, deu o tom: pela primeira vez em meses, surge efetiva a possibilidade de um segundo turno; e Aécio Neves não está nele. Tucanos e petistas tem motivos para se preocupar: as primeiras sondagens indicam um empate técnico entre Dilma e Marina, e se Aécio corre o risco de ver naufragada suas ambições presidenciais, Dilma também precisa repensar estratégias se quiser continuar no Palácio do Planalto por mais quatro anos. Claro que a arrancada de Marina Silva está, em parte, ligada à comoção pela morte de Eduardo Campos; com o passar do tempo e acomodadas as manifestações emocionais mais imediatas, as reações podem ser outras.

Mas Marina não tem a seu favor apenas a tragédia que ceifou a vida de seu antecessor. A meu ver ela encarna melhor, para o eleitor médio, a tal “terceira via”, e pode apresentar-se como uma alternativa à bipolarização partidária que mencionei acima. Apesar de ter militado no PT por duas décadas, inclusive ocupando um ministério no governo Lula, ela conseguiu se descolar de maneira eficiente do antigo partido e do governo, principalmente depois de sua bem sucedida candidatura em 2010, quando obteve o terceiro lugar e algo em torno de 20 milhões de votos – pouco mais de 19% do total. Além disso, figura conhecida em todo o país – e isso é importante em uma eleição presidencial – ela não precisará “nacionalizar-se”, algo fundamental já que sua candidatura surge algo tardiamente em relação à de seus principais adversários.

FRAGILIDADES E CONTRADIÇÕES – Mas o “fator Marina” não foi submetido ainda ao crivo da campanha, onde suas fragilidades e contradições serão amplamente exploradas e expostas pelos seus dois principais adversários, como bem observou meu colega de blog, José António Baço. Em 2010, sua candidatura não representava uma ameaça a nenhum dos dois projetos em disputa; agora, ela ameaça ambos, e isso não escapará aos estrategistas do PT e PSDB. Neste sentido, os 20 milhões de votos conquistados na última eleição podem não garantir muita coisa, porque o contexto é radicalmente outro.

E não apenas o contexto: a Marina Silva de hoje também não é a mesma, porque sua trajetória algo acidentada levou-a a fazer escolhas que podem comprometer a pretensão de apresentar-se como candidata alternativa. A começar por sua filiação ao PSB, problemática para dizer o mínimo: é amplamente conhecido que seu projeto partidário, a Rede Sustentabilidade, continua de pé, e é uma posição oficial de suas lideranças que a filiação aos “socialistas” é apenas transitória. Além da urgência oportunista de quem não pode esperar mais quatro anos para lançar-se à frente de seu partido e defendendo um projeto próprio e original, o PSB vive a situação algo esquizofrênica de franquear uma candidatura que, talvez, abandone o partido depois de e se eleita.

Além disso, a crescente exposição nos futuros embates eleitorais colocará Marina Silva diante da tarefa de se posicionar, de maneira mais firme e transparente, frente a temas sobre os quais sempre tangenciou, na melhor das hipóteses. Os eleitores precisam saber – embora a maioria aparentemente não se importe muito com isso – o que uma candidata com chances reais de vir a ser presidenta pelos próximos quatro anos pensa, e quais políticas pretende implementar caso eleita, sobre temas como educação, saúde, violência e segurança pública, direitos humanos, laicidade do Estado, política externa, dívida pública, privatizações, desenvolvimento sustentável, política econômica etc... Em parte por sua posição coadjuvante, Marina Silva sempre passou ao largo desses temas. Agora não dá mais.

MUITAS PERGUNTAS – E talvez resida aí, nessa necessidade de exposição, o principal risco a comprometer o “fator Marina”. Porque do pouco que se sabe, o que se depreende são posicionamentos frágeis e ambíguos sobre temas importantes: como Marina Silva, uma vez presidenta, lidará, por exemplo, com o desmatamento, tema caro aos ecologistas, tendo como vice um dos principais representantes do agronegócio no Congresso Nacional? Quais serão as alianças que pretende firmar para assegurar a governabilidade, já que a atual, capitaneada por PSB e PPS, parece não ser sólida o suficiente para governar sem o recurso aquelas mesmas concessões que ajudaram a comprometer irremediavelmente parte do projeto petista? Sendo o PPS um partido que nos últimos anos viveu à sombra do PSDB, aliado de todas as horas do DEM, teríamos em um eventual governo Marina Silva a volta de setores da direita hoje na oposição?

