O fato aconteceu nas praias do Algarve há
alguns anos. Os banhistas viram uma barra altíssima a levantar no horizonte e
fugiram, crentes de que era um tsunami a avançar. Mas o tempo passou e a tal
onda gigante nunca chegou à praia. Depois as autoridades esclareceram ser um alarme falso – criado pela multidão na praia – e que era uma simples camada
de neblina. O fenômeno ficou conhecido como o “falso tsunami”.
Por que contar essa historinha? É que tenho
lido, nos últimos dias, muitos títulos a chamar Marina Silva de tsunami da
política brasileira, em especial depois da recente pesquisa divulgada pelo
Ibope. Mas será que podemos confiar nesses números? Em se tratando de
institutos de pesquisa no Brasil é melhor não pôr a mão no fogo. Mas insisto na
ideia de que os números refletem um momento em que ela está no olho do furacão.
Não quero opor intuições pessoais aos resultados das
pesquisas. Mas não acredito que esses números tenham lastro para aumentar ou
mesmo para se manter nos atuais níveis. Pergunto: será que os brasileiros
teriam coragem de entregar o governo a uma pessoa que não parece minimamente
preparada, que tem uma história marcada por rupturas com os parceiros políticos
e não consegue esconder um sem-número de contradições?
Eu diria que não. Marina Silva é como uísque
paraguaio. Tem gente que toma acreditando ser autêntico, mas acaba com uma puta
dor de cabeça no dia seguinte. E nada pior que uma ressaca que dura quatro anos. E esse filme nós já vimos. Jânio, Collor. De qualquer forma, arrisco a dizer que Marina Silva também é um
falso tsunami que vai perder força e desaparecer antes de chegar à praia. Mas isso sou eu a
torcer contra ela, claro.
É como diz o velho deitado: "Com Marina, a coisa é simples. O Brasil passaria de país emergente para país submergente. Não tem como errar".
É como diz o velho deitado: "Com Marina, a coisa é simples. O Brasil passaria de país emergente para país submergente. Não tem como errar".