POR CHARLES HENRIQUE VOOS
O beta representa a segunda letra do alfabeto grego e, no século XXI, é uma expressão muito utilizada pela tecnologia de informação para designar programas de computador que ainda precisam de aperfeiçoamento, ou seja, não são as versões principais prontas para o mercado. Na sociedade tão fragmentada como a nossa, posso fazer um paralelo e perceber aquele agente social que representa perfeitamente uma função secundária para pavimentar algo maior que está por vir: o lobista.
Fazer lobby é uma arte que poucos dominam. Exige grande preparo interpessoal e esperteza política necessária para defender interesses diante dos tomadores de decisão sem revelar, sob qualquer custo, as verdadeiras intenções do seu cliente - ou as suas próprias. O lobista é um beta social por isso, pois, ao não conseguir ser um alfa e não ter capitais suficientes para tal, submete-se a uma função representativa para, quem sabe, poder absorver benefícios a si próprio, surfando na onda dos interesses maiores que ele. Geralmente vai defender pessoas muito abastadas, reproduzindo, desse jeito, os privilégios políticos daqueles que possuem em sua figura a voz necessária para fluir os contatos, sem qualquer tipo de desgaste desnecessário mediante escândalos, vazamentos, etc. É um sujeito de coragem, precisamos reconhecer, visto que empresta o seu nome e aposta alto naquilo que o seu sucesso pode trazer.
A cal é outro exemplo de um beta, mas para a construção civil |
Um perfeito tolo que aspira ser alfa, mas nunca vai conseguir. Quando os interesses mudarem, sempre haverá outro beta na fila.
Só para lembrar que o exemplo de lobby não é regulamentado do Brasil e, quando feito por ex-políticos, além de ser malquisto, pode esconder falcatruas homéricas.
ResponderExcluirEm tempo, um bom exemplo de Beta seria o político-profissional Eduardo Suplicy.