segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Lamber botas é profissão?


JOSÉ ANTÓNIO BAÇO
Um dia destes tive uma troca de impressões interessante com um leitor. O argumento era de que eu estava a cometer uma injustiça ao usar a expressão “teta pública”. Porque fica a parecer que todas as pessoas no serviço público só querem ficar à sombra da bananeira. E reiterou: tem muita gente que, apesar de ocupar cargos por indicação política, é competente e trabalha duro.

Ok... para que não restem dúvidas, vou esclarecer o meu ponto de vista. Quando falo em gente que mama na teta pública é uma referência a pessoas que, por indicação política, ocupam cargos para os quais não estão minimamente qualificadas. Ora, se uma pessoa tem as qualificações necessárias, nada a dizer.

Não vou citar nomes, mas o pessoal mais atento provavelmente conhece alguém que ao longo dos tempos tem conseguido viver desse expediente. Entra governo, sai governo e os caras sempre conseguem uma boquinha, mesmo que em cargos menos importantes. E sem qualificação suficiente para a iniciativa privada, acabam virando dependentes de empregos públicos.

Nestas últimas eleições deu para acompanhar alguns casos. Mas em especial o de um tipo que quase sempre conseguiu se manter enquistado na administração pública. Aliás, para que tenham a noção da qualidade profissional do sujeito, é suficiente dizer que é como ter um cego a arbitrar um jogo de futebol.

Eis a história. Ainda só havia pré-candidatos e o cara manifestava publicamente o apoio a um nome. Mas aí a candidatura não evoluiu e, ao mesmo tempo, Marco Tebaldi surgiu como candidato. Foi o que bastou para o tipo declarar o seu apoio incondicional ao deputado que, claro, liderava as pesquisas.

Mas a casa caiu para Tebaldi logo no primeiro turno. O sujeito nem pestanejou. No dia seguinte, para ele Kennedy Nunes, que também aparecia a liderar as pesquisas, era o melhor candidato do mundo. Com a vitória tida como certa, lembro de ter visto o cara bater forte e feio em Udo Dohler, usando uma adjetivação nada simpática.

Diz o ditado que quando neguinho está de azar, urubu de baixo caga no urubu de cima. E não deu outra: a inesperada virada de Udo Dohler deixou o sujeito numa saia justíssima. O que ele fez, então? O de sempre. Passados poucos dias, já tenho visto, aqui e acolá, o tipo a insinuar que, afinal, Udo Dohler não é assim tão mal. Sentiram?

É esse o meu ponto de vista. Há uns sujeitos que sempre conseguem manter um lugarzinho, mesmo que para isso tenham que se humilhar e lamber botas. E não duvido que neste exato momento o tal sujeito já esteja a telefonar para pessoas conhecidas ou a enviar e-mails a pedir emprego. É essa a minha posição:  a administração pública precisa se livrar desses sujeitos.

Há pessoas que não têm espinha dorsal. Porque fica mais fácil se dobrar para lamber botas.

11 comentários:

  1. E tem tbm o outro lado. Aqueles que pintaram a gestão pública como algo simples e agora que ganharam já começaram a encontrar desculpas para amenizar as promessas dizendo que não há milagre, livrando suas cara de prováveis incapacidades...né sr. Castan?

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    1. Perfeito! E se for procurar nos arquivos desse blog (se alguma coisa sumir depois desse comentário, hummmm), o Castan atacou varias vezes a classe empresarial, que manda na cidade. E agora José?

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    2. Só não entendi como foi que o meu texto deu origem a estes comentários...

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    3. Caros anônimos,

      Podem dormir tranquilos não excluimos textos ou comentários publicados.

      Fi quei na duvida se os seus comentários tinham relação com o post do Zé António Baço ou se faziam referencia ao meu texto de terça feira passada.

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    4. Em tempo não consegui identificar puxasaquismo em nenhum dos meus posts. Agradeço se vocês me ajudam a achar.

      Achava e continuo achando que ganhou o candidato menos pior, no segundo turno inclusive a diferença entre um e outro ficou tão escandalosa que não era possivel manter-se omisso.

      Mas já escrevi aqui, não pleiteio nenhum cargo publico, continuo critico e atento as ações do poder publico municipal, teremos uma administração frouxa substituida por uma autoritaria. Joinville vive, em termos politicos, numa verdadeira montanha russa. Com maioria na CVJ composta por partidarios, arrivistas e fisiologistas serão anos interessantes.

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  2. Existe sim muita gente incompetente no setor público!
    Para mim, a culpa é do candidato/prefeito que vende apoios para pessoas incompetentes! Lógico que para governar é necessário abrir concessões, ter o chamado jogo de cintura. Mas deve-se ter muito cuidado com estes cargos comissionados, pois são muitos destes cargos são importantes para o andamento da máquina pública!
    Cabe ao prefeito ter pulso para ter uma equipe competente, contudo, é díficil encontrar pessoas com capacidade técnica e traquejo político para estes cargos! Pois convenhamos, da mesma forma como existem comissionados "aspones", temos também muitos servidores de carrerira "aspones" que trabalham de viseira. Cabe ao executivo nomear bons líderes que consequentemente irão separar o joio do trigo e conseguirão ter uma boa equipe na retaguarda, fazendo a máquina pública andar e ser eficiente! Vejamos, se na iniciativa privada, onde existe uma obrigação de dar lucro já é difícil conseguir selecionar e reter bons colaboradores, quem dirá na máquina pública! A boa gestão então, passa por uma questão não só política, mas também estrutural no nosso país!

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  3. meus parabens aos dois primeiros comentarios, é só o Udo colocar o Pé na prefeitura que estaremos lembrando o Jordi de seus comentarios...quero lembrar tambem sobre a LOT ...e gostaria que aquele pessoal da estrada da ilha mantivesse em suas casas as placas com a foto do alemao... principalmente quando aquilo tudo for engolido pela imobiliaria ACIJ IMOVEIS LTDA. " a mas o post nao é sobre isso bla bla bla!!!

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  4. Confrontadas as turbulências...Udo e Kennedy,Carlito,Tebaldi...
    E o que parecia impossível acontece: tarannn UDO e RODRIGO vencem!!!

    Tudo virou de cabeça para baixo!!!
    Realmente Jordi,
    uma outra história começa a ser contada.
    E tem sim, atitudes alcoviteiras: virando a casaca pra lá,pra cá que já nem sabe onde é o avesso...

    A partir deste momento o jogo político e o poder falam mais alto.
    Inclusive apagam as fronteiras dos insultos e ironias ditas em um passado não tão distante...





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  5. A gente fica em dúvidas. Não sabe quais são os piores: os lambe-botas, os candidatos demagogos ou os que ficam em cima do muro!
    Colorado.

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  6. Quando o maior empregador da cidade precisa buscar mais que 1 dúzia de comissionados ou promover o operacional pulando cargos hierárquicos tem alguma coisa de errado.

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  7. Vamos ver como vai funcionar a tal "Meritocracia" agora.

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