quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Esta é a eleição do preconceito

POR CHARLES HENRIQUE VOOS

Agora que restam poucos dias para o 7 de outubro, posso dizer que esperava mais desta corrida para ocupar a cadeira do Prefeito. Poucas propostas novas surgiram. A maioria dos candidatos repete os seus discursos que conhecemos há anos, e outros repetem o que seus amigos de partido já falavam. Sensação de retrocesso é forte, e se aguça mais ainda ao ver a onda de ataques que muitos fazem a seus adversários na base do preconceito, e não pelas propostas.

A seguir, vamos tentar relatar, sem citar nomes (pois é um processo que não dá para identificar onde começa) alguns discursos preconceituosos que estão presentes nesta campanha em Joinville. Qualquer suposição é apenas para efeito de lógica e de didática.

Bem, ao invés de dizer: "não vote no candidato A, pois ele não tem uma proposta digna para a educação (por exemplo)", o candidato B (e seus cabos eleitorais) diz para não votar no A, devido ao fato de que defende a igualdade de gênero e mostra um beijo entre dois homens no horário eleitoral da TV.

O mesmo candidato A, que sofre preconceito do B, diz para não votar no C, considerando os escândalos de suposta infidelidade que teve anos atrás.

Este candidato C, que sofre preconceito do A, diz para não votar no D, pois supõe que ele é racista e maltrata os funcionários. Mas não sugere deixar de votar em D pelas suas propostas, ao seu ver, ruins e incompletas.

O candidato D, que já não sabe se sofre preconceito de um, de todos, ou de nenhum, diz para não votar no E por simplesmente não ter uma equipe qualificada. Puro bullying. Por sua vez, o E pede para suas equipes espalharem que o candidato B é ligado a segmentos religiosos e que isto não combina com política.

Pessoalmente não acontece nenhuma acusação direta, tudo fica nas entrelinhas. Tenho medo dos próximos quatro anos da cidade de Joinville. Parece que as ideias estão fora do lugar, e o lugar está fora das ideias. A cidade está sedenta por cabeças pensantes, mas só temos bocas fofoqueiras.

5 comentários:

  1. Sim, olhando os planos de governo, vemos propostas do tipo: "vamos lutar pela ampliação..." Apliação, Lutar (?)
    "Vamos fortalecer o turismo" (?) Como, quando, Onde? Com quanto ($)?

    Pô, cadê a criatividade dessa gente?

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  2. 1. Não parece que a palavra preconceito esteja bem encaixada na análise.
    2. Quem vem para a vida pública sabe que o privado vem atrás. Max

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  3. Criatividade??? Vi ontem uma cópia do que já funciona há anos em Curitiba e que já foi prometida na eleição anterior. Passagem a R$ 1,00 aos domingos.

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  4. A todos poderíamos falar o mesmo (mas principalmente para o candidato D): "não faça na vida pública o que faz na privada".

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  5. Gostaria que todos lembrassem de fatos importantes. A prefeitura teve dinheiro para dar à uma certa passata, mas nao tinha dinheiro para comprar uniforme escolar de inverno para as crianças carentes, eu sei que todos tem direitos iguais mas não acho que esbanjar dinheiro com futilidades seja melhor do que manter o mínimo de dignidade às nossas crianças. Outro fato importante dinheiro para o carnaval, mas muitos dos leitores sei que não precisaram e não precisarão da ajuda da secretaria do bem estar social, mas aqueles que já precisaram ou precisarão sabem que o que digo é a mais pura verdade, pois uma pessoa necessitada passando fome, vai desesperadamente pedir ajuda, pedir uma cesta básica ou qualquer coisa que possa se alimentar, sabe o que houve lá na secretaria de bem estar social?
    -Infelizmente não temos verba para comprar alimentos e . Ponto mesmo, porque nada é feito para saciar a fome das pessoas menos favorecidas.
    O que eu queria com este meu desabafo, que ha tanto tempo estava me sufocando, era que não importa qual candidato fosse mas que desse atenção de verdade a esses fatos. E que não viessem com essa conversa de quefiz isso ou aquilo, mas que fizessem e dessem prioridade à esses assuntos e deixassem por ultimo passeatas e carnavais.
    Att, uma aspirante à professora que vê seus alunos todos os dias com frio e fome.

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