terça-feira, 20 de novembro de 2012

Udo tem que ser o prefeito de todos os joinvilenses

POR JORDI CASTAN



É hora de começar a prestar muita atenção. O  período eleitoral acabou,  a eleição tem um vencedor e agora é hora de olhar para frente. Claro que o prefeito eleito sabe que tem uma dívida, que não é pequena, com determinados setores da sociedade. Principalmente no caso da ACIJ e do grupo de empresários que forma a sua diretoria, a dívida é significativa.

A eleição de Udo Dohler foi o culminar de um projeto de poder que iniciou há pouco mais de seis anos, quando pela enésima vez assumiu a presidência da ACIJ. Desta vez, porém, assumiu com os olhos postos em outro objetivo, localizado na mesma margem do Rio Cachoeira.

É bom que o prefeito de Joinville, sendo empresário, tenha uma boa relação com as entidades empresariais. Aliás, é bom mesmo que tenha uma boa relação com toda a sociedade. Porque Joinville é formada por muitas tribos e o prefeito deve governar para todas elas. Não é bom que se confundam os interesses da ACIJ - ou seria mais correto dizer de alguns empresários da entidade - com os interesses de toda a cidade. Tampouco é bom que o prefeito passe a priorizar objetivos e interesses exclusivamente empresariais, em detrimento daqueles de maior peso social, ambiental e cultural.

É até perigoso que o prefeito assuma o papel de representante de uma elite minoritária e possa chegar a acreditar que os desejos e propostas deste pequeno grupo representam os de toda uma cidade. As suas primeiras declarações deram esta impressão e a percepção não foi boa. É importante reconhecer a dívida de gratidão que o prefeito eleito tem, tanto com os maiores financiadores da sua campanha como com todos e cada um dos seus eleitores. Mas não é recomendável que as pautas de Joinville e da ACIJ se misturem. Se em alguns pontos são semelhantes, em outros são até idênticos, há aqueles em que o conflito é evidente.

Passado o período eleitoral, é importante que agucemos os nossos níveis de percepção. É recomendável que façamos um esforço adicional e procuremos desenvolver nossa capacidade de perceber além do visível, enxergar não só o evidente. Há que buscar perceber também o que está oculto, até invisíve,l em cada mensagem, tanto naquilo que se diz, como principalmente no que não é dito. O que esta em jogo não é tanto como são as coisas realmente e sim como são percebidas pelo cidadão.

É hora de o prefeito eleito começar a perceber que deve governar para todos e que a época em que o futuro de Joinville passava só pela ACIJ já passou. Seria um erro de vulto se ele não percebesse logo isso e mantivesse  aquele velho discurso: o que é bom para a ACIJ e bom para Joinville. É mais provável que hoje tudo o que é bom para Joinville também seja bom para a ACIJ, o que pode não ser bem percebido por todos os seus financiadores e companheiros de diretoria. Seria bom que o prefeito eleito começasse a pensar a esse respeito. Existe também outra Joinville para além da ACIJ. E foi esta outra Joinville que votou nele.

18 comentários:

  1. O feudalismo provinciano teve um breve hiato de quatro anos e está prestes a voltar. Parabéns a todos o criadores da criatura, agora que a pariram que a embalem.

    nlsonjoi@bol.com.br

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    1. Perfeito! Quero só ver o monstro que criaram, nos próximos 4 anos, o que vai aprontar...

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  2. MEU DEUS JORDI VOCÊ É BIPOLAR????
    ATÉ DIAS ATRÁS BRADAVA QUE UDO ERA A SALVAÇÃO DA LAVOURA! DIAS APÓS A ELEIÇÃO, NO SEU ARTIGO DE JORNAL, DISSE QUE NÃO HAVERÁ MILAGRES E AGORA VEM COM ESSA?

    PQ NÃO FEZ ESSE DISCURSO ANTES DA ELEIÇÃO???
    COMO DIZ O ANÔNIMO DE CIMA, AGORA EMBALA!!!

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    1. Nunca percebi o Jordi como sendo "Udo". Ele apenas era "anti" Kennedy. Como a grande maioria, aliás. Acredito na grande vontade do Udo. Ele já está demonstrando isso. Nem é prefeito ainda e já está trabalhando muito... Enquanto o K... está em Londres, rezando, o que também não deixa de ser nobre. Santa Catarina pode esperar tranquilamente pela volta do Deputado. Afinal, não tem nada de grave acontecendo, não é? Fizemos a escolha certa. Agora só precisamos ficar atentos.

      Juliana Junckes.

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    2. Obrigado Juliana,

      Quem segue este blog e tem a paciencia de ler meus posts, sabe que não sou pro-Udo. Fui abertamente contra Kennedy.
      Udo tem virtudes e tem defeitos. Não tenho certeza que uns e outros se equilibrem.
      Teremos trabalho pela frente.

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    3. Sobre bipolaridade a resposta é não.

      Escolhi entre dois males o menos pior.

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  3. Bando de corneteiro! Ele foi eleito, agora vão ter que aturar, assim como eu tive que aturar o lixo do Carlito!

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  4. Concordo com Anônimo20 de novembro de 2012 15:33 : sem coerência... vai da a lógica , político pode "beneficiar o empresariado" Quem perde??? a população!!!.

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  5. Concordo contigo Jordi, cabe ao povo que elegeu o Udo com mais de 60% dos votos válidos fiscalizar a sua gestão, e se preciso denunciar e combater as suas políticas que não vierem ao benefício da cidade, do meio ambiente, da qualidade de vida de TOD@S.
    Os outros 40%, que são os bezerros que estão prestes a serem desmamados (os 600 comissionados do Carlito mais os milhares de esperançosos apoiadores do Clari e Teba) que se lixem.
    Precisamos acima de tudo ficar ligados com dois ou três vereadores que não se elegeram e que vão fazer qualquer negócio para a LOT ser aprovada, de preferencia sem audiência e discussão alguma. Estes e outros tem que ser varridos da vida pública, além de toda a mordomia de seus cargos ganham muuuuita grana nos lobbies.
    Por ultimo, muitas pessoas que votaram no Udo não o fizeram por convicção, odeiam o LHS e todo o sistema feudal. É preciso que a turma do KCT se convença que o mal poderia ter sido maior.

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    1. Obrigado Manoel,

      É muito importante que a sociedade acompanhe a gestão do Udo, sabendo que não haverá fiscalização eficiente por parte do legislativo e que o prefeito eleito tem um perfil autocratico e dominador.

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  6. Arno Kumlehn
    Nogueira (2004) classifica a participação em quatro modalidades:
    Participação assistencialista vista bem em momentos de crise.
    Participação corporativa conscrita ao interesse de segmento.
    Participação eleitoral no plano direto da ação política cidadã.
    Participação política que relaciona o Estado em dialogo com as formas de organização da vida em sociedade e sua reprodução. Questiona e formula novos consensos sociais, formaliza conquistas de direitos que afetam o conjunto de uma população, sociedade, cidade. O que distingue os cidadãos nesta modalidade participativa não é seu lugar na estrutura social, sua origem de classe ou estoque de riqueza mas as diferentes visões dos problemas comuns a todos e das soluções e estratégias propostas, portanto, da essência do próprio debate político democrático ou da gestão coletiva dos conflitos. O campo da participação política é portanto a arena da declaração e competição de projetos de sociedade.
    A dimensão política da participação cidadã é o alerta posto no texto: "é importante que agucemos os nossos níveis de percepção. É recomendável que façamos um esforço adicional e procuremos desenvolver nossa..." capacidade de dialogo, articulação e doação participativa para exigirmos a cidade governada para todos. Na falta destes elementos continuaremos apenas assistindo e criticando os efeitos da PARTICIPAÇÃO CORPORATIVA.

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  7. Muito forte e de desconhecimento o leitor q coloca como sendo BIPOLAR uma pessoa q escreve um artigo, se posiciona numa situação onde o resultado é futuristico, tendo probabilidade de acerto ou erro em proporção igual, sendo que os artigos escrito por ele sempre foi de acordo com o momento, com certeza a cada nova situação administrativa que irá gerar pontos polemicos, Jordi irá fazer seu texto, mas é preciso acompanhar p/ não confundir linha de raciocinio com bipolaridade.

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  8. Isso já estava anunciado desde a concepção da candidatura deste senhor.
    Não é à toa que na cidade muitos o chamam de "Tudo Deller", que tudo é dele e para ele.
    Não será diferente agora.
    Não votei neste senhor, mas se fizer algo pela saúde, está valendo!

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  9. não da para acreditar a te poucos dias o cara era Deus no céu e Udo na Terra, agora tá ai cheio de historia, deve tar com medo do alemao aprovar aquela LOT. Espera Jordi ....os leitores do blog tem memoria sim!!! kennedy nao era bom, carlito nao era bom ...agora Udo ja nao é bom tambem !!! vai entender. figura esse Jordi.

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    1. Curioso que alguns leitores tenham feito uma leitura absolutamente correta deste post e dos anteriores sobre o mesmo tema e outros insistam em buscar pelo em casca de ovo.
      Bipolaridade, Falta de memoria ou de coerência.

      Aos que tem ocupado este espaço para responder a turma que gosta de tumultuar o meu muito obrigado.

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  10. Nada como a responsabilidade de fiscalização começar imediatamente após a apuração das urnas.

    Voto nunca foi cheque em branco, no máximo uma procuração com poderes limitados e transitórios.

    As quase 50 mil empresas formais de Joinville,e um número ainda maior de empresários não pode ser confundida com 1/2 dúzia de aproveitadores

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  11. A bela Joinville tem sim muitos contrastes,sugiro assistir
    o documentário de Fábio Porto "Sob o Céu de Joinville."

    Daí vocês entenderam o que o colega Jordi
    tentou explicar em palavras.

    Abraços para todos!!!

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  12. Engraçado que fiscalizar o Carlito ninguém quis, tá aí o hospital São José cujos os corredores se parecem cenas do filme "Resident Evil"! Cadê os protestos tão caros dos esquerdóides?

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