QUE CIDADE EM 2028? – É preciso que
o próximo prefeito consiga ver para além das eleições e tenha coragem de lançar
um olhar sobre o futuro. A questão é a seguinte: que cidade Joinville quer ser
em 2030 ou 2040? Parece tempo demais para os políticos de vistas curtas, mas é
um trabalho que precisa ser feito. E com método, organização e ambição.
Criar uma marca é
também ter respostas para perguntas simples que um estrangeiro ou um brasileiro
de outra região poderia fazer.
- Por que eu devo
fazer turismo em Joinville?
- Por que a minha
empresa, que é da geração digital, iria para Joinville?
- Por que eu deveria
considerar Joinville uma opção cultural?
- Por que eu, que sou
um “cérebro”, devo transferir o meu quociente intelectual para Joinville?
A maioria dessas
perguntas teria respostas insatisfatórias. Porque não existe uma idéia clara do
que Joinville representa na mente das pessoas. Hoje a cidade é um bom destino
para os migrantes e para as empresas que vivem pela lógica das chaminés. Mas o
mundo vive tempos pós-industriais e é necessário cada vez mais investir num
progresso limpo e tentar atrair cérebros. Joinville quer ter uma imagem
parecida com o Silicon Valley ou com a cidade de Cubatão?
COMO CRIAR A MARCA? – Tudo começa
com uma decisão estratégica. É preciso que a cidade assuma uma vocação e, a
partir daí, definir um rumo para o futuro. É preciso perguntar se Joinville
quer ser a cidade da ética protestante, de um rio de águas negras, professores
sem produção intelectual, de uma economia em que tudo gira à volta das
chaminés? Não parece.
A marca-Joinville
(que, repito é mais do que um slogan e um logotipo) tem que apontar para o
futuro, para a ecologia, para a sociedade do conhecimento, para as tecnologias
da informação, para os cérebros, para o bom turismo, para uma cultura
cosmopolita, para uma mídia moderna, para políticos confiáveis etc. Mas é
preciso uma administração pública disposta a escolher esse caminho de maneira
empenhada.
Aliás, repito para que
fique claro, criar uma marca-cidade não é uma operação de cosmética e muito
menos uma simples campanha de publicidade. A marca não vive de frases, anúncios
ou filmes, mas de um conceito. É preciso mudar mentalidades, porque não adianta
criar uma percepção que não encontra eco na realidade.
A criação da
marca-Joinville exige obras concretas, mas é preciso recusar o imediatismo e
investir num objetivo estratégico de longo prazo. Mais sentido de missão, menos
eleitoralismo. É essencial, acima de tudo, promover a integração de
inteligências para desenvolver soluções criativas.
Ou seja, é preciso
levar a imaginação ao poder.
* Texto publicado há quatro anos no jornal A Notícia mas que, na opinião do autor, ainda permanece válido.
Baço, acho que de atributos fisicos e naturais não podemos reclamar (ainda): temos uma Serra do Mar imponente e bastante preservada às nossas costas, à nossa frente a grandiosidade e beleza da Baía da Babitonga e da ainda poluidíssima Lagoa do Saguaçú, estamos perto de praias belíssimas, na margem da maior rodovia do Sul do País, próximo de capitais, etc,etc. O que falta? Sinceramente um povo mais civilizado e consciente, e uma classe política com muito mais caráter e honestidade.
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