A trajetória de Marina está diretamente ligada às demandas ecológicas, e uma das razões de sua ruptura com o governo petista foi, justamente, sua posição minoritária como ministra do Meio Ambiente frente ao incremento da política neodesenvolvimentista da então ministra Dilma Rousseff. Como ela pretende conciliar estes interesses com os da retomada da produção e do crescimento industriais? Ela manterá a promessa, feita por Eduardo Campos, do passe livre nacional para estudantes? No passado recente, a então senadora defendeu Marco Feliciano quando este, à frente da Comissão de Direitos Humanos, foi duramente criticado por ativistas principalmente do movimento LGBT. Evangélica e sabidamente contrária ao casamento homoparental, Marina destravará a pauta dos direitos humanos e das minorias ou permanecerá arredia frente à necessária e urgente laicidade do Estado? Há muitas incógnitas. Não sei se Marina Silva tem condições ou pretende responder a todas elas. Pessoalmente, duvido.

Porque apesar do momento particularmente agudo em que foi alçada à condição de presidenciável, e da intenção de apresentar-se como a “terceira via”, acredito que parte da novidade que ela pretende representar advém, justamente, da ausência de novidade: seja por seu percurso político mais recente; pelas alianças já forjadas para assegurar sua candidatura; pelas posições ambíguas e mesmo vacilantes sobre temas controversos, entre outras coisas, Marina Silva é incapaz de extrapolar os limites de uma candidatura convencional – no que segue, aliás, o caminho já trilhado por Eduardo Campos – e sua presença nestas eleições está bem ao gosto de eleitores que, para tudo mudar, não pretendem mudar absolutamente nada. Na prática a teoria é outra, e Marina Silva é só mais do mesmo.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Marina Silva tem cacife para vencer?

Foto que circula na internet
POR JOSÉ ANTÓNIO BAÇO

Qual é a margem de erro de uma pesquisa de opinião pública feita quando o velório ainda nem acabou? Não vou fazer contas – é coisa para os especialistas -, mas todos sabemos que os fatores emocionais interferem nas respostas dos eleitores. E a comoção nacional pela morte de Eduardo Campos produziu um efeito instantâneo: alçou Marina Silva para o segundo lugar nas preferências do eleitorado, com 21% das intenções de voto.

Então, qual é a validade da pesquisa? Ora, é um bom método para tomar a temperatura política num momento específico, em que a memória do acidente ainda está fresca. Mas nos próximos dias, assim que esse clima de consternação passar (e, acreditem, passa rápido) a tarefa de Marina Silva começará a ficar difícil, caso o seu nome venha a ser confirmado pelo PSB, como tudo indica que será.

Vamos começar pelo óbvio. Marina Silva é problema de Aécio Neves. A correr o risco de não ir para o segundo turno, o candidato do PSDB vai gastar o seu tempo (inclusive os seus preciosos minutos de televisão) a atacar a ex-senadora. Aliás, os inomináveis chiens de garde aecistas já começaram a disparar sobre a adversária, como pudemos acompanhar em textos publicados ontem nos lugares do costume. É esperar para ver até que ponto a imagem de Marina Silva resiste.

Outro aspecto importante é a imagem da candidata. Marina Silva pode ser alternativa para um voto de protesto, mas não tem estatura para ser presidente de um país tão complexo como o Brasil. De fato, ela é desprovida de conteúdo e cheia de contradições, fato que não escapará aos eleitores. Aliás, tenho a intuição de que quando começar a falar, Marina Silva só tem a perder porque vai revelar as suas fragilidades. E vai dar munição para os adversários.

Exemplo? Mesmo que fruto de um acaso, aparecer a sorrir ao lado do caixão de Eduardo Campos é um azar colossal. A imagem pode atrapalhar as suas pretensões. E vou explicar, para que fique claro: não acredito que ela estivesse em regozijo, mas a imagem é um prato feito para os assessores de qualquer dos outros candidatos. Nada os impede de usar a foto ad nauseum como forma de atacar a sua imagem e estancar o crescimento da candidatura.

A foto tem uma história plausível – até já houve uma explicação – e é óbvio que a ex-senadora não estava feliz. No entanto, há um fato em política: boa parte dos eleitores não entende a complexidade do cargo de presidente, mas entende a simplicidade de um sorriso (que parece matreiro) numa foto. Pessoalmente, lamentaria que ele fosse alijada do processo por causa de uma foto (que ilustra este texto), mas quem está na chuva é para se queimar...

Marina Silva tem fragilidades que ganharão evidência quando ela puser a candidatura na rua. Não vamos esquecer que ela é acusada de ser contumaz em roer a corda dos seus parceiros políticos, o que cria uma imagem pouco aceitável. Ou seja, ela pode até dar uma embolada na disputa, mas com o tempo as suas deficiências irão ficar tão indisfarçáveis que muita gente ainda vai achar Aécio Neves um candidato aceitável.

Enfim, essa conversa de reinício do processo eleitoral, como se tudo fosse recomeçar do zero, é apenas o desejo de alguns. Porque com o andar da carroça as melancias se ajeitam. 


É como diz o velho deitado: “previsões só no final”.

P.S. Este texto foi escrito antes da entrevista de Dilma Rousseff ao JN. Tendo corrido bem ou mal (as opiniões divergem), é provável que a entrevista nada vá alterar nas intenções de voto.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Eduardo Campos: para além do ódio internético, que rumo toma a disputa eleitoral?

 POR CAROLINA PETERS

Pesquisa Datafolha registrada em 13/08/2014
Não dá nem tempo do corpo esfriar. Pauta se manipula quente. A Globo ainda enrolava a audiência para liberar a informação da morte do presidenciável Eduardo Campos quando na CNN analistas já palpitavam sobre a entrada de Marina Silva no pleito e os impactos do acidente na corrida presidencial. Nem o Datafolha perdeu tempo. Na noite de ontem, já estava no site do TSE o registro de uma pesquisa que será realizada por telefone no dia de hoje com Marina candidata, e uma pergunta bônus: qual caminho você acha que o PSB deve tomar.

Dessas coisas que não é na primeira manchete na timeline do facebook que a gente acredita. E no dia da morte do avô, Miguel Arraes?! Dá pano pra manga dos conspiracionistas!

Dos conspiracionistas, e da gente sem noção. Toda sorte de pseudojornalistas e comentaristas das redes sociais e canais de notícias. Sempre tem o homem que viu e emocionado quer contar em rede nacional dos corpos dilacerados, carbonizados, com todos os detalhes que o repórter permite. E sempre uma senhorinha assustada. Neste episódio, conhecemos a simpática D. Roseli, moradora de Santos, que pensou estar presenciando o fim do mundo ao ver a aeronave em chamas planar próxima à sua janela:

“Meu Deus, mais um desses meteoros!”

“Depois de morto, todo mundo vira santo”, sempre diz papai. As demais candidaturas pausaram suas campanhas em luto, mas o meteoro de Eduardo Campos cai em cheio no horário político, que se inicia na próxima semana. E o bode logo estará nas salas de estar dos brasileiros.

É com o início da propaganda televisiva que o bicho pega. As alianças fisiológicas entre legendas para aumentar seu tempo de propaganda não acontecem sem um cálculo eleitoral apurado. Apesar do avanço dos smartphones e da grande presença dos brasileiros no facebook, a televisão é ainda a principal fonte de informação durante a campanha e decisiva para a escolha do voto da maioria dos brasileiros.

A chapa Eduardo-Marina foi capaz de um programa econômico mais liberal que o tucano, que ainda pisa em ovos e se rebola para manter sua base nos setores médios enquanto tenta ganhar o voto das famílias mais pobres (renda familiar mensal de até 5 salários mínimos), as quais ainda têm presente a lembrança pesarosa dos anos FHC, e que sempre foram, por sua extensão, o setor decisivo no resultado da disputa do Planalto. Será Aécio mais agressivo, afim de ganhar os antigos simpatizantes do partido que optaram nessas eleições por Campos, mas não se convencem do discurso um tanto etéreo de Marina Silva? Dilma será capaz de levantar essa bola e buscar bloquear Marina Silva e seu discurso “novo”, o mais do mesmo que Dilma já administra bem, quiçá um tanto piorando? E a esquerda, em particular a candidatura de Luciana Genro, será suficientemente incisiva e cirúrgica para ganhar a confiança deste eleitorado fragilizado pela tragédia que busca uma alternativa viável, ao mesmo tempo em que traz à baila o finado aliado de Marina para disputar um voto progressista que não se transferiria para Eduardo Campos? (Bem, já estou supondo e aceitando que Marina substitua Eduardo na disputa.) Valerá o ditado latino "dos mortos não se fala"?

Emfim, é sempre desejável, mas será possível, agora mais que há uma semana, uma eleição presidencial em que a Política e os projetos de desenvolvimento para o país, voltem a dar a tônica do debate? Digo, acima dos malabarismos feitos com a política de varejo (e talvez agora, cruelmente com o luto alheio) para ganhar um ou outro setor. Será?

Mas tudo isso é especulação. O que sobra de certeza é que a luta política nunca pode nos tirar a humanidade, que todo acidente é lamentável e não se justifica desejar a morte aleatória de um outro alguém. Cada família e amigo dos envolvidos no acidente, os pilotos, passageiros, moradores e transeuntes, sabe a dor que sente por sua perda.

ERRATA: A pesquisa citada foi registrada pelo instituto Datafolha, não IBOPE, como anteriormente mencionado.

terça-feira, 10 de julho de 2012

PV e Tebaldi não combinam

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Está certo que a sopa de letrinhas das coligações já são famosas por aqui. Nos anos 1990 e 2000 era muito comum vermos 15...20 partidos nos santinhos dos candidatos. O cenário mudou um pouquinho, mas ainda encontramos situações embaraçosas. Uma delas (que me surpreendeu demais) consiste no apoio do Partido Verde (PV) para Marco Tebaldi, abrindo mão de candidatura própria.

O PV há algum tempo é um partido que se propõe a apresentar um discurso diferente, juntamente com o PSOL (não pretendemos entrar no mérito destes discursos). Para o eleitorado joinvilense a candidatura de Rogério Novaes em 2008 para a Prefeitura resultou em novos horizontes nas plataformas de campanha. Com uma votação satisfatória, não ficou esquecido em meio aos dígitos mínimos. Muitas ideias foram somadas às promessas de Carlito e Darci no segundo turno. Entretanto, muitas coisas ficaram no papel.

Com a candidatura de Marina Silva à Presidência, em 2010, o PV deu o grande salto qualitativo que necessitava por todo o país. Em Joinville não seria diferente. Juntamente com a candidatura de Rogério Novaes para Governador, o 43 ganhou muitos votos na cidade. Devido a problemas que poderiam levar a uma inelegibilidade de Novaes (por conta de irregularidades na época em que era Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Santa Catarina), sua candidatura não decolou, e o PV joinvilense se viu obrigado a coligar.

Considerando todo o histórico do partido em Joinville e no Brasil, muitos simpatizantes ficaram frustrados com o apoio ao retrocesso que representa Marco Tebaldi. Além de não ocupar sua cadeira na Câmara dos Deputados para ser Secretário de Colombo, após ser exonerado foi para Brasília votar a favor do novo código florestal brasileiro, uma lei combatida por vários ambientalistas mundo afora. Estão apoiando o mesmo ex-Prefeito do Flotflux e da retirada de parte da arborização urbana que existia na área central de Joinville. E o mesmo ex-Secretário da Habitação que liderou políticas habitacionais em áreas de mangue. Só pra citar alguns motivos que me fizeram ficar surpreso com esta aliança.

O PV se preocupa muito em fazer pelo menos um Vereador na cidade, por isso também não lançou ninguém para a  Prefeitura, para poder ter uma coligação boa na proporcional. Escolheu o pior caminho possível para conseguir tal feito, pois, além de apoiar Tebaldi, está em uma coligação proporcional com nomes fortes. Infelizmente neste 2012, o PV de Joinville ficará marcado por estar em uma coligação que não condiz em nada com o seu programa. 

PS: vale ressaltar que tenho respeito muito grande pelos integrantes do PV, mas considero necessária esta leitura